O
Governo prepara-se para, mais uma vez, cortar pensões. Nada mais fácil para um
qualquer governo diminuir as despesas do que cortar salários ou às pensões e
reformas que paga. E este Governo pouco mais, ou nada mais, tem feito do que
diminuir o valor das pensões de reforma, diminuir os encargos com
salários da função pública, nem que para isso tenha que mandar para casa
milhares de funcionários públicos, cortar na Educação e na Saúde e aumentar
impostos e taxas, sobretudo ou exclusivamente, para aqueles que vivem do seu
trabalho, sejam trabalhadores por conta de outrem ou trabalhadores independentes
(conhecidos como trabalhadores a recibos verdes).
Bem,
já nem vale a pena falar que tudo isto é absolutamente o contrário daquilo que
Passos Coelho prometeu não fazer durante a campanha eleitoral e que foi uma das
bandeiras que usou para chegar ao poder. Mas vale a pena meditar sobre o tipo
de gente que nos está a governar, capaz de dizer com o maior cinismo: “As
pensões de sobrevivência inferiores a 419 euros (para muita gente nem dá para
sair da pobreza) vão ser poupadas aos cortes de 10% que o Governo pretende
aplicar a partir do próximo ano”. Que caridade!
Entretanto
ficamos a saber que metade das empresas portuguesas do chamado PSI 20, com sede
fiscal na Holanda através de empresas subsidiárias, transferiram para aquele
país mais de 2500 milhões de euros de lucros gerados com a suas actividades em
Portugal. Façam as contas e vejam qual o valor da fuga (legal, diga-se) a
impostos que deveriam ser pagos no nosso país. Se calhar dava para evitar os
cortes nas pensões. Ah, e a EDP, que tanto dinheiro nos suga, é uma das tais
empresas. A sua subsidiária pouco mais é que uma caixa de correio. O que dirá a
isto o Catroga – amigo do peito do Cavaco?
Que moralidade!
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