segunda-feira, 30 de setembro de 2013

PRIMEIRO BALANÇO

E as Autárquicas de 2013 estão feitas.
Como sempre - uns mais, outros menos - todos ganharam, até o CDS.
Num primeiro balanço, diria que entre os ganhadores está o PCP/CDU, o António Costa (apenas pela margem com que ganhou, o que não é pouco), o Rui Moreira e o Isaltino(*). Pelos perdedores, são de destacar, o Alberto João (que sofreu um rombo digno de nota), o Menezes, remetido para 3.º lugar no Porto (o pessoal do Porto mente descaradamente nas sondagens), o mesmo lugar que o Pinto obteve em Sintra, a concelhia (e a distrital?) de Matosinhos e, por último, o BE, que desapareceu do mapa.
Passos Coelho teve uma derrota histórica: não ganhou, pela primeira vez, Vila Real (um abraço aos da Bila!).

(*) Para mim, Oeiras é um fenómeno maior do que os antigos e célebres fenómenos do Entroncamento.

sábado, 28 de setembro de 2013

DESCRENÇAS

Não sei se é possível ser-se mais ou menos crente, ou mais ou menos descrente.
Contudo, se dos resultados eleitorais de amanhã não resultar um cartão vermelho vivo directo aos candidatos dos partidos do governo, seguido de grande penalidade, fico menos crente  no discernimento dos meus concidadãos.

REFLEXÕES

Hoje é dia de reflexão, de meditação, de abstinência e de penitência - assim nos dizem - como se fossemos todos atrasados mentais. 
Amanhã, loguinho após a missa matinal, é de ir a correr para pôr uma cruzinha no cardápio que nos disponibilizam. Mereciam, todos, a começar pelo duo coelho/portas, um grande manguito no tal cardápio. 

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Só têm que se queixar de si próprios. Coitadas daquelas cabeças!

Já é a quinta ou sexta lei que este Governo vê chumbada pelo Tribunal Constitucional. Desta vez foram declaradas inconstitucionais algumas alterações ao Código do Trabalho que pretendiam permitir às empresas despedir trabalhadores por extinção do posto de trabalho e por inadaptação. E como o Tribunal não restringiu os efeitos deste chumbo só para o futuro, a decisão vai afectar despedimentos que ocorreram após a entrada em vigor da lei que Cavaco Silva promulgou “sem pestanejar”. Claro, lá veio a ladainha do costume a acusar o Tribunal Constitucional de se intrometer na governação, contrariando uma medida que o Governo queria levar avante. Ora, é preciso que nos entendamos de uma vez por todas: O Tribunal Constitucional existe para, sendo chamado a pronunciar-se sobre determinada lei, declarar se a mesma viola ou não a Constituição. E se viola, a lei é nula e se alguma foi entretanto feita terá que ser desfeita. Quer dizer: quem agiu de acordo com a principal lei de um Estado de Direito foi o TC; quem pretende tomar medidas à bruta, sem ter em conta as leis é o Governo. Então, Passos Coelho e a tropilha que ela comanda não têm que se queixar, a não ser de si próprios. Fazem-me lembrar aqueles tipos (ou “tipas”) que estacionam o automóvel onde muito bem lhes apetece, são multados e acham que a culpa é do polícia. Coitadas daquelas cabeças!

CONTRIBUTOS EXTERNOS

Aqui vai mais um 'textículo' do Amigo Henrique Antunes Ferreira em que aborda um tema candente.


Jesus e as autárquicas

Por Antunes Ferreira
Numa semana o Tribunal Constitucional deu mais uma machadada na credibilidade do (des)Governo considerando inconstitucionais seis normas propostas por São Bento para alterar a Lei do Trabalho;
Numa semana em que o porta-voz do PSD, Marco António Costa, considerou que seria encontrada uma solução que torne viáveis as normas do Código do Trabalho declaradas inconstitucionais, que assinalou terem sido aprovadas "sem terem o voto contra do PS";
Numa semana em que terminou a campanha eleitoral para as autárquicas que decorrem neste domingo, 29 de Setembro, e na qual esta deliberação do TC veio servir de arma de arremesso para a esquerda e para a direita, o assunto mais falado em Portugal foi a situação de Jorge Jesus, o treinador do Sport Lisboa e Benfica. Isto exemplifica bem o pensamento dominante da população portuguesa.
Uma esmagadora maioria dos cidadãos seguiu e segue e seguirá o evoluir da situação criada pelo técnico encarnado que no final do jogo no estádio D. Afonso Henrique, na cidade de Guimarães ao envolver-se num distúrbio resultante da entrada em campo de adeptos benfiquistas e que motivou a intervenção da PSP.
Como acontece sempre em desacatos com esta dimensão, cada parte arrogou a sua justificação para a desordem. A Polícia entendeu que o técnico do Benfica se portou mal, tendo agredido agentes da força pública e seguranças que tinham intervindo no que se passara. Jesus negou que assim tivesse sido, no que foi acompanhado pelo presidente do clube, Luís Filipe Vieira.
A PSP anunciou, entretanto, que iria interpor a acção que entende corresponder ao destempero do treinador junto dos tribunais competentes. O advogado do técnico declarou que o caso não passava de uma tempestade num copo de água, que o seu constituinte não agredira ninguém, obviamente polícias.
Porém, a situação complicou-se com a entrada em cena da Federação Portuguesa de Futebol, através do seu Conselho de Disciplina ter ordenado a instauração de um inquérito disciplinar a Jorge Jesus, pelo episódio ocorrido em Guimarães. Este seguiu, em conformidade, para a Comissão de Instrução e Inquéritos (CII) da Liga Profissional.
Esta última também abriu de abriu de imediato processos disciplinares a todos os envolvidos nos incidentes, nomeadamente ao treinador do Benfica, à equipa de arbitragem (liderada por Bruno Esteves e composta ainda por Mário Dionísio, Rui Teixeira e Manuel Oliveira) e aos delegados da Liga (Paulino Carvalho e Carlos Santos).

Se em relação a Jorge Jesus o procedimento surgiu com naturalidade, dado que já era esperado, não deixa de causar estranheza que também árbitros e delegados estejam sob a alçada disciplinar. Segundo a Lusa, tal deve-se ao facto de a CII da Liga entender que existem indícios de omissão do dever de informação nos respetivos relatórios.
A decisão da Comissão de Instrução e Inquéritos foi tomada com base nos relatórios da PSP e dos delegados, e fundamentalmente através das imagens televisivas dos incidentes. E aqui o principal problema que pode complicar a vida de Jorge Jesus resulta das cenas capturadas pelas câmaras das televisões. Mais ainda: as redes sociais encarregaram-se de passar essas imagens que, desta forma, se espalharam pelo Mundo.

O próximo passo para o apuramento de responsabilidades, ao nível da justiça desportiva, é chamar todos os intervenientes e testemunhas para prestarem declarações. Caso seja provada a agressão, o que é o pior dos cenários em termos disciplinares, Jorge Jesus será suspenso entre três meses e três anos.
Estão, pois, reunidos os ingredientes para se cozinhar um prato altamente picante e, até, tóxico. Os Portugueses, que pouca atenção dispensaram à campanha eleitoral, viraram-se para este tema escaldante. No fundo, estão nas tintas para a política e voltaram-se, como habitualmente para o futebol.
Há muito que esta atenção se verifica a nível da população. Recordo que no tempo do salazarismo existiu um ditado elucidativo: “Quem não é do Benfica não é bom chefe de família”. Complementado de resto por outro slogan cabotino: “A minha política é o trabalho!”
Tal como nas primeiras telenovelas apresentadas na RTP, já lá vão uns bons anos se informava que eram apresentados de seguida “cenas do próximo episódio” Ora este “importantíssimo assunto “ leva ao desencanto quanto às eleições para as autarquias, em detrimento do caricato “Processo Jesus”.

Vamos ver no que isto dá: em primeiro lugar este último; depois, os resultados dos votos introduzidos nas urnas. Já o Estado Novo defendia que em Portugal havia a trilogia dos três F: Fátima, futebol e Fado. Mas o fado que vivemos não é apenas triste: é catastrófico.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

COMO DIZ?

Na quarta-feira da semana passada, com a epígrafe "como diz?", interrogava-me aqui como era possível a PSP, por ordem de um tribunal,  não conseguir notificar o Oliveira e Costa, supondo eu que estivesse ainda com a pulseirinha no tornozelo. Erro meu, má fortuna, ele estava com termo de identidade e residência, devendo apresentar-se às ótoridades uma vez por semana, ouço nas tvs. Esqueceu-se (os remédios dão nisto), deve ter viajado por engano para Cabo Verde ou para a Conchinchina e as ditas ótoridades não o viram, amparado, a fazer o check-in e apanhar um avião. Ou será que foi a salto, como nos "bons" velhos tempos da mala de cartão? Ou terá sido a nado, armadilhado com escafandro?  
Suponho que vão ser abertos vários inquéritos sobre a coisa.

FORAS DE LEI DO FAROESTE

No velho Oeste, onde os bandidos eram mais que os índios ou as moscas das pilecas que montavam, havia um xerife que procurava (quase sempre) fazer cumprir a Lei na sua área de jurisdição.
Mas isso era no tempo do John Ford ou do Sergio Leone, entre muitos outros, que nos deliciavam com as suas fitas filmadas em Laredo.  
Com os novos realizadores e na nova cidade de Laredo é conforme o vento sopra .
Há "bandidos" que, como os do verdadeiro Oeste, querem ter uma lei própria, custe o que custar, assaltam tudo o que mexe ou, de preferência, o que está quieto e sossegado, e o xerife e seus ajudantes nem sempre estão atentos. Poderão estar no 'saloon' a ver a nova bailarina de pernas roliças acabada de chegar, ou a dormitar no posto da 'jail' a despejar umas garrafas de uísques marados.

PS - O TC chumbou umas quantas normas do código laboral, que haviam merecido, na AR, a abstenção do PS, e a promulgação do PR, que não teve dúvidas sobre a sua (das normas) bondade, contrariamente ao proclamado. Mas como em todas as estórias do velho Oeste, há sempre uns "bandidos" ainda mais bandidos, que foram fazer queixinhas ao xerife mor do Condado. E este disse: lá que assaltem uns bancos, vá que não vá, mas assim, os pacatos 'cidadões' também é um exagero; ou são mais comedidos ou, então, montem as pilecas, levem as moscas e vão assaltar para outro condado. 

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Oxalá não se arrependam!

As eleições autárquicas do próximo Domingo, ficam marcadas pela participação significativa de candidatos ditos independentes. E chamo-lhes “ditos independentes” porque de independentes têm muito pouco ou quase nada, já que quase todos são dissidentes de um partido com quem entraram em rota de colisão por não serem eles o candidato. Mesmo Rui Moreira, candidato à Câmara do Porto, não é de todo independente, pois candidatou-se sabendo que o CDS e um movimento de notáveis do PPD nunca apoiariam Menezes e, pelo contrário, tudo fariam para que este não fosse eleito.

Das muitas candidaturas dos tais ditos independentes, quero referir-me em particular a duas delas – a de Guilherme Pinto em Matosinhos e a de Élio Maia em Aveiro – actuais Presidentes das Câmaras, respectivamente pelo PS e pelo PPD, partidos que não os recandidataram, apesar de não estarem abrangidos pela lei de limitação de mandatos e estarem bem conceituados junto dos seus munícipes, de tal modo que a reeleição estava praticamente assegurada. Então a de Guilherme Pinto pelo PS seria por resultado esmagador. Mas em ambos os casos os partidos mandaram às malvas princípios éticos da democracia – recandidatar quem, podendo candidatar-se, está a exercer com algum êxito determinado cargo e, por isso, tem grandes hipóteses de voltar a ser eleito (não é assim com os Presidentes dos Estados Unidos?) – para pagarem favores a homens do aparelho que ajudou a eleger o chefe. Oxalá não se arrependam!  

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Consequência da falta de segurança?

Não há dúvida que, pelas piores razões, o futebol rivaliza com a política como fonte de notícias de factos polémicos que abrem telejornais, destaques de noticiários das rádios e títulos de primeira página dos jornais. Este fim-de-semana foi pródigo em matéria que deu pano para mangas à Comunicação Social. Vou apenas referir-me ao incidente que ocorreu em Guimarães, não porque tenha sido o pior – penso que houve um protagonizado por dirigentes, que nos mostra e continuará a mostrar que tipo de gente é aquela – mas porque, em meu entender, foi consequência da falta de segurança que agora há em muitos espectáculos desportivos.
Os clubes acham que não devem gastar dinheiro com a segurança dos jogos e, por isso, requisitam o mínimo de forças policiais ou não as requisitam. Depois, muita fé para que nada aconteça; e se acontecer…, logo se verá! Entretanto os dirigentes desportivos, para levarem avante a sua pretensão de não gastarem um tostão com o policiamento, conseguem que estes concordem cegamente com eles recorrendo à demagogia e aproveitando a sua paixão clubística: Polícia; para quê?  eu respondo: para que não sucedam as cenas violentas que na época passada aconteceram, precisamente naquele estádio, num jogo entre as equipas B do Guimarães e do Braga. É curioso, não é? Ah, e já há árbitros que se recusam a apitar jogos com falta de policiamento. Esta época, já houve mais do que um caso e, por acaso, eu estava presente num deles. E quando eu disse que compreendia o árbitro e que no lugar dele faria o mesmo…, ouvi das boas!
Quero todavia esclarecer que reprovo completamente a conduta de Jorge Jesus, provavelmente, como disse acima, consequência da falta de segurança, mas espero que o mesmo seja responsabilizado e punido por quem de direito, mas não na praça pública.   


CONTRIBUTOS EXTERNOS



Aqui vai mais uma crónica do meu Amigo Zé Gil



AQUI – D’EL – REI
                                                                                   Gil Monteiro*

Serão os efeitos da crise económica que fazem lembrar os tempos idos?! Magia não é.
Quando, à lareia, após a ceia, se ouvia o vento zoar nas telhas e chaminé, levava a avó Ana, tratada, carinhosamente, por mãezinha, a interromper os seus contos e ditos, pelo fumo e choinas saídos da entrada para a chaminé; o serão parecia um filme com efeitos especiais!
Foi à volta do lar que ouvi, à luz mortiça do candeeiro, com os ruídos noturnos de uma casa de lavoura, e do chiqueiro dos porcos por perto, que ouvi arrepiado contar “A Esperteza da Velha”! Cheguei a sair do colo do pai a fim de ir à porta das escadas ver se o povo chegava para apanhar o ladrão, escondido debaixo da cama! Jamais voltei a ouvir tais pedidos de socorro...
É preciso chegar ao século XXI e quase a ter bisnetos, e assistir a uma crise económica forte no nosso Portugal, para lembrar, novamente, um “aqui – d’el – rei”!
A rua onde moro, em Paranhos (Porto), talvez por ser nova, larga e bem iluminada, os assaltos, e roubos nos carros estacionados, são poucos, e até um camião TIR pernoitava em fim-de-semana...
Quem tem uma cadelinha para passear na rua, e zonas verdes, notou a ausência do TIR parado.
 – As baterias eram roubadas! – informou a Estrela, companheira nos passeios caninos.
Ao encontrar o Sr. Orlando, enquanto seu cão, velhinho e pesadote, aproveitava para se sentar no passeio, informou:
 – Aqui na rua, começaram os roubos das baterias dos carros estacionados ao relento, e o rebentar, e levar, os pequenos portões do passeio, antes dos jardins de entrada?!
Fui ver. Era incrível!
Necessário se torna dizer: a mesma rua faz um ângulo reto (?) e nas moradias, onde mora o Sr. Orlando, é mais estreita e atafulhada de carros nos passeios – mais furtos, portanto.
Tenho o privilégio de ter por perto as matas da quinta do Covelo e, ainda, alguns terrenos agrícolas, onde os milheirais e os nabais se renovam (este ano poucos). Têm toscos muros, para os passeios da rua, protetores da invasão dos campos, e são recobertos de capas de cimento. E o que vi?! Destruídas a cinzel para roubar as varinhas de ferro de muro rematado!

 – Isto é que vai uma roubalheira – afirmou o Armando, habituado a guardar a chave da sua casa duriense, em buraco da parede, quando era pequenito, e pessoas a pedirem licença de entrada, no fundo das escadas granítico-xistosas, para subirem até à porta; e, agora, ser assediado pelos vendedores de novas tecnologias, na entrada do seu andar!
Estava longe de vir a encontrar o Afonso, discípulo de outros tempos. A conversa foi apetitosa, mesmo no passeio de rua! Quando chegou à desgraça de ouvir que andava à procura de emprego, antes de ter que emigrar, pois a carpintaria, onde trabalhava faliu, dei-lhe um abraço, e entrei no carro triste. Antes de arrancar, o Afonso vem ao automóvel e diz:
– Tem uma moedinha?
 – AQUI – D’EL – REI?! Tirem-me deste filme!...

Porto, 4 de setembro de 2013

                                                                                 *José Gil Correia Monteiro

                                                                                jose.gcmonteiro@gmail.com

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

ELEIÇÕES 2

Após reflexão sabática profunda, no próximo Domingo lá temos que ir até às urnas para dizermos da nossa justiça quanto à governação local.
Candidatos não faltam - cada cor seu paladar - e todos prometem o céu na terra, nomeadamente aos mais velhinhos e aos mais pobrezinhos. E este ano até temos listas dos chamados independentes (gente boa), que são mais que as mães, e aqueles que, não podendo candidatar-se, põem a mulher como cabeça da lista com eles em segundo lugar e, ganhando ela, a despacham logo para a cozinha tratar dos tachos (sem sentido duplo!).
Entretanto, o Tozé Seguro, político modesto e recatado como só ele, afirma, convicto, que ganhar as eleições autárquicas é ter mais um voto do que o 2.º partido mais votado. Nesta fase do campeonato é uma boa aposta. Perder Braga, Matosinhos e outras, e não ganhar o Porto, Gaia, Sintra, Oeiras, Coimbra e etc. nada é desde que, a nível nacional, o PS tenha um voto mais. Com este recato, modéstia e prudência, ainda é capaz de chegar a primeiro-ministro, o Tozé.
Domingo à noite a gente fala.

ELEIÇÕES

Como esperado, frau Merkel ganhou com uma margem confortável, mas não pode repetir a coligação com os liberais, que foram excluídos do Parlamento. Dizem que os alemães queriam a sua eleição e uma coligação com o SPD. Para o quê não sei e ninguém explica tal desejo. E tal coligação, a ser concretizada, interessa a quem? À sra. Merkel, aos alemães, ao "Norte", aos países periféricos? Tal aliança não poderá ser um presente envenenado para o próprio SPD? E se deixassem frau Merkel entregue a si própria, que mal maior viria à Europa?

Que descaramento!

O ministro da Educação (ou da deseducação?) Nuno Crato anda cada vez mais baralhado da sua cabeça. Aliás, não tenho a mais pequena dúvida que é o pior ministro da Educação desde os tempos de José Hermano Saraiva nos idos e conturbados tempos do Estado Novo.
Nuno Crato e a sua equipa resolveram destruir, sabe-se lá porquê, muito do que de bom foi feito pelos governos de José Sócrates, sobretudo o primeiro, que teve a Doutora Maria de Lurdes Rodrigues à frente do respectivo ministério.
Entre aquilo que destruíram, destacam-se: O programa “Novas oportunidades”, destinado a dar aos cidadãos fora da idade escolar a possibilidade de aumentarem a sua escolaridade e o nível da sua qualificação; e os programas “Magalhães” e “Inglês obrigatório” levados a cabo logo no primeiro ciclo do ensino básico. E se o “Novas Oportunidades” era fundamental para chegarmos ao comboio do desenvolvimento, o Magalhães e o Inglês são imprescindíveis sob pena de regredirmos e chegarmos ao nível dos países do terceiro mundo. Hoje, no mundo globalizado onde estamos inseridos, não é possível entrar numa universidade sem se saber bem, informática e Inglês. Só as cabeças doentes de Passos Coelho e Nuno Crato não pensam assim. Por isso, acabaram com todos eles, sendo que a machadada no Inglês foi dada há poucos dias, o que causou uma indignação geral. Toda a gente sabe que mais tarde ou mais cedo todos os países, sobretudo os europeus, serão bilingues – falarão a língua local (ou dita materna – português, francês, italiano, espanhol, etc), e o Inglês. Entretanto, face a esta indignação veio agora Nuno Crato “pedir ajuda para tornar o Inglês obrigatório no primeiro ciclo”. Que cinismo! O que pretende Nuno Crato com isto; passar a bola ou calar os portugueses? Que descaramento!



EM QUE FICAMOS?

Afinal, o governo e, em particular, o ministro Crato, querem ou não querem o Inglês (facultativo, obrigatório, outra modalidade à escolha)  nas Escolas? Decidam-se e digam à gente o que querem, que é para a gente se governar.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Ao que chega o apego ao poder

Em 2005, a Assembleia da República aprovou por larga maioria uma lei que limita (ou limitava?) a três os mandatos dos presidentes dos órgãos executivos das autarquias locais – presidente da câmara municipal e presidente da junta de freguesia. Entretanto o PPD, cujo líder parlamentar da altura – Paulo Rangel – foi um grande entusiasta da lei, mandou-a parcialmente às urtigas, quanto mais não seja para que esta direcção, e sobretudo Passos Coelho, possa mostrar o quanto ficou agradecido a alguns dos chamados dinossauros, candidatando-os nas autarquias do lado. Ou seja, o que é preciso é ganhar eleições a qualquer preço, mesmo que se neguem alguns princípios éticos defendidos no passado. Que oportunistas!
Mas, há melhor. Um “artista” que termina o terceiro mandato e que, pelos vistos, não tem concelho ao lado para mudar de cadeirão, arranjou uma maneira de continuar a sentar o rabo no cadeirão onde se vem sentado há anos. Como? Quem desta vez é o candidato, ou melhor a candidata, a presidente da respectiva câmara é a mulher. Ele, o artista, faz parte da lista em segundo lugar. Quer dizer: Depois de eleita (pelo PPD, claro, e com hipóteses de ganhar), e após a posse, seguir-se-á a renúncia ao cargo. E quem a substitui?..., o marido – o tal artista. Que vergonha! Como é que isto é possível num Estado de Direito? Ainda tenho esperança que um qualquer tribunal o considere impossibilitado de assumir o cargo.

Ao que chega o apego ao poder. Que mais nos irá acontecer!

CONTRIBUIÇÕES EXTERNAS

No dia do seu 72.º aniversário, tenho o prazer de publicar um 'textículo' do Henrique Antunes Ferreira, o d'A Minha Travessa do Ferreira.
Enviem-lhe um abraço de parabéns, que ele bem merece.



O fim do Mundo
e o cozido à portuguesa

Por Antunes Ferreira
Os humanos - com as características que hoje temos - sempre se preocuparam com o fim do Mundo e muitos dentre eles previram e anunciaram como isso ia acontecer e, sobretudo, quando. Essas “profecias” continuamente indicaram a data fatal e fizeram-no para que a Humanidade se preparasse a fim de se precaver contra o cataclismo universal.
Aproveitando mais um falhanço da “previsão” do pastor protestante Harold Camping, que pela segunda vez pressagiava o dia da ocorrência final, a Times publicou em 2011 um curioso trabalho em que alinhavava as dez mais importantes conjecturas alinhadas ao longo da História. Trabalho complexo, simultamente de compilação e de motivo de ironia.
É dele que respigo uns quantos apontamentos, não pretendendo que sejam lidos como um suposto tratado sobre a matéria. Se o tentasse fazer morreria de exaustão, naturalmente antes do fim do Mundo. Na verdade e retomando os “cálculos “de Camping, em 1992 ele anunciara que dois anos depois, ou seja em meados de Setembro de 1994 estaríamos todos no Paraíso ou no Inferno… Penso, no entanto, que nessa data ainda existia o Purgatório e por isso ele também poderia ser o último apeadeiro do comboio do nosso planeta azul.
Face ao desabar da congeminação, ele não descansou e voltou à carga em 2011, desta feita garantindo que não se enganava na data do apocalipse final: 12 de Dezembro de 2012. O diabo é também a decepção foi total. Perante esta segunda “desgraça” o futurólogo decidiu aposentar-se da sua função de anunciador do tal fim e dedicar-se a obras de benemerência ou, quiçá, à pesca, de acordo com fontes idóneas e bem informadas.
 Mas já no século XIX um outro pastor norte-americano,  William Miller, a quem a Time chamou "provavelmente o mais famoso falso profeta da história", se dedicara a essa tarefa, verdadeira terapêutica ocupacional. Ele começou a pregar o fim do Mundo no começo da década de 1840, dizendo que Jesus retornaria à Terra e o planeta arderia em fogo em alguma data entre 21 de Março de 1843 e 21 de Março de 1844. Naufragou.

Faça-se uma tangente pelo mais do que famoso bug dos milénios: na passagem de 1992 para 2000 os computadores soltariam o seu último clique e os homens não poderiam fazer mais do que resignar-se e preparar-se para o Big Bang do fim do tempo. Outra presciência, outra desilusão. O ano de 2000 entrou decidido a dar cabo da antevisão. Nada feito. E até os Maias…

Mas, a que vem este arrazoado?

O fim da Humanidade está em contagem decrescente, revelou há dias um estudo britânico que esclarece que o planeta Terra só será habitável nos próximos 2 350 milhões de anos. Já não é mau. A mim não tira o sono…O cálculo é de investigadores da Universidade de East Anglia, no Reino Unido e foi publicado na revista Astrobiology. Nele, os cientistas explicam que a Terra deverá entrar na zona quente do Sol, acabando assim com as condições de habitabilidade do planeta, uma vez que os oceanos se devem evaporar.

«Haverá uma extinção catastrófica e terminal para toda a vida», disse o diretor do estudo, Andre Rushby, citado pelo Daily Mail. Porém, alertam ainda, o planeta pode deixar de ser habitável antes, daqui a 1 750 milhões de anos, uma vez que o estudo determina que a entrada na zona quente do Sol deve acontecer entre as duas datas milionárias- de anos.
Vá lá acreditar-se em prescientes. É que agora a roca fia mais fino. Não se trata de mais uns aldrabões; são cientistas, ainda que com uns laivos de Nostradamus. Eles não brincam e usaram os mais sofisticados meios para chegarem a uma tal conclusão. Mas, com esta mania de não confiar em ninguém, sequer mesmo da própria sombra, permito-me ter as minhas dúvidas.
Repare-se: eles não afirmam concludentemente que a desgraça acontecerá pelas 19:46 do dia 18 de Março do ano de 235000000. Nada disso: ficam-se por uma indecisão de 600 milhões de anos. Não se faz; mas pergunto: então a ciência não é exacta? Sempre me disseram que sim e eu, ainda que um tanto com um pé atrás, acreditei piamente. E agora, que fazer?

Para já – e escrevo no dia do meu aniversário, 20 de Setembro - não vou marcar nada na minha agenda entre 2350 e 1750 milhões de anos. E embora já o tivesse apontado, nem um cozido à portuguesa.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

VERGONHA SOCIAL

Dizia quem agora me não ocorre que na vida, temos duas coisas certas: a morte e os impostos.
Os jornais e as tvs noticiam que um cidadão português, desempregado e sem rendimentos, se recusa a pagar impostos e vai entregar ao venerando chefe de Estado uma carta relatando esse seu propósito.
É óbvio que se não tem rendimentos de qualquer espécie nada pode adquirir, já que não há bens nem serviços isentos. E tem, como muitos outros compatriotas nossos, e para vergonha de quem é suposto governar-nos de viver da caridade familiar se e quando possível ou de terceiros.  Um grito de um cidadão "anónimo", que dá o nome e mostra o rosto. Uma vergonha que devia envergonhar quem tem dezenas de "açafatas" bem remuneradas ao seu serviço, pagas por nós, que ainda pagamos impostos...

COMO DIZ?

"O tribunal criminal que está a julgar o caso Homeland não conseguiu notificar o antigo presidente do BPN José Oliveira e Costa para depor como testemunha no julgamento em que Duarte Lima é um dos arguidos.(...)"

Público de hoje

Vamos a ver se entendi: o Oliveira e Costa não estava em prisão domiciliária com pulseira electrónica? Fugiu e a polícia não deu ainda conta? Morreu e os noticiários omitiram o facto? Façam o favor de explicar a coisa. Ou sou eu que ensandeci? 

Basta! está na hora de os enfrentarmos

Já não é a primeira vez que o FMI, através dum qualquer dos seus muitos técnicos superiores (ou inferiores?) ou até mesmo da sua Directora Geral, a Senhora Christine Lagarde, vem publicamente defender doutrinas absolutamente contrárias àquelas que impuseram aos países a quem prestam assistência financeira, sozinhos ou em troika, como é o caso de Portugal. Não foi preciso esperar dois anos para que quase todos os portugueses concluíssem que a maldita austeridade que nos impuseram não resolve os problemas das contas públicas – défice e dívida pública – e, pelo contrário, agrava-os, dado o impacto que causam na economia.
Caiu hoje a notícia de que técnicos do FMI “reconhecem que esta instituição estava errada em muitas das suas políticas”. Perante este relatório, várias foram as reações das forças políticas e parceiros económicos e sociais. Mas, deu-me vontade de rir (de facto, não foi só vontade de rir, mas…, adiante) ouvir as críticas feitas ao FMI pelo Vice-presidente do PPD, Marco António Costa, que acusa aquela instituição de hipocrisia institucional. E eu pergunto: Em vez de andar a mandar umas “labecas” para português ver e ouvir, porque é que Marco António não nos anunciou que o Governo vai aproveitar este relatório e sentados à frente dos técnicos da Troika lhes vão dizer olhos nos olhos: “meus amigos, basta! Agora são vocês mesmos que dão razão a quem critica há muito a receita que nos impuseram. Está na hora de mudarmos de política”.

De que têm medo o PPD, o CDS e o Governo, para não fazerem isso? Dos neoliberais, de um modo geral, da Senhora Merkel ou dos banqueiros? 

terça-feira, 17 de setembro de 2013

E agora, o que vão inventar desta vez?

Por muito que ela jure e que os dirigentes do PPD continuem a acusar os partidos da Oposição de fazerem política rasteira, já ninguém tem dúvidas que Miss Swaps – a venerada ministra das Finanças de Pedro Passos Coelho – mentiu com todos os dentes que tem na boca à Comissão Parlamentar de Inquérito que se ocupa dos famosos contratos swap.
O assunto que já estava um bocado “em banho-maria”, foi agora agitado com a audição na dita Comissão de Almerindo Marques, na condição de ex-Administrador da “Estradas de Portugal”. Almerindo Marques disse, naturalmente que miss Swaps – Maria Luís Albuquerque – tinha emitido um parecer favorável a celebração de contratos swaps associados a empréstimos daquela empresa pública. Pois bem, o PPD ficou em alvoroço e de cabeça perdida (tocaram na menina dos olhos do chefe), de tal modo que apareceu o líder da sua bancada parlamentar – um tal Luís Montenegro – a chamar aldrabão ao Almerindo e a dizer que o homem cometeu um crime e que, por isso, o partido ia fazer queixinhas às entidades competentes, que é a mesma coisa que dizer que ia queixar-se ao Ministério Público.

Só que circulam nas chamadas redes sociais cópias de tais pareceres assinados de modo legível por Maria de Luís Albuquerque. E agora, o que vão inventar o Governo e os dirigentes do PPD para negarem as evidências? Como não têm vergonha na cara, vão por certo inventar qualquer coisa. Coisa essa em que o nosso venerando chefe de Estado acreditará piamente, como sempre.  

QUEIXINHAS

Ouvi, na tv, aquele senhor deputado com ar ladino (como é que se chama?, qualquer coisa Montenegro, se a memória me não falha), ameaçar comunicar às autoridades competentes (quais?) umas mentiras que terão sido produzidas não sei por quem, numa qualquer comissão de inquérito da AR. Eu, membro que fosse dessas autoridades metia baixa por uns tempos, pois trabalho não deve faltar se todas as mentiras dos políticos tiverem o mesmo destino. Ou será apenas em relação às mentiras proferidas nas tais comissões de inquérito? Mesmo assim, há-de ser muita 'trabalhera'...

INSÓLITOS

Albergaria-a-Velha, 17 set (Lusa)  

Um homem que tentou assaltar uma pastelaria e churrascaria em 2011 está a pedir uma indemnização de 15 mil euros às vítimas do roubo, num processo que está a ser julgado no Tribunal de Albergaria-a-Velha.
O assaltante queixa-se de ter sido agredido pelo dono do estabelecimento e por outros dois homens que o manietaram no local do crime, até à chegada da GNR.
Durante as alegações finais, que decorreram hoje, o Ministério Público (MP), que acompanha a acusação, pediu a condenação dos três arguidos.

Espero que o queixoso veja acolhido o seu pedido, aliás curto. O assaltado e os restantes agressores não podem ficar impunes perante tais barbaridades contra um pacato cidadão que apenas queria aliviar a caixa da pastelaria. 

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

CONTRADIÇÕES (CONTINUAÇÃO)

Posteriormente, a 30 de julho, já como ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque insistiu: "Estive afastada desse tema em concreto durante os anos em que estive no IGCP, porque enquanto estive no IGCP não era minha responsabilidade tratar de temas relacionados com swaps, nem do IGCP, nem de empresas públicas, mas apenas os temas relacionados com o financiamento. No entanto, ouvia, de vez em quando, conversas entre os colegas que se dedicavam a essa matéria sobre uma ou outra transação - muito poucas - que lá apareciam para pedido de parecer".
Terá a ministra mentido ou apenas se tratará de uma falha de memória? O DN tentou contatar a assessora de imprensa do Ministério das Finanças, mas a chamada não foi atendida.

Fonte: DN online

CONTRADIÇÕES

SWAPS

Ministra das Finanças apanhada em novas contradições

por Carlos Rodrigues LimaHoje53 comentários

Em junho e julho, Maria Luís Albuquerque garantiu que, enquanto técnica do IGCP, nunca tratou de swaps. Almerindo Marques e documentos desmentem tais declarações
A ministra de Estado e das Finanças, Maria Luís Albuquerque, pode enfrentar nas próximas semanas uma nova polémica relacionada com swaps (contratos de cobertura de risco financeiro). Hoje, o antigo presidente da Estradas de Portugal, Almerindo Marques, declarou no parlamento que Maria Luís Albuquerque, enquanto técnica do IGCP, deu um parecer favorável a um swap da EP. Porém, há dois meses, a ministra garantiu que nunca tocou no assunto dos swaps quando trabalhou no Instituto de Gestão do Crédito Público.
Para além das declarações de Almerindo Marques, o DN teve acesso a um parecer do IGCP, de julho de 2009 (ver ficheiro em anexo) sobre um swap da CP proposto pelo Citigroup. Ora, a autora desse parecer foi, precisamente, Maria Luís Albuquerque enquanto técnica do IGCP.
Foi também nesta qualidade que, segundo declarou hoje Almerindo Marques, durante uma audição na Comissão Parlamentar de Inquérito aos swaps, a atual ministra das Finanças deu um parecer a um swap da EP. "O contrato teve parecer favorável do IGCP e a técnica foi a ministra das Finanças", declarou Almerindo Marques na comissão parlamentar de inquérito aos 'swap'.
Na comissão parlamentar de inquérito aos swap, o antigo gestor, que pediu a demissão em fevereiro de 2011, considerou o swap em causa contratado "bem simples", adiantando ter ficado "perturbado quando agora um organismo do Estado o classificou como de grau 4".
As contradições entre as declarações e o documento revelado pelo DN com as palavras da ministra são bem evidentes. Ouvida a 25 de junho, ainda como secretária de Estado das Finanças, Maria Luís Albuquerque declarou (ver ficheiro em anexo): "Gostaria apenas de esclarecer - e não é que tenha particular relevância para esta conversa - que no IGCP as minhas funções nunca passaram por esta matéria mas pelas emissões de dívida. Portanto, enquanto estive no IGCP não tive qualquer contacto com swaps, nem do IGCP nem de natureza nenhuma". (continua)

REAPARECIDO

Ontem recebi um email em que me diziam que o homem, com ar patético e de boina (basca?), tinha desaparecido. Facto é que há temp+os que não o via nem ouvia.
Se assim foi, e não tenho a certeza de que assim tenha sido, já o encontraram, dado que o vi hoje na tv, com ar fresco e discurso, como habitualmente, escorreito, dizendo aquelas coisas do modo que só ele sabe dizer.
Temo-lo de volta e ainda bem.

domingo, 15 de setembro de 2013

FOGOS FLORESTAIS

Todos os anos é a mesma conversa, o que começa a cheirar mal e a esturro.
Por esse país fora ardem matas, casas e animais domésticos e morrem ou ficam feridos vários bombeiros. Muitas economias rurais ficam arruinadas para toda uma vida.
As tvs mostram-nos como tudo decorre ou decorreu, para que fiquemos bem informados. Fazem-se espectáculos, televisivos e não só. Choram-se lágrimas verdadeiras, muitas, e de crocodilo, ainda mais. Detêm-se uns quantos maluquinhos e ameaça-se com a nacionalização dos matos. O ministro M. Macedo, com o seu ar pretensamente sereno mas cheio de si, diz umas banalidades adequadas ao momento. No final, haverá um cálculo meramente material e concluir-se-há que mais barato ficava a prevenção. Contudo, como há razões que a razão desconhece, tudo fica como dantes e para o ano teremos mais do mesmo, se o Verão "colaborar".
Tudo isto é vergonhoso e degradante e não se vê porem-lhe termo. 

CRITÉRIOS EDITORIAIS

Para a RTP 1, a grande notícia do dia foi a renovação do contrato de C. Ronaldo. Foi assim no Jornal da Uma e no Telejornal das 20h.
Ó senhor ministro Maduro, quando é que que é nomeada, por si, e que perante si será responsável, a tal comissão de sábios que há-de nomear os membros administrativos para a RTP?
Bem fez, aqui há anos, o Santana Lopes, quando lhe interromperam uma entrevista porque tinha chegado o Mourinho à Portela....

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

PARA DESOPILAR


Russ e Sam, dois amigos, encontram-se todos os dias no Parque par dar de comer aos pombos, observar os esquilos e discutir os problemas do Mundo. Um dia Russ não apareceu. Sam não pensou muito nisso calculando que se tivesse constipado ou coisa parecida. Depois de uma semana sem Russ aparecer, Sam realmente preocupou-se. Como, entretanto, o único tempo que passavam juntos era no Parque, Sam não sabia onde Russ morava e assim era incapaz de descobrir o que lhe teria acontecido. Um mês passou, e Sam pensou não mais ver o seu amigo Russ. Um dia, ao aproximar-se do Parque, lá estava Russ sentado. Sam ficou muito excitado e feliz por vê-lo a ponto de lho dizer. Passado o momento de excitação disse-lhe: "Francamente Russ, o que é que lhe aconteceu?
- Estive preso! Disse Russ.
- Preso?! A que propósito?
-Bem, disse Russ, conhece aquela loirinha muito gira que trabalha na cafetaria onde às vezes vou?

-Sim, disse Sam, lembro-me dela! O que lhe aconteceu?
- Bem, um dia ela queixou-se de mim "por violação" e eu, com 89 anos fiquei tão orgulhoso que me declarei "CULPADO"!
O estúpido do Juíz aplicou-me 30 dias de prisão por "Perjúrio"! 
   



  



Imagem removida pelo remetente.



CONTRIBUIÇÕES EXTERNAS

Com os agrdecimentos da Zorra, aí vai mais um textículo(*) do insigne Henrique Antunes Ferreira, que pontifica no blogue A Minha Travessa do Ferreira


Uma lei imoral

Por Antunes Ferreira


Como dizem os Brasileiros - no que respeita à lei que estabelece a convergência das pensões entre o sector público e o sector privado, e que reduz 10% as pensões dos reformados do Estado de valor superior a 600 euros - a coisa está preta. E está. A antiga líder do PSD, e ministra das Finanças e da Educação do Governo chefiado por Cavaco Silva, afirmou no seu comentário habitual no programa Política Mesmo da TVI24 que essa lei é “imoral”.

O (des)Governo chefiado (???) por Passos Coelho avançou com esta medida e muita gente interpretou-a como se ela fosse uma vingança contra o Tribunal Constitucional. De que o (des)Executivo não gosta e Coelho ainda muito menos. Vejam-se os comentários infelizes por ele proferidos no encerramento da Universidade de Verão dos ditos sociais-democratas. Que, de resto, não foram refutadas, nem sequer contestadas.

Pode-se referir que Manuela Ferreira Leite estará a tentar recupera o facto de ter perdido a liderança laranja justamente contra Passos. A ser assim, bem podemos estar a assistir a passos de dança, onde um parceiro da mesma cor tenta desforrar-se do outro, no caso presente, uma parceira a tentar dar cabo do outro.

Ferreira Leite usou uma linguagem muito dura e cáustica ao referir-se ao assunto, chegando mesmo a dizer que se trata de socializar a classe dos reformados do Estado, deixando uma conclusão acérrima: para ela é uma medida que um  qualquer Governo Comunista não enjeitaria. Mas a economista não se coibiu de acusar quem produziu a lei, afirmando que ela, a lei aprovada na última quinta-feira em Conselho de Ministros  “antes de ser constitucional ou não ser constitucional (…) no ponto fundamental é profundamente imoral. E na política, como na vida, nós, a despeito dos objectivos, temos de olhar aos meios que utilizamos para atingir esses objectivos”.

A antiga presidente do PSD falou mesmo em “leviandade, ligeireza e superficialidade” como esta matéria está a ser encarada pelo (des)Governo, - o parênteses, como sempre, é meu - fazendo ressaltar que o diploma “Agride uns princípios tão fundamentais e tão básicos do que é a relação entre as pessoas, do que é a construção de vida das pessoas, do que é o drama que implica nas pessoas, que não creio que haja o direito de ele ser aplicado sem ser com uma profunda ponderação que deve envolver as forças vivas deste país”.
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Mas foi ainda mais longe considerando ainda uma “brincadeira de mau gosto” que esta medida seja apresentada pelo Governo como temporária enquanto o país estiver em crise porque os objectivos do Governo não serão atingidos”. “O único objectivo disto é transmitir ao Tribunal Constitucional que esta é uma medida temporária e não definitiva. Não sei quem acredita nisto”.

Ferreira Leite prevê também que dentro de algum tempo o Governo apresente cortes nas reformas que vão atingir todos e não apenas os aposentados da função pública. “Esta medida é um teste a pessoas que não fazem greve, que não têm representação na concertação social, que não têm nenhuma legislação que os proteja. Mas é evidente que isto não resolve nenhuma reforma orçamental”.

Basta de citações. O ditado que diz que “com amigos destes mais vale ter inimigos” tem aqui plena validade; outro rifão afirma que “zangam-se as comadres descobrem-se as verdades”. Coelho e os seus asseclas estão uma vez mais confrontados com uma castanha que lhes pode explodir nas bocas. E, ainda por cima, daquelas que não se podem tirar das brasas.

Porém, infelizmente, tudo indica que o poder já se habituou a tentar todos os golpes para dar cabo dos cidadãos, começando pelos trabalhadores da Função Pública até chegar aos das empresas privadas. O que quer dizer que é necessário estarmos todos preparados para o que pode ocorrer – e que é plausível que a todos nós, Portugueses, nos bata à porta.  

Que fazer, então? Sendo profundamente pacifista, não descarto a hipótese de aparecer por aí um Buiça ou mais, que comecem a sua tarefa em Belém e a acabem em São Bento, passando por outros locais onde existam (des)governantes. Infelizmente, se tal acontecer, poderemos ter uma guerra civil. Mas também há quem diga que estamos tão mal que esse seria o menor.

Nós, os Portugueses, somos uns sujeitos que no entender do falecido Padre Américo se enquadram no que disse: “não há rapazes maus”. O problema é que logo acrescentaram (e perdoe-se-me o vernáculo): “mas há por aí uns quantos filhos da puta”.

(*) - o termo é do autor do texto


quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Que safadeza! Quem pode ter respeito por eles?

Já ninguém tem dúvidas que o nosso desgraçado Governo usa e abusa do cinismo, a começar pelo primeiro-ministro, que só não é o mais cínico de todos porque é impossível ser mais cínico que Paulo Portas.

Nos últimos dias temos ouvido os professores e os dirigentes dos seus sindicatos, os pais e os dirigentes das associações que os representam, e muitas autarquias, dizerem-se preocupados com o novo ano escolar. Entretanto o primeiro-ministro, na véspera da abertura do ano lectivo, acompanhado do ministro da Educação, foi inaugurar uma escola já inaugurada há um ano (é estranho, não é?) e, entre outras considerações e aldrabices, enalteceu o facto de o arranque escolar decorrer sem os sobressaltos de outros tempos em que “não se sabia se os professores tinham colocação e se as escolas estavam prontas”. Mas que grande safadeza! Só pode estar a brincar com coisas sérias. Então não ficamos a saber só hoje, ou seja, depois de o primeiro-ministro ter mandado aquelas “labecas”, que foram colocados 5454 professores e que ainda faltam colocar cerca de 2000, que o Governo mandou encerrar duas escolas dum agrupamento de escolas do concelho de Guimarães com turmas já constituídas, que há professores que ainda não têm acesso aos manuais escolares? Não dá para acreditar. Das duas, uma: Ou o primeiro-ministro não se importa de mentir descaradamente aos seus concidadãos; ou não faz a mínima ideia do estado em que está a Educação. Quem pode ter respeito por um primeiro-ministro destes?

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Que moralidade!

O Governo prepara-se para, mais uma vez, cortar pensões. Nada mais fácil para um qualquer governo diminuir as despesas do que cortar salários ou às pensões e reformas que paga. E este Governo pouco mais, ou nada mais, tem feito do que diminuir o valor das pensões de reforma, diminuir os encargos com salários da função pública, nem que para isso tenha que mandar para casa milhares de funcionários públicos, cortar na Educação e na Saúde e aumentar impostos e taxas, sobretudo ou exclusivamente, para aqueles que vivem do seu trabalho, sejam trabalhadores por conta de outrem ou trabalhadores independentes (conhecidos como trabalhadores a recibos verdes).
Bem, já nem vale a pena falar que tudo isto é absolutamente o contrário daquilo que Passos Coelho prometeu não fazer durante a campanha eleitoral e que foi uma das bandeiras que usou para chegar ao poder. Mas vale a pena meditar sobre o tipo de gente que nos está a governar, capaz de dizer com o maior cinismo: “As pensões de sobrevivência inferiores a 419 euros (para muita gente nem dá para sair da pobreza) vão ser poupadas aos cortes de 10% que o Governo pretende aplicar a partir do próximo ano”. Que caridade!

Entretanto ficamos a saber que metade das empresas portuguesas do chamado PSI 20, com sede fiscal na Holanda através de empresas subsidiárias, transferiram para aquele país mais de 2500 milhões de euros de lucros gerados com a suas actividades em Portugal. Façam as contas e vejam qual o valor da fuga (legal, diga-se) a impostos que deveriam ser pagos no nosso país. Se calhar dava para evitar os cortes nas pensões. Ah, e a EDP, que tanto dinheiro nos suga, é uma das tais empresas. A sua subsidiária pouco mais é que uma caixa de correio. O que dirá a isto o Catroga – amigo do peito do Cavaco?
Que moralidade!

AUTÁRQUICAS, CNE E TVS

Pronto, estamos livres da estopada das promessas eleitorais dos candidatos autárquicos. Como as tvs não têm tempo nem disposição para ouvir os milhentos candidatos, como impõe a CNE, não há nada para ninguém. Assim, votamos no nome mais sugestivo ou na cara mais laroca dos cartazes.

sábado, 7 de setembro de 2013

MAIS AUITÁRQUICAS

O TC considerou que um presidente de junta de freguesia que tenha completado 12 ou mais anos numa freguesia pode candidatar-se à presidência de uma união de freguesias em que aquela esteja incluída. Nada de novo, após o acórdão quanto às câmaras. E, então, pode ser assim (mero exemplo que creio não corresponder à realidade): o actual presidente da Junta da Sé, no Porto, que já completou 12 anos, pode candidatar-se à presidência da nova junta das freguesias da Sé, Cedofeita, Santo Ildefonso, Vitória, S. Nicolau e Miragaia. E, se ganhar, daqui a 12 anos pode candidatar-se à união das freguesias da Foz, Nevogilde e Lordelo do Ouro. E depois disso, se ainda for vivo, à freguesia de Campanhã.
Ou seja: presidente de câmara ou de freguesia pode passar a ser uma profissão, a ser incluída no cardápio das profissões para efeitos estatísticos e fiscais.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

O Estado de Direito funcionou desta vez

O Estado de Direito funcionou desta vez. A Comissão Nacional de Eleições, após analisar as queixas do PS e do PCP considerou, e muito bem, que a entrevista a Passos Coelho prevista para o próximo dia 10, Terça-feira, no âmbito do novo programa “O País Pergunta” não deve realizar-se, uma vez que “um programa de entrevistas com responsáveis políticos, com o formato anunciado pela RTP, apenas pode ter lugar fora dos períodos eleitorais”. Ninguém com bom senso podia esperar outra decisão. Mas, pelos vistos, bom senso é coisa que está a faltar na RTP, principalmente ao seu director de Informação, Paulo Ferreira, que parece não querer aceitar as instruções da CNE.

Entretanto, Passos Coelho, numa jogada de antecipação, e temendo que os custos políticos duma entrevista polémica podiam ser maiores que os ganhos, declinou o convite, “perante as circunstâncias actuais, às quais é completamente alheio”, disse. Que remédio, digo eu.

PORTAS, O PATRIOTA

Vice-primeiro-ministro declarou ao Tribunal Constitucional ter 80 mil euros numa conta no Deutsche Bank. Depósito foi efectuado após pedido de resgate.
Segundo revela hoje o Correio da Manhã, as últimas declarações de rendimentos apresentados pelo actual vice-primeiro-ministro no Tribunal Constitucional (TC) revelam que Paulo Portas colocou no Deutsche Bank 80 mil euros após Agosto de 2011, altura em que o risco financeiro de Portugal e dos bancos portugueses atingiu um pico.

O jornal dá conta que quando Paulo Portas entregou as declarações de rendimentos relativas à cessação de funções de deputado e início do cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros, declarou ter mais de 159 mil euros numa conta solidária no Banco Popular. Já na declaração de rendimentos apresentada em Agosto deste ano, relativa ao início de funções como vice-primeiro-ministro, o governante referiu ter 80 mil euros em conta solidária no Deutsche Bank.

O jornal conclui que esta poupança foi colocada no banco alemão após Agosto de 2011, altura em que o Deutsche Bank em Portugal passou a estar sujeito ao risco da casa-mãe alemã. Uma mudança que terá atraído alguns depósitos, dado o risco atribuído na altura a Portugal.

DE

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

AS AUTÁRQUICAS- 2

Há dias referi-me ao provável resultado do acórdão do TC quanto às (re)candidaturas dos dinossáurios autárquicos. Acertei no resultado.
Não conheço ainda os fundamentos do acórdão, mas serão certamente de peso. 
Alguém imagina um acórdão de sentido contrário neste momento do campeonato? 
E, julgo, é um raspanete dos antigos aos partidos que não quiseram assumir as suas responsabilidades, aclarando a lei. 
Embora discorde do sentido do acórdão, acho que é bem feito aos tacticistas e cobardolas dos líderes dos partidos, nomeadamente do PS.
E, assim sendo, é bem provável que o Luís Filipe Menezes venha a governar a Câmara do Porto por uns bons anos e o Careca do Benfica vá para o Parlamento Europeu no próximo ano. 
Resumindo, discordando, concordo. É o que merecemos.

AS AUTÁRQUICAS


Pena eu não votar em Gaia...

É preciso desfaçatez!

Ontem, em alguns noticiários televisivos, vi Marco António Costa, o agora todo poderoso Vice-presidente e porta-voz do PPD (uma espécie de papagaio do partido), dizer-se indignado com a acusação do PS e do seu líder António José Seguro de que o governo está a esconder novas medidas de austeridade a pôr em prática a seguir às eleições autárquicas. Com cara de safado (só podia!) o tal papagaio justificou a sua indignação pelo facto de o PPD até ser o partido que mais cumpre aquilo que diz ou promete aos seus cidadãos. É preciso desfaçatez! Será que tipo acha que os portugueses são tolos e que já se esqueceram de terem ouvido Passos Coelho na campanha eleitoral a dizer o contrário daquilo que tem feito no Governo? Quem não se lembra de Passos Coelho a responder a uma jovem que lhe perguntou se iam tirar os subsídios de férias e de Natal: “Isso é um disparate!”

Por isso, eu que me lembro muito bem das falsas promessas de Passos Coelho na campanha eleitoral e depois já como primeiro-ministro; que não me esqueço das vezes que ele “viu luz ao fundo do túnel” de onde ainda não saiu; e que já lhe ouvi tantas balelas em que ninguém acredita; ao ouvir Marco António Costa pensei: O homem não está bem da tola. Ou então, como já disse acima – é preciso desfaçatez!  

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Uma vergonha!

Mais uma machadada no serviço público de televisão dada pela RTP.

A RTP resolveu, e bem, criar um programa na área da informação, em que um líder de um partido político é confrontado, em directo, com perguntas de pessoas de diferentes escalões etários e profissões, que estão numa plateia. A RTP resolveu, e bem, começar as emissões do programa com o líder do partido com maior representação parlamentar – Passos Coelho, líder do PSD. A RTP resolveu, e aí não sei se bem, se mal, que o programa não terá emissão regular e que apenas terá duas ou três emissões anuais, “para que não se banalize”. Mas a RTP resolveu, e mal, mesmo muito mal, que a primeira emissão, com Pedro Passos Coelho, irá para o ar a poucos dias das eleições autárquicas. Pergunto, porque não depois das eleições? Esta atitude da RTP configura uma situação de frete e subserviência do serviço público ao poder político instalado, própria de países com eleições, sim, mas com governos autoritários, de que é exemplo mais usual na actualidade a Venezuela do falecido presidente Chavez e do actual presidente Maduro. Que vergonha! 

ESTÓRIAS DO ZÉ GIL

Aí vai mais uma das estórias do Zé Gil


AS HORTAS
                                                                         Gil Monteiro*  

Na aldeia transmontana, deixava de ser pobre, pobre, quem tinha uma hortinha! “Sempre tinha onde poder colher umas couves” – dizia a Maria do Viúvo, quando a Joaquina morreu, e foi necessário a junta de freguesia ofertar o caixão, para ir ocupar os sete palmos de terra no cemitério de S. Martinho.
O misticismo de ter uma horta era tal, afastando o fantasma da pobreza, de andar de porta a porta e de aldeia a aldeia a esmolar, que Roalde era rodeado por pequenos agros, mais pequenos que a loja dos bois! Entre esses quintais, utilizados nas brincadeiras de rapaz, um era ocupado por uma única macieira frondosa! Serviu de “Meu Pé de Laranja Lima”, como tão bem escreveu, o escritor brasileiro, José Mauro de Vasconcelos, de ascendência transmontana.
As nogueiras davam um “ar fresco “ nas tardes de canícula e as variedades de ameixas faziam a pequenada sorrir e davam coragem para os banhos nas poças da Tenaria, desocupadas dos molhos de linho, a serem macerados e espadeirados, nas bancadas graníticas do Peitoril. Só o tio Brás, artista de fazer estrelejar foguetes, na festa bianual, e tocador de concertina, transformou os seus dois quintais em jardins! Ver lindas rosas, alecrins, açucenas, e cabaceiras, era um assombro! Só na feira de S. Martinho ou no jardim da Carreira de Vila Real, se podia ver semelhante. Mais: nunca o rapazio tratou mal as plantas do tio Brás, apesar de ele morar no fundo do povo, e nem sempre estar por perto. Por ter acesso livre, e por aprender muito com o hortelão, sentia-me um privilegiado. Quando a Amélia do Carumba, munida de escada, convida os garotos crescidos, para apanhar os abrunhos, em planta alta e esguia, na pequenita hortinha, nas traseiras de minha casa, fiquei perplexo: oferta de todos os frutos a toda a gente; e deixava de os ter à disposição, pela janela de minha casa, apanhados das copas mais altas!
Era um vício tirar essas ameixas, rainha Cláudia, doces e apetitosas da Sr.ª Amélia, pois a casa também tinha uma latada de uma grande videira, que nunca era vindimada, tendo sido habituado a ir colhendo os cachos, pela janela da rua, em competição com abelhas de deixarem ficar apenas a pele aos bagos.
Fomos criados para viver em vida rural. O êxodo para as cidades está a acabar. Vai começar outro ciclo: voltar às origens...
É na Baixa Portuense que podemos ver bonitos quintais, e bem tratados, nos prédios não abandonados. De comboio de S. Bento para Campanhã, nos intervalos dos túneis, tirando os olhos do lixo, junto às linhas (agora menos), vemos hortas, onde as laranjeiras, limoeiros e couves-galegas, altas, parecem dizer adeus, ou bater palmas ao ritmo do trem, trem, da linha férrea!
Foi um Almada que, pretendendo por a cidade em melhor contacto com o norte, mandou abrir a rua de Costa Cabral, vendendo talhões de terrenos para construções, próprios para casas e quintais; obrigava a abrir poços de abastecimento e rega, individuais ou meeiros, entre parcelas contíguas. Algumas hortas sobreviveram e têm árvores, onde os pássaros nidificam! Os galinheiros e coelheiras foram morrendo, conforme os supermercados passaram a vender pernas de frango! A propriedade horizontal decretou a extinção do uso. Retalhados pelos donos dos andares dos novos prédios? Mas, devido à crise, começam agora a verdejar...
Chegou o tempo do regresso às origens?!
Os novos empreendedores agrícolas, a rumarem para as aldeias e quintas ou herdades, vão fazer o renovado Portugal. Até os burricos transmontanos, em vias de extinção, já agradecem ao Criador!

Porto, 29 de julho 2013

                                                                                      *José Gil Correia Monteiro

                                                                                     jose.gcmonteiro@gmail.com

TEXTÍCULOS


Aqui vai mais um textículo (como lhe chama o autor), do insígne jornalita e blogger Henrique Antunes Ferreira ("A Minha Travessa do Ferreira"), que nos dá a honra de o publicar.


Lázaro ressuscitado

Antunes Ferreira
Sinónimo de bom orador na língua portuguesa é António Vieira, ou para ser mais preciso, o padre António Vieira. São mais de 500 os seus sermões, dos quais o Mais conhecido é, indiscutivelmente, o de Santo António aos Peixes. A oratória foi pelos séculos XV, XVI, XVII e XVIII, praticada pelos sacerdotes do alto dos seus púlpitos.

Já na Antiguidade a fama de Demóstenes em Atenas e de Cícero em Roma na arte de bem falar, perdurou por séculos e séculos e ainda hoje se refere que o grego, gago de nascença, usou para corrigir a dicção, falando com seixos na boca; isto durante uns anos até se tornar o orador que assim entrou na História Universal.

Por seu turno, o romano ficou célebre pelos seus discursos entre os quais se destacam as catilinárias, feitos no Senado de Roma e perante o povo, contra Catilina, um nobre que tentava destruir as instituições republicanas. Quousque tandem abutere, Catilina, patientia nostra? Até quando, enfim, ó Catilina, abusarás da nossa paciência? A frase continua e continuará a ser usada.

O padre Teodósio, Teodósio de Jesus Pimenta, nascera com o dom da palavra. Nascera, crescera e chegara a sacerdote empunhando a oratória como arma de arremesso contra o demo e seus seguidores, em nome de Cristo ainda que não se saiba se este lhe terá passado procuração para o efeito. Afastem-se minudências sem grande valor.

Todos os Domingos saía sermão, sem falha, sem hiatos, persistente, pontual e verdadeiro. Pastoreava uma freguesia, onde vivia com sua irmã Celestina. Diziam as más línguas que era apenas uma justificação perante o mundo, pois que Teodósio e Celestina partilhavam a mesma cama. Adiante; línguas viperinas.

Pois numa manhã de Domingo, Teodósio acordou rouco. Rouco? Rouquíssimo. E o sermão? Nisto meditava quando se dirigia à igreja paroquial e por isso disse com decibéis negativos ao sacristão Jaquim. Como iria ser? Ninguém o entenderia com aquele falar roufenho. Uma desgraça!

Jaquim atalhou a desdita: Padre Teodósio, hoje é a homilia sobre o Lázaro e eu já o ouvi tantas vezes que a sei de cor e salteado. Vou eu para o púlpito e digo-a ao seu rebanho. Nem pensar, tu és um desbocado, nem que lavasses a boca vinte vezes em água benta deixarias de o ser. Nada, padre; eu subo e o senhor fica cá em baixo e no caso de alguma derrapagem avisa-me e eu corrijo.

E assim foi, ainda que o bom clérigo desconfiasse do que poderia acontecer; atento, foi ouvindo. Lá em cima, o Jaquim começava: Voltara o tipo à Judeia e padre Teotónio dirigindo-se ao sacristão: é Jesus, Nosso Senhor. E o orador, pois meus irmãos, enganei-me: voltara Jesus Nosso Senhor à Judeia e ao chegar a Betânia vieram umas gajas aos gritos

Não são gajas! São santas mulheres, entre as quais Marta a irmã do falecido que informou o Senhor da morte de Lázaro, sepultado já há quatro dias e o sacristão emendou, ipsis verbis, prosseguindo: só tu, Senhor o podereis ressuscitar. Então as santas mulheres conduziram Jesus Cristo, à tumba de Lázaro. Ali chegados


O eclesiástico pensou de si para si, o Jaquim entrou nos eixos. Safa! O dito cujo prosseguiu: O filho de Deus impôs as mãos e disse Lázaro levanta-te e anda. E o ressuscitado levantou-se e andeu. Teodósio quase perdeu o tino e, regougou para cima: é andou, estúpido, é andou, estúpido. O sacristão; pois andou estúpido durante três dias e depois passou-lhe   

Para desgraça nossa!

Nos últimos dias muito se tem comentado o ataque, absolutamente absurdo e de certo modo até cretino, que Pedro Passos tem feito ao Tribunal Constitucional por este, no âmbito das suas funções, ter considerado inconstitucional a chamada lei da requalificação dos funcionários públicos, que não é mais, como sabemos, do que uma forma “chico-esperta” (para não lhe chamar outra coisa) de mandar muitos funcionários públicos para o desemprego, e quase de borla.

Pois bem, uma vez que já foi muito criticada por gente de todos os quadrantes e em diversos órgãos da Comunicação Social, não vou comentar a atitude pouco ou nada democrática do primeiro-ministro de Portugal, que convive mal com os princípios fundamentais do Estado de Direito. Mas não posso deixar passar o silêncio de Sexa – o Venerando Chefe de Estado. Se bem entendi e li, foi Cavaco Silva que solicitou ao Tribunal Constitucional que se pronunciasse sobre a constitucionalidade de tal diploma, tecendo comentários mais discordantes da lei do que os do acórdão do Tribunal. Quer dizer, então, que quando Passos Coelho acusa os juízes de falta de bom senso na interpretação da Constituição, também está a acusar Cavaco do mesmo. E se formos ao dicionário ver o significado de “bom senso” podemos deduzir que o nosso primeiro-ministro acha que o nosso Presidente da República não tem bom juízo. Ora, que eu saiba, o Presidente não é surdo, pois não? Mas, neste caso, até parece que é, ou faz de conta, pois não se ouviu ou leu, nem no famoso facebook, que Cavaco Silva tivesse qualquer reacção de desagrado à afronta, ou até insulto, de que foi alvo. Porquê? Porque é o padrinho deste governo e não quer sarilhos com o afilhado? Se calhar! Mas esta atitude (ou não atitude?) de Cavaco diz tudo do estado a que chegou a nossa Democracia com o trio tão ambicionado pela Direita portuguesa – uma maioria, um governo, um presidente. Para desgraça nossa!

terça-feira, 3 de setembro de 2013

E AS AUTÁRQUICAS?

Parece que continua por aí a confusão quanto aos candidatos salta-pocinhas, ditos dinossáurios. Um tribunal decide de um modo, outro, de outro. E os (re)candidatos continuam como se nada fosse, prometendo o céu e a terra aos fregueses, como se não houvesse amanhã, como se supusessem que os cofres estão a abarrotar. 
Não me atrevo a prever a decisão do TC (ainda que tenha a minha opinião pessoalíssima sobre o assunto). Porém, palpita-me que que o acórdão vai ser favorável a Luís Filipe Menezes, a Fernando Seara e, quem sabe?, a Isaltino Morais, entre outros. De outro modo, temos que voltar ao princípio, que este jogo não valeu.

O PM QUE TEMOS

Arredado que tenho estado de tvs, rádios e (menos) de jornais, não tenho seguido de perto a silly season, mas sempre deu para perceber que o PM, que não assume o desejo de rever a Constituição, insulta o Tribunal Constitucional e, de caminho, o PR, por lhe terem chumbado a lei dos despedimentos (o TC) e porque  o próprio PR suscitou a eventual inconstitucionalidade do diploma.
Parece a velha estória da senhora a ver a parada militar em que só o filho marchava com o passo acertado.