quarta-feira, 30 de abril de 2014

servidos por gente desta!

Por proposta do seu Presidente, a Câmara de Lisboa atribuiu uma medalha de ouro à Associação 25 de Abril. E o único vereador do CDS na Câmara votou favoravelmente a proposta. Esta posição do vereador Gonçalves Pereira enfureceu o dirigente ou ex-dirigente do CDS Manuel Sampaio Pimentel, que nada tem a ver com Lisboa. É vereador e número dois da Câmara do Porto, eleito nas listas de Rui Moreira.
Porquê? Pergunta-se. Já que, como disse Gonçalves Pereira, “hoje não haveria nem partidos, nem liberdade, nem democracia se não tivesse havido o 25 de Abril e o 25 de Novembro”. Esquece-se Sampaio Pimentel que o presidente daquela Associação, Vasco Lourenço, personifica os militares que em todos os períodos críticos do percurso democrático tiveram a coragem de travar possíveis derivas totalitárias. Foi assim no 11 de Março e no 25 de Novembro. E tudo fizeram para entregarem o poder à sociedade civil no mais curto prazo de tempo possível. Portanto, de que tem medo o Pimentel? Provavelmente, de nada. O que ele pretende é afrontar os militares de Abril por estes criticarem a conduta do actual Governo. No fundo Sampaio Pimentel divide os cidadãos em dois: “os que são por nós e os que são contra nós”, como fazia Salazar e os seus servidores.

Entretanto, fico preocupado com o facto de um tipo destes ser número dois da Câmara do meu Concelho!

JÁ NÃO HÁ PACIÊNCIA!

"Não acredito que o país aguente mais impostos", disse Passos Coelho em Agosto de 2013. "Não haverá mais aumento de impostos", prometeu Marques Guedes a 15 de Abril deste ano. "No guião da reforma do Estado já consta que queremos criar condições para começar uma inversão", disse ainda ontem Paulo Portas. Ambas as posições fazem parte de um conjunto de citações do executivo de que a austeridade do próximo ano não significaria mais aumentos de impostos. Porém, o governo voltou a ser fiel a si mesmo e ontem revogou tudo o que disse.

i online


Já não há paciência para aturar tanta aldrabice e tanta falta de idoneidade e de respeito pelos cidadãos. Isto não é um governo, é um grupo de burlões engravatados como os que andam pelas aldeias a trocar as 'velhas' pelas novas notas de euro ou a avaliar os kilates do ouro das arrecadas das velhinhas. E o polícia sinaleiro a dar-lhes toda a cobertura...

RACISTAS, NÓS?



Nelson Évora e mais uns amigos, todos escurinhos de pele, foram há dias impedidos de entrar numa bôite, em Lisboa, por, foi alegado, serem "pretos a mais" para um local que julgo selecto.
Por mim não acredito que se tenha verificado tal impedimento. O Nélson Évora o Obikwelo, a Naide Gomes e companheiros só podem estar a inventar para prejudicar sabe-se lá quem (o nosso estimado governo?). Nós (?) nunca fomos racistas, só que alguns de nós (muitos) não gostamos de quem tem uma pele mais escura que os suecos ou a senhora Merkel, como deve ser o caso do segurança da casa ou, quem sabe?, do dono do estaminé.

MEMÓRIAS



Neste dia, em 1914, nasce Dorival Caymmi, compositor de música popular brasileiro

terça-feira, 29 de abril de 2014

FACTURAS SEM CONTRÔLE

Uma acção de inspecção aos programas informáticos de facturação usados por 178 estabelecimentos comerciais resultou nesta terça-feira em 108 arguidos, que serão agora investigados para apurar eventuais montantes não declarados às finanças e que poderão vir a ser acusados de crime de fraude fiscal.
Este é o resultado da mais recente acção da operação “Factura Suspensa”, que tem vindo a ser levada a cabo pela Autoridade Tributária e Aduaneira desde Setembro, com o objectivo de combater as fraudes naquele tipo de programas informáticos.

Público online

E só agora é que descobriram a marosca? E a que propósito é permitido que as máquinas forneçam documentos não válidos, como "a sua conta" ou " consulta de mesa", entre outros? O programa deve dar factura e só factura e ter registo sequencial.
De rir é a justificação de um senhor da AREHSP, dizendo que a culpa é do elevado valor do IVA! O cliente não paga o IVA, é?

MEMÓRIAS




Neste dia, em 1980, morre Alfred Hitchcock, realizador britânico, "mestre do suspense"

segunda-feira, 28 de abril de 2014

ADRIANO



O Senhor Morgado
Recordando Adriano Correia de Oliveira

A DEMOCRACIA DO JERÓNIMO

Jerónimo avisa que votar, nas Europeias, no PS, é colocar a democracia em perigo. 
Alguém deseja tal cenário? Então, já sabem, votem tudo menos PS. De preferência votem no Kim, reconhecido democrata de primeira água, amigo de peito que é do Bernardino, mesmo que o seu nome não conste da lista.

VASCO GRAÇA MOURA


Ao Homem das Letras e da Cultura, a minha homenagem

domingo, 27 de abril de 2014

quarta-feira, 23 de abril de 2014

A BOA GOVERNANÇA

No 1.º trimestre de 2014, e em termos homólogos, a receita do Estado aumentou 4,5%, sendo que os impostos directos (leia-se IRS, já que o IRC até desceu) aumentaram 7,8% (!) e a despesa aumentou 2%, mesmo que as despesas com pessoal tenham decrescido 3,7%.
Será que o primeiro-ministro ou a ministra das Finanças querem explicar, direitinho, sem rodriguinhos, como é isto possível? Os papalvos do costume, mormente funcionários públicos e reformados, são cada vez mais esmifrados, enquanto o Estado (seja lá o que isso for) continua no engordanço. Alegam que o aumento da despesa se deve aos juros; mas não nos enchem, todos os dias, os ouvidos com a baixa sistemática das taxas de juro? 
Afinal, onde está a boa governaça desta tropa fandanga que é suposto governar o País? Estes rapazes (e raparigas, já agora) são incompetentes e nem conseguem explicar os graves erros da governação. Ou tudo é mesmo premeditado, como julgo, e não se sentem obrigados a explicar ao zé-pagante para onde vão os seus impostos e demais alcavalas? Entrementes, o presidente da República vai mandando uns bitaites, não assumindo o discurso directo, como se impunha, para um dia deste vir repetir o gasto refrão do "eu bem avisei".
A paciência começa a esgotar-se, mesmo para um povo manso.

MEMÓRIAS


Neste dia, em 1891, nasce Sergei Prokofiev, compositor russo...






...e em 1986, morre Otto Preminger, produtor e realizador norte-americano

terça-feira, 22 de abril de 2014

CONTRIBUTOS EXTERNOS

Mais uma estória do Zé Gil


DIÁLOGOS

                                                                *Gil Monteiro

Saber dialogar é fácil. Saber bem dialogar não é nada fácil. Antes de mais, é preciso escutar e “estudar” as perguntas. As conversações ouvidas, na rádio, televisão ou vídeos, são atropelos de vozes, tornando os assuntos caóticos. A solução é desligar. Os locutores, que mais vociferam e barafustam, são os mais desacreditados!
Para calar um palrador excitado, basta conseguir dizer-lhe, compassado e de baixa voz:
 – Por favor, gostava de ouvir melhor o que está a expor!
As jogadas imprevistas, quando o feitiço não se vira contra o feiticeiro, têm o efeito de surpresa. Um orador de nomeada motivou a palestra, sobre as catástrofes climáticas, entregando uma folha branca aos interessados, sem qualquer comentário...
O bom mestre não é o que fala bem e argumenta melhor, mas o que faz falar o aprendiz e o leva a realizar tarefas, cada vez mais complexas. Educar pelo exemplo é, e será sempre, importante. Educação tem muito de imitação... Uma obra literária ou científica pode ser elaborada em diálogos, comparando os dados podemos fazer evoluir a arte criativa; para chegar seu Desterrado, muito gesso gastou Soares dos Reis! Foi com o espírito socrático ou seus derivados que a aquisição de conhecimentos progrediu, e se tornou universal. É pela música e pela dança que é fácil aprender línguas. Ainda um neto não sabia o abc e trauteava (!) palavras inglesas das canções em voga. Zorba, o Grego, pouco falava, mas cantava, dançava, dançava..., construindo um filme maravilhoso, e mostrando uma Grécia encantadora, onde as ondas sonoras batiam nas escadas dos anfiteatros escavados nas rochas calcárias!
Os diálogos de amor foram sendo perdidos. Mas as falas surdas dos namorados acabaram mesmo. As horas de espera, para ver a sua querida beldade abrir a janela, foi um ar que lhe deu! Destes, os que foram até ao altar, de boca calada, foram felizes para sempre! Pudera, – disse o Manuel João.
No tempo de estudante, com delicadeza e paciência, ainda se conseguia um beijinho numa cachopa, se a mãe zelosa não estivesse por perto ou um irmão defensor distraído. Nos salões de baile dos Fenianos e outros locais dos bailes da Queima, as mamãs, sentadas à volta da dança, tinham a mira bem apontada! Qualquer tentativa, e as meninas não eram autorizadas a voltar a tal parceiro. Mas, havia um desconhecido mosqueteiro que a ia convidar para a entregar ao lesado, na confusão dos pares!
A cidade do Porto é muito académica. Os estudantes universitários quase todos a viverem na Baixa, em quartos familiares alugados. Conviviam, lado a lado, com os portuenses mas, era na Queima das Fitas que a fraternidade mais se notava. O cortejo da Queima era o clímax! O Porto tinha orgulho de possuir a maior Universidade do País.
A chegada do cortejo à Praça e ao Passeio das Cardosas era um delírio!
Apeado do meu carro alegórico, corro atrás duma menina, que deu troco, para um beijinho, mas, como fugiu para o meio das pessoas das Cardosas, tive de entrar na onda humana feminina!
 – Ai tu queres beijinhos?!
 – Toma, toma!...
Fiquei pintado a batom!

Porto, 14 de abril de 2014

                                                                                            *José Gil Correia Monteiro

                                                                                         jose.gcmonteiro@gmail.com

MEMÓRIAS


Neste dia, em 2006, morre Alida Valli, actriz italiana

sábado, 19 de abril de 2014

sexta-feira, 18 de abril de 2014

CONTRIBUTOS EXTERNOS



Mais uma gostosa crónica do Henrique Antunes Ferreira, que continua nas suas vacances por terras de Goa




GRALHAS SEM GRALHAS



Trinta
e um


Antunes Ferreira
Trinta e um, contados a toque de sino, nem mais nem menos, trinta e um. Sem querer recordo o velho fado que Carlos Ramos celebrizou.Como este não há nenhum... Como esta só há em Roma, dizem os entendidos, com a correspondente prosápia. Deixemos-nos de trocadilhos que o tema é sério, sem nenhuma justificação; já dizia a minha avó Maria da Assumpção que graças a Deus, sempre; graças como Deus, nunca.

Mas, antes da explicação deste aparente enigma, tenho de acrescentar que não o é, bem pelo contrário. Passo a relatar a ocorrência, como diria um diligente soldado da GNR, após ter-se deslocado ao local da mesma. Nestas letras de viagens, perco-me, por vezes, em textos a latere que apenas servem para instalar a confusão; que me perdoem os escassos leitores que ainda me aturam, quantificação que julgo pertinente face aos também escassos comentários depositados neste blogue.

Colvá - praça principal junto à praia


Gozava, ou mais precisamente, gozávamos a Raquel e eu, o calor reinante na praia de Colvá, uns 38º, indo à água do Índico – não posso deixar de repeti-lo -  a 30º e convenientemente besuntados de creme  de protecção epidérmica grau 50, que o sol não é para brincadeiras. Escolhêramos para base o restaurante Benny’s Place  já nosso conhecido de há dois  anos e que serve todas as qualidades de peixe acabado de  pescar: Kingfish, que aqui leva o nome de peixe-serra; redfish, tunafish, smal sharck, ou seja o cação,  lulas e pomfret, da família dos linguados. E, para juntar à oferta, caranguejo grandalhão, quase santola.
 
O 7 da nossa selecção
Reparei, entretanto, que no restaurante ao lado estava um empregado envergando... a camisola alternativa da selecção portuguesa, com o 7 e o Ronaldo nas costas; fiz-lhe sinal para que me autorizasse a fotografá-lo, e depois do sim dele, clic. Os pavilhões das comidas e bebidas seguem-se uns aos outros. São todos  com excelentes confecções, mas,helas, os sanitários são uma desgraça. Há dois dias começaram as obras para a construção de um edifício onde ficarão os toiletes (versão goesa...) para os banhistas.

Noto também que há um cartaz de publicidade a um vinho branco, indiano. E o slogan: eu Goa nunca bebo água, diz um cavalheiro em calção de banho, com uma garrafa de vinho numa mão e uma prancha de surf na outra. Curioso, por estas bandas ainda se bebe pouco vinho, mas o hábito faz o monge. Donde, ali está o convite para o sumo de uva convenientemente vinificado. Como há dois anos escrevi, Portuguese wine nothing. No comments.
 
... tudo enunciado
Logo à entrada da praia existe um caneiro a céu aberto com duas pequenas pontes para o acesso ao areal. Lembrei-me do que existia, anos a fio, na Cruz Quebrada, antes do emissário. O cheiro é pouco intenso, mas é... cheiro. Atravessado o caneiro, há um cartaz que publicita todos os serviços que podem ser utilizado pelos banhistas. A este propósito, convém deixar aqui duas  curiosidades que não são novas, pois são práticas antigas, mas sempre me impressionaram.

A primeira: os indianos, e aqui também os goeses (distinção que é praticada por cá...) vão à praia vestidos e as senhoras  com os seus saris tomam banho assim. Vêm que nem sopas, à volta. A segunda: os russos e obviamente as russas, algumas bem bonitas com os seus biquínis reduzidos, já vi fios dentais, são aos magotes. Gastam menos do que inicialmente, queixam-se os locais, mas, mesmo assim, são fonte de receita muito apreciável. Os empregados e vendedores diversos, já dizem umas coisas em cirílico falado... E os anúncios e os menus dos restaurantes debitam-no tranquilamente.
 
Moscovo? Não, Colvá...
Estava observando um parapente, cheio de tentação, mas também carregadinho de cagaço, quando me telefonou o Carminho Costa, já repetidas vezes mencionado. Falava de Mapuçá, sua terra, onde há dois anos vivemos num excelente apartamento de urbanização construída pelo antigo colega da Raquel no Liceu Nacional Afonso de Albuquerque, mais um. Vinha propor uma ida a Goa Velha para assistir a uma procissão muito especial; trinta e um andores, cada um com o seu santo. Está explicada a afirmação inicial.

Esclareça-se já uma confusão  que ataca os menos informados: Goa Velha não tem nada a ver com Velha Cidade, ou seja Old Goa . Esta última foi a primeira capital  do tempo dos Portugueses. Tem várias igrejas entre as quais a  catedral e a do Bom Jesus onde repousa o corpo do apóstolo das Índias, Francisco Javier, nascido espanhol, mas santificado como Português. Na sua urna de prata cravejada de pedras preciosas, já é uma múmia, aliás deteriorada pelo tempo. Incorrupto, sim, mas tanto não. No entanto continua a conglomerar os fiéis e os... infiéis. Para além dos católicos, podem ver-se hindus, maometanos e até judeus em fila junto ao túmulo. Uma mini Babel, pois as línguas utilizadas são mais que muitas.
 
Velha Cidade
(WIKIPÉDIA)
Um governador do “Estado Português da Índia”, nos idos do antigamente próximo, um tal Bossa, quando foi confrontado pelos  devotos que pretendiam ir de autocarro até Velha  Cidade na festa da exposição do corpo, terá respondido “quem tem fé vai a pé”. Mas, no caso vertente  a cerimónia decorre em Goa Velha, uma vila que como o nome indica, é de provecta idade , dizendo-se que se trata de localidade mais velha do que  o período dos Portugueses. Não me foi possível confirmar a afirmação, mas também não senti grande preocupação com ela, pois não pretendia escrever História.
  
Tive a oportunidade de assistir a uma parte da celebração. Uma multidão e, para mais, numa sexta-feira. Porém a fé dos católicos goeses é enorme e, por isso todos os lugares em que um crente se poderia sentar, nem vê-los. Por isso, decidi alterar a frase do  tal governador Bossa: quem tem fé fica em pé. Terminada a missa com sete sacerdotes a concelebrá-la, e ministrada a comunhão, que foi de dimensão também enorme, seguiu-se a procissão dos trinta e um andores, cada um saindo da igreja anunciado com uma sonora badalada.
 
São rosas, senhor...
Os santos sucediam-se e tive a oportunidade de registar que entre eles, e para além do inevitável São Francisco Xavier, alinhavam dois lusos, o andor da Rainha Santa Isabel com as rosas no regaço e o do Santo António com o menino Jesus ao colo. Informa-me o Carminho que antigamente eram cento e trinta os andores. Assim, já entendo que a procissão é chamada de Todos os Santos. A corte celestial, se não estavam todos, tinha a maioria suficiente para tal qualificação. Hoje, a diminuição é grande, ainda que não haja por aqui qualquer resquício de austeridade, muito menos de Coelhos, Portas ou troikas.

A criançada abunda levada pelos progenitores e fiquei entusiasmado com a diversidade infantil. Uns seguem cuidadosamente as cerimónias, outros mais miúdos vão correndo com os pais ou as mães atrás deles, ainda para aqui Francisco, ainda te perdes. E outros ainda mais miúdos, vão ao colo e não resistindo ao cansaço uma menininha  adormece no ombro do papá. São anjinhos sem asas.
 
Passam por baixo do andor...

Passam os andores e por baixo deles os fiéis vão passando também. Para que os eleitos do Senhor os abençoe e lhes dê sorte. As religiões têm sempre seguidores que misturam a crença com a tradição. De longe, mulheres hindus observam o evento com respeito e recolhimento. Se a humanidade visse o que se estava a passar, não haveria guerra, nem crimes, muito menos o mistério do voo 370 do boeing 777 da Malasia Airways. 

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NE - Fotos (quase todas, uf...) do Autor

A FACTURA DA SORTE

Por curiosidade, assisti à 1.ª extracção dos Audis. 
Tudo demasiado virtual e passível de desconfiança. 
Como não resido na Amadora nem em Ferreira do Alentejo, não fui, e bem, contemplado.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

A FACTURA DA SORTE

Hoje à noite esteja atento à RTP. Pode ganhar um dos dois Audis a sortear pelo Fisco. Isto, se pediu facturas com NIF, como bom colaborador do dito Fisco que se supõe que seja. Por mim, não contribuí para este peditório, pelo que só por milagre poderei ser contemplado.

A OPINIÃO DOS OUTROS

Maria da Assunção Esteves, presidente da Assembleia da República, retrata bem o grau de indigência cívica e cultural da maior parte da actual geração de políticos.
A indigência cívica pode ser confirmada com uma consulta à Wikipédia ela, em vez de receber o salário do lugar que efectivamente ocupa, correspondente à segunda posição na hierarquia do Estado, optou por receber uma pensão, relativa ao lugar que ocupou durante dez anos no Tribunal Constitucional, no valor de 7255 euros, a que acrescem 2133 euros de ajudas de custo. Reformou-se aos 41 anos! A situação dela e de outros políticos que beneficiam de privilégios inexplicáveis foi bem sumariada pelo capitão Salgueiro Maia, um dos protagonistas maiores do 25 de Abril, quando, numa entrevista dada em 1991, pouco antes de falecer, declarou: “Os nossos políticos têm uma grande preocupação em serem bem reformados e uma preocupação nula em serem bem formados.
Da indigência cultural, que contrasta com a formação recebida na Faculdade de Direito de Lisboa, há exemplos recentes que têm sido circulado amplamente: em plena Presidência da Assembleia, perante uma manifestação do público, fez uma citação de Simone de Beauvoir que afinal era apócrifa (“Não podemos deixar que os nossos carrascos nos criem maus costumes”)e lançou aos microfones da Rádio Renascença um chorrilho de frases abstrusas, com neologismos da sua lavra  (“O meu medo é o do inconseguimento...  o inconseguimento de eu estar num centro de decisão fundamental a que possa corresponder uma espécie de nível social frustracional derivado da crise”). O primeiro exemplo mostra que Assunção Esteves, além de recordar mal as leituras que faz, não tem a sensibilidade exigível a quem está investido em funções de soberania nestes tempos difíceis. Se a assistência nas galerias exprime o seu descontentamento, esperava-se que normalizasse a situação com tranquila autoridade, em vez de acicatar os ânimos, como fez ao sugerir que os manifestantes, gente desesperada com a crise, eram torcionários nazis (Beauvoir referia-se, na passagem erradamente citada, à ocupação da França pelas tropas de Hitler). O segundo exemplo é tão mau como o primeiro. Quando a rádio pediu à presidente da Assembleia uma declaração de Ano Novo, seria de esperar que as suas palavras fossem não de medo e derrota, ainda por cima numa expressão esbugalhada, mas sim de coragem e determinação. Podemos, bondosamente, pensar que Assunção Esteves estava a tentar dar um ar de modéstia. Mas o que fica da afirmação sobre o “inconseguimento” é uma declaração de incapacidade por parte de um alto responsável político. É inevitável o contraste com os capitães de Abril. Alguém imagina Salgueiro Maia a sair de Santarém com o “medo do inconseguimento”?
Mas o pior ainda estava para vir. Há dias, a presidente surgiu nas televisões declarando, de forma estranhamente agressiva, que a não comparência dos capitães de Abril na cerimónia oficial de comemoração dos 40 anos do 25 de Abril era um "problema deles". Mesmo que não concordasse com a eventual pretensão à palavra dos autores materiais do 25 de Abril, há formas mais elegantes de se expressar do que essa, mais própria de conversa de rua. A sua missão deveria ser prestigiar a Assembleia e não o contrário. Eleita pelos representantes do povo para dirigir o Parlamento, deveria fazê-lo com a necessária gravitas, procurando representar todos os portugueses. Podia ter reforçado o convite aos militares para estarem presentes. Podia ter explicado que ali só falavam pessoas eleitas. Podia até ter dito que não ia adiantar mais nada sobre o assunto. Mas não. Na Casa da Democracia disse, com o fundo de uma campainha, o que ficou registado. Não podemos deixar de concluir que Assunção Esteves não está, de facto, à altura do lugar que ocupa. O seu nome, que surgiu a  Passos Coelho como solução de recurso após a dupla derrota de Fernando Nobre, não está definitivamente a par de nomes da nossa democracia como Vitor Crespo, Barbosa de Melo ou Mota Amaral, só para referir figuras do PSD que a antecederam no cargo.
Para que fique claro, não quero defender o direito de o tenente-coronel Vasco Lourenço falar do alto da tribuna parlamentar no próximo dia 25 de Abril. Percebo que a resposta dos deputados seja negativa, depois de ele, à porta da Aula Magna, ter dito sobre o Governo eleito: “Eles ou saem enquanto têm tempo ou qualquer dia... vão ser corridos à paulada, se não for pior." Uma coisa é estar insatisfeito com o Governo, como eu estou e tanta gente está, outra é corrê-lo “à paulada” e não a votos. Mas vivemos num país livre e o presidente de uma associação privada pode dizer os disparates que entender. À presidente da Assembleia da República, exige-se-lhe, porém, contenção. Problema deles? É, sobretudo, um problema nosso, enquanto Assunção Esteves estiver em São Bento.

Carlos Fiolhais, in Público de hoje

quarta-feira, 16 de abril de 2014

MEMÓRIAS


Neste dia, em 1908, nasce António Lopes Ribeiro, jornalista e realizador português...








...e, no mesmo dia, em 1889, nasce Charles Chaplin, actor e realizador inglês

terça-feira, 15 de abril de 2014

ASSUNÇÃO ESTEVES

Lisboa, 15 abr (Lusa) - A presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, visita na quarta-feira a Associação 25 de Abril, a seu pedido, para um "encontro de afeto" com o presidente, Vasco Lourenço, disse à Lusa fonte oficial do seu gabinete.
A mesma fonte disse à Lusa que a presidente do parlamento "já tinha pensado" em visitar a Associação 25 de Abril, o que no atual contexto se tornou "ainda mais oportuno".
"Será um encontro de afeto com o coronel Vasco Lourenço", disse a mesma fonte.


A dama lembrou-se agora de tão nobre gesto? E será que Vasco Lourenço vai inconseguir estar presente, ou será problema dele?

O MIRÓ



MAIS MIRÓ

A Colecção Miró, um lote de 85 obras, composto por óleos, guaches e desenhos, foi adquirido pelo Banco Português de Negócios (BPN), gerido por José Oliveira Costa, a um coleccionador japonês em 2006.
Em 2007 a leiloeira Christie's avaliou a colecção em 81,2 milhões de euros e, algum tempo depois, a mesma leiloeira avaliou-a em 150 milhões.
Estas avaliações foram feitas quando a colecção pertencia ao BPN, enquanto banco privado.
Em Novembro de 2008, o BPN foi "nacionalizado" -apenas o lixo tóxico- e, depois de todas as aventuras e desventuras que decorreram da sua nacionalização, a Parvalorem -veículo estatal criado para gerir os activos tóxicos do BPN- através da sua administração, tornou a venda da Colecção Miró, uma das suas principais prioridades tendo, no final de 2013, "fechado" o negócio com a Christie's.
A Parvalorem não cumpriu os prazos legais estabelecidos na Lei de Bases do Património Cultural para pedir a devida autorização para a saída das peças para o estrangeiro e, embora com o parecer negativo da Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC), a 21 de Janeiro de 2014, as obras já estavam expostas na leiloeira Christie’s, em Londres.
Agora vem a notícia mais interessante
:
Enquanto a Colecção Miró foi propriedade privada, foi avaliada pela Christie's por valores que ultrapassaram os 150 milhões de euros; agora que a mesma colecção é propriedade do Estado Português, a mesma leiloeira avaliou-a em apenas 36 milhões.
Para a palhaçada ser mais engraçada posso acrescentar que as condições da Christie's são estas: a licitação da venda da obra é de 36 milhões, sendo esta a importância a entregar ao Estado Português; tudo o que ultrapassar esse valor será propriedade da leiloeira.
Perceberam a jogada?
Uma providência cautelar "barrou" a concretização do negócio que, além de ilegal é um crime de lesa-pátria; entretanto, a Christie's já fez saber que continua interessada no negócio. Claro... tenho a certeza que sim...
Alguém tem dúvidas sobre a "transparência" destas negociatas?


Vendo esta pelo preço que por ela paguei

MIRÓ


Tribunal de Contas diz que não autorizou venda das obras de Miró e quer conhecer contrato

Se se confirmar que o contrato celebrado com a leiloeira deveria ter sido submetido a fiscalização prévia, Parvalorem poderá ter de pagar uma multa, correndo ainda o risco de ver o contrato anulado.
REUTERS/SUZANNE PLUNKETT



O Tribunal de Contas (TC) não conhece até hoje o contrato celebrado entre a Parvalorem e a Christie’s para a realização do leilão das 85 obras de Joan Miró. Questionada pelo PÚBLICO sobre se o contrato de venda das obras passou pelo TC para efeitos de fiscalização, fonte oficial do Tribunal diz “não ter recebido qualquer processo”, revelando que este órgão está agora a analisar e a acompanhar esta matéria. Para o TC, “o contrato é de carácter público, tornando-se necessário saber se se verificam os requisitos previstos na lei”. Isto é, se o contrato devia ter sido ou não submetido a uma fiscalização prévia.
“A regra nos actos e contratos públicos deve ser a transparência e a publicidade”, adiantou a mesma fonte, sublinhando que “a Parvalorem é uma entidade sujeita à jurisdição e controlo do TC incluindo a fiscalização prévia nos termos que a lei prevê”. Até agora, pouco ou nada se sabe sobre o contrato celebrado com a Christie’s, uma vez que tanto a leiloeira como a Parvalorem têm alegado uma cláusula de confidencialidade que as impede de falar sobre os termos acordados para a venda desta colecção que passou para as mãos do Estado aquando da nacionalização do BPN.
No entanto, para o TC este contrato “é de carácter público tornando-se necessário saber se se verificam os requisitos previstos na lei”. De acordo com a Lei de Organização e Processo do Tribunal de Contas, a fiscalização prévia tem por fim verificar se os actos, contratos ou outros instrumentos geradores de despesa ou representativos de responsabilidades financeiras directas ou indirectas estão conforme às leis em vigor e se os respectivos encargos têm cabimento em verba orçamental própria.
Neste caso, explica fonte oficial do Tribunal de Contas, “o TC não recebeu qualquer processo” para esta fiscalização. Caso se venha a verificar que a Parvalorem (sociedade criada pelo Ministério das Finanças para recuperar créditos do BPN e por isso proprietária das obras) o deveria ter feito, “e não tendo sido submetido [o contrato para fiscalização prévia], o mesmo é ineficaz e há lugar a responsabilidade financeira”, acrescenta.

Público on line

Os Miró ainda vão dar que falar....

MÚSICAS



Só para velhos românticos

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MEMÓRIAS


Neste dia, em 1990, morre Greta Garbo, actriz sueca