Já
passavam quase 48 horas da comunicação de Pedro Passos Coelho, sobre as novas
medidas de austeridade, quando, finalmente, o líder do maior partido da
Oposição resolveu comentá-las publicamente. É certo que António José Seguro
poderá dizer que o PS já tinha tomado posição através do líder da sua bancada
parlamentar, Carlos Zorrinho. Mas sendo o PS o partido que alterna o poder com
o PPD, era o seu líder que tinha obrigação de as vir comentar, atendendo até ao
facto de terem sido anunciadas pelo primeiro-ministro e de serem medidas que
vão afectar, no mau sentido, as vidas de milhões de portugueses. Não estou a
imaginar Mário Soares, António Guterres e José Sócrates (os três que foram
líderes no Governo e na Oposição) a encomendarem o “sermão” a um outro qualquer
dirigente.
De
qualquer modo, António José Seguro lá veio dizer que o PS “não pode pactuar”,
que já “é tempo de separar as águas de um modo mais claro” e deu a entender
que, nestas circunstâncias, o PS deverá votar contra o Orçamento (ainda há
dúvidas?). Mas fê-lo de modo muito soft. Até parecia que estava com receio de
proferir certas palavras. Ora, um governo que, desde há algum tempo, vem
tomando medidas cretinas que estão a mandar muitos portugueses para a pobreza,
não pode ser combatido com falinhas mansas. Tem que ser combatido com energia e
sem rodeios. E, Sr Seguro: já é tempo do PS anunciar “alto e bom som” que já
não se revê no memorando e que a sua acção política não mais o terá em conta,
pois já foram tomadas muitas medidas que nada têm a ver com as que foram
acordadas
Muitos
portugueses esperam do PS uma oposição mais agressiva e muito mais combativa.
Se estes dirigentes, incluindo o Secretário Geral, querem continuar com a mesma
atitude a que chamam de “oposição responsável”, porque não sabem, não têm
feitio ou querem fazer outra, então, por favor, deem o lugar a outros. Não
faltam no partido jovens militantes capazes de combaterem o neoliberalismo
cruel de Passos Coelho, Gaspar & outros. Querem que eu refira alguns? Pois lá
vai: Pedro Nuno Santos, Pedro Marques, Fernando Medina e João Galamba. Não
refiro Isabel Moreira, porque não é militante do partido. Mas…, tenho cá a
impressão que António José Seguro não gosta muito deles, pois não?