sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Tanto aparato para quê?


Os membros deste governo têm a consciência bastante pesada, pois sabem que o povo se sente maltratado, não só devido às medidas austeras que lhe são impostas, mas também pela forma arrogante como falam com ele. O Governo não ouve os cidadãos e acha que não tem que lhes dar satisfações. Por isso, os seus membros são muitas vezes confrontados com manifestações de cidadãos, onde quer que vão. As manifestações têm sido sempre pacíficas, mas como diz o povo “quem tem cú tem medo” ou ainda que “é melhor prevenir que remediar”, Daí que, onde vai um ministro, vai também uma catrefada de polícias.  
Ontem o ministro da Educação foi inaugurar um Centro Escolar. Provavelmente    convencido de que lá iria encontrar uma manifestação hostil, fez-se acompanhar de um grupo significativo de agentes da Polícia, incluindo polícia de intervenção. E então foi caricato ver a proporção entre polícias e cidadãos: Muitos polícias para 0 (Zero) cidadãos. Tanto aparato para quê? 

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Entrevista do PGR II


Volto à entrevista do PGR.
Pinto Monteiro, na sua entrevista de ontem, confirmou algumas coisas que qualquer português minimamente informado já sabia. Destaco três: duas delas relacionadas com o chamado processo “face oculta” e a outra relacionada com o Freeport.
Face oculta: Que as chamadas escutas telefónicas em que interveio o ex-primeiro-ministro José Sócrates nada têm que indicie qualquer comportamento que justifique, sequer, uma investigação judicial. Mais, disse o PGR, que tais escutas, que foram consideradas ilegais e mandadas destruir, só não andam por aí a ser divulgadas porque efectivamente nada têm de relevante. A outra coisa que o Dr. Pinto Monteiro disse no seguimento das escutas, é que há escutas telefónicas ilegais feitas pelas polícias. Alguém acha que, não senhor, não há? Só os sindicatos.
Freeport: O PGR disse que o chamado processo Freeport, foi um processo político. E é claro que foi. Já se esqueceram que partiu duma carta, supostamente anónima, feita por um ex-deputado do CDS, que tinha ligações ao governo de Santana Lopes?
Evidentemente, como era esperado, lá vieram os sindicatos do sector, quais virgens ofendidas, a clamar revolta. Tenham lá paciência. É assim tão difícil ouvir as verdades?                       

A entrevista do PGR


Vi ontem no programa “De Caras” da RTP 1 a entrevista do jornalista Victor Gonçalves ao Procurador-Geral da República. Devo confessar que, de um modo geral, gostei do que vi e ouvi, quer da parte do entrevistador, quer sobretudo da parte do entrevistado. Aliás, não sendo jurista, nem tendo formação jurídica, é meu convencimento que o Dr. Pinto Monteiro desempenhou o cargo, que agora termina, de forma muito positiva. Foi sempre imune às muitas pressões de que foi alvo, as mais violentas das quais foram feitas pelos sindicatos ligados aos profissionais da Justiça, nomeadamente os dos Magistrados, dos funcionários judiciais e dos profissionais da Polícia Judiciária. Oxalá eu me engane, mas vaticino que o próximo PGR, que irá sofrer enormes pressões, não conseguirá um mandato ao nível do mandato do Procurador Pinto Monteiro. Por isso, concordo a cem por cento com ele, quando disse que o seu sucessor deve ser um jurista (eu preferiria um, não magistrado) independente dos partidos e dos sindicatos.

CGD

Há muito que tenho opinião formada quanto à eventual privatização da Caixa Geral de Depósitos, mas depois de ouvir as doutas e desinteressadas opiniões de Ulrich e Salgado, a minha opinião fortaleceu-se: NÃO À PRIVATIZAÇÃO, parcial que seja.

MAIS DÚVIDAS

O Pedro Coelho ainda é primeiro-ministro? Parece que nem pode sair à rua, salvo se rodeado por dezenas (centenas?) de psp e gorilas.
Entretanto, no Paço, S. Exas. passam bem na sua importante saúde.

DÚVIDAS

A senhora Paula Cruz ainda é ministra da Justiça?

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

MISS BUMBUM BRASILERA



Fonte: JN

Vai ser eleita miss bumbum brasileira.
Ignoro a composição do júri, mas propunha para presidente o signor Berlusconi, Il Cavalieri, um entendido na matéria

Os pobres que paguem a crise!

Hoje de manhã, bem cedinho, ouvi uma notícia, segundo a qual os banqueiros portugueses não concordam com o anúncio da introdução de um imposto sobre as transacções financeiras. Pensei, de imediato: É preciso desfaçatez! Então, numa altura em que há centenas de milhar de portugueses no desemprego, muitos dos quais sem qualquer subsídio, centenas de milhar de portugueses das classes mais desfavorecidas e da classe média a sentirem-se empurrados para a pobreza, em consequência das medidas de austeridade que lhes são impostas pelo governo, os senhores banqueiros vêm reclamar um pequeno contributo dos capitalistas para a crise? Para além do mais, os senhores banqueiros sabem que o sector financeiro foi um dos principais responsáveis, se não o maior responsável, pela crise económico-financeira que nasceu nos Estados Unidos e alastrou pelo mundo, sobretudo na Europa, a partir do ano de 2008. Quer dizer: para os senhores banqueiros não importa que a crise seja paga por aqueles que vivem dos rendimentos do trabalho. O que eles não querem é que os seus fabulosos lucros possam ser afectados com medidas sobre a actividade financeira. Para eles o lema é : "Os pobres que paguem a crise!"

INSECTOS NOSSOS AMIGOS



Os Miguéis nossos amigos

terça-feira, 25 de setembro de 2012

CARTAS DE CONDUÇÃO

À duas da madrugada, um passarinho cantava, perdão, às 2h20, lá para Viana do Alentejo, um casal e um sobrinho eram conduzidos no automóvel por um puto de 12 anos, filho do casal. Uma patrulha da GNR (não eram horas de estarem recolhidos no posto?) interceptou a viatura e foi tudo para a choldra. Ignoro (a notícia não é explícita) quantos quilómetros foram percorridos, mas creio que o puto deveria ter uma equivalência a condutor encartado, sem exames, denecessários.

VIVER MAIS

Você, que é homem, quer viver mais uns anitos? Então, leia.
Segundo o Público, um estudo publicado na revista Current Biology, os eunucos vivem mais (entre 14 e 19) anos.
De que está à espera? E quanto mais cedo melhor, (isso digo eu). E, parece, há por aí uns coreanos (ignoro se do Sul ou do Norte), entendidos na matéria e com preços assessíveis. Vá já!

BOLAS À TRAVE

O Mourinho e o Sá Pinto ganharam os jogos no fim-de-semana. Uf! A Pátria respira de alívio.

DÚVIDAS

O doutor Relvas ainda é ministro? Como o não tenho visto (seria suposto ser o "coordenador" do novo órgão inter-partidário ou inter-governamental, o célebre CCC), estou na dúvida. Será que está em férias sabáticas a requerer equivalências para catedrático?

ENTENDEU?

"É público que a medida [a alteração das taxas da TSU] que foi apresentada foi percepcionada pelo país muito para além daquilo que era a intenção do governo", afirmou o primeiro-ministro na reunião do conselho da concertação social.
Entendeu? Se não entendeu, tem que meter um explicador, que é o que eu próprio, que não percepcionei para além nem para aquém, vou fazer.

IMPROVÁVEL

O candidato republicano à presidência dos EUA, Mitt Romney, depois de várais gafes e lapsos, vem agora dizer não conseguir perceber a razão por que as janelas dos aviões não podem ser abertas pelos passageiros, como as dos automóveis.
E eu, também na minha ignorância, pergunto: como é possível um sujeito destes ter sido escolhido pelos "eleitores" republicanos como candidato e poder vir, eventualmente, a ser presidente dos EUA?  É caso para duvidar da sanidade mental da (alguma) sociedade americana. Será improvável que venha a ganhar, mas a minha dúvida permanece.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Sr ministro: Tenha mais respeito pelos portugueses!


Todos os membros deste Governo, principalmente os ministros, sabem que estão sujeitos a serem confrontados com grandes ou pequenas manifestações de descontentamento, não só porque a maioria dos portugueses já não consegue suportar tanta austeridade, mas também porque não aceita a arrogância com que o governo os trata. Por isso, não espantou que ontem o ministro da Administração Interna se tenha visto confrontado com uma, quando se preparava para inaugurar em Vouzela um edifício dos bombeiros locais. É natural que o ministro, sendo humano, tenha ficado nervoso. Mas nada lhe dava o direito de faltar ao respeito aos portugueses, dizendo que Portugal “não pode continuar um país de muitas cigarras e poucas formigas”, como que a querer dizer que o nosso país é um país de malandros ou de mandriões, onde a maioria das pessoas não trabalha. Ora, o ministro sabe bem que isso não é verdade; sabe bem que muitos portugueses e portuguesas que estão no desemprego gostavam de ter trabalho; e sabe bem, também, que tal discurso começou a ser proferido pela extrema-direita de alguns países da Europa do Norte. Estávamos habituados a ouvir disparates do género, do ministro Álvaro, mas pelos vistos, a partir de agora, vamos também ouvi-los do ministro Miguel. Até ver…      

NÃO CONSEGUEM ACERTAR UMA

"Menos impostos e contribuições mantêm derrapagem orçamental em Agosto "

Público, on line


Estes gajos continuam a "acertar" ao lado. O défice "só" vai em 5,5 mil milhões de euros. Para onde está a ir a "contribuição" das poucas formigas (terminologia de um tal Miguel) deste país?
É hora de correr com esta gente mentirosa, indecorosa, imoral e incompetente.

NINI

Será que, hoje, depois de anunciar mais um saque aos trabalhadores e reformados, o Coelho foi trautear, novamente, a "Nini dos  [seus] 15 anos"? E terá levado consigo o olheiras Louçã Gaspar, o menino Paulo e menina Cristas?
Valha-nos S. Sinfrónio, já que o santo Aníbal nos abandonou à nossa sorte.

POEMAS DO ZÉ GIL

Mais um poeminha do Zé Gil


O BEIJO




É símbolo de:

- Simpatia

- Amor

- Verdade.

Beijo na noiva

Deixou saudade.

Quem oscula mais?

É a Mãe

O melhor que o Mundo tem.

Lábio na testa dirá:

Vem aí um febrão!

Beijos de despedida?

Cuidado, é o nosso fado!

Beijar o Deus - Menino

Deu fé e esperança.

Último adeus...

Acabou a andança.

Mando o beijo por facebook

E vê-se logo no look:

- Está entregue!





Porto, 14/9/12 José Gil

jose.gcmonteiro@gmail.com

O Conselho que serviu..., para nada


Passados mais de dois dias sobre a última reunião do Conselho de Estado, talvez a mais badalada dos últimos anos, e depois de ter ouvido alguns comentadores da nossa praça, incluindo Marcelo Rebelo de Sousa (vejam lá: até tive a paciência de ouvir o Prof. Marcelo), concluo que tal magna reunião, deste órgão de consulta e aconselhamento do Presidente da República, serviu para nada. E então o comunicado de sete pontos (é obra, sete pontos!) lido pelo Secretário do Conselho já para lá da uma da manhã é clarificador quanto às conclusões dos doutos conselheiros e de S Exa, o Presidente de todos(??) os portugueses. E pergunta-se: mais de sete horas de reunião para concluir o óbvio, aquilo que até o cidadão comum já há muito concluiu? Bem fez Mário Soares que veio embora daquele embuste quando se apercebeu que estavam ali a “discutir o sexo dos anjos”!

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

A CCC, para que serve?


Nasceu a CCC – Conselho de Coordenação da Coligação. E para que serve? Como disse ontem Pacheco Pereira no programa “Quadratura do Círculo”, serve para nada ou, em linguagem popular, serve “para inglês ver”.
Bem, eu digo que serve para deitar poeira nos olhos dos portugueses que como se viu, ou melhor, como se infere das manifestações de Sábado passado, estão fartos das tropelias deste governo e sabem que as principais figuras dos partidos que se coligaram para nos governarem não se entendem, nem nunca se vão entender. Passos Coelho, que é um homem impreparado para assumir responsabilidades políticas de relevo, julga que manda e comanda, como bem quer e lhe apetece, no Governo e na maioria, e esquece-se que Paulo Portas é um traidor, capaz de internamente dizer uma coisa e externamente, falando para o eleitorado, dizer outra. A coordenação da coligação deve ser feita a partir do Governo, pelo primeiro-ministro, em constante colaboração com o líder do outro partido.
E já agora: Quais são os poderes deste apócrifo Conselho?
Senhor Presidente da República: Tome uma atitude. Acabe com estas brincadeiras destes meninos mimados que enganaram o povo que, é verdade, os legitimou, mas que agora os quer ver pelas costas!
                                                                                                                                                                      


quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Olha que dois..., aldrabões


Mas que grande telenovela!
Não tenho dúvidas que nas mãos de um bom argumentista de telenovelas estes episódios da coligação que nos governa, davam uma telenovela de enorme sucesso. Daquelas que arrebataria audiências e que faria parar até…, os comboios! Tem tudo para um enorme sucesso: amor e ódio, traição, mentiras, coscuvilhices, trafulhices, desejo pelas coisas e pelo lugar do outro, etc, etc. E já agora, para título, podiam aproveitar parte de um que já deu nome a um programa – “olha que dois” – e acrescentar-lhe o qualificativo “aldrabões”, e ficaria: “olha que dois aldrabões”! Que acham? 

A nossa justiça no seu melhor


Parece que finalmente a Justiça deu um fim ao ridículo processo em que um sem-abrigo da cidade do Porto era acusado de ter furtado numa loja das cadeias de supermercado Lidl alguns chocolates avaliados em pouco mais de 14 euros. Mas, mais ridículo ainda se tornou o caso, pelo facto de se tratar de uma acusação de furto frustrado, já que um segurança da loja os recuperou e, por isso, o supermercado em causa não teve qualquer prejuízo com a atitude do sem-abrigo. Mas o nosso sistema de justiça é tão arcaico que permite levar a julgamento um caso destes. E só não houve julgamento porque o Lidl, que se havia queixado, retirou a queixa em cima da hora. Provavelmente para minorar a má mediatização do caso.
Entretanto, parece que este caso custou ao Estado mais do que dois mil euros, sem que o queixoso tivesse pago quaisquer taxas. E não só, pois como ouvi dizer ao advogado do sem-abrigo, cada vez que o tribunal tinha necessidade de o notificar, lá ia a Polícia procura-lo pela cidade para lhe entregar a notificação. Ah, e como a nossa Justiça não para de nos surpreender, ouvi o mesmo advogado, com um sorriso “de orelha a orelha” (como diz o povo), dizer que o Tribunal chegou a aplicar ao arguido (o tal sem-abrigo que dorme na rua) a medida de coacção: “termo de identidade e residência”! Comentar isto é difícil, não é?

"VITÓRIAS" DE PIRRO

Segundo uma sondagem vinda hoje a público, o PSD dá um trambolhão dos antigos nas intenções de voto, com 24% , contra 36% em Junho.
Não seria, assim, de estranhar que o PS aproveitasse o descalabro, pelo que se coloca à frente, com 31%. Só que... só que, em Junho tinha 33%.
Mais parece tratar-se de uma vitória por falta de comparência do adversário, e o PS e Seguro têm que retirar as suas conclusões.


video

COISAS ESPANTOSAS

Ouço na RTP que os emolumentos a pagar nos notários vão ter um aumento superior a 50%. Esfreguei os ouvidos e confirmei com os olhos, em rodapé, que era verdade. Coitados dos notários, públicos ou privados que sejam, pois o encerramento destes "estabelecimentos" tem sido notícia diária. Assim, é reposta a justiça e a equidade a esses servidores públicos, "salvando-se" muitos postos de trabalho. Só que, e desculpem lá os notários, temos que começar a poupar nesses serviços, que o dinheiro não dá para tudo.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Um segredo bem guardado

                                                         (imagem tirada do blog ZecaDiabo)


Com este Segredo Sá Pinto ainda vai parar à casa dos ditos!

E Cavaco, o que vai fazer?


O que é que vai fazer Cavaco Silva perante esta chantagem que a Comissão Europeia está a fazer a Portugal? Se calhar vai assobiar para o ar como é seu costume neste tipo de situações. Mas, perante este imbróglio em que Passos Coelho nos meteu e o recado atrevido do porta-voz de Olli Rehn, Cavaco Silva devia ligar para o Presidente da Comissão Europeia e dizer-lhe, não falando de português para português (tenho dúvidas se Durão Barroso ainda se considera português), mas como Chefe de Estado de um país membro da União Europeia desde 1986 cujos cidadãos, que representa, não aceitam esta falta de respeito e exigem a solidariedade que presidiu à elaboração do tratado de Roma e de todos os outros tratados que se lhe seguiram ao longo de todos estes anos. Caso contrário os cidadãos sentirão que não precisam de Cavaco Silva para nada.

                                                                                                                                                                                 

Chantagem intolerável


A Comissão Europeia, através do porta-voz do comissário Olli Rehn, já veio fazer chantagem sobre os portugueses, dizendo que a continuação da ajuda externa a Portugal está dependente do cumprimento das reformas acordadas no memorando de entendimento e das sucessivas revisões ao mesmo, incluindo a mais recente, feita agora aquando da quinta avaliação. Ora, esta posição da Comissão Europeia é intolerável, pois naturalmente estão bem informados e sabem, agora, que estas últimas medidas anunciadas pelo Governo e mais propriamente a da TSU, para além de levantarem dúvidas de constitucionalidade, são rejeitadas pelo país e até dentro da própria coligação. Por outro lado, a Comissão sabe que o memorando inicial, aquele que levou ao contrato de ajuda externa com a Troika  de que faz parte, foi assinado pelos três maiores partidos portugueses e teve o acordo dos parceiros sociais à excepção da CGTP, ou seja, teve o acordo de representantes políticos e sociais de praticamente 80% dos portugueses. Agora, sucede o contrário. Então a Comissão Europeia, ou se quisermos à Troika, terá de concluir que Passos Coelho desta vez usurpou das suas competências (ou se quisermos, abusou dos poderes que tem). Por isso, só tem que o contactar, pedir-lhe que vá ter com eles para lhes explicar o porquê da sua descabida atitude e dizer-lhe que, a exemplo do seu antepassado Egas Moniz, leve uma corda ao pescoço. Mas que, desta vez, não leve a mulher e as filhas, pois elas não têm culpa da sua arrogância, da sua teimosia ou, se quisermos, da sua burrice.  

SEGURO

Segui a entrevista de António José Seguro à RTP1. Não sei se esperava mais, mas não não fiquei convencido. Falta-lhe qualquer coisa de substancial, de diferente, de convincente.

LUTO

Morreu Luís Goes.
Paz à sua alma.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

PÉS DE MICROFONE

Portas falou e disse, sacudindo a água do capote, parecendo que o CDS-PP não tem, no governo, um ministro ligado à área a que respeita a TSU, o seu homem da lambreta... Ou o homem falhou o conselho de ministros onde a coisa foi decidida e passaram-lhe a perna à sorrelfa? Façam o favor de não exagerar com a brincadeira, pois a nossa paciência tem limites. Adiante.
O PSD não gostou do bate e foge do patriota Portas e, vai daí, convoca os órgãos de comunicação social para fazer, imagine-se, uma comunicação ao país com a duração de um minuto, sem direito a perguntas, para anunciar que o partido ia reunir a direcção e o conselho para analizar o que o Portas tinha dito.
E a CS foi, pela arreata, com todo o estendal, ouvir e registar a grande novidade.
Por mim, se fosse responsável por um qualquer órgão de CS iam de carrinho. Que mandassem um email para a redacção, já que deslocar pessoas e equipamentos para gravar e transmitir tal "notícia" era demasiada areia para a camioneta. Ou, então, pagavam o custo do pé de microfone, mais uma cassete para uso futuro, que ficariam lá como propriedade do comunicante.

domingo, 16 de setembro de 2012

Pôncio Pilatos vs Paulo Portas


PP = Pôncio Pilatos ou Paulo Portas.
Pôncio Pilatos era o governador ou prefeito da província romana da Judeia no ano 33 d.c. e, como tal, por delegação do Imperador de Roma, superintendia o sistema judicial. Quando levaram Jesus Cristo à sua presença para confirmar a sua condenação à morte, Pilatos, apesar de não concordar com a sentença, por lhe parecer que Jesus Cristo nada tinha feito que a justificasse, mandou executá-la para não ter graves problemas com povo judeu e as autoridades locais. E, num acto simbólico de quem se quer limpar daquela atitude, lavou as suas mãos.
 Paulo Portas, 1979 anos depois, não concorda com determinada medida que o governo de coligação a que pertence quer tomar, mas, para não criar problemas dentro da coligação que levassem a uma crise política, dá o seu acordo (não reprovando a medida) e faz saber que…, tal como Pilatos, “lava as suas mãos”. Bonito gesto ou uma cobardia?  

OS PROTESTOS E O CONSELHO DE ESTADO

Os Conselheiros de Estado terão visto, ontem, nas tvs, os protestos dos cidadãos por todo o país? E o venerando já terá recebido e lido o relatório do SIS sobre o assunto? Que vão uns e outro dizer e perguntar ao Gaspar e ao Passos? E que vão estes responder? E qual o resultado final do Conselho? Se for apenas para entreter o pagode, dispenso, obrigado.

sábado, 15 de setembro de 2012

Portas - "verbo de encher". Uma vergonha


Afinal, o que faz Portas, ou se quisermos, o que faz o CDS no Governo? Segundo o que hoje afirmou Nuno Melo, vice-presidente do partido, Paulo Portas teve conhecimento desta medida sobre a TSU, discordou dela e apresentou alternativas, mas “não quis abrir uma crise política”. Então como é? Será que o pretexto da crise política vai permitir à dupla Gaspar-Passos governar a seu belo prazer queiram ou não queiram, concordem ou não concordem os outros órgãos políticos e até personalidades relevantes do PPD? Numa coligação de partidos para viabilizar um governo apoiado por uma maioria parlamentar, nenhum partido se pode considerar dominante nem outro considerar-se subserviente. Se esta medida, tal como Passos Coelho a apresentou, não constava no programa do Governo, o primeiro-ministro ao ficar a saber que o CDS discordava dela, só tinha que negociar uma outra alternativa com Paulo Portas. Nunca impô-la, com o argumento: “ou a medida ou a crise política”. Tal atitude é verdadeira chantagem.
Se tudo se passou assim, Portas pôs-se de cócoras perante Gaspar e Passos Coelho. A partir de agora nada manda. Passou a ser um“verbo de encher”. Uma vergonha!
                                                                                                                                                                                                                                                       

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Portas vs Coelho


Paulo Portas tem que vir confirmar o que Passos Coelho disse ontem sobre o seu prévio conhecimento das medidas anunciadas na última Terça-feira, nomeadamente o brutal aumento da TSU para os trabalhadores, em favor da diminuição da mesma taxa para as empresas. Não pode ou não deve adiar nem mais um dia. E se for verdade o que Passos Coelho disse, Paulo Portas tem que explicar aos portugueses e sobretudo aos militantes e dirigentes do CDS o porquê de estar a fazer fitas com esta atitude de se remeter ao silêncio em nome do (falso) patriotismo (oportunista). Se Paulo Portas não teve conhecimento prévio das medidas, então deve exigir ao primeiro-ministro que venha corrigir o que disse,  pedir-lhe desculpa e começar a pensar na melhor forma de acabar com a coligação.
De qualquer das formas, daqui para a frente nada será como até aqui, pois ficou notória a falta de consideração que qualquer um deles tem relativamente ao outro. Aguardemos os novos desenvolvimentos.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Coitado!








Passos Coelho é um flop. Não tem categoria para ocupar o lugar de primeiro-ministro. Está a levar uma cossa dos entrevistadores. Ele diz, contradiz e volta a dizer. E já disse tanta asneira. Coitado do Passos Coelho!
                                                                       

Declaração de Ant. José Seguro


Tenho criticado muitas vezes a actuação política de António José Seguro enquanto líder do maior partido da Oposição. Pois bem, vi a sua declaração das 20 horas no Telejornal e devo confessar que gostei. Declaração curta, muito concisa, contundente e sem demagogias e não descartando responsabilidades. Boa cartada o ter aproveitado aquele apelo aos deputados da maioria feito por Manuela Ferreira Leite, para agirem de acordo com as suas consciências, e pré confrontá-los com a hipótese de uma moção de censura.
Será o início do fim da chamada “oposição responsável” ? Assim o espero.

A outra troika


Consenso é o que podemos dizer das críticas das várias instituições da chamada Concertação Social às últimas medidas de austeridade anunciadas pelo Governo. Nunca visto! Patrões a aplaudir as posições dos Sindicatos. Só esta troika – Passos Coelho, Victor Gaspar, Paulo Portas – conseguiria tal sucesso.

Basta...


São várias as vozes que se ouvem a dizer às diversas forças políticas que é preciso um consenso. Ora para haver um consenso é necessário que todas as partes estejam dispostas a negociar a alteração de algumas das suas posições e não a querer impô-las, “custe o que custar”. Não pode por isso o governo e os partidos que o apoiam estarem sempre a mandar recados ao PS, para que este partido se porte como uma oposição bem comportadinha, porque é preciso dar para o exterior a imagem de que “estamos todos unidos”, o que não é verdade. Portanto ao PS, perante os recentes desenvolvimentos políticos, tem que dizer: “basta, não ficamos nem mais um segundo amarrados ao memorando assinado com a Troika”.  

VÃO-SE F...

Recebido hoje por email

Quarta-feira, 12.09.12


"Vão-se foder"

Descobri este texto de uma portuguesa de 32 anos, uma cidadã que diz o que sente e pensa a partir da sexta-feira passada. É um texto impressionante, que vivamente recomendo. Leiam, por favor, até ao fim.

"Vão-se foder.

Na adolescência usamos vernáculo porque é “fixe”. Depois deixamo-nos disso. Aos 32 sinto-me novamente no direito de usar vernáculo, quando realmente me apetece e neste momento apetece-me dizer: Vão-se foder!

Trabalho há 11 anos. Sempre por conta de outrém. Comecei numa micro empresa portuguesa e mudei-me para um gigante multinacional.

Acreditei, desde sempre, que fruto do meu trabalho, esforço, dedicação e também, quando necessário, resistência à frustração alcançaria os meus objectivos. E, pasme-se, foi verdade. Aos 32 anos trabalho na minha área de formação, feliz com o que faço e com um ordenado superior à média do que será o das pessoas da minha idade.

Por isso explico já, o que vou escrever tem pouco (mas tem alguma coisa) a ver comigo. Vivo bem, não sou rica. Os meus subsídios de férias e Natal servem exactamente para isso: para ir de férias e para comprar prendas de Natal. Janto fora, passo fins-de-semana com amigos, dou-me a pequenos luxos aqui e ali. Mas faço as minhas contas, controlo o meu orçamento, não faço tudo o que quero e sempre fui educada a poupar.

Vivo, com a satisfação de poder aproveitar o lado bom da vida fruto do meu trabalho e de um ordenado que batalhei para ter.

Sou uma pessoa de muitas convicções, às vezes até caio nalgumas antagónicas que nem eu sei resolver muito bem. Convivo com simpatia por IDEIAS que vão da esquerda à direita. Posso “bater palmas” ao do CDS, como posso estar no dia seguinte a fazer uma vénia a comunistas num tema diferente, mas como sou pouco dado a extremismos sempre fui votando ao centro. Mas de IDEIAS senhores, estamos todos fartos. O que nós queríamos mesmo era ACÇÕES, e sobre as acções que tenho visto só tenho uma coisa a dizer: vão-se foder. Todos. De uma ponta à outra.

Desde que este pequeno, mas maravilhoso país se descobriu de corda na garganta com dívidas para a vida nunca me insurgi. Ouvi, informei-me aqui e ali. Percebi. Nunca fui a uma manifestação. Levaram-me metade do subsídio de Natal e eu não me queixei. Perante amigos e família mais indignados fiz o papel de corno conformado: “tem que ser”, “todos temos que ajudar”, “vamos levar este país para a frente”. Cheguei a considerar que certas greves eram uma verdadeira afronta a um país que precisava era de suor e esforço. Sim, eu era assim antes de 6ª feira. Agora, hoje, só tenho uma coisa para vos dizer: Vão-se foder.

Matam-nos a esperança.

Onde é que estão os cortes na despesa? Porque é que o 1º Ministro nunca perdeu 30 minutos da sua vida, antes de um jogo de futebol, para nos vir explicar como é que anda a cortar nas gorduras do estado? O que é que vai fazer sobre funcionários de certas empresas que recebem subsídios diários por aparecerem no trabalho (vulgo subsídios de assiduidade)?… É permitido rir neste parte. Em quanto é que andou a cortar nos subsídios para fundações de carácter mais do que duvidoso, especialmente com a crise que atravessa o país? Quando é que páram de mamar grandes empresas à conta de PPP’s que até ao mais distraído do cidadão não passam despercebidas? Quando é que acaba com regalias insultosas para uma cambada de deputados, eleitos pelo povo crédulo, que vão sentar os seus reais rabos (quando lá aparecem) para vomitar demagogias em que já ninguém acredita?

Perdoem-me a chantagem emocional senhores ministros, assessores, secretários e demais personagem eleitos ou boys desta vida, mas os pneus dos vossos BMW’s davam para alimentar as crianças do nosso país (que ainda não é em África) que chegam hoje em dia à escola sem um pedaço de pão de bucho. Por isso, se o tempo é de crise, comecem a andar de opel corsa, porque eu que trabalho há 11 anos e acho que crédito é coisa de ricos, ainda não passei dessa fasquia.

E para terminar, um “par” de considerações sobre o vosso anúncio de 6ª feira.

Estou na dúvida se o fizeram por real lata ou por um desconhecimento profundo do país que governam.

Aumenta-me em mais de 60% a minha contribuição para a segurança social, não é? No meu caso isso equivale a subsídio e meio e não “a um subsído”. Esse dinheiro vai para onde que ninguém me explicou? Para a puta de uma reforma que eu nunca vou receber? Ou para pagar o salário dos administradores da CGD?

Baixam a TSU das empresas. Clap, clap, clap… Uma vénia!

Vocês, que sentam o já acima mencionado real rabo nesses gabinetes, sabem o que se passa no neste país? Mas acham que as empresas estão a crescer e desesperadas por dinheiro para criar postos de trabalho? A sério? Vão-se foder.

As pequenas empresas vão poder respirar com essa medida. E não despedir mais um ou dois.

As grandes, as dos milhões? Essas vão agarrar no relatório e contas pôr lá um proveito inesperado e distribuir mais dividendos aos accionistas. Ou no vosso mundo as empresas privadas são a Santa Casa da Misericórdia e vão já já a correr criar postos de trabalho só porque o Estado considera a actual taxa de desemprego um flagelo? Que o é.

A sério… Em que país vivem? Vão-se foder.

Mas querem o benefício da dúvida? Eu dou-vos:

1º Provem-me que os meus 7% vão para a minha reforma. Se quiserem até o guardo eu no meu PPR.

2º Criem quotas para novos postos de trabalho que as empresas vão criar com esta medida. E olhem, até vos dou esta ideia de graça: as empresas que não cumprirem tem que devolver os mais de 5% que vai poupar. Vai ser uma belo negócio para o Estado… Digo-vos eu que estou no mundo real de onde vocês parecem, infelizmente, tão longe.

Termino dizendo que me sinto pela primeira vez profundamente triste. Por isso vos digo que até a mim, resistente, realista, lutadora, compreensiva… Até a mim me mataram a esperança.

Talvez me vá embora. Talvez pondere com imensa pena e uma enorme dor no coração deixar para trás o país onde tanto gosto de viver, o trabalho que tanto gosto de fazer, a família que amo, os amigos que me acompanham, onde pensava brevemente ter filhos, mas olhem… Contas feitas, aqui neste t2 onde vivemos, levaram-nos o dinheiro de um infantário.

Talvez vá. E levo comigo os meus impostos e uma pena imensa por quem tem que cá ficar.

Por isso, do alto dos meus 32 anos digo: Vão-se foder"
Domingo Amaral

RECADOS?

Manuela Ferreira Leite, na entrevista de ontem à TVI24, de que só hoje tomei conhecimentoi, fustigou o governo de Passos Coelho, nomedamente no que concerne às medidas que estão a ser tomadas. Não creio que o azedume e os golpes aplicados tenham a ver, apenas, com antigos desentendimentos entre PPC e MFL. Quando ela se refere à posição que os deputados do PSD deverão tomar na votação do Orçamento, não esperando que seja Cavaco a limpar-lhes a sujidade das mãos e do rosto, está, certamente, a transmitir um recado de Belém, onde neste momento o desconforto e irritação devem ser calibre.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

CANDIDATO AO PORTO

Vejo, correndo em rodapé, no programa do crespóide, que Luís Filipe Menezes assumiu a candidatura à CMPorto. Sempre vamos ter mais 2 pontes e um túnel para VNGaia. Bom, era que Rui Rio levasse as corridas dos calhambeques para a Arrábida. Lá tinha o Pintinho que regressar à zona das Antas, ou Campanhã, quem sabe?.

UM NOJO

Depois da ameaça de nos deixarem completamente nus em plena praça, o Gaspar admitiu hoje, na AR, deixar-nos ficar com as peúgas.
Estes comprovados incompetentes divertem-se à nossa custa. É tempo de dizermos: BASTA, RUA!

Vai estudar ó Relvas. Está calado!


Miguel Relvas, o conhecido doutor da mula russa, anda lá a passear para o Brasil, naturalmente a expensas do Orçamento do Estado, para o qual, eu queira ou não queira  (e claro que não quero), contribuo cada vez mais.
Bem, o senhor Relvas, para mostrar aos brasileiros que afinal ainda manda qualquer coisita, resolveu mandar uns bitaites e dizer que “este não é o momento para divergências políticas e que é importante para o país que todos rumem para o mesmo lado”. Mas afinal o que é que ele quer? Quer que os portugueses sejam submissos e subservientes e que não mostrem a sua indignação perante a crueldade das medidas com  que o Governo os fustiga? Não quer que haja oposição ao Governo, à boa maneira dos governos de Salazar e de Caetano? Não tem emenda o senhor Relvas. É, de certeza, um dos políticos com muito pouca ou nenhuma autoridade moral para criticar o comportamento de alguém. É claro que estamos num país livre e democrático e todos os cidadãos têm o direito de emitir a sua opinião. Mas, quem mentiu à Assembleia da República sobre as suas habilitações académicas e se diz licenciado, tendo feito apenas uma cadeira do 1º ano de Direito (com a brilhante nota de dez valores), devia morder primeiro a língua e só depois, muito depois, falar. Este, é um dos que faz melhor figura quando está calado!
                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                             

terça-feira, 11 de setembro de 2012



            Paulo Portas remeteu-se ao silêncio, mas não evita os gestos

Tanto cinismo. Só visto!


Eu já sabia que Victor Gaspar usa e abusa do cinismo. Mas hoje na Conferência de Imprensa que decorreu no Ministério das Finanças, a propósito desta avaliação da Troika e das consequentes medidas de austeridade, Gaspar deu uma enorme lição de cinismo. Chegou ao ponto de agradecer uma questão que lhe foi posta por um jornalista que lhe pediu que comentasse o facto de uma senhora idosa, quando soube que ele, jornalista, ia àquela conferência de imprensa, lhe ter recomendado: “Ai vai ao Ministério das Finanças? Então tenha cuidado com a carteira”. Só visto!

MUDAM-SE OS TEMPOS...

...ou descubra as diferenças.
Lá pelo século XIII, um tal de Robin Hood, nas matas de Sherwood, Inglaterra, assaltava os ricos para ajudar os pobres, com a ajuda ou conivência dos seus amigos Frei Tuck e João Pequeno, entre outros, mau grado o feroz combate que o xerife de Nottingham lhe movia.
Cá, pelo século XXI, Peter Rabit, com o auxílio de Paul Doors, Mickael Grass, Charles Coins e outros, e com a complacência, se não conivência, do xerife de Belém e dos Allgarves, assalta, à luz do dia e em plena estrada, os pobres e remediados para obsequiar os ricos, sejam portugueses, angolanos ou chineses.
Mudam-se os tempos, mudam-se os actores, muda-se a filosofia e objectivos de vida.
Porca miséria.

Os charabanecos


Antigamente, nas festas populares de província, apareciam uns palhaços de rua que entretinham e faziam rir as pessoas mantendo uns diálogos com um boneco a que chamavam de “charabaneco”. O charabaneco respondia que sim e que não, abanando com a cabeça, às perguntas que o seu dono lhe fazia e sempre de acordo com as respostas esperadas. Quer dizer: o charabaneco não tinha vontade própria, tinha que responder de acordo com a vontade do dono.
Ora, a que propósito me lembrei hoje dos charabanecos? Ao ver a postura e a subserviência dos secretários de Estado que acompanhavam o ministro Gaspar (a fazer o papel do dono) na conferência de Imprensa que decorreu no Ministério das Finanças. Então um deles, um tal Paulo Núncio, secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, parecia um autêntico autómato, ou melhor dizendo um autêntico charabaneco.

E quem se ... lixa é o mexilhão!


Pr’o que me deu: Com muito esforço e, sobretudo, com muita paciência, acompanhei na televisão a conferência de imprensa do ministro das Finanças e dos seus secretários de Estado. Bom, fiquei a saber que, mais uma vez, me vão tirar (apetecia-me dizer roubar, mas é feio, não é?) dinheiro na minha reforma, para a qual descontei 40 anos, incluindo os descontos que paguei à posteriori de quase quatro que cumpri de serviço militar obrigatório, tinta meses dos quais na chamada guerra do Ultramar. Pois é, são sempre os mesmos a pagar. Mas, dirão os amigos do Gaspar, como já ouvi a Nicolau Santos do Expresso, que desta vez vai haver impostos para o Capital e para o bens patrimoniais, incluindo viaturas de luxo, etc. etc. Bom, isso é só conversa. Comparando, em termos relativos, com aquilo que está sempre a tirar (ou roubar? Não…, é feio) aos cidadãos que vivem dos seus rendimentos do trabalho ou das suas reformas, é para eles uma gota de água. Não há dúvidas, quem vai pagar mais uma vez a factura é o “ mexilhão”.
É por isso que não tenho dúvidas que, se nada se fizer (como, por exemplo, dar um chuto no cú ao Gaspar e ao Passos), Portugal passará a ser, em pouco tempo, um país de ricos e de pobres onde não há classe média. Ah, e de alguns jornalistas e arautos da desgraça.


MENTIROSO COMPULSIVO E PERIGOSO

Movimento Tugaleaks apresenta queixa contra Passos Coelho

O movimento cívico Tugaleaks apresentou no domingo, na GNR do Pinhal Novo, Setúbal, uma queixa contra o primeiro-ministro, para demonstrar em tribunal que Passos Coelho, e o seu Governo, mentiu aos portugueses e exigir a sua exoneração. "Nós pretendemos provar que a informação veiculada antes e depois da campanha não está de acordo com aquilo que foi prometido aos portugueses. Os portugueses foram enganados, os portugueses não têm qualquer controlo agora que o Governo está no poder (...). Vamos tentar usar a lei para mostrar que o que está a ser feito não corresponde à verdade, exigir explicações e se possível a exoneração do cargo de primeiro-ministro", explicou hoje à agência Lusa o fundador do movimento Tugaleaks, Rui Cruz.




Para o fundador deste movimento cívico, que se define como defensor da verdade da informação, e que está ativo na Internet através do seu portal e da sua página no Facebook, Passos Coelho não tem cumprido aquilo que prometeu aos portugueses, apontando-lhe muitas diferenças no discurso pré-eleitoral e pós chegada ao Governo.



"Durante alguns anos nós tínhamos visto Passos Coelho dizer uma coisa e foi para o Governo dizer exatamente outra. Quando agora dizem que vão cortar nos rendimentos, na campanha disseram que não o fariam", exemplificou.



Rui Cruz recusou adiantar pormenores sobre as especificações da queixa, dizendo que só serão prestados esclarecimentos sobre a "queixa exata" depois de contactado o advogado e de a GNR submeter a queixa a tribunal.



Na sua página na Internet, onde revelaram a apresentação da queixa e explicam as suas motivações, os responsáveis pelo movimento apelam também à participação dos cidadãos, pedindo que procurem evidências de que as declarações de Passos Coelho são contraditórias e não correspondem à verdade e que se voluntariem como testemunhas do processo, fornecendo dados de contacto para anexar ao processo.



"Um dos exemplos apresentados na referida queixa é o que Passos Coelho no dia 24/03/2011 proferiu perante a comunicação social em visita a uma escola, 'se vier a ser necessário algum ajustamento fiscal ainda, a minha garantia é de que ela seria canalizada para os impostos sobre o consumo e não para impostos sobre o rendimento das pessoas'. No dia 07/09/2012 Pedro Passos Coelho disse exactamente o contrário, quando afirmou que 'o Governo decidiu aumentar a contribuição para a segurança social, exigida aos trabalhadores do sector privado, para 18%". Desta forma alterou o "imposto" sobre o rendimento", lê-se na página do Tugaleaks, a título de exemplo.



O movimento Tugaleaks apela ainda à colaboração 'pro bono' de todos os advogados que se mostrem disponíveis para ajudar no processo. No portal na Internet, o movimento adianta que ainda esta semana será pedido um advogado oficioso à Segurança Social.



Rui Cruz adiantou que já 10 testemunhas se disponibilizaram para participar no processo e que deram início a conversações com um advogado que também se mostrou disponível para ajudar o movimento.



"Já temos 10 testemunhas que deram o nome, morada e contacto para testemunharem sobre Passos Coelho ter dito uma coisa e depois ter dito outra. Estamos a apelar aos advogados. Pretendemos que cada pessoa esteja protegida de forma 'pro bono' (gratuita 3/8 contra qualquer eventual represália política que possa sofrer", declarou.



Apesar de reconhecer que mesmo que consigam avançar com o processo em tribunal este poderá desenrolar-se durante anos, e muito para além do tempo de governação de Pedro Passos Coelho, Rui Cruz defendeu que não deve ser abandonado porque existe "uma responsabilidade que tem que se apurar a bem da transparência política".



"Se houver exoneração do cargo, mesmo já não o ocupando, as medidas tomadas poderão ser revistas ou anuladas. É uma coisa que em tribunal nacional provavelmente não será feito, mas pretendemos, se preciso for, recorrer ao tribunal europeu para fazer valer os nossos direitos", concluiu.







Lusa

POESIA DO ZÉ GIL

MÃE




Nome gerado

Reclamado,

Evocado,

Na Terra e no Céu

Até pelo mais ateu.

Balbuciado, mãe por mãe,

É o maior que o Mundo tem.

Avós, mães duas vezes,

Tratam os netos mais verdes.

Abelha-mestra: mãe governa

Presta cuidados especiais.

Ensina a falar e caminhar

Fonte de dados ancestrais.

Parte para o Além,

Deixa um infindo vazio,

Não alerta ninguém

Sorriso no abraço ao filho!





Porto, 29/8/12 José Gil



jose.gcmonteiro@gmail.com

GENTE FINA É OUTRA COISA


O ministro Aguiar hífen Branco continua a exercer a profissão de advogado? E dá maus exemplos ao comum cidadão? E manda deter e identificar um cidadão que fotografa a irregularidade? Valha-me Santa Engrácia!...

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Quem esfrega as mãos, quem é, quem é?



Nas grandes empresas, como por exemplo a EDP, os custos com pessoal baixam milhões de euros, como consequência da baixa das suas contribuições para a Segurança Social. E no caso concreto da EDP a medida, muito criticada por muita gente, não cria nem mais um emprego. O que cria é muito mais lucros. E com eles, muitos mais prémios para os seus gestores. Ora, quem é que já está a esfregar as mãos, quem é, quem é? António Mexia, Eduardo Catroga e muitos outros que por lá andam a” ganhar uns dinheiritos”!...

O Sr Seguro falou, mas.... tarde


Já passavam quase 48 horas da comunicação de Pedro Passos Coelho, sobre as novas medidas de austeridade, quando, finalmente, o líder do maior partido da Oposição resolveu comentá-las publicamente. É certo que António José Seguro poderá dizer que o PS já tinha tomado posição através do líder da sua bancada parlamentar, Carlos Zorrinho. Mas sendo o PS o partido que alterna o poder com o PPD, era o seu líder que tinha obrigação de as vir comentar, atendendo até ao facto de terem sido anunciadas pelo primeiro-ministro e de serem medidas que vão afectar, no mau sentido, as vidas de milhões de portugueses. Não estou a imaginar Mário Soares, António Guterres e José Sócrates (os três que foram líderes no Governo e na Oposição) a encomendarem o “sermão” a um outro qualquer dirigente.
De qualquer modo, António José Seguro lá veio dizer que o PS “não pode pactuar”, que já “é tempo de separar as águas de um modo mais claro” e deu a entender que, nestas circunstâncias, o PS deverá votar contra o Orçamento (ainda há dúvidas?). Mas fê-lo de modo muito soft. Até parecia que estava com receio de proferir certas palavras. Ora, um governo que, desde há algum tempo, vem tomando medidas cretinas que estão a mandar muitos portugueses para a pobreza, não pode ser combatido com falinhas mansas. Tem que ser combatido com energia e sem rodeios. E, Sr Seguro: já é tempo do PS anunciar “alto e bom som” que já não se revê no memorando e que a sua acção política não mais o terá em conta, pois já foram tomadas muitas medidas que nada têm a ver com as que foram acordadas
Muitos portugueses esperam do PS uma oposição mais agressiva e muito mais combativa. Se estes dirigentes, incluindo o Secretário Geral, querem continuar com a mesma atitude a que chamam de “oposição responsável”, porque não sabem, não têm feitio ou querem fazer outra, então, por favor, deem o lugar a outros. Não faltam no partido jovens militantes capazes de combaterem o neoliberalismo cruel de Passos Coelho, Gaspar & outros. Querem que eu refira alguns? Pois lá vai: Pedro Nuno Santos, Pedro Marques, Fernando Medina e João Galamba. Não refiro Isabel Moreira, porque não é militante do partido. Mas…, tenho cá a impressão que António José Seguro não gosta muito deles, pois não?  

domingo, 9 de setembro de 2012

MAIS RESPEITO, EXIGE-SE!

Então, não é que o nosso amado líder, na peugada do venerando, passou a comunicar com o país atravéz do Facebook, utilizando o pseudónimo de Pedro? A gaita é que não faço parte do país do Pedro, uma vez que o tal Facebook não faz parte da minha Koltura. E que diz que disse o Pedro? Que está muito penalizado pelas medidas que o primeiro-ministro - supõe-se -anunciou há dias. Mas que merda é esta? Não aprecio grandemente que gozem comigo, nomeadamento quando a isso não dou azo. Este sujeito faz o mal e a caramunha e ri-se, ainda por cima à socapa? E se tivesse um pouco mais de respeito pelos cidadãos?

A indignação do Tony


              Toda a gente se indignou, até Tony no Irão

E o que vai fazer Cavaco?







Cavaco Silva está farto de dizer que “Há limites para os sacrifícios” dos portugueses, dando a entender que diz não a mais austeridade. E agora, perante as medidas anunciadas pelo primeiro-ministro, o que vai fazer. Assobiar, mais uma vez, para o tecto? Se calhar, como quase sempre tem feito.  

sábado, 8 de setembro de 2012

Até onde?


Pertenço àquele número de portugueses que não acredita, nem um bocadinho, naquilo que Passos Coelho diz, embora não me seja indiferente. Por isso, não fiquei de todo surpreendido com a sua comunicação de ontem. Passou dois terços do tempo a dizer que a culpa do descontrolo das nossas finanças públicas era dos governos anteriores (se calhar estava a lembrar-se dos governos de Cavaco Silva), para depois gastar o outro terço a comunicar-nos o disparate que vai fazer ao obrigar os trabalhadores a pagarem mais 7% para a segurança Social, os patrões a pagarem menos 5,75% e o Estado a arrecadar (sub-repticiamente) mais 1,25%. E depois a querer fazer de nós pategos e a jurar a sete pés que não, não vai haver aumento de impostos. Então, ó Passos: os trabalhadores portugueses vão receber menos dinheiro no fim do mês; desse valor os patrões ficam com algum e entregam o resto ao Estado; e isto não é imposto? Valha-o Deus, então o que é, um donativo?
Mais uma vez este governo que nos desgoverna, revelou um completo desprezo pelos pensionistas e reformados, acusou os trabalhadores de serem os responsáveis pelo desemprego e a falta de competitividade das empresas e condescendência para com os mais ricos. Até onde vão chegar as suas atitudes cretinas para com a classe média e os portuguese mais desfavorecidos

BOAS NOTÍCIAS?

Com a descida da taxa social única a suportar pelas empresas, o custo do factor trabalho vai diminuir e, logo, os preços vão baixar e/ou o emprego aumentar. Parece, não é? Porém, como os consumidores vão ver os seus rendimentos líquidos diminuidos, vão retrair-se ainda mais na aquisição de bens e serviços, pelo que as empresas não vão contratar novos trabalhadores, por desnecessários, se não despedirem uns quantos pela descida na procura. Quem ganha? Talvez, marginalmente, as empresas exportadoras. Contudo, não esperemos um aumento exponencial das exportações, já que a capaciade instalada não é suficiente, nem os mercados externos são elásticos e não é suposto haver novos investimentos, até porque escasseia o crédito, que está mais vocacionado para os negócios de casino. A curto prazo, ganharão as grandes mercearias dos senhores Soares dos Santos e Belmiro de Azevedo, a EDP dos chineses, a Banca da dona Isabel dos Santos, a PT e outros grandes empregadores.
Para além da provável inconstitucionalidade das medidas anunciadas (e aguardo a posição dos deputados e do PR), o primeiro-ministro pode ter aprofundado, de modo irreversível, a própria cova.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

PARA ONDE CAMINHAMOS?

Mais uma vez apelo aos entendidos que me expliquem como vai o país sair da fossa onde se encontra com as medias anunciadas hoje por Passos Coelho. O que pretende este homem e o seu homem de mão, o Gaspar? Ou a culpa é da troika, a quem não têm coragem de fazer um manguito?
Muito a sério: não entendo o alcance das medidas, que não resolvem nenhum problema de fundo e vão causar novos problemas.
Haverá alguém que diga, alto e bom som: não podemos ir por aí?

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Que grande confusão


Estamos a pouco mais de uma semana do início do novo ano lectivo e reina a maior confusão no ensino, consequência das mudanças levadas a cabo pelo Ministério da Educação de forma atrapalhada, ou como é vulgar dizer-se, em cima do joelho. Então, relativamente à colocação de professores e aos respectivos concursos a confusão é total. O ministro, sobretudo, diz e desdiz com a maior desfaçatez. Num dia há professores sem horário (os chamados professores de horário zero) que ficam em pânico porque se sentem atirados para um chamado quadro de mobilidade e no dia seguinte ouvem o ministro dizer que vai haver trabalho para todos nas escolas; num outro dia cerca de dois mil docentes contratados descobrem que não estavam oficialmente colocados porque não tinham validado na plataforma online a sua colocação - um procedimento que lhes era exigido pele primeira vez, e no dia seguinte ouvem dizer que o ministério os vai manter (pergunto: a fazer o quê?). E entretanto são enormes as filas de professores à porta dos Centros de Emprego!
Mas, a grande confusão virá com o decurso do ano lectivo, fruto das instalações feitas à pressa dos mega agrupamentos. Alguns deles (ou quase todos) vão funcionar com projectos educativos diferentes, com regulamentos internos diferentes, com dois ou mais Conselhos Pedagógicos, com professores a darem aulas em duas ou mais escolas (do mesmo agrupamento) em que os manuais escolares são diferentes, coordenados por mais do que um coordenador de área curricular, etc, etc. É assim que se pretende combater o insucesso escolar? Claro que não, e o ministro até tem (será que tem mesmo?) consciência disso. Mas, a Troika (maldita troika!) ordenou-lhe que cortasse nas despesas e ele obedece. E com os mega agrupamentos mandou milhares de funcionários e de professores, ditos contratados, para a rua. É este o Crato do “Plano Inclinado”?  

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

NÃO PERCEBI

Devo estar a ficar balhelhas. Não percebi a ponta de um corno do que Passos disse, algures, creio que na Protecção Civil, em relação à carga fiscal. Alguém me explica, direitinho, o que disse o homem?

LIDO

"...dos três intervenientes [Cavaco, Governo, troika] no debate, Cavaco é o único que ninguém acusa de ter culpa - e bem, pois está cientificamente provado que Cavaco nunca tem culpa de nada."

Ricardo Araújo Pereira, in Visão

Concordo com o autor da peça, já que Cavaco, um ser superior, nunca se engana e raramente tem dúvidas, como ele próprio afirmou em tempos. 

Tanto prejuízo, como é posível?

Como se diz em linguagem popular, este governo “não dá uma pr’a caixa”.
Foram divulgados os resultados do primeiro semestre deste ano das empresas públicas do sector dos transportes. Muito dificilmente poderiam ser piores. Os prejuízos aumentaram praticamente para o dobro. E se houve sector onde o Governo mais atingiu, de um modo geral, o bolso do comum dos portugueses foi o dos transportes. Os preços das tarifas aumentaram – bilhetes e passes sociais; os descontos especiais para idosos e estudantes diminuíram e abrangem agora um número diminuto de beneficiários; houve supressão de carreiras em quase todos os serviços; os custos com pessoal diminuíram muito, em consequência da dispensa de muitos trabalhadores, e os prejuízos duplicaram, como é possível? Alguém tem o dever de vir explicar aos portugueses o porquê deste descontrolo. Deveria ser o ministro - um tal Álvaro, mas …, já pouca gente o leva a sério. Então, esperemos que um tal Sérgio Silva Monteiro, Secretário de Estado dos Transportes, que às vezes vem em poses de rambo criticar quem o critica e passar as culpas ao Governo anterior, venha explicar este descalabro!
Ah, Já me ia esquecendo de referir que a qualidade dos serviços é cada vez pior. Diria mesmo, muito pior!

terça-feira, 4 de setembro de 2012

SUBMARINOS

A PGR reitera que nada há sobre Paulo Portas no que aos submarinos respeita. Ponto final.
Entretanto, a eurodeputada Ana Gomes afirma que a PGR anda a enviar correspondência sobre o negócio para endereço errado na Alemanha e, pelos vistos, tal corespondência não é devolvida ao remetente, o que não abona os Correios Alemães. Será que Ana Gomes já informou a dra. Cândida do novo endereço?

FOTOCÓPIAS

Não sei porquê, palpita-me que as fotocopiadoras do MNE já estão prontas para arrancar a grande velocidade. Isto, se o doutor Relvas não tiver escondido atrás dos cortinados algum dos seus espiões que impeçam tal desaforo. Ou as fotocópias vão sendo feitas diariamente, por causa das moscas?

Têm cá uma lata!

Tal como previsto por muita gente, as medidas que nos foram impostas pela Troika, como contrapartida ao empréstimo que nos fez, têm conduzido o nosso país a uma enorme recessão. O PIB diminui, o desemprego não para de aumentar e o número de empresas que caem na insolvência é assustador. As pessoas com menores recursos caem na pobreza e a classe média está em vias de extinção. E o grande objectivo que era o equilíbrio das contas públicas está cada vez mais inatingível. Ainda há poucos dias ficámos a saber que o défice acordado não vai ser atingido. Para já a previsão de 4,5% passou para 5,3%, mas há estudos que apontam, no mínimo para 5,6% - um desvio superior a um ponto, ou como diria, ou melhor, como dirá o primeiro-ministro, um desvio colossal. E agora, mais austeridade? Impossível, pois o Governo com aquela ideia cega do “temos que cumprir, custe o que custar” já foi muito para além do acordado no memorando. Então a Troika, se fizer uma avaliação séria, só poderá concluir que não é possível atingir os objectivos do memorando com as medidas impostas e que, portanto, é preciso alterara-las.
Entretanto, parece que a Troika nas suas conversas com os parceiros sociais já se está a pôr à margem de eventuais culpas dos maus resultados de tanta austeridade imposta aos portugueses. Estes tipos da Troika, têm cá uma lata

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

NÃO, NÃO É EM PORTUGAL

Texto de Mia Couto, recebido por email:


O May be man


Existe o "Yes man". Todos sabem quem é e o mal que causa. Mas existe o May be man. E poucos sabem quem é. Menos ainda sabem o impacto desta espécie na vida nacional. Apresento aqui essa criatura que todos, no final, reconhecerão como familiar.

O May be man vive do "talvez". Em português, dever-se-ia chamar de "talvezeiro". Devia tomar decisões. Não toma. Simplesmente, toma indecisões. A decisão é um risco e obriga a agir. Um "talvez" não tem implicação nenhuma, é um híbrido entre o nada e o vazio.

A diferença entre o Yes man e o May be man não está apenas no "yes". É que o "may be" é, ao mesmo tempo, um "may be not". Enquanto o Yes man aposta na bajulação de um chefe, o May be man não aposta em nada nem em ninguém. Enquanto o primeiro suja a língua numa bota, o outro engraxa tudo que seja bota superior.

Sem chegar a ser chave para nada, o May be man ocupa lugares chave no Estado. Foi-lhe dito para ser do partido. Ele aceitou por conveniência. Mas o May be man não é exactamente do partido no Poder. O seu partido é o Poder. Assim, ele veste e despe cores políticas conforme as marés. Porque o que ele é não vem da alma, vem da aparência. A mesma mão que hoje levanta uma bandeira, levantará outra amanhã. E venderá as duas bandeiras, depois de amanhã. Afinal, a sua ideologia tem um só nome: o negócio. Como não tem muito para negociar, como já se vendeu terra e ar, ele vende-se a si mesmo. E vende-se em parcelas. Cada parcela chama-se "comissão". Há quem lhe chame de "luvas". Os mais pequenos chamam-lhe de "gasosa". Vivemos uma nação muito gaseificada.

Governar não é, como muitos pensam, tomar conta dos interesses de uma nação. Governar é, para o May be Man, uma oportunidade de negócios, de "business" como convém hoje dizer. Curiosamente, o "talvezeiro" é um veemente crítico da corrupção, mas apenas quando beneficia outros. A que lhe cai no colo é legítima, patriótica e enquadra-se no combate contra a pobreza.

Mas a corrupção em Moçambique, tem uma dificuldade: o corruptor não sabe exactamente a quem subornar. Devia haver um manual, com organograma orientador. Ou como se diz em workshopês: os guidelines para evitar que o suborno seja improdutivo. Afinal, o May be man é mais cauteloso que o andar do camaleão: aguarda pela opinião do chefe, mais ainda pela opinião do chefe do chefe. Sem luz verde vinda dos céus, não há luz nem verde para ninguém.

O May be man entendeu mal a máxima cristã de "amar o próximo". Porque ele ama o seguinte. Isto é, ama o governo e o governante que vêm a seguir. Na senda de comércio de oportunidades, ele já vendeu a mesma oportunidade ao sul-africano, depois vendeu-a ao português e ao indiano. Está agora a vender ao chinês que ele imagina ser o "próximo". É por isso que para a lógica do "talvezeiro", é trágico que surjam decisões porque elas matam o terreno do eterno adiamento onde prospera o nosso indecidido personagem.

O May be man descobriu uma área mais rentável que a especulação financeira: a área do não deixar fazer ou numa parábola mais recente, "o não deixar". Há investimento à vista? Ele complica até deixar de haver. Há projecto no fundo do túnel? Ele escurece o final do túnel. Um pedido de uso de terra, ele argumenta que se perdeu a papelada. Numa palavra, o May be man actua como polícia de trânsito corrupto que em nome da lei, assalta o cidadão.

Eis a sua filosofia: a melhor maneira de fazer política é estar fora da política, melhor ainda, é ser político sem política nenhuma. Nessa fluidez se afirma a sua competência: ele sai dos princípios, esquece o que disse ontem, rasga o juramento do passado. E a lei e o plano servem, quando confirmam os seus interesses. E os do chefe. E, à cautela, os do chefe do chefe.

O May be man aprendeu a prudência de não dizer nada, não pensar nada e, sobretudo, não contrariar os poderosos. Agradar ao dirigente: é o seu principal currículo. Afinal, o May be man não tem ideia sobre nada: ele pensa com a cabeça do chefe, fala por via do discurso do chefe. E assim o nosso amigo se acha apto para tudo. Podem nomeá-lo para qualquer área: agricultura, pescas, exército, saúde. Ele está à vontade em tudo, com esse conforto que apenas a ignorância absoluta pode conferir.

Apresentei, sem necessidade o May be man. Porque todos já sabíamos quem era. O nosso Estado está cheio deles, do topo à base. Podíamos falar de uma elevada densidade humana. Na realidade, porém, essa densidade não existe. Porque dentro do May be man não há ninguém. O que significa que estamos pagando salários a fantasmas. Uma fortuna bem real paga mensalmente a fantasmas. Nenhum país, mesmo rico, deitaria assim tanto dinheiro para o vazio.

O May be Man é utilíssimo no país do talvez e na economia do faz-de-conta. Para um país a sério não serve.



OS GREGOS, NOSSOS AMIGOS

Ouço que a troika quer que os malandros dos gregos trabalhem mais horas e mais dias. Provalvelmente, por menor salário e menores descontos para a sua Segurança Social. É, também, bem feito, já que os gajos passam a vida a viajar de papo para o ar pelas milhentas ilhas que infestam os seus mares. Vão trabalhar, malandros!

PGR

Dizem por aí que a doutora Cândida Almeida poderá vir a ser a nova PGR. Depois da sua aula em Castelo de Vide, acredito que sim. E é bem feito.

PERGUNTAS INOCENTES

Sempre vão ser conhecidas as verdadeiras identidades do Jacinto Leite Capelo Rego e dos esmoleres do cerca de um milhão de euros? Curioso estou.

CRÓNICAS DO ZÉ GIL

Regressando, devagarinho, que estou cansado com as festas e romarias de Agosto, aí vai uma crónica do Zé Gil, que tem andado meio mudo (é das festas!).



CIDADELA DE CASCAIS


Gil Monteiro*



Ouvir falar de Lisboa era como sonhar com um reino de fadas, onde uma grande urbe era local de adoração, não por duendes, em nuvens de linho fofo de roca de fiar, mas por figuras angelicais espelhadas nas águas do tejo. Como acontecia com o andor de Nª Senhora da Azinheira, percorrendo a serra, a caminho do largo do Eiró de S. Martinho. A música e os foguetes, e os andores coloridos e brilhantes, faziam pensar numa Lisboa sempre em festa, como se ouvia, pelos ceguinhos, cantar as suas marchas e os fados de Amália!

Pelos anos 50, houve migração de famílias de Roalde para Lisboa. O Zé Rocha, único residente que recebia um jornal, pois nem um rádio de bateria havia no local, informou:

– É devido às construções de bairros novos...

Assim, no tempo da vindima e férias, podia a ver, novamente, o Manel Paleiro ou Tonho da Soqueira, e perguntar:

– Como era Lisboa? Havia muitos carros de bois?!

– Muitas casas, muitas ruas, muitos automóveis, muitos comboios, campos da bola... – Dizia o Paleiro, enquanto apanhava agriões, (1º e único), no ribeiro!

– As ruas grandes chegam daqui a S. Martinho? – Mais: chegavam a Sabrosa!!

Foi necessário passar meses a cumprir serviço militar, na Cidadela de Cascais, para conhecer os becos lisboetas do bairro da Bica, o museu das Janelas Verdes, o palácio do Ramalhete (Eça), a casa de fados Nau Catrineta, em Alfama, e subir às sete colinas. Resultado: passei a gostar e admirar a urbe, mas em estadias curtas, e sempre a pensar no regresso à Invicta, e na autoestrada, depois de Fátima, sentimos já o Porto!

Acontecimentos familiares levaram a passar um fim-de-semana na Capital, e desperto pela publicidade, ao aproveitamento turístico da Cidadela de Cascais, fui ver...

Na tarde de calmaria do mês de agosto, instalado no carro de uma sobrinha, deu para observar, com olhos de ver, a linda marginal Lisboa - Cascais. O movimento era muito, e as praias regurgitavam de jovens e crianças. Os carrinhos de bebé tinham de fazer gincanas, entre os parques de automóveis saturados. Os brilhos suaves das águas do Mar da Palha resplendiam nos edifícios, palacetes e fortes militares. O espetáculo deliciava o corpo e a alma. Não havia sinal da crise!

A visita à Boca do Inferno e ao Guincho e, perdido, na Quinta da Marinha, não sobrou o tempo para a Cidadela. Mas, só o portão de entrada, antiga Porta de Armas, despertou os anticorpos dos “estragos” feitos pelo curso de Cadetes, aí feito. A vontade de recordar a estadia era pouca. Apenas um apontamento:

Preparado para passar um sábado e domingo, em Lisboa, sou chamado ao capitão, conhecido como o “assassino da voz meiga”, que disse:

– Vai fazer os cálculos de tiro aéreo, este fim-de-semana, para os fogos reais da Bateria, a realizar na praia Guincho.

“Derreado” com o papel dos dados matemáticos, tendo a solidariedade de colegas, à morosa e complicada tarefa, e com tabelas trigonométricas, consegui, depois de almoço de sábado, entregar os cálculos ao dito oficial, retido no quartel, em serviço de escala.

Ainda não tinha poisado as folhas dos cálculos, na sua mesa, ouvi o voz meiga dizer:

– Ó cinco, (era o cadete n.º 5) estava para o mandar chamar! As coordenadas dadas estavam erradas, com elas, ia abater os aviões de passagem para Lisboa!



Porto, 29 de agosto de 2012



*José Gil Correia Monteiro

jose.gcmonteiro@gmail.com