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S. JOÃO DO BONFIM =»
Gil Monteiro*
Sendo São
João a figura austera de santidade, no tempo de Jesus Cristo, implantou o
batismo nas águas do rio Jordão, como preceito bíblico de as almas alcançarem o
Reino do Céu, após a morte da carne havia a sobrevivência da alma.
Uma Santidade tão grave tornou-se
rapioqueira e muito popular. Como? Foi, e continua a ser acolhido pelos pobres
do tempo de Jesus Cristo, e, cada vez mais, pelos políticos degradados filhos
de Eva, e famintos do Céu e da Terra! Será que no Firmamento pode haver
misérias? Deus é Pão e Misericórdia estando omnisciente em todas as galáxias.
É supero venerado no Norte de Portugal,
chegando ao “grande” Brasil e locais de formação castelhana. As dioceses onde
se fala português, mesmo as de ortografia antiga!
Podemos não saber dos dias que decorrem,
mas as datas festivas dos santos populares lembram sempre! Podem faltar as
bandas de música, os bombos, ferrinhos e concertinas, os arraiais existem
sempre! Os padroeiros Santo António, S. João e S. Pedro são evocados e as
sardinhas assadas, com umas goladas de verde tinto bem deglutidas! Os
manjericos, raminhos floridos e ramos de “ramalheiras” criam os ambientes das
ruas, praças e bairros! Até nas praias e esplanadas as brisas da noite são adocicadas:
há maresias e perfumes populares. A cerveja tem sabor a “ carrascão” do Douro
ou alvarinho de Monção! A Cidreira, o alho-porro e caldo verde condimentam as brisas
feitas para o zé-povinho.
É preciso não esquecer os vasos de
flores que irão acompanhar as vindimas e os magustos de castanhas assadas na
lareira!
---- Um tostadito para o S. João... ----
Pediam as crianças. Em frente das cascatas armadas no vão das escadas ou nas
escaleiras das capelas ou igrejas, como nas soberbas da igreja do Bonfim,
lindas e bem decoradas e muito visitadas.
Nas portas mais largas de entradas para
as ilhas existentes nos anos cinquenta, e onde havia mais passantes de “bom
coração” e inquilinos a viverem bem. As rendas das ilhas asseadas eram baratas
e os ocupantes empregados no comércio e indústria.
Oferecer cinco tostões era muito bom,
pois por meio tostão ainda se comprava uma caixinha de fósforos ou um raminho
de rebuçados de papel.
A rua do Bonjardim dava passagem para
as ilhas dos bairros. Os moradores (alguns) iam para os trabalhos de táxi. Mouzinho
Albuquerque, rua das Flores, Ribeira, e já Santa Catarina, tinham paragem de
carros e elétricos.
As cascatas e as rusgas eram
organizadas pelo Clube dos Feniano, ranchos folclóricos e moradores dos
bairros. Paranhos dava grupos de cantadores (as) e carroças carregadas de
verdes, manjericos, alho porros e vides americanas de cachos ainda da cor do
mar! A praga da filoxera estava a acabar...
Era o S. João das Antas, do Bonfim, da
Lapa e Cedofeita (agora em decadência).
Viva o Novo S. João de Miragaia, Serra
do Pilar, Ribeira até à Foz (Passeio Alegre).
S. Pantaleão, entre o pantomineiro, faz
viver o Porto.
Porto, 26 de
junho de 2019