quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

PS

Costa e Seguro fizeram, efectivamente, as pazes, ou trata-se apenas de um interregno? 
Entretanto, Passos sorri, mesmo com a mini-remodelaçlão ministerial a que se viu obrigado.

DA LÍNGUA

"Condenado por violar rapariga em liberdade", é o título de uma notícia do JN de hoje.
Só depois de ler a notícia é que entendi quem é que ficou (ou estava) em liberdade.
Não há dúvidas de que a língua portuguesa é muito traiçoeira, repleta de alçapões.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

PS

O PS anda em ebulição, e o caso até nem será para menos.
Seguro, dizem, deu um murro na mesa, coisa que eu julgava improvável. E terá afirmado que não admite "que nenhum combate político seja condicionado por agendas pessoais, pela mera ambição pessoal e o regresso ao passado".
Não percebi a ultima parte, aquela do "regresso ao passado". A que passado estaria Seguro a referir-se? Bem que gostaria de ser esclarecido.

DA JUSTIÇA

Há dias, como referido num post abaixo, o músico Graça Moura foi sentenciado a 5 anos de prisão, pena suspensa por igual periodo se começar a pagar, dentro de um ano, aquilo com se abotoou para uso pessoal, incluindo a aquisição de um frigorífico na Tailândia e lingerie feminina e um fio dental.
Entretanto, um ex-deputado e actual vereador em Figueiró dos Vinhos, Carlos Lopes, foi condenado a 11 - onze - anos de prisão efectiva, por ter obtido financiamentos ilícitos para a campanha eleitoral das autárquicas de 2005. Diz o próprio que a juíza tinha sublinhado "não ter havido qualquer aproveitamento pessoal ou benefício próprio".
Haverá justiça equitativa nos casos em apreço?
Não haverá razões para o bastonário da OA fazer os discursos que faz?

Para quê e porquê?


Voltando à sessão solene da abertura do ano Judicial.
Tenho muito respeito por Sua Eminência o Senhor D. José Policarpo, Cardeal Patriarca de Lisboa e Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa. Mas não consigo descortinar o porquê da presença do Senhor Cardeal naquela sessão solene. O tempo em que a Igreja Católica tinha algo a ver com a Justiça e os Tribunais já lá vai há séculos e, sobretudo, desde que acabaram a Inquisição e os tribunais do Santo Ofício, de má memória. A República Portuguesa é um Estado laico. Por isso, qual o significado da presença do Chefe da Igreja Católica naquele acto solene? Ainda por cima, Sua Eminência ocupa um lugar desalinhado dos lugares das outras entidades presentes na Mesa. Porquê?
Já agora, uma pergunta final: Para que serve uma “Abertura Solene do Ano Judicial?” Só se for para poderem mandar umas “bocas” uns aos outros! Será?   

O discurso de Marinho Pinto: Uma Bomba!


UMA BOMBA!
Não tenho outras palavras para qualificar o discurso feito hoje por Marinho Pinto, Bastonário da Ordem de Advogados, na sessão solene da abertura do Ano Judicial. Atirou-se, “como gato a bofes” ao Governo, aos Juízes e Magistrados, à Polícia, á Comunicação Social, aos “Justiceiros de uma maneira geral” e, enfim…, a todos os que, quanto a ele, são os culpados da má Justiça que temos. Então a ministra da Justiça ficou, de certeza, com as orelhas a arder. Até a Assembleia da República levou por tabela – considerou-a obediente e ao serviço do Governo. Só o Presidente da República escapou!
Fico à espera das reacções dos atingidos.
Ah! Espero não perder o programa “Justiça Cega” da RTP Informação.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

è a nossa justiça!


Hoje, ao ouvir a notícia da condenação do maestro Miguel Graça Moura – cinco anos de prisão, com pena suspensa, lembrei-me logo do coitado do sem abrigo que foi apanhado a furtar uns chocolates (que nem sequer chegou a comer um pedacito!) e a quem a justiça, ou sobretudo as autoridades de investigação, quiseram a todo o custo dar um castigo exemplar. Ah, e os custos que todas as diligências nesse sentido trouxeram aos cofres do Estado.
Pois bem, não conheço o maestro Graça Moura, nem tenho nada contra ou a favor do senhor. Só agora, com as notícias da acusação dos crimes porque foi julgado, fiquei com a ideia de que é um indivíduo petulante, algo arrogante e com a mania de que é um tipo importante.
Agora, o que não entendo é que  tendo o tribunal concluído que o senhor maestro cometeu crimes de peculato e falsificação de documentos, que prejudicaram o Estado em perto de 800 mil euros o tenha punido em “andar cinco anos preocupado em ser bom rapaz”, mas instalado na sua boa casa e não num estabelecimento prisional, como queriam fazer ao sem abrigo, que prejudicou o alheio em pouco mais de quinze euros.
É a justiça que temos – para pobres e para ricos, não é?  

sábado, 26 de janeiro de 2013

Fórmula 1 em Portugal; está tudo doido?


Leio uma notícia que me custa a acreditar: Fórmula 1 pode voltar a Portugal já este ano.
Como? Todos sabemos que os organizadores deste tipo de provas não escolhem os locais onde elas decorrem, “pelos bonitos olhos” de quem se candidata a acolhê-las, mas sim pelo êxito financeiro que possam ter. Só assim se justifica que algumas provas do campeonato do mundo se tenham deslocalizado para alguns dos chamados países emergentes, como Índia, China, Bahrein ou Singapura. Em todos eles há fortes investimentos do Estado, o que em Portugal seria inadmissível e imoral. Como poderia o Governo gastar um só cêntimo numa prova de automóveis? Como se sentiriam os cidadãos que, em consequência da austeridade que lhes é imposta, não têm dinheiro sequer para comer? Era o que faltava, gastar dinheiro do Orçamento do Estado para satisfazer o ego e as vaidades de muita gente para quem é chique ver corridas de popós.
Haja juízo. Já houve pouco quando resolveram fazer um autódromo no Algarve. Não têm que lhe dar que fazer? Façam corridas de carrinhos feitos com “caixotes de sabão”. Têm uma vantagem: não gastam combustível e, por isso, não é necessário importá-lo, para bem da Balança de Pagamentos!
Termino, perguntando: Fórmula 1 em Portugal, para quando, está tudo doido?
  

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Desta vez não dá para ficar calado!


Tenho criticado algumas vezes a liderança de António José Seguro e, consequentemente, o tipo de oposição a que os dirigentes do PS chamam de “oposição responsável”, mas que em meu entender é uma oposição pouco combativa e incapaz de se libertar do estigma de ter negociado e assinado um memorando com a Troika, entretanto muito alterado pelo actual governo, que o tornou num autêntico programa de governação neoliberal que está a destruir a classe média e a mandar muitos portugueses para a miséria. E mais frouxo seria ainda o combate político se não fossem as intervenções no Parlamento ou fora dele de alguns deputados mais jovens, mas muito competentes, como Pedro Marques, João Galamba, Pedro Nuno Santos e Fernando Medina. Por isso não admira que, segundo sondagens recentes, mais de oitenta por cento dos portugueses diz não gostar do Governo mas o PS, embora sendo o partido mais votado, tem uma votação pouco superior aos trinta por cento.
António José Seguro, convencido que está próximo o momento em que o poder lhe vai cair no colo, para lá de começar a pedir maioria absoluta, anuncia que o PS vai “antecipar o calendário”. Esqueceu-se que, ao dizer isto, se estava a pôr a jeito para que a oposição interna começasse a pedir a antecipação do Congresso (faz parte do calendário, não faz?). E começa a falar-se numa mudança de liderança, encabeçada por António Costa.
Ora, eu que não sendo militante - sou um cidadão sempre muito próximo do partido, até gostava de ver o PS liderado por outro líder (e porque não António Costa?), mas parece-me que neste momento os portugueses, que estão ansiosos por uma alternativa forte e credível, preferem ver o PS unido e não dividido. Por isso espero que António José Seguro se imponha como um verdadeiro líder e resolva rapidamente a situação, sem medo de perder o lugar. Desta vez não dá para ficar calado!  

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Quem manda? Passos manda nada


A medida positiva que Portugal tomou ao pedir a extensão do prazo de pagamento do empréstimo da Troika, serve de prova dos nove àquilo que se vem dizendo: Passos Coelho, sobretudo no que se refere às políticas directa ou indirectamente relacionadas com o memorando assinado com a Troika, manda tanto quanto manda o motorista que o transporta, a senhora da limpeza que lhe limpa o gabinete, o barbeiro que lhe corta o cabelo ou o médico que lhe trata da saúde, ou seja: Manda nada. Quem manda é o Gaspar. Só assim se compreende que Passos Coelho tivesse respondido a António José Seguro, num dos últimos debates quinzenais no Parlamento, que de modo algum pediria à troika a extensão do prazo do empréstimo, em defesa dos interesses dos portugueses. Ora, mesmo sabendo nós que o primeiro-ministro é um bom mentiroso que, com a maior lata que se possa imaginar, faz ou diz “agora” o contrário daquilo que disse “ontem”, não se atreveria a responder como respondeu, se soubesse das negociações secretas do Gaspar. Caso contrário, Passos Coelho tem um sério caso patológico para resolver, não tem? Portanto, o melhor é deixar o poder e ir tratar-se.


Boa medida, mas muito tardia


Nestes últimos dias o Governo, pensando que está a fazer grande figura, tem “cantado vitórias” sobre extensão do prazo de pagamento do empréstimo, a ida aos mercados e o défice orçamental. Na Terça-feira foi noticiado que, a seu pedido, Portugal e a Irlanda pediram a extensão dos prazos de pagamento do empréstimo da troika. Este pedido, que parece ter sido concertado com um secretismo incompreensível, é uma medida positiva, sem dúvida, e já há muito tempo sugerida pelos partidos da Oposição, sobretudo PS e BE. Mas, como o PS fez saber, vem muito tarde. Pedida mais cedo, talvez tivesse permitido aliviar um bocadinho os portugueses das medidas recessivas da austeridade a que nos tem condenado. Falta agora coragem e bom senso para negociar os juros usurários do empréstimo. Espero que relativamente aos juros o Gaspar (e digo o Gaspar porque o Passos Coelho nada manda), desenterre também a cabeça da areia e os negoceie. Será uma medida fundamental para baixar, aí sim, a despesa pública.

AS MULAS

A Fernanda Câncio tem a mania de ler relatórios, e o do FMI sobre Portugal leu-o até às assinaturas. Entre estas, ela desencantou o nome de Carlos Mulas-Granados, espanhol, diretor da Fundación Ideas, dos socialistas espanhóis. A Câncio tem o hábito de não guardar para si as perplexidades que encontra. Aqui, no DN, na semana passada, ela seguiu a pista do estranho socialista espanhol, à partida avesso ao aperta-aperta do relatório de que foi um dos autores. Começou por se saber que no Carlos Mulas (é assim que é conhecido em Espanha) havia uma coerência, digamos, endógena. Em se tratando do corpo castelhano, o homem era pra-frentex, assessor de Zapatero e autor dos programas eleitorais do PSOE. Mas quando emigrava dava-lhe - pelo menos no caso português, deu - para a austeridade: corta!, era a sua ordem preferida. O seu slogan seria, pois: "Austeridade num só país (o do lado)!" Foi esta criatura que Fernanda Câncio escalpelizou, aqui. Ontem, o jornal El Mundo descobriu que a fundación que o Mulas dirigia publicava textos pagos de uma tal "Amy Martin". Esta escrevia que se desunhava (do cinema nigeriano à medição da felicidade) e fazia-se cobrar bem (50 mil euros de crónicas em dois anos). Tudo bem, não fora a Amy ser o Mulas, que já foi demitido. Se já com Espanha Carlos Mulas-Granado era antiausteridade, consigo próprio era a favor de um regabofe. No fundo, o costume: o cinto dos outros é que é de apertar.

Ferreira Fernandes, no DN de hoje

Pois é, o FMI e quejandos está cheio destas mulas mui honestas e acima de qualquer suspeita, que fazem a felicidade de uns quantos, incluindo eles próprios como é bom de ver.
Diz-se agora que a ex-mulher, para tentar safá-lo, vem dizer que a 'Amy' é ela, quando o próprio já havia confirmado ser ele o autor dos relatórios, estudos e crónicas as mais diversas.
Depois disto será de considerar o último relatório da troika como um trabalho sem nódoas?
E será que o "nosso" Artrur Batista da Silva era compincha do Mulas?







quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

ENTÃO AS METAS?


A receita da administração central ficou 880,2 milhões de euros abaixo do esperado em 2012, tendo o Estado arrecadado menos 1.642,4 milhões de euros em receitas com IRS e IRC em 2012, segundo a Direção-Geral do Orçamento (DGO).

"A receita da Administração Central ficou aquém do esperado em cerca de 880,2 milhões de euros, explicado em particular pela evolução da receita fiscal em 2012. O desvio na receita fiscal resulta sobretudo da evolução do clima económico, o qual se refletiu, em particular, no consumo e nas importações. Com efeito, a diminuição do consumo repercutiu-se numa menor coleta de impostos indiretos" explica o Governo, acrescentando que adicionalmente, "verificou-se um aumento dos reembolsos efetuados aos agentes económicos, nomeadamente no que respeita ao IRC".

A síntese de execução orçamental dá ainda conta de quebras de 746,7 milhões de euros (-7,6%) na receita com IRS durante 2012, em comparação com o conseguido em 2011, e de 895,7 milhões de euros nas receitas do IRC (-17,6%).

(visão online)

Sobe o IRS, sobe o IVA e os impostos directos diminuem e não atingem a previsão orçamental.
A folha excel do Gaspar continua a não acertar.









PORTUGAL GRÉCIA NA DISPUTA DA CRISE


(Recebida por email)

TARANTINO EM PORTUGUÊS



(recebida por email)

(clicar sobre a imagem para aumentar)

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

(BOAS?) NOVAS

O Gaspar, por razões que só ele conhece (duvido que o Passos soubesse e/ou entedesse a coisa), obteve agora (sem pedir, claro, já que o 'porgama' vem sendo cumprido na íntergra) o alargamento do prazo de pagamento da componente europeia da dívida, nada se sabendo quanto à componente do FMI. Espero que tenha obtido uma descida nas obscenas taxas de juro. Porquê agora, é uma incógnita a ser cohecida brevemente.
Vai daí, o Gaspar já se sente com coragem para ir aos 'mercados' e amanhã temos um 'leilão' a 5 anos, cujos resultados já estão no bolso do Gaspar, uma vez que um sindicato bancário tomou firme a operação, a uma texa confrotável para ambas as partes.
Ainda bem.
A espada do TC está suspensa e não se sabe se vai po não cortar algum pescoço, pelo que é melhor prevenir do que remediar. E o Gaspar e a Merkel conhecem as regras, não é?

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

ESTÓRIAS DO ZÉ GIL

QUADRAS FESTIVAS




Gil Monteiro*



O mundo rural, e mesmo o citadino, vivia muito os acontecimentos relevantes ao longo do ano. Do género: “No Santo António (festas da cidade de Vila Real) hei-de comprar um cuco” – ocarina de barro pintado, que cheia de água, imitava o gorjeio dos pássaros; na romaria dos Remédios, vamos comprar bons melões; é preciso por mato (giestas e fetos) na rua enlameada, pois o Carnaval está à porta, e a canalhada precisa de brincar! Mas, eram as festas e romarias as datas mais marcantes. Até a pequenada ia amealhando uns tostões para, no meio da poeirada do bailarico da festa anual, poder comprar raminhos coloridos, com rebuçados dentro, e garrafinhas de refresco de limão ou, quando o dinheiro dava, os pirolitos!

As cavas e redras das vinhas acabavam pela Senhora da Ribeira, passando o pessoal a cumprir manhãs e tardes, com descanso nas horas de canícula ou a dormir a sesta. No tempo das malhadas, aparecia o bago pinto e os figos lampos, nos socalcos junto ao rio douro ou pinhão. Os momentos das vindimas iam chegar. Os familiares lisboetas ou portuenses viriam passar uns dias de férias (ainda não se falava em emigrantes, muito menos em turistas).

A quadra mais requerida era a do Natal! Não só os difíceis trabalhos agrícolas, podas e apanha da azeitona terminavam, como iam voltar as doçarias e os brinquedos! A confraternização dos jogos do rapa, dos confeitos e do pião estavam perto. Mas, o mais importante era o armar do presépio, na capela (grande) do local! Todos colaboravam na obra – novos, velhos, meninos e meninas. Ao colher musgo numa parede, despertei a hibernação de uma lagartixa!

Nem sempre havia uma fornada de pão na aldeia, no dia de representar os caminhos de Belém com a farinha. A Ana do forno oferecia os restos da gamela. As figuras bíblicas e rurais eram desempacotadas e complementadas, com outras adquiridas no bazar dos Três Vinténs de Vila Real.

Havia um ponto discutível: onde colocar, nos caminhos entre montes, os Reis Magos, pois só no dia de Reis chegavam à gruta do Menino Jesus?! Mais: como tinham de ir caminhando, eram mudados de posição!

Em terra fria transmontana, metia dó ver o Deus Menino apenas de fralda e rodeado de palhinhas centeias. Mas, na missa de Ano Novo, já estava tapado e resguardado da friagem do lajedo da Capela!

O Sr. Prior dava a beijar, desde o Natal aos Reis, diferentes figuras do Menino. Em Janeiro, tinha saial branco e ficava de pé na pedra de ara. Como cresceu tanto?!

A minha simpatia ia para o boneco de um pastor, a transportar ao ombro um cordeiro – lembrava o Sr. João de ceifões, vindo da Serra da Estrela, com as ovelhas em transumância e cães de coleira de pregos!

É curioso:

A maioria das festividades vão perdendo interesse ou mudando para outras. Os concertos musicais são um exemplo, ainda que as antigas bandas de música toquem nos coretos e acompanhem a procissão. A época natalícia vai-se alargando, e, os presépios, mesmo ao vivo, são cada vez mais numerosos, batendo a concorrência das bugigangas chinesas e os pinheirinhos enfeitados. Em novembro já há enfeites natalícios!

A Páscoa é e será sempre a Páscoa. O Domingo de Ramos, com os ramos de alecrim e hastes de oliveira, e a visita do compasso, renovam o tempo. Os campos floridos fazem pensar na Mãe Natureza.





Porto, 16 de janeiro de 2013







*José Gil Correia Monteiro

jose.gcmonteiro@gmail.com

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

O FMI não governa Portugal


Estou farto de ouvir e de ler notícias que dão a ideia de que estamos a ser governados pelo FMI e não por um governo cuja legitimidade resultou de eleições livres e democráticas,  sobretudo a partir do dia em que foi tornada pública aquela farsa da proposta para a reforma do Estado, que não é mais do que uma proposta para destruição do Estado Social. Até aqui dava a ideia que estávamos a ser governados pela Troika, mas agora já nem da dita se fala, mas tão só de um dos seus três elementos - o FMI. Ouvem-se e leem-se notícias como: “O Governo vai propor ao FMI que aceite que…, ou FMI quer casais taxados em IRS de forma separada”, etc., etc. É verdade que o FMI faz parte da Troika que nos está a dar ajuda financeira. Mas não nos dá dinheiro. Empresta-nos dinheiro, e a um juro altíssimo, praticamente usurário. Quer dizer, então, que o FMI não está a fazer-nos um favor, mas sim a fazer um negócio. E altamente lucrativo. Portanto, pode admitir-se que proponha medidas, mas não que as imponha. Até porque noutros países intervencionados, as propostas do FMI, postas em prática, revelaram-se um desastre. Que o diga a Argentina.
Mas, infelizmente, o nosso Governo que é cego, surdo e mudo, sabe que a política do FMI serve como uma luva para levar a cabo a senda da política neoliberal a que tanto aspira. Se o país e os portugueses empobrecem, pouco importa. Que se lixem os portugueses!

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Será que chegou a censura?


Tendo em conta a forte contestação que se gerou à volta da já célebre proposta do FMI para a reforma do Estado, o Governo e os partidos da coligação que o sustenta, resolveram começar a deitar poeira para os olhos dos portugueses, pensando, como sempre, que os portugueses são parvos. Puro engano. Os portugueses até já sabem que o dito documento foi encomenda do Moedas, em nome e em representação do executivo.
De entre as tais manobras de diversão, o Governo informou o país que a proposta do FMI serviria de documento de trabalho para discussão pública. Daí o primeiro-ministro ter encarregado uma ex-dirigente do PPD de organizar uma conferência sobre a reforma do Estado, de modo a mobilizar a sociedade civil para o tema. Pois bem, a conferência foi pouco ou nada pública. Não só porque os participantes não entraram livremente (foram todos escolhidos por convite), mas também porque a informação do que lá se passou não pôde ser dada livremente. Provavelmente com medo que “saltasse a tampa” a algum dos convidados, que o levasse a dizer coisas que a organização não queria que fossem divulgadas, os jornalistas foram informados que não eram livres de divulgar o que lá se passasse. Ou seja: naquela conferência não havia liberdade de imprensa. Ora: Se a sessão foi pública e não houve liberdade de informar, só podemos concluir que houve censura. Intolerável num Estado de Direito Democrático.
Com esta maldita política que nos está a ser imposta por este desgraçado governo, o nosso país está a empobrecer; o desemprego a aumentar; a educação e a saúde não serão para todos; a Segurança Social apenas servirá para pagar reformas de miséria. Só nos falta, realmente, a censura para nos compararmos aos piores tempos do Estado Novo. Mas, com este exemplo…, estaremos quase lá? Provavelmente não, porque o povo não vai deixar.    

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Jornadas Parlamentares do PS


O Partido Socialista iniciou hoje jornadas parlamentares dedicadas ao Estado Social moderno e solidário, cujas temáticas mais abordadas serão a Educação, a Saúde e a Segurança Social. Espero eu, e esperam muitos portugueses, que do debate entre os deputados e dos outros intervenientes das jornadas saiam as propostas alternativas do partido para uma verdadeira modernização do Estado Social, com a preocupação de o tornar mais eficiente, mas sem estar preocupado em cortar quatro, menos de quatro ou mais de quatro milhares de milhões de euros, embora se saiba que há gastos, ou melhor dizendo, custos supérfluos que têm de ser cortados.
Mas, eis que o tema da saúde só vai ser debatido amanhã e já hoje estalou discórdia. Álvaro Beleza coordenador para a área da Saúde diz que a ADSE deve ser extinta; Carlos Zorrinho (lá está o Zorrinho na polémica interna) diz que não; Correia de Campos, que já liderou o ministério da Saúde, diz que não, mas…, que qualquer coisa tem de ser feita. Ora, assim não dá PS. É perfeitamente natural que num partido plural surjam divergências. Mas não podem ser discutidas na Praça Pública. A discussão é interna. E, depois de dela “nascer a luz”, ou seja de serem decididas as medidas a tomar, o partido tem que falar a uma só voz. Os portugueses têm que sentir que o partido está unido e tem liderança. Acorda PS!    

Um "anão" que não se enxerga!


Há muito tempo que não leio qualquer coisa escrita por esse escriba de reles qualidade que dá pelo nome de José Manuel Fernandes. E se, por acaso, o vejo como comentador ou “paineleiro” de um qualquer programa de televisão (o que é raro), mudo logo de canal. Confesso que sou leitor diário do jornal Público, mas não olho mais do que um segundo para os artigos de JMF publicados nesse jornal, e sempre com vontade de os riscar e com pena de não poder utilizar a respectiva folha para uso higiénico, dada a falta de qualidade do papel.
Tomei conhecimento, através de alguns blogues, da indignação de algumas pessoas que, tal como eu, consideram indigno o ataque político vil e torpe perpetrado por JMF a Mário Soares, numa altura em que o ex-Presidente da República se encontra hospitalizado em consequência de uma súbita indisposição. Pelos vistos o tal escriba de reles qualidade criticou Mário Soares por ter sido hospitalizado no Hospital da Luz,   que é um hospital privado. Acha o escriba que Mário Soares devia ter ido para um hospital do Serviço Nacional de Saúde para dar o exemplo. Ninguém tem dúvidas o quanto Mário Soares apoiou, como primeiro-ministro, o seu ministro António Arnaut na criação do SNS. Mas isso não lhe tira o direito de, como qualquer outro cidadão, recorrer aos serviços privados de saúde. Por outro lado, Mário Soares está mais que habituado ao combate político com os seus adversários, mas sempre de forma leal e nunca, mas mesmo nunca, de forma cobarde. Ora, quem como JMF aproveita a hospitalização de um homem que está doente para o combater politicamente, é um cobarde. Podem muitos portugueses não concordar com Mário Soares e, por isso, nunca votaram nele. Mas respeitam-no pela sua história e pelo que ele fez pela democracia e pela liberdade. Só lhe faltam ao respeito os que têm saudades da ditadura, os que fazem parte da escória que gosta de se exibir nestas alturas e aqueles que comem na gamela dos poderosos e que acham que assim lhes agradam.
Que triste figura fez JMF. Quem pensa ele que é? Ao lado de Mário Soares é, como homem e como político, um anão. Será que o tipo não se enxerga.    

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

O "PROGRAMA"

"Este [relatório da troika] é o programa do governo, que o governo não quer assumir".

Pacheco Pereira, na Quadratura do Círculo

E tal programa já tinha sido anunciado há tempos por Marques Mendes numa intervenção de tv.
São necessárias mais explicações?
E o governo quer agora que a AR forme uma comissão, presidida pelo PS, para "estudar" o "programa"? Espero bem que o Seguro se segure e não embarque nessa.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Ninguém se queixa?


Entre os muitos disparates que o relatório do FMI tem, um deles refere que é preciso dispensar cinquenta mil professores. Gostava de perguntar ao inteligente(?) que concluiu esta medida, que critérios utilizou, já que o número referido deve rondar um quarto dos professores que leccionam no ensino público. Como era possível fazer tamanho rombo nas escolas públicas? Diminuíam à carga horária das diferentes disciplinas? As turmas passavam a ter 50 alunos?! E não só. Naturalmente que a medida atingiria professores com muitos anos de actividade e com idades de difícil acesso a outra profissão ou actividade. Que país é este que põe a hipótese de mandar para o desemprego cinquenta mil cidadãos muito qualificados? Os professores não têm a licenciatura do senhor Relvas, são mesmo licenciados e com vários cursos profissionais e acções de formação.
Mas, perante tal ataque aos professores, onde está Mário Nogueira e os outros líderes dos sindicatos e associações profissionais? Maria de Lurdes Rodrigues, que em meu entender foi uma boa ministra da Educação, foi confrontada com enorme contestação por ter posto em prática um sistema de avaliação de desempenho de professores. E agora que o Governo quer pôr na rua quase um quarto dos professores, não se ouve um queixume. Porquê; não é estranho?      

POESIA DO ZÉ GIL

SIM E NÃO




Sim será o fim?

A Terra continua a girar

Aquece, arrefece

E permite nadar!

Do zénite ao nadir

Esfera ao natural

Espaço da existência

Enquanto o Criador

Tiver paciência.

Apocalipse “now”

Tempo virá

Homo sapiens finará.

Correr montes e vales

É uma constante

Nos cerros em esse

O turista dirá “yes”.

São lixo pró Céu

Satélites, naves e foguetões

Preparam o Adeus?!

Almas sem massa

Etéreo onde tudo passa

Haverá sempre local

Para acolher a desgraça!



Porto, 4/1/13 jose.gcmonteiro@gmail.com José Gil

SEM PAPAS NA LÍNGUA



.
A gente (pobres e remediados, claro) paga isto tudo. São só mais uns trocos...
Irão processar o Coelho?

Que triste sorte a nossa!


É verdade que apenas conheço as propostas preconizadas no já famigerado relatório do FMI, pelo que ouvi e li na Comunicação Social. No entanto isso chega-me para dizer que não tenho palavras para o qualificar, a não ser que profira insultos e injúrias para quem o fez, tal são as medidas cretinas que, a serem implementadas, o que não acredito, iriam conduzir o nosso país em termos económicos e sobretudo sociais à desgraçada vida dos anos sessenta. E digo sessenta, porque com o desaparecimento político de Salazar o Estado Novo começou a fazer algumas reformas (embora ténues) em termos de Segurança Social e Ensino.
Mas pior e mais cretino que as medidas foi a forma como o Secretário de estado Carlos Moedas as comentou em conferência de imprensa. A indignação foi tal que até um dirigente de Lisboa do partido PPD pediu a sua demissão. Mas já sabemos que dignidade é coisa que a maior parte destes governantes não têm, a começar pelo primeiro-ministro, a quem a maior parte dos portugueses já perdeu o respeito. E do Presidente da República nada podemos esperar. Continua a ver passar navios em Belém, politicamente ausente. Aparece apenas de vez em quando e, quase sempre, para dizer asneiras. Que triste sorte a nossa!     

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

APELO

Depois das noticias transmitidas por um Secretário de Estado (!) referentes a um relatório de uns "técnicos" do FMI, resta-me fazer um apelo ao senhor Presidente da República no sentido de, mesmo antes de receber o acórdão do Tribunal Constitucional sobre o OE/2013, demitir este (embora seu) governo, por indiscutível inanidade e insanidade. Não queira mais uma enormíssima nódoa no seu currículo. Assuma-se, a Bem da Nação!

Inqualificável!


Hoje de manhã, bem cedinho, a TSF informou-me das propostas que o FMI propôs ao (infelizmente) nosso Governo para diminuir as despesas do Estado nos tais quatro mil milhões de euros, um valor que ao que tudo indica foi encontrado sem qualquer critério. São quatro, como podiam ser cinco, seis, sete ou mais, conforme o que viesse à cabeça, perdão, à tola do Gaspar. Não vou agora referir-me às coisas que ouvi que, de imediato, me puseram os cabelos em pé.
De qualquer modo, o que pretendo referir é o facto de o primeiro-ministro continuar a faltar ao respeito aos portugueses, pensando que os portugueses são parvos. Há dias Pedro Passos Coelho ao dizer umas “labecas” de circunstância, em momento festivo do “cantar das janeiras”, disse que brevemente estaremos a ver a luz ao fundo do túnel. Se, pelas circunstâncias da política corrente, quase ninguém acreditou, e ele sabe disso, muito menos alguém acredita que com as medidas hoje anunciadas até o primeiro-ministro acredite que tal seja possível. Então porque o diz? Porque não tem mais nada para dizer, já que naquela cabeça nada mais lhe ocorre. E, claro, só diz disparates. Nem sequer dá conta da falta de respeito para com os seus concidadãos. Nem tenho palavras para o qualificar!


terça-feira, 8 de janeiro de 2013

INCOMPETENTES?

Vai por aí uma barafunda por causa das máquinas, de que o mercado não dispõe, que devem emitir facturas, e a que ninguém escapa, ao que parece. Resta saber como vai ser nas roullotes das bifanas e couratos, na feira de Custóias e outras e na berma das estradas, como na zona da Póvoa de Varzim. "Duas couves galegas, dois quilos de nabos e um saco de batatas, com factuta, se faz favor". "Ó amigo, vá ali ao vizinho, que minha internet foi abaixo !".

Foi criado um Balcão Nacional de Arrendamento que não pode funcionar já, como era previsto, porque faltam umas quantas portarias e a fixação do seu quadro de pessoal. Nada de grave, portanto.

As empresas estão à rasca para processarem os vencimentos de Janeiro, uma vez que não sabem como vai funcionar essa coisa do pagamento dos subsídios de férias e de Natal. Também não conhecem ainda a tabela de retenção de IRS, mas isso agora não interessa nada.

Será que esta tropa fandanga que é suposto governar-nos sabe o que está a fazer para além da leitura atenta da cartilha da troika? Estes gajos alguma vez levantaram o cu dos cadeirões para conhecerem o país em que vivem?

Já começa a faltar pachorra para tanta incompetência.

Eu não votei na Troika


Fiquei perplexo quando li o título de uma notícia no Diário de Notícias on-line :” UGT diz que Troika rejeitou 18 dias de indemnização”. Mas ainda mais perplexo fiquei quando li o desenvolvimento da notícia. Fiquei a saber que os ministros governam de acordo com o que a Troika lhes manda fazer. Só assim se compreende que o ministro Álvaro a tenha consultado sobre o número de dias de compensação por despedimento a considerar no processo de revisão da legislação laboral. O ministro propôs 18; a Troika disse 12 e foram 12 os dias que o Governo, obedientemente, considerou na proposta de lei que entregou no Parlamento.
Pois bem, mas afinal quem governa; o governo ou a Troika? Se é a Troika, então o governo tem que lhe ceder o lugar de parceiro da Concertação Social. E o facto de a Troika representar quem nos empresta dinheiro para enfrentarmos a crise financeira, não lhe dá o direito de nos tratar como se fossemos uma colónia, sem qualquer autonomia para tomar decisões. E o memorando, que há muito tempo, pouco tem a ver com o que foi negociado, não pode servir de pretexto para Portugal seguir caminhos que não foram sufragados pelos portugueses. Eu, como todos os restantes portugueses, não votei na troika.


LIDO

«(...)  Nesse futuro imperscrutável, o  FMI pode dizer que a austeridade não funciona mas é para continuar porque sim. O PR pode dizer que a austeridade nos matará a todos mas é para continuar para evitar uma crise política. O PS pode dizer que esta austeridade é insuportável e que um dia vai fazer uma birra, olá se vai!... Nesse futuro insondável e irracional nem a lei da gravitação universal permite fazer previsões. O poder político já não atrai, mas repele. O Govern não quer o poder e a oposição também não, o PR ainda menos. Ou talvez não, não se percebe. E o Parlamento só passa espectáculos de circo, com Luís Montenegro, esplenderoso no seu dólmen vermelho e dragonas douradas, gordo como uma rã que quer ser tão gorda como um boi, a rir de satisfação em cima do seu elefante, enquanto Assunção Esteves, alheada do mundo, linda com a sua sombrinha nova, faz piruetas sobre o arame.
Neste mundo futuro é impossível perceber se os impostos vão deixar dinheiro suficiente às familias para elas comerem e poderem continuar a pagar impostos ou se Vítor Gaspar é mesmo o escorpião da fábula e nos vai obrigar a beber até à última gota a curva de Laffer (não é Laughter?) desatando a rir no fim, quando desaparecer numa nuvem de fumo verde e todos percebermos enfim que ele é o Joker do Batman, o psicopata apaixonado por charadas.
Neste futuro imperscrutável há umas escassíssimas certezas, que qualquer cartomante de feira pode garantir: os offshores vão continuar a mandar, o PSD e o CDS a obedecer, Seguro não saberá o que pensar e Relvas vai-se safar. (...)»

José Vítor Malheiros, in Público de hoje

REISADAS



Para quem não teve oportunidade de ouvir ou de ler, aí vai, copiado do jornal Sol  on-line, uma peça trágico-cómica, digna de vir a figurar numa futura Antologia:

«O primeiro-ministro desejou hoje que os portugueses em dificuldades consigam ver "a luz ao fundo do túnel" este ano e percebam que Portugal não está num "ciclo vicioso", mas a "vislumbrar a saída de um período difícil".


Pedro Passos Coelho deixou esta mensagem ao país depois de ouvir dois grupos folclóricos cantarem as janeiras, nos jardins da residência oficial de São Bento, em Lisboa, contestando assim a ideia de que a economia portuguesa está numa "espiral recessiva" defendida pelo Presidente da República, Cavaco Silva, na sua mensagem de ano novo.



"Aproveito esta oportunidade para, por vosso intermédio, desejar a todos, a todos mesmo, mesmo àqueles que gostam pouco do Governo, que tenham um ano à altura de todas as suas expectativas", começou por afirmar o primeiro-ministro.



Pedro Passos Coelho, que estava acompanhado pela sua mulher, Laura, deixou votos especiais para os desempregados, para os idosos e para aqueles que estão dependentes de outros.



Depois, dirigiu-se a todos os portugueses que vivem dificuldades, dizendo-lhes: "Que consigam vislumbrar ao longo deste ano aquilo que se chama a luz ao fundo do túnel, quer dizer, o motivo de esperança para perceberem que nós não estamos a iniciar um ciclo vicioso de que não conseguimos sair, mas apenas a vislumbrar a saída de um período difícil que estamos a completar, porque outra forma não há senão passar por ele e resolver os problemas".



Na sua mensagem de ano novo, o Presidente da República defendeu um ponto de vista diferente, afirmando que a economia portuguesa está numa "espiral recessiva, em que a redução drástica da procura leva ao encerramento de empresas e ao agravamento do desemprego", que é urgente travar.



Aos mais idosos, Passos Coelho desejou "que consigam ter das organizações não-governamentais, com quem o Governo tem tido um relacionamento muito próximo, a ajuda e o conforto que muitas vezes não têm do Estado ou da família que desapareceu".



Aos desempregados, que "possam ter a oportunidade de ter alguma formação e com isso valorizarem a sua experiência e poderem agarrar outras oportunidades de trabalho".



Aos que dependem de outros, "por deficiência que tenham, por algum azar maior", expressou o desejo de que "encontrem na família alargada do país a ajuda de que precisam".



Antes, o primeiro-ministro referiu que "Portugal vive dificuldades muito grandes", que 2013 será "o terceiro ano em que a atividade económica mais dificuldades enfrenta" e sustentou que o Governo PSD/CDS-PP que chefia tem estado a atacar "as causas dessas dificuldades".



Este ano, um grupo folclórico de Alvarães, concelho de Viana do Castelo, e outro de Nespereira, concelho de Cinfães, foram os escolhidos para cantar as janeiras nos jardins de São Bento no Dia de Reis, e Passos Coelho voltou a enaltecer esta tradição.



"Nós sabemos que, hoje em dia, estamos muito abertos a outras tradições que não são nossas. E volta, meia volta, durante o ano, acontece comemorarmos coisas que nos diziam pouco ou nada há alguns anos", observou o primeiro-ministro, considerando que é preciso acarinhar "as boas tradições portuguesas".



Lusa / SOL




segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

MAIS, LIDO




«Cavaco teve sempre razão»

Henrique Monteiro

9:00 Segunda feira, 7 de janeiro de 2013



«Uma das coisas que me fascina são pessoas que têm uma tal segurança nelas próprias que dizem raramente se enganar e nunca terem dúvidas (ou qualquer outra frase do género). Como dizia o outro, vocês sabem a quem me refiro...



Pois deu uma entrevista à edição semanal do Expresso onde afastou quaisquer responsabilidades pela situação atual do país. Já não têm dúvidas a quem me refiro...



Depois de 10 anos como primeiro-ministro e já lá vão sete como Presidente da República - refiro-me mesmo ao Presidente Cavaco Silva -, sem contar com os anos que influenciou a política portuguesa através de escritos, entrevistas, discursos e alertas (alguns com muita razão, há que reconhecê-lo), é absolutamente fantástico como repudia qualquer responsabilidade, a mínima na atual situação (embora, a custo, reconheça que é sempre possível fazer melhor). Eu não pretendia que ele dissesse que tem a principal (porque não é verdade), nem que é dos principais responsáveis (também não será e é normal que não se sinta assim)... Mas não ter nenhuma? Isso, sim, é obra. Isso é admirável. Gostava de ser como ele... Juro!»

-
.

LIDO

«A tragédia de Cavaco e a comédia de Seguro



Os deputados comunistas e bloquistas assumem hoje o papel de protagonistas no terceiro ato desta espécie de tragédia à grega em que se transformou a política portuguesa. Juntarão, ao rol de malfeitorias inconstitucionais do Orçamento do Estado para 2013, pelo menos mais uma: o fim da progressividade no IRS.



O espetáculo vai decorrer, tal como os atos anteriores, no anfiteatro que dá guarida aos juízes do Tribunal Constitucional. Sendo que estes, que deveriam ser apenas uma espécie de técnicos de som e de luzes da democracia, serão obrigados a subir ao palco no quarto e decisivo ato de uma tragédia com autoria tripla: Passos, Gaspar e Portas, este no papel de idiota útil.



Não se infira do que foi dito uma crítica aos protagonistas do terceiro e quarto atos. São os únicos que representarão com decência o seu papel. Comunistas e bloquistas limitam-se a ser consequentes. Ainda não entusiasmam a maioria da audiência, mas demonstram mais sintonia com o pulsar dos espectadores do que aqueles que costumam arrebatar os papéis principais. Os juízes, por sua vez, só participam por óbvia desistência de outro ator político.



O presidente da República, ator e solista do primeiro ato, decidiu que o melhor é ficar de bem com Deus e com o Diabo, retirando-se com a peça em suspenso. O Orçamento é inconstitucional, é injusto e vai provocar uma espiral recessiva, traduzida em mais desemprego e falências. Trágico, portanto. Mas... antes aprovar um Orçamento assim, que causará tanta tragédia, mais uma vez à grega, do que enfrentar a Troika (o Diabo). E para que o Povo (Deus), que tantas vezes lhe rendeu aplauso, o não condenasse, declamou um das melhores e mais inconsequentes peças de retórica alguma vez escritas. Intitulava-se Mensagem de Ano Novo, mas estava prenhe do maior defeito do velho Cavaco: o que interessa é sair incólume da história.



P.S.: Não por acaso omite-se da parte principal deste comentário aos desempenhos na tragédia a prestação do protagonista do segundo ato. O líder socialista provou mais uma vez a sua irrelevância, já não apenas de conteúdo, mas também cénica. Seguro subiu ao palco, é verdade, mas sempre protegido pelo pano e imitando, já sem brilho e ainda menos brio, a prestação de Cavaco. Talvez o socialista aprecie mais a comédia. Dá-se o caso de que, para essa, acabou o dinheiro.»

.

Rafael Barbosa, in JN de hoje



sábado, 5 de janeiro de 2013

RECADOS

O Gaspar, pela voz do Secretário de Estado do Orçamento, Luís Morais Sarmento, já enviou um recado ao Tribunal Constitucional: se for encontrada qualquer sombra de inconstitucionalidade no OE, o país não poderá cumprir o programa de ajustamento a que está obrigado. Logo, digo eu, vejam se têm juízo e não nos/lhes tramam a vida...

Não diga asneiras, Dr Catroga!


Pensei eu e pensou muito boa gente, que o Dr Catroga (esse mesmo, o dos pintelhos) estava quietinho e caladinho, sentado no seu cadeirão, a pensar no que fazer com os mais de seiscentos mil euros que aufere por ano, sem nada fazer. Mas enganámo-nos. Catroga que gosta de dizer coisas, falou. E, mais uma vez, disse asneiras. Esqueceu-se que Portugal é um Estado de Direito Democrático e que, por isso, os governantes têm que exercer o poder de acordo com as leis, nomeadamente com a Constituição que é, por assim dizer, a “lei das leis”. Ora o Dr Catroga resolveu dizer uma bojarda: se o Governo não pode tomar algumas medidas por serem inconstitucionais, então …, altere-se a Constituição. Provavelmente o Dr Catroga lembrou-se que era assim que o Dr Salazar fazia. Mas, o Dr Salazar não governou um Estado de Direito. Governou uma Ditadura ou, se quisermos, governou um Estado Autoritário. E eram outros tempos.
Já agora, um conselho: Não diga mais asneiras, Dr Catroga!

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Negociar com trapaceiros; até quando?


A UGT e particularmente o seu Secretário-Geral João Proença sujeitaram-se às mais contundentes críticas dos diversos sectores da sociedade portuguesa, sindicais e outras, pelo facto de ter assinado um acordo de concertação social numa altura difícil, com muitos trabalhadores a caminho do desemprego e com muita gente a cair na pobreza.
Pois bem, de entre muitas outras coisas negociadas e aprovadas, a UGT conseguiu com que o número de dias de indemnização por despedimento reduzisse para vinte e não para doze como o Governo queria. É evidente que, em contrapartida, teve que deixar cair outras reivindicações.
Na sua mensagem de Ano Novo o Presidente da República veio chamar a atenção para a necessidade em haver diálogo entre forças políticas, parceiros sociais e outras entidades. Porém, o Governo, se calhar arreliado com o teor da mensagem de Cavaco Silva, e com vontade de lhe fazer de imediato uma afronta em jeito de vingança, entrega na Assembleia da República uma proposta de lei que, faltando à palavra dada, dá o acordado por não acordado e pretende voltar aos doze dias de indemnização. A isto, meus amigos, chama-se trapaça. Atitudes destas são próprias de gente sem palavra com quem não se pode negociar. Espero que João Proença e a UGT tenham aprendido a lição e não mais negoceiem com este tipo de gente que, desgraçadamente, nos governa. Até quando?   



Ainda a mensagem de Cavaco


Embora possa parecer um bocadinho fora de tempo, quero comentar a mensagem de Ano Novo que o Presidente da República dirigiu aos portugueses.
Estava a ouvir Cavaco Silva e, de certo modo surpreendido pela positiva, exclamei: “Afinal Cavaco está vivo”. É claro que todos nós sabíamos que o homem estava fisicamente vivo e de boa saúde. Mas como, apesar dos inúmeros apelos que directa ou indirectamente lhe eram feitos para se pronunciar, nada se lhe ouvia, começou a correr nos comentários políticos de ocasião a ideia de que, em termos do exercício das suas funções, Cavaco Silva portava-se como se estivesse morto.
Devo confessar que nunca pensei ver e ouvir Cavaco tão próximo das posições do PS e tão longe das posições do Governo. Cavaco teve mesmo momentos em que foi muito duro nas críticas que fez, quando disse que este processo de reduzir o défice se estava a tornar socialmente insustentável, ou quando afirmou que somar austeridade à austeridade “é um círculo vicioso que temos de interromper”.
Mas a determinada altura interroguei: Se o Presidente tem de facto dúvidas sobre a constitucionalidade de partes do Orçamento e se está a ser sincero e não hipócrita, porque é que promulgou o Orçamento; para agradar à Troika? Mas não é suposto que o Presidente tem é que agradar aos portugueses e defendê-los destas mal feitorias desta maldita austeridade?
De qualquer modo já poderemos dizer que Cavaco Silva já não está só em Belém a olhar para o Tejo a ver passar navios. Pelos vistos já vai ouvindo as notícias, pois como sabemos não gosta de ler jornais, como ele disse em tempos.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

CAVACO FALOU E DISSE...

...e ainda mandou uns quantos recados à esquerda e à direita.
Mais disse que o OE para o próximo ano não é bem aquilo que ele entende como constitucional e, por isso e após a promulgação, vai perguntar ao TC se está certo ou errado no seu entendimento. O TC vai 'acordar' que sim, que ele está certo e, portanto, para o próximo ano as coisas não podem ser assim, há que mudar alguma coisa para que tudo fique pior. E lá para o dia 10 de Junho, no discurso oficial da data, relembrará, ancho, as dúvidas manifestadas na sua mengem de Ano Novo. Ficaremos todos contentes por termos um presidente previdente e sábio, que só quer o nosso bem estar e qual bom pai de família nos avisa dos perigos que corremos se não nos portamos bem. Mas isso são outros quinhentos que para agora não interessam nada.