sábado, 31 de maio de 2014

CONTRIBUTOS EXTERNOS

Mais um contributo do Henrique Antunes Ferreira



A tremenda derrota do (des)Governo

Por Antunes Ferreira

As eleições para o Parlamento Europeu tiveram os resultados que tiveram, já mereceram a maior (exagerada?) atenção dos comentadores políticos, mas, indubitavelmente a vitória do Partido Socialista foi o me mais motivou os especialistas – sabe-se lá de quê, embora todos digam que o são politicamente – a emitirem as respectivas opiniões, autoconsideradas as mais correctas e esclarecedoras.
Mas, sem margem para dúvidas, desde logo um ponto suscitou as críticas mais azedas dos fazedores de opinião (temos de começar a substituir denominações e expressões tais como opinion makers): a euforia de Francisco Assis, imediatamente após terem sido conhecidas as primeiras projecções dos resultados, que foi acompanhada pelo secretário nacional do PS, António José Seguro.
Isto porque a  eufórica vitória alcançada contra a direita, se veio concretizar nuns escassos 3,7% sobre o alcançado pela coligação Aliança Portugal composta pelos dois partidos que aguentam o Executivo encabeçado por Pedro Passos Coelho. Estava aceso o rastilho da bomba que se supunha ser a vantagem bastante mais substancial do PS e no que, ao fim e ao cabo, dera o que Mário Soares consideraria uma vitória de Pirro.
Mas, no meu modesto entender, tapou-se o céu com uma peneira, uma vez mais. Enquanto se discutia o resultado dos socialistas, a fragmentação dos resultados, a ascensão meteórica do Partido da Terra, que obteria dois lugares no anfiteatro de Estrasburgo, porque Marinho e Pinto, o iconoclasta ex-bastonário da Ordem dos Advogados veio abanar o statu quo da política à portuguesa, a subida acentuada dos comunistas e a queda dos bloquistas, a maior percentagem de sempre de abstenções, etc. esqueceu-se um facto que me parece extremamente relevante.
Socorro-me da matemática e da estatística, matéria em que sempre fui quase um zero à esquerda da vírgula. Mas a ousadia dos que pouco sabem leva-me a enunciar a minha teoria. O universo dos Portugueses que votaram, para efeitos de percentagens, representou 100%. Se me engano, peço o favor de me corrigirem, obrigado. Desses 100% a Aliança Portugal obteve quase 28%. Daí que, contra ela se tenham verificado, mais coisa, menos coisa, 72%. O que quer dizer que estas eleições europeias, que em Portugal eram, sobretudo, para avaliar o comportamento do (des)Governo PSD/CDS-PP, se saldaram por uma enorme derrota para esta coligação da direita..
A rejeição desse caminho abstruso que se consubstanciou na terrível austeridade praticada e avalizada pela troika nacional (Cavado, Coelho e Portas) e nas consequências funestas para (quase) todos os Portugueses foi repito  e sublinho, uma tremenda derrota para Belém e São Bento. Sobre isto, não me parece haver dúvidas, ou então, como diz a vox populi, a matemática é uma batata…

É sabido que esses resultados originaram um imbróglio no Partido Socialista, cuja dimensão se poderá avaliar melhor depois da reunião de hoje da sua Comissão Nacional. O largo do Rato é, assim, hoje, o patamar de uma escada que começou no Hotel Altis e poderá chegar sabe-se lá onde. Talvez ao Congresso do PS em que os dois Antónios dirimirão forças para saber qual deles sai, qual deles entra. O que está em causa, como se sabe, é a liderança do partido da rosa, mas que continua a ser, presumo, também o do punho erguido.

EFEMÉRIDES


Neste dia, em 2010, morre o cantor de tango e bandeononista Rúben Juárez

sexta-feira, 30 de maio de 2014

REPETENTES

O governo Passos-Portas, sem emenda, continua a repetir os Orçamentos inconstitucionais. 
E, embora com uma confortável almofada financeira, pela qual estamos a pagar elevados e desnecessários juros aos suspeitos do costume, lá virão dizer que os desvios provocados pela decisão do TC vão provocar um novo aumento de impostos, provavelmente do IVA.
Em Belém, porém (e rima) sua excelência continua de boa saúde, embora não se tenha lembrado de requerer, ele próprio, na devida altura, a apreciação prévia ou posterior da constitucionalidade do diploma. Minudências que agora não interessa recordar. Há que deixar o homem acabar o seu mandato com dignidade (quando e a quem já ouvi isto?).

CONTRIBUTOS EXTERNOS

Crónica gamada, com a devida autorização, ao blogue A Minha Travessa do Ferreira, do Henrique Antunes Ferreira



A QUANTO OBRIGAS


Vem

o Santo


António…



Antunes Ferreira
Desce a escada, põe-a ao ombro, leva-a para o camião, senta-se na beira do passeio e acende um cigarro; na embalagem lê-se em letras carregadas FUMAR MATA,
mas que se lixe. Fuma desde os oito anos, começou com barbas de milho enroladas em papel de jornal, vai com quase cinquentas e ainda não morreu. Puxa uma fumaça, depois outra, e levanta os olhos. No candeeiro, no topo dele, está a grinalda que acabou de colocar. Um vento temporão arrancou parte dela. Porra!, fica assim.

Os santos que dizem populares vêm a caminho, para o Santo António falta pouco mais de duas semanas. Os arquinhos, os balões, a sardinha assada ainda não estão na pole position, mas nas boxes aquecem os motores a carrascão. O povo diz que a procissão ainda nem saiu do adro e ele ali, desencantado, está-se nas tintas para o António, para o João e para o Pedro, que se lixem. Mas as ruas têm de ser já engalanadas, arrota o presidente da Junta que candeia que vai à frente alumia, ele diz alumeia, e ninguém discorda, muito menos na corte celestial, pois São Bento também diz o amém.

Fábrica fechou
A fábrica fechou, os patrões cavaram, as máquinas também, os piquetes chegaram atrasados para impedir a fuga de uns e das outras, não houve cartazes que lhes valessem, a CGTP e a UGT mandaram um tipo e uma gaja para nada fazerem e só falarem para as câmaras das televisões. Ele, diplomado em finanças, director administrativo, estava entre os desempregados que o interrogavam primeiro com cenho franzido, será o gajo do inimigo, espião avençado, mas em seguida com olhares cansados da revolta, à espera de que ele fizesse – o quê?

Depois os pulhas que estão em Belém e São Bento e por Lisboa fora tinham decretado que o subsídio de desemprego fosse restringido e só concedido em determinadas situações. Reformas, aposentações, pantufas, banco de jardim, bisca lambida paraquedizavam-se num horizonte carregado de nuvens negras prenunciando raios e trovões sem recurso a guarda-chuvas. O desemprego galopava e os velhos (a partir dos quarenta anos) faziam contas ao futuro.

Apaga a pirisca e atira-a para a sarjeta, errando qual escarro mal endereçado por falta do código postal. No camião o colega ressona, já leu A Bola, a selecção estagia em Óbidos, faltam uns quantos, o Cristiano Ronaldo e o Pepe e o Coentrão que jogaram a final na Luz e até ganharam a Champions. Uma merda, a malta apanhou logo a Alemanha no grupo da morte. Já não bastava a Merkle. E os Estados Unidos e o Gana. Foda-se. 

Quem devia marchar eram os de Belém & São Bento
E como veio ele, doutor e tudo, parar aqui, servidor precário duma Junta de Freguesia? A colocar festões para os santos ditos populares? Populares uma gaita; porque não conseguira outro trabalho, estava velho… nos quarenta e sete. As sardinhas estão pela hora da morte, os balões só de loja chinesa bem como as grinaldas, e quanto aos foguetes o poder tinha-os apagado por falta de verba. As marchas devem sair, mas quem devia sair era a corja no poleiro, esses marchavam bem.  que E o senhor presidente da Junta, dizem que meteu ao bolso umas notas gradas, comprou o material sem factura nem número de contribuinte, não concorre ao automóvel topo de gama semana a semana, mas o que lhe calhou já lhe canta no bolso.

Durante dois anos a andar aos caídos, com a filha na faculdade e o filho a acabar o liceu - ele ainda diz assim, à moda do antigamente -, foi-se safando porque a mulher estava no Ministério das Finanças (ironia suprema, ambos se tinham conhecido no então ISCEF) como chefe de repartição. Mas, num daqueles rasgos geniais do Gaspar, fora aconselhada a meter a reforma, porque com o que chamam agora o sacana do downsizing, poderia ser considerada excedentária e achar-se um dia no olho da rua como ele. Saiu pelo pé dela directamente para o reforma, velha de quarenta e seis anos, procurar emprego nem pensar. E além disso com a pensão. 

Portas & Coelho
Mas até nessa situação foi roubada, o Estado que se dizia pessoa de bem, marimbou-se na Constituição e no contracto que fizera com os funcionários, aliás trabalhadores da Função Pública, modernice, e vá de cortar nas reformas que se presumiam sagradas. Este Governo dos senhores Coelho e Portas e outros sequazes tornou-se quadrilha dos quarenta ladrões, embora ninguém saiba onde mora a caverna carregada de euros.

O pior, o Ali Babá, o maior culpado destes tempos do 25 de Abril – ainda se recordam do que foi, é e será? - também os roubou: Cavaco Silva, 
O rapaz
de Boliqueime
vingativo, emproado, múmia, padrinho do Executivo da sua cor nem tem comparação com o Tomaz: consegue dar mais gafes do que o último dos presidentes do salazarismo/marcelismo, tal a quantidade de bacoradas em que é especialista. 
Falava-se na dona Gertrudes, mas a dona Maria (II), sobrinha do hospedeiro do quarto alugado em Campo de Ourique pelo rapaz de Boliqueime e que com ele casou, ultrapassou na burrice e no maneirismo a esposa do almirante de triste memória.

Senta-se ao lado do motorista, abana-o para o acordar, ó meu sacana a Junta não te pagar para dormir e arrancam. E dá por si a pensar no downsizing, que em português quer dizer  achatamento ou diminuição de tamanho e é uma das técnicas da Administração dos dias de hoje, que segundo os bandidos tem por objectivo a eliminação de pessoal dito desnecessário, para manter os lucros ou aumentá-los, pois ela é focada no centro da pirâmide hierárquica, ou seja na área de tramar o pessoal, a que chamam recursos humanos e da qual não há... recurso.
só as que a Câmara persiste em casar
Chegam ao novo candeeiro. Repete a celebração, o ritual da escada, grinaldas, vento, etc. Na rádio do camarada condutor uma voz esganiçada regouga que “vem o Santo António, depois São João, depois vem São Pedro, para a reinação”Um tipo passa num triciclo motorizado, com vasos de manjericos ainda sem bandeirinhas. Os desgraçados também estão caríssimos e já não casam ninguém. A não ser as noivas que a Câmara Municipal persiste em matrimoniar.

JORGE JESUS

Jorge Jesus lamentou esta noite as críticas que lhe são feitas por fatores que nada têm a ver com a sua qualidade enquanto treinador de futebol.
Em entrevista à televisão do Benfica, o técnico afirmou que «não é o Eça de Queirós» e que estudou para ser treinador de futebol pelo que é por isso que deve ser julgado. Jorge Jesus defendeu ainda que não devem avaliá-lo por «dar de vez em quando algumas calinadas tal como todas pessoas que estão expostas a falar todos os dias» à comunicação social.

TSF online

Iletrado, como reconhece, será, mas parvo é que não é. 
Um dia ainda vai surpreender muita gente com a sua auto-biografia, escrita pelo seu próprio punho e com gravuras da Paula Rego, vão ver.

MEMÓRIAS


Neste dia, em 2007, morre Jean-Claude Brialy, actor francês 

quinta-feira, 29 de maio de 2014

É isto que a Direita não quer

Aparecem agora algumas figuras, melhor dizendo, alguns figurões da Direita a criticar António Costa por este ter dito estar disponível para assumir a liderança do Partido Socialista e querer mesmo ir a eleições e a debater num Congresso o futuro próximo do partido. É verdade que os que se têm manifestado mais pertencem aos sectores mais trauliteiros, quer do PPD quer do CDS, nomeadamente Nuno Melo, aquém já vi referenciar como o dandy de Joane, e Luís Filipe Menezes que quer mostrar aos seus que está a erguer-se da derrota humilhante que sofreu na eleição para a Câmara do Porto.
E pergunta-se, porque está a Direita com medo de António Costa? Porque eles sabem que António Costa tem outra capacidade para mobilizar o país e atrair apoios para os mandar borda fora, pôr os portugueses no primeiro lugar das suas preocupações e preocupar-se menos com os agiotas do sistema financeiro. Também sabem que tem coragem para falar aos líderes europeus sem subserviência e, pelo contrário, bater-lhes o pé.  

É isto que a Direita não quer. 

Abre os olhos Tozé!...

Quando na noite das eleições Jerónimo de Sousa anuncia que o Partido Comunista vai apresentar no Parlamento uma moção de censura ao Governo, António José Seguro instado a pronunciar-se sobre isso disse que avançar com uma moção de censura era um frete ao Governo. No dia seguinte, certamente sentindo-se já entalado por alguma contestação interna, “vira o bico ao prego” e diz que vai votar a favor. Ora, apresentada a moção, fica a saber-se que os Comunistas, tal como já é esperado, ataca o PS. E agora, Tozé? Vais aprovar uma moção de censura ao Governo, mas também ao PS? Oh Tozé: Não conheces os comunistas? Não sabes que são os maiores inimigos do PS por causa da sua sobrevivência?

Abre os olhos Tozé!!...

E as derrotas dos aparelhos?

Nas eleições de Domingo passado houve estruturas partidárias que também foram derrotadas e de cuja derrota não se fala. Refiro-me às derrotas dos chamados aparelhos partidários. Aliás, já as eleições autárquicas nos tinham mostrado que os aparelhos podem ganhar eleições nos partidos, mas não ganham eleições. Que o diga o aparelho partidário do Porto do PPD, que impôs Luís Filipe Menezes para candidato à Câmara da cidade e, o resultado viu-se. Menezes levou uma sova: de triunfal vencedor virtual a derrotado humilhado!
Mas se dúvidas ainda houvesse, o fenómeno Marinho Pinto, também o fenómeno Partido Livre e a enorme abstenção, em contraponto com os fracos resultados de PS PPD CDS e Bloco, mostram que o Povo se está nas tintas para os aparelhos. Estes podem manobrar (e de que maneira!) nos partidos as escolhas dos seus dirigente, mas não o manobram na sua vontade. Ganha eleições quem o Povo quer!


MEMÓRIAS






Neste dia, em 1982, morre Romy Schneider, acrtiz austríaca

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Será o início de um novo ciclo?

No Domingo, mal vi as primeiras projeções sobre o resultado eleitoral, fiquei logo com a ideia que se confirmariam as minhas previsões: O PS ganhava, sim, mas não atingiria um resultado que lhe permitisse a partir de agora editar uma agenda política, cativar um grande número de portugueses e com eles enfrentar esta tropilha que nos governa, e pressionar o Presidente da República (infelizmente, apenas o Presidente de alguns portugueses) a tomar consciência de que o Povo não os suporta mais.
Por isso, fiquei boquiaberto quando ouvi (sobretudo a parte final) a intervenção de Francisco Assis. E pior, muito pior fiquei quando ouvi António José Seguro e vi toda aquela festa que ia pelo Hotel Altis. Pensei: Será que estou a sonhar? Senti que não, quando comecei a ver e ouvir os comentários de alguns comentadores, mesmo os que têm afinidades com o partido. Então exclamei: “Desçam à Terra; o pior cego é aquele que não quer ver”!
Começava a ficar um pouco angustiado com o resultado eleitoral, que a repetir-se em eleições legislativas tornaria o país ingovernável, quando dei conta que na SIC-Notícias começava uma edição especial do programa “quadratura do círculo”. Não hesitei em vê-lo. António Costa intervém; faz uma análise para mim perfeita dos resultados; opina o que o PS deve, ou melhor tem que fazer. Começo a ver uma luz ao fundo do túnel, e sai-me: eh pá, avança; toma conta barco! E fui deitar-me com alguma esperança.
Com mais esperança fiquei quando no dia seguinte ouço as opiniões de alguns socialistas ilustres e, de entre elas, a de Mário Soares. Pensei: Nada vai ficar como até aqui.

Ontem, ao fim da manhã, cai uma mensagem no meu telemóvel a dizer: António Costa avança para a liderança do PS. Até que enfim. Será o início de um novo ciclo se os militantes do Partido Socialista não meterem a cabeça na areia! Para bem do Partido e sobretudo do País. 

terça-feira, 27 de maio de 2014

Eleições Europeias de Domingo

Faço parte do número de portugueses para quem os resultados das eleições europeias de Domingo passado não foram surpresa, a não ser o resultado inesperado do MPT, leia-se o partido de Marinho Pinto.
Era um dado adquirido que o PS iria ganhar as eleições, que a Direita, escondida numa coligação a que cinicamente chamaram Aliança Portugal, iria ter uma derrota, que o PCP, perdão a CDU, iria subir a sua votação e que o Bloco de Esquerda iria dar um trambolhão. E, é claro, mais a mais tratando-se de eleições europeias, contava-se com elevada abstenção. Alguns diziam que Marinho Pinto talvez fosse eleito. A grande dúvida era saber por quantos o PS ganhava.
 Confirmou-se a vitória do PS, a derrota do Governo, a subida da CDU e o trambolhão do Bloco. Mas, houve uma enorme surpresa: Marinho Pinto atingia os 7%, o que desde logo confirmava a sua eleição e a possibilidade, entretanto já confirmada, de eleger um segundo eurodeputado.
O que quer tudo isto dizer? Que o Povo não quer Passos & Portas e seus séquitos. Que, dando a vitória ao PS, sim, mas por apenas menos de 4 pontos de diferença e por muito menos votos do que nas autárquicas, ainda não confia nele. E que o descontentamento mostrado foi, sobretudo para Marinho Pinto, para a CDU, e talvez em alguns distritos para o Livre. E o Bloco? O Bloco entrou “no “início do fim”.
De realçar que resultado semelhante em eleições legislativas tornariam o país ingovernável. E o PS, ou melhor dizendo, os seus dirigentes, parece que não deram conta disso. Por favor, caiam na realidade, para bem de Portugal e dos portugueses.


... não está boa da cabeça

Esta Direita neoliberal que desgraçadamente nos governa, para além de tudo, não está boa da cabeça. Ainda há dias festejavam a saída da Troika, com “champagne”. Ficou célebre aquela cena de Nuno Melo que, após ter bebido por uma garrafa, se virou para Paulo Rangel e lhe disse: se não tiveres nojo, bebe. E Rangel bebeu. No entanto, fiquei com a ideia que Rangel tinha mesmo nojo do Melo mas…, na campanha eleitoral fazem-se todos os sacrifícios.
Mas, como classificar toda aquela festança da parte de quem tudo fez para que a Troika viesse, que se vangloriaram de terem aprovado todas as medidas que faziam parte do memorando, e que chegados ao poder (com a ajuda de Cavaco Silva, do Partido Comunista e do Bloco de esquerda) logo apregoaram que estava ali o seu programa de acção governativa? E mais, que logo anunciaram que era preciso ir para além delas! Só há uma forma de perceber aquela cretina satisfação com a saída da Troika: aquela gente não está no seu perfeito Juízo! Ou então, pensam que os portugueses são saloios.
Também, perante os miseráveis resultados que tiveram nas eleições de Domingo para o Parlamento Europeu, aqueles tipos, apareceram a falar com cara de safados e a dizerem mais ou menos isto: “Ora bem, votaram poucos; nós perdemos, mas por pouco; o PS ganhou, mas não pode cantar vitória; por isso nada vai mudar; cá continuaremos a nossa cruzada”. Só que a cruzada deles é infernizar a vida dos portugueses.
 Agora, pergunta-se: Como é possível que os eleitores tenham dito “não queremos esta gente a governar-nos” e tudo vá continuar na mesma? A resposta é: temos um Presidente da República que pouco mais é que uma “peça decorativa”. Para nossa desgraça.

Entretanto repito: esta Direita neoliberal não está boa da cabeça!

MEMÓRIAS


Neste dia, em 1840, morre Nicolo Paganini, compositor e violinista italiano

PS

Diz que o PS vai reunir, no próximo sábado, a sua Comissão Política. Para análise dos resultados eleitorais, suponho.
Se, no final, vierem confirmar que estão todos muito satisfeitos com a "enorme" vitória obtida e que outras idênticas se seguirão, não abro a garrafa de espumante que tenho no frigorífico. 

segunda-feira, 26 de maio de 2014

O PS E AS EUROPEIAS

O PS, de Seguro, com Francisco Assis como cabeça de cartaz, ganhou as Europeias. 
Ponto. 
Ponto?!
A abstenção foi enorme, por razões que os comentadores e politólogos nos irão explicar. Por mim, não entendo como as pessoas se alheam do acto, mesmo tratando-se de uma eleição que pouco lhes diz, com culpa para os concorrentes que não tiveram qualquer acção pedagógica e se limitaram a soezes insultos de ordem pessoal. É que também na "Europa" se decide muito das nossas vidas...
A direita, em coligação e no governo, teve um resultado miserável, vergonhoso. 
Contudo, o PS não conseguiu recolher os votos dos descontentes e ganhou pouco mais que à tangente, deixando fugir para as margens os votos que deveria, obrigatoriamente, recolher.
Ou o PS faz introspecção e clarifica o discurso, ou arrisca-se a ser cilindrado nas próximas legislativas. Com a actual liderança não me parece que a nau alcance porto seguro e corre o risco de se tornar irrelevante no espectro político português, a exemplo de outros países europeus.

O CHERNE DURÃO

Elites políticas e financeiras deixaram de ser credíveis aos olhos do cidadão, lembra Durão


TSF online

Este cherne estará a ver-se ao espelho? E só depois de mais de 40 anos de "actividade" é que o sujeito se apercebeu do descalabro para fomos conduzidos? Por ele e por uns quantos mais apaniguados. Haja decência.

BEM NA VIDA

Ainda há gente feliz por esse país fora.
Jogaram na raspadinha, no euromilhões ou saiu-lhes um Audi na factura do gás?
Ou por ali não há velhinhos, pensionistas, desempregados e afins? Seja como for, estão bem na vida. Felizmente.

Algumas votações nas eleições de ontem, na coligação de direita (valores em percentagem):

Arouca - 47,59
Sever do Vouga - 47,89
Murtosa - 52,13
Oliveira do Bairro -  56,70
Vagos - 60,37
Terra de Bouro - 46,58
Vila Verde - 53,44
Oleiros - 53,10
Sertã -45,98
Vila de Rei - 50,41
Vimioso - 48,27
Alvaiázere - 57,96
Pedrógão Grande - 44,64
Pinhel - 44,70
Póvoa de Varzim - 42,39
Boticas - 58,63
Mondim de Basto - 45,76
Valpaços - 58,60
Vila Pouca de Aguiar - 42,26
Armamar - 43,71
Castro Daire - 42,68
Oliveira de Frades  - 44,55
Sátão - 48,68
Sernancelhe - 56,52
Vila Nova de Paiva - 51,09

Fonte: Jornal de Notícias

TAÇA EUROPEIA

Pronto, les jeus soint faits, até ver.
A equipa Segura, pouco segura no ataque e débil e vacilante na defesa, ganhou à rasquinha, em cima do minuto 30+2 do prolongamento.
O grupo do casal Pedro-Paulo apanhou uma abada das antigas, como há muito não se via, estando à beira da eliminação, a não ser que o árbitro belenense comece a expulsar os jogadores da equipa adversária.
O clube do apache Jerónimo obteve um bom resultado, dando de barato que a claque dos antagonistas preferiu ver o jogo pela TV e fumar uma cachimbada. 
Já o clube do Marinho da Pinta conseguiu um resultado inesperado face a um Bloco muito baixo e pouco agressivo, demasiado bicéfalo (ou acéfalo?), que se encontra em vias de despromoção.


domingo, 25 de maio de 2014

QUÊ...?

Quê, a esta hora ainda não foi votar? Está à espera de quê? Que eu vote e resolva por si e depois queixa-se? Mexa-se, porra!

MEMÓRIAS


Neste dia, em 1954, morre Robert Kapa, foto-jornalista húngaro

sábado, 24 de maio de 2014

COMO DIZ?

Sem fazer quaisquer críticas ao modo como decorreu a campanha eleitoral, Cavaco Silva preferiu salientar que este "foi o tempo em que as diferentes forças políticas tiveram a oportunidade de esclarecer os portugueses, de forma serena e elevada, com sentido de responsabilidade, sobre os desafios que a Europa irá enfrentar nos próximos anos e sobre o papel que terá o Parlamento Europeu neste momento histórico de enorme importância para todos nós".

Expresso online


Não ouvi a comunicação de Cavaco, mas lendo o que acima está escrito, diria que o homem ainda não recuperou do jet lag chinês. 

REFLEXÕES

E então, já reflectiu? Tem pouco tempo para o fazer, já que a final da chamada Champions está prestes a começar e depois já não pode reflectir.

REFLEXÕES EUROPEIAS

Hoje é dia de reflectir. Reflectir muito e com muita calma sobre os programas apresentados pelos partidos e coligações às Europeias. Por mim, vou ter que reflectir muito, confuso que estou quanto à destrinça dos grandes princípios que apresentaram, tão profundos mas tão diversos eles são. Parafraseando Ferreira Leite, não sei ainda se voto A ou B, sendo que ignoro quais as restantes 14 letras que estão em jogo. Vou ler os programas e rever as intervenções dos candidatos (nomeadamente os da Carmelinda Pereira que me escaparam), que apresentaram ao longo da campanha. Receio, contudo, não ter o discernimento suficiente para avaliar a profundidade dos seus discursos e objectivos como deputados ao PE. Ai de mim...
Talvez o melhor seja reflectir sobre o jogo da Luz, entre espanhóis (madrilenos) que, dizem, invadiram a capital. 
É necessário estar atento ao seu regresso (especialmente se cá vierem o Felipe e a Letízia), não vão os gajos ficar por cá mais uns 60 anos. Se as nossas forças de segurança mostrarem o que valem (veja-se como conseguiram apanhar rapidamente o Palito!), estamos safos. Estou certo que o Paulo feirante estará com o olho aberto aos Migueis de Vasconcelos que por aí abundam e que ele conhece, penso eu de que.

EFEMÉRIDES


Neste dia, em 1941, nasce Bob Dylan, compositor e cantor norte-americano

sexta-feira, 23 de maio de 2014

COMUNICAÇÕES

Diz que o venerando chefe de Estado se vai dirigir ao país, amanhã, pelas 19 horas, antes de rumar ao Estádio da Luz. Se começar a comunicação por "portuguesas e portugueses" desligo logo; se proclamar "espanhóis e portugueses", atiro o comando à televisão; se vier dar o seu palpite sobre o vencedor do encontro, também desligo a TV, já que não gosto de saber o resultado antes de ver os jogos, até porque o venerando não é expert em futebol, como em muitas outras coisas, como é sabido. 
Se, porventura - coisa em que não acredito - vier apelar ao meu voto no Domingo perde o seu (e meu) tempo. A minha decisão já está tomada e o seu eventual apelo não aquenta nem arrefenta. O melhor seria ele e a senhora dona Maria tomarem o chàzinho de flor de carqueja com umas bolachinhas antes do beija-mão ao don Juan Carlos e ele não chatear o pessoal, que o que quer é ver a bola a rolar e a entrar nas balizas.

BES. QUEM DIRIA?

A Espírito Santo International não registou €1,2 mil milhões de dívidas nas contas de 2012. É essa a natureza e o valor das "irregularidades materialmente relevantes" detetadas nas auditorias à holding controlada pela família Espírito Santo. E que a deixa numa "situação financeira grave": em falência técnica.

Expresso online


Quem diria que o Salgado, com aquela cara de homem sério, era capaz de uma coisa destas? No melhor (?) pano cai a nódoa, ou a culpa é do contabilista incompetente? 

CONTRIBUTOS EXTERNOS

Mais uma saborosa crónica do Henrique Antunes Ferreira, regressado recentemente de Goa (gamada na sua Travessa, com a devida autorização)




GRALHAS SEM GRALHAS EM LISBOA



Antunes Ferreira
Estava a menos de uma semana da data fatídica de 1 de Maio, quando regressaria a Lisboa e por isso um tanto em baixo, ma non tropo. A Raquel, como habitualmente, fazia as malas – eu bem quero assumir essa tarefa, mas ela não me deixa. Felizmente. O Premanand auxiliava-a na tarefa fascinante de pesar a dita bagagem, pois dispúnhamos apenas de 60 quilos. Para o efeito tínhamos adquirido uma balança electrónica de mão. Havia decidido enviar pelo correio dois caixotes com livros e mais umas recordações; sabem como sou bibliófilo, mas sobretudo leitor… compulsivo.
 
Mário Miranda
O Zito Menezes ajudou-me uma vez mais na tarefa de embalar as coisas em dois caixotes a preceito, os quais já recheara eu. Há dois anos verificara-se a mesma cena, só que as caixas eram três. Moderara-me na aquisição de obras sobre Goa. Álbuns profusamente ilustrados a quadricromia, edições em Português, poucas, mapas e quejandos. E, sobretudo, gravuras e edições de um dos melhores cartunistas do Mundo, o Mário Miranda, natural de Damão, falecido em 2011, estava lá eu.

O Mário era meu Amigo de longa data e uma vez em Loutolim, Salcete, na sua casa, estudámos a realização de dois livros, um sobre Goa e outro sobre Portugal com desenhos dele e textos meus.
Infelizmente a Parkinson levou-o sem conseguirmos concretizar a ideia. Os seus cartuns, murais e pinturas são inconfundíveis, dado o estilo que foi apurando ao longo da sua vida. Publicou em diversos órgãos de comunicação, dentre eles o mais destacado foi The Times of India onde pontificou durante anos.

Muitas vezes quando iam a Portugal ele e a mulher, Habiba, ficavam em minha casa, onde tenho umas obras suas, incluindo uma charge sobre a minha primeira viagem à Índia que foi publicada no Diário de Notícias e cujo original também se encontra devidamente emoldurado numa parede da minha residência. 
Na parede do meu "covil"
Agraciado com diversas condecorações na Índia, incluindo a Padma Vibhushan, o segundo maior galardão civil do país, foi também premiado por Portugal e pela Espanha.

Fechado este parênteses, retorno aos embrulhos enviados por via aérea. Junto dos Correios em Pangim existe uma pequena oficina onde as embalagens são envolvidas em pano cozido sobre o qual se escrevem as moradas do remetente e do destinatário. Na loja estávamos o Dr. Menezes e eu seguindo com atenção e curiosidade o trabalho que já presenciara há dois anos. Não me contive e depois de pedir autorização ao artífice fotografei-o.

Entretanto aconteceram os 40 anos do 25 de Abril. A Fundação Oriente resolvera assinalá-lo com um espectáculo de fado, apoiada pela Semana de Cultura Indo-Portuguesa, pela Cidade de Goa e pelo Instituto Camões. Actuaria a fadista Cláudia Duarte no Salão Nobre do Institute Menezes Braganza, o anterior Instituto Vasco da Gama no tempo dos Portugueses. 
Khol de Carvalho
O arquitecto Khol de Carvalho, delegado da Fundação presidida pelo meu Amigo Carlos Monjadino foi quem arranjou os bilhetes para seis pessoas: o Dr. Zito Menezes e sua esposa Ângela, o engenheiro Manuel Caldeira e o seu filho Dip, todos goeses, os dois primeiros colegas da Raquel e eu.

Logo à entrada um deslumbramento: os painéis de azulejo azul e branco. Sobre a viagem do navegador português que pela primeira vez na História do Mundo fez a viagem Lisboa-Calecute pelo mar. Os indianos mantiveram-nos, o que não admira num país onde as artes são uma constante, desde os templos magníficos até aos quadros polícromos onde os homens do Sul, mais morenos, são pintados a azul. Para um Português, os azulejos são uma maravilha. 

Um salão com capacidade para 250 pessoas, mais coisa, menos coisa, encheu-se para ouvir a fadista, acompanhada pelo seu guitarra portuguesa, Rui Martins, e na viola Carlos Meneses, um virtuoso goês. A assistência era porém maior do que a capacidade e muita gente ficou em pé, até na antecâmara do salão. Cláudia organizara um work-shop sobre o fado e nele tinham participado as três premiadas do Concurso de Fado de Goa, Nadia Rebelo Danica Silva Pereira e Minoska Dias (no título podem ver-se as três cantando com a Cláudia). Sónia Shirsat, a conhecida fadista goesa, que muitas vezes actua em Portugal, também participou nos trabalhos que se destinavam a aperfeiçoar as jovens intérpretes da chamada canção nacional.

O público rendeu-se à Cláudia
O público rendeu-se a Cláudia Duarte, com uma presença em palco perfeita, explicando em inglês e português o que ia cantar; esguia, ágil, encantadora, a fadista transmitiu os sentimentos expressos nas canções que apresentou. Falta dizer que... canta muitíssimo bem! Tem uma voz potente e vai fazendo dela o que quer, tão depressa elevando-se a sonoridades pujantes, qual Amália, tão depressa recolhendo às mais intimistas, aos sussurros, a tonalidades que ela própria compara às da saudosa  Maria Teresa de Noronha. Nas duas pausas das suas interpretações, guitarradas completaram a actuação da fadista. Não era a primeira vez que ela se encontrava na Índia; em 2005, aquando de uma digressão pelo Oriente, ela decidira deslocar-se ao país que é um subcontinente, como me disse “para descansar”. Mas, nada disso aconteceu. Dedicou-se a estudar e a tentar interpretar a música hindustani.

O que resultou, pois até o marido que a acompanhava iniciou-se no tocar do sitar que éum instrumento musical de origem persa, e é da família do alaúde. É um símbolo da música da Índia. Tem uma caixa de ressonância – uma meia cabaça naturalmente seca - e cabo onde correm muitas cordas geralmente dezoito. É um instrumento de corda beliscada, tal como a guitarra, o banjo, a cítara e o alaúde, entre outros. Cláudia integrou, por vezes, no fado o som metálico do sitar. Tenho um no meu escritório.
 
Jardim Garcia de Orta

Mas, então, era a primeira vez que vinha a Goa, que a deixou entusiasmada e deslumbrada, com situações diversas, como por exemplo as inúmeras lojas que ostentam nomes portugueses, bem com placas de trânsito onde eles constam também. Cita o jardim Garcia de Orta, no centro da capital, o que me faz recordar a minha professora da quarta classe, Dona Clélia Marques que quando algum de nós dizia Garcia da Orta ou Marquês do Pombal em vez do correcto depresenteava o faltoso com umas palmadas com a menina dos cinco olhos, vulgo palmatória.

O concerto foi um êxito total, com a sala a aplaudir cada fado e a rir quando Cláudia usava o inglês, que atalhou dizendo que como sabia que na assistência havia muita gente que ainda falava o português, então iria empregar as duas línguas. Risos e aplausos misturaram-se com naturalidade. E a sala chegou ao rubro quando  Cláudia cantou juntamente com as três meninas locais. Para mim foi um espectáculo entusiástico, de tal forma que sotto voce acompanhava as letras dos fados. Era a confirmação do meu passado fadista; ao lado, o Zito Menezes seguia a cena com um olho no burro outro no cigano, sem ofensa. 

O semanário Goan (já citado e transcrito no textículo sobre Percival Noronha) dedicou-lhe um excelente espaço. Cativado pela elegância, simpatia e principalmente pela humildade de Cláudia o jornalista dedicou-lhe um trecho magnífico. Agora reproduzo naturalmente traduzido o final da conversa. Faço-o com a devida vénia ao jornal, mesmo sem a sua autorização… Mas o texto é tão conseguido que não podia ignorá-lo.
«(…) muitos jovens estão hoje inclinados para o fado, e as duas escolas de fado de Goa estão cheias de crianças talentosas” Mas Cláudia Duarte acrescenta que é muito difícil  "ensinar" a arte. "Você tem que viver a música, visitar casas de fado e ouvir e absorver o máximo que puder ", ela insiste. É quando Duarte ouve seus próprios discos de uma carreira profissional que já leva dez anos que percebe quanto evoluiu como artista. " Na minha juventude, a minha música estava cheia de energia e agitação; eu queria provar a mim mesmo que estava preparada para actuar pelo mundo. Hoje, estou muito mais calma e mais segura de quem eu sou. Você não pode esperar que todos gostem de si, e aceitar esse facto ajuda a sofrer menos. Isso reflecte-se na minha música actual 
 
Capa do "Povo"

No fim do concerto, muita gente foi até junto da cantora para obter um autógrafo no seu último CD, "Povo". Eu também o fiz e disse-lhe que a sua actuação me fizera ter  orgulho de ser Português. As lamentáveis tricas das comemorações do Dia da Liberdade em Portugal nada tinham a ver com a sinceridade e a sensibilidade e a arte dela. Houve muita emoção, comoção e lágrimas entre os espectadores.

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NE - As fotos que ilustram este texto são umas do autor, outras do Google e outras do Facebook do violista Mário Meneses e foram-me enviadas pela Frederika Menezes. O Zito Menezes também me remeteu várias informações adicionais que foram preciosas para a elaboração do artigo. Muito obrigado

quinta-feira, 22 de maio de 2014

IMBRÓGLIO

Alguém se importa de fazer um boneco, que eu consiga entender, com as seguintes siglas:
BES, ESI, BESI, GES, ESFG, Rioforte e outras que não me ocorrem?
Parece haver um nome incontornável a ligá-las: Ricardo Salgado.
Vá lá, façam-me um desenho, mesmo que com alguns buracos pelo meio.

PARLAMENTO EUROPEU.




E a gente paga todos estes inacreditáveis desperdícios burocráticos, para satisfazer o ego francês.

COMENDA ASSEGURADA

Ao fim de mais de um mês, a PJ conseguiu deter o 'Palito', que o esperava na sua (deste) própria casa..
Comenda assegurada no próximo dia 10 de Junho. Merecida. Para o Palito, claro! 

EFEMÉRIDES


Neste dia, em 1924, nasce Charles Aznavour, cançonetista francês

EUROPEIAS

As eleições europeias vão decorrer nos próximos dias, sendo que em Portugal são no dia 25, como todos (?) sabem.
Contudo, dizem os jornais, a senhora Merkel e o seu parceiro de coligação governativa alemã já decidiram sobre quem vai ser o próximo presidente da Comissão.
E eu a pensar que o meu voto iria ter alguma influência na "eleição" do tal presidente, bem como da do presidente do Parlamento Europeu!... Erro meu. 
Se, no Domingo, estiver bom tempo, irei, por vício, votar; se chover ou estiver frio, fico a ver televisão, a beber um copo, já que o meu voto não conta para nada.

terça-feira, 20 de maio de 2014

CONTRIBUTOS EXTERNOS

Mais uma poeminha do Zé Gil



DIA da ESPIGA

Maio florido
Pão quente,
Bem cozido,
Arroz no forno
Alguidares de Bisalhães
Bolas de prova, em retorno,
Ofertas das avós e mães.
Quinta-feira da espiga – dia da Ascensão
Os campos cheios de vida
Louvam a criação!
Aos espaços das searas
Vão as merendas – romarias
Comer, cantar e bailar
As papoilas dão amor à vida!
 Douro vinhateiro, outras saídas,
Vinho e alegrias
Olivais de boa espiga
Alecrim no cheiro da estriga!



Porto, 2 de maio de 2014                                                             José Gil

jose.gcmonteiro@gmail.com

EUROPEIAS

Quando começa, a sério, a campanha das eleições Europeias? O que tenho ouvisto (escrevi ouvisto) é insultos pessoais ou personalizados, o desenterrar de machados ferrugentos sem préstimo, é o "se não foste tu foi o teu pai", e nada que esclareça sobre o que está em causa. Importam-se, os candidatos, de me explicarem ao que vêm e o que pretendem? Quero lá saber se o Sócrates, o Rui Rio, a Manuela Ferreira Leite e outros entraram para a foto de família! Quero é saber das suas propostas para o PE. O resto é folclore, chicana e desrespeito para com o cidadão que há-de pagar as suas contas e as suas futuras mordomias. 
Ou, se calhar, cada um dos candidatos pensa vir a ganhar por falta de comparência do eleitorado, alheio e mal informado que está... Uma miséria miserável da classe política que nos calhou em sorte.

domingo, 18 de maio de 2014

LIDO

OPINIÃO

Uma viagem oficial

Não se percebe o que o dr. Cavaco e a mulher do dr. Cavaco, com uma comitiva de cem empresários (de quê?) e uns tantos ministros, foram fazer à China.
É muito compreensível que a China apeteça a quem gosta de viajar: há a “cidade proibida” para ver e uma espetada de baratas para comer. Melhor ainda, numa “visita oficial” não se espera no aeroporto e um exército de senhores mesureiros abre as portas em toda a parte e sabe onde são os melhores restaurantes. O dr. Cavaco andou sempre muito bem-disposto, com os privilégios que o seu cargo lhe oferece. Mas, para consumo interno, inventou uma teoria para vender ao Presidente lá da terra e, suponho, para impressionar o indígena de cá. Nem os jornais, nem a televisão disseram que espécie de efeito tinha tido este esforço intelectual.
A teoria é de facto impressionante e com certeza ficará na história com o nome de “o ponto e o triângulo”. Convém explicar. Segundo o dr. Cavaco, a China deve fazer de Portugal o seu “ponto de entrada” na Europa e poderemos por isso esperar daqui a pouco tempo dezenas de milhões de chineses a desembarcar por essa costa com biliões de coisas para vender à Finlândia ou à Dinamarca, a pretexto de que Sines fica mais perto dos mercados do que, por exemplo, Dover ou Southampton. E Cavaco não pára nesse pequenino “ponto”, quer também que Portugal sirva de intermediário entre Pequim e os PALOPS, que andam ansiosos por arranjar quem tome conta deles, para os defender da roubalheira geral do Ocidente. Esta parte “triângulo” da teoria mostra bem a profundidade de espírito do nosso inspirado Presidente.
Só que o sr. Xi, apresentado ao ilustre representante dos nossos navegadores, e pretendendo ser amável, puxou pela cabeça e, depois de muito puxar, saiu com um único nome: Ronaldo. Não se julgue que um homem tão sério como ele planeava trocar Ronaldo pela importação imediata de 300.000 pastéis de Belém, com o intuito perverso de pôr Ronaldo a ensinar futebol a um bilião de chineses e transformar a China em campeã do Mundo e da Europa. De maneira nenhuma. Na bruma, que certamente é o resto da terra para um mandarim, o sr. Xi não se lembrou de mais nada sobre Portugal. Na sua sereníssima cabeça, Portugal é Ronaldo e foi mesmo uma trabalheira para o convencer que o próprio Cavaco, apesar da sua idade avançada, não era Ronaldo. De qualquer maneira, esta viagem serviu para afastar as nuvens que existiam entre os dois grandes países, para nos revelar o fundo do pensamento do nosso querido presidente e para ele descansar durante a campanha eleitoral. 


Vasco Pulido Valente, in Público de hoje