Ameaça em vão
O discurso agressivo e ameaçador de C. Silva na posse do
Governo chefiado por António Costa veio demonstrar o que já se sabia, mas que,
alguns cidadãos pretendiam esconder , especialmente os de cor laranja. É um mau PR, mas também é um PR mau. É
vingativo, é arrogante, é empertigado, é inculto e é pesporrente; são estas as
“qualidades” que tem entre várias outras. É o pior Presidente desde o 25 de
Abril; considero que ao pé dele o almirante Tomás era um anjinho com asas nas
costas
É bom recordar o
escândalo do PBN em que C. Silva tinha acções bem como sua filha, em que a
venda das mesmas antecedeu por horas a privatização do Banco. Alguém o
informou. Terá sido Oliveira e Costa que entretanto se demitira de presidente
da instituição bancária que ele próprio fundara. Oliveira e Costa, militante do
PSD, fora Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais no X Governo Constitucional chefiado
por… C. Silva? Coincidência?
Foi nessa altura
que proferiu a frase que foi motivo de galhofa por todo o País: “para ser mais
honesto do que eu, um homem tem de nascer duas vezes!” Ginecologistas ficaram
abismados – nascer duas vezes? Nem o próprio Cristo cometera tal pecado por
impossibilidade. Mas C. Silva não se incomodou, pois sempre resistira a
qualquer pressão, viesse ele donde viesse. Um homem tinha de nascer duas vezes,
acentuara, sob o olhar ternurento da dona Maria, sua esposa. Só não disse “e o
resto são tretas”.
Um sujeito destes é perigoso. É o principal culpado pelo
país ter chegado ao lastimoso estado em que se encontra. Mas, como a memória
dos homens é curta, relembro que foi ele que ordenou aos pescadores para
afundarem os barcos e aos agricultores que arrancassem as videiras pois só
assim a então Comissão Europeia poderia abrir as portas para subsidiar tal
disparate. Foi a altura em que se dizia que os felizardos que tinham cumprido a
imposição andavam nos jipes da CEE…Mas sua excelência não se ficaria por aqui.
A ordem ocorrera enquanto era chefe do Gorno; depois logo se veria.
Como Presidente da República (???) considerou que a economia portuguesa devia
passar pela pesca e pela agricultura. O homem
esquecera-se do que tinha afirmado, mas se lho lembrassem tinha sempre à mão de
semear a dicotomia “primeiro-ministro” / “chefe do Estado”. De tantas vezes
repetida uma mentira (em linguagem politicamente correcta inverdade) torna-se
verdade. Mas ninguém era tão honesto…
O anedotário nacional em que nós os Portugueses somos
especialistas, registou algumas expressos do mandatário (só para lembrar o
“façarei”, “nunca fiz, não faço nem façarei”. Ou a afirmação de que as vacas
nos Açores sorriam da felicidade. E muitas outras mais). Por isso disse-se que
C. Silva estava com Alzheimer; não estava,
estava sim, como sempre esteve, mau como as cobras. Para quê doença? Não era necessário
que fosse a desgraçada Alzheimer, se já tinha a da maldade.
Foi este sujeito que no seu
discurso no palácio da Ajuda ameaçou dissolver o Governo de António Costa, mas a
que este respondeu com luva branca, ao contrário de C. Silva. Para esclarecer o
imbróglio o antigo Presidente da República Jorge Sampaio defendeu na passada quinta-feira
, que o novo executivo fosse para uma
legislatura, e considerou "muito difícil utilizar com razoabilidade"
o poder presidencial de demissão do Governo porque a responsabilidade política
deste é perante o Parlamento, não sendo por acaso que nunca tivesse sido. Utilizado.
Mas disse ainda que "demitir
o Governo não faz parte dos poderes normais do Presidente da República a partir
da revisão constitucional de 1982" e que "é muito difícil de utilizar
com razoabilidade", "O poder de responsabilidade política do Governo
é perante a Assembleia da República, isso para mim hoje é indiscutível", sublinhou
ainda, porém escusou-se a comentar em concreto o discurso de quinta-feira de
Cavaco Silva, que deixou esse aviso ao Governo de António Costa.
"
Porém acentuou que "já vai sendo tempo, tantos anos depois, das
pessoas perceberem" que só em condições especiais para "salvaguarda
do funcionamento das instituições democráticas é que se pode demitir o
Governo", sendo preciso reunir condições como ter "a certeza que a
crise é gravíssima e quando houver solução para que essa crise seja
resolvida". Costa dever ter aplaudido estas afirmações. Pelo contrário, C.
Silva de ter ficado embatucado.
Na verdade, já é tempo de nos vermos livres esta aberrante criatura. Em
Janeiro logo se verá quem virá a seguir; mas quem quer que seja será sempre
melhor do que esta avantajem; pior é impossível.
MARIA JOÃO GALA/GLOBAL IMAGENS