segunda-feira, 31 de outubro de 2011

É UM FARTAR

O Álvaro, a pedido do agora super-patrão António Saraiva ("se queres conhecer o vilão, mete-lhe uma vara na mão"), quer impor mais meia hora diária aos trabalhadores da actividade privada, a "bem da produtividade", assunto que já aqui foquei. Pois agora, em termos de Concertação Social, o Saraiva quer dispor daquela meia hora a bel-prazer dos empregadores, isto é, estes vão somando as meias horas e utilizam-na quando muito bem entenderem. Bem visto! Que mais irão inventar os álvaros saraivas?

O PS E O OE

Parece que um dia destes a Comissão Política do PS vai decidir sobre o voto do OE. Ignoro qual será a decisão e os argumentos que a suportará. Uma coisa tenho como certa: o governo não tem dado cavaco ao PS mas diz esperar deste uma decisão patriótica, seja o que isso signifique. O PS deixou-se enredar na teia de Passos Coelho e qualquer saída vai ser difícil de explicar, interna e externamente.

sábado, 29 de outubro de 2011

De que é que o PS está à espera

Nos últimos dias desta semana sairam sondagens que revelam estarem cerca de 80% dos portugueses contra este Orçamento Geral do Estado, tal como foi apresentado. Revelam também que uma percentagem enorme de portugueses discordam com o modo como este governo nos está a governar e que a popularidade dos governantes é muito baixa. Paradoxalmente, ou talvez não, os portugueses descontentes com Governo e governantes continuariam a votar maioritariamente nos partidos da coligação que nos governa. Porquê, pergunto? Penso que não "sabem do PS". Naturalmente perguntam, como eu: Onde está o PS? Não sou politólogo, sociólogo, filósofo ou até comentador político. Mas quando em democracia uma enorme maioria do povo não gosta do Governo, mas diz continuar a votar nele, é fácil concluir que o povo se sente órfão de oposicão. Entretanto, dir-me-ão: Mas vai haver manifestaçõe de desagrado com esta política, patrocinadas pelas organizações sindicais. Pois sim, direi. Mas o PS não pode estar quieto e deixar que sejam a CGTP, a UGT, outras forças sindicais, com o apoio do PCP e do Bloco a liderarem a oposição. Como já disse neste blog, o PS não pode ficar refém do acordo com a Troika. O PS tem que explicar aos portugueses que estas medidas vão muito para lá do que foi acordado, e nada melhor para mostrar já o seu desacordo com esta governação e dar um grande sinal de que vai começar a liderar a oposição do que votar contra este Orçamento. De que é que o PS está à espera?

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Adiada a votação do Orçamento, por incompetência do Governo

Inacreditável. A votação do Orçamento do Estado para 2012 foi adiada por uma semana para "evitar ilegalidade". Ora, de acordo com a lei, ao apresentar a proposta do Orçamento o Governo é obrigado a apresentar em simultâneo as Grandes Opções do Plano. Mas este documento ainda não foi aprovado pelo Governo e consequentemente enviado à Assembleia da República, porque ainda aguarda parecer do Conselho Económico e Social que só vai reunir para o efeito no próximo dia 8. E o presidente deste organismo, Silva Peneda, ex-dirigente do PPD, já afastou a ideia de antecipar essa reunião e atira a responsabilidade do atraso para o Governo que lhes entregou o documento muito mais tarde do que é habitual. Agora, pergunto: o Governo não conhece as leis, ou acha que a legitimidade democrática lhe dá o direito de, se quiser, não as cumprir? Segundo se diz, o ministro Gaspar achava que a simultaneidade das Grandes Opções do Plano e do Orçamento só era necessária aquando da votação final global. Ó Gaspar, abre os olhos, pá! Se a lei diz que os dois documentos têm que de ser apreciados em simultâneo, logicamente que têm que ser estar disponíveis para os deputados na mesma altura, não é? Mais uma trapalhada deste Governo.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

CIDADANIA

Assisti, casual e parcialmente, ao que é relatado pelo JN de hoje.
Um cidadão do Porto estranhou a matrícula antiga de um carro recente, estacionado em segunda fila, junto a um banco, e alertou a polícia o facto. Esta, agindo de forma discreta, aborda o carro e consegue deter um dos três ocupantes, que confessou terem intenção assaltar uma carrinha de valores, que entretanto chegou.
De apreciar a perspicácia do cidadão e de louvar a sua atitude. De enaltecer, também, a atenção que a PSP prestou à informação recebida e o modo como actuou. A ambos se ficou a dever a não concretização de mais um assalto e, quem sabe?, evitar de danos pessoais.

VIOLÊNCIA E IMPUNIDADE?

É notícia da imprensa de hoje o caso de uma professora da Quinta do Conde, Sesimbra, que foi agredida pelos pais de dois alunos. Nada de estranho, já que o caso não é virgem. O que espanta, é que "esta não foi a primeira vez que os pais das crianças, de etnia cigana, que residem perto da escola, invadiram o recinto, tendo ocorrido outros episódios nos dois anos lectivos anteriores. «Qualquer brincadeira que envolva contacto físico com o filho motivava a ida do casal à escola. E das outras vezes insultaram as pessoas», precisou à Lusa Eduardo Cruz, director do agrupamento", diz o JN.
Outros episódios nos dois anos lectivos anteriores? E que fez o senhor director? Calou-se como um rato, com medo dos ciganos ou participou à autoriddade policial? Se sim, qual o resultado? E quando é que os ciganos se comportam como quaisquer outros cidadãos, com os mesmos direitos e os mesmos deveres, incluindo os de convivência e respeito mútuo?

Coitados!

Estou preocupadíssimo. Então não é que os lucros dos primeiros nove meses do Banco Espírito Santo caíram para 137,8 milhões de euros, qualquer coisa como 66% menos relativamente aos lucros do mesmo período do ano passado. Coitados! E agora? Provavelmente os seus accionistas e, sobretudo, os seus gestores vão passar mal, não? Não seria altura do Governo dar uma ajudinha?

Ah, fico menos preocupado! Afinal a grande diferença dos lucros deveu-se ao facto de o Banco, com receio do agravamento da conjuntura económica resolveu reforçar as provisões no montante de 660,7 milhões de euros. Assim já fico mais aliviado! Coitados dos accionistas, será que lhes vai faltar o dinheiro para a sopa? Espero que não.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

É estranho!

Achei muito estranha a declaração feita pelo secretário do Conselho de Estado, algum rempo após a reunião ter terminado. Ao que entendi os Conselheiros apelaram ao diálogo entre partidos, sindicatos, associações sindicais e patronais. Pergunta-se: Só isso? Seis horas de reunião e a única conclusão é o apelo ao diálogo? Por mim não acredito.

Já não era sem tempo

O ministro das Finanças esteve hoje no Parlamento, concretamente na Comissão de Orçamento e Finanças, a responder a questões levantadas pelos deputados. Vi só um bocadinho dessa audição do ministro, que estava a ser transmitida em directo pelos canais de notícias, e fiquei de certo modo satisfeito com o que vi. Sobretudo porque vi três jovens deputados do PS - João Galamba, Pedro Nuno Santos e Pedro Marques, a fazerem oposição aguerrida e enérgica a este Orçamento, sem complexos e livres do estigma da governação do último Governo PS. Acusaram os partidos da coligação, sobretudo o PPD, e o primeiro-ministro de estarem a governar em completa contradição com o que apregoavam enquanto Oposição e, sobretudo, na campanha eleitoral, o que quer dizer que enganaram os portugueses. E, pelo que vi, não vão deixar que o Governo continue a justificar as medidas de austeridade com os "buracos que, dizem, vão descobrindo. Gostei daquilo que vi. Será que o PS começou finalmente a fazer oposição a sério? Já não era sem tempo.

OPINIÕES MUITO INTERESSADAS

"A opinião desinteressada"

"Em tempos, como os nossos, de falta de memória, valem-nos a Net e quantos, na Net - pois a generalidade dos media tradicionais se tornou hoje em instrumento de esquecimento -, não desistem de se lembrar. Sem a Net, no caso a blogosfera, ficariam por desmascarar muitas trapaças de opinião com que alguns dos figurões que peroram nas TVs e jornais vão levando, com o ar mais "técnico" deste mundo, a água ao insaciável moinho das próprias conveniências.
Devo à infatigável memória do blogue http://derterrorist.blogs. sapo.pt o "link" que me fez descobrir o que Ângelo Correia pensava há um ano sobre direitos adquiridos: "A terminologia político-sindical proclama a existência de 'direitos adquiridos' (...)[Ora] numa democracia, 'adquiridos' são os direitos à vida, à liberdade de pensamento, acção, deslocação, escolha de profissão, organização política (...) Continuarmos a insistir em 'direitos adquiridos' intocáveis é condenar muitos de nós a não os termos num qualquer dia do futuro" (CM, 14/6/10).
Isto era um há um ano. Entretanto, quando direitos adquiridos a salários e pensões são todos os dias espezinhados, discutindo-se agora a suspensão das subvenções vitalícias de ex-políticos que acumulem vencimentos no sector privado, Ângelo Correia já pensa outra coisa: "Os direitos que nós temos são...direitos adquiridos!" (RTP, 24/10/11).
Aqui está um homem em cujas desinteressadas opiniões se pode confiar."


Manuel António Pina, in JN de hoje

AVISOS



(recebida por email)

PORTUGAL É UMA MINA? -2

No post anterior, para ser mais entendível, onde se lê "minério" devá ler-se "volfrâmio", como se dizia à época, quando de um dia para o outro se fizeram fortunas (que raramente foram duradouras).

PORTUGAL É UMA MINA?

Portugal sempre foi uma mina para uns quantos. Agora, parece vir a ser uma mina para todos. Um dia é o petróleo da Figueira ou do Algarve (além do do Beato), noutro o ferro de Moncorvo, noutro ainda o velho 'minério' de tungstânio, noutro mais a prata e ouro de Jales, de Valongo ou de Aljustrel e até o urânio da Beira Baixa.
Vai tudo para as minas, com o Álvaro a comandar e a fumar um charuto enrolado em notas de 10 euros, como faziam nos bons velhos tempos os negociantes do 'minério' com notas de 100 escudos.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

MEDIDAS FULCRAIS

O pândego do Álvaro insiste em defender que o aumento do horário de trabalho em 1/2 hora diária "é uma medida fulcral" para inverter a situação do país.
Já há dias abordei o assunto e mantenho a posição: em que é que a medida vai beneficiar a economia do país? A produção pode aumentar, e depois, quem compra? Ou vão aumentar os stocks de produtos fabricados, com os inerentes custos? E se há um aumento de horas trabalhadas, da ordem dos 12,5%, quem garante que os empresários não sejam tentados a despedir 12,5% dos trabalhadores? E se os produtos não se escoam, para que continuar a produzir ao mesmo ritmo e manter a mão-de-obra? E depois, quem paga os subsídios de desemprego? O ideal não seria aumentar o horário e trabalho para as 12 horas diárias e pagar o salário mínimo a toda a gente? Íamos sair da crise em poucos meses, digo eu.
Que raio de matéria ensina o Álvaro lá pelo Canadá? Deve ser numa universidade manhosa.

Quem te viu e quem te vê

Daniel Bessa, antigo ministro da Economia de António Guterres, disse hoje numa entrevista à margem de uma conferência levada a cabo pela Cotec que seria um sinal importante para os mercados externos se o PS aprovasse o Orçamento. Credo, digo eu. E, já agora, digo mais: Ó Daniel, quem te viu e quem te vê.

O Álvaro é um pândego

Já não é a primeira vez que digo que o Álvaro - o nosso (?) ministro da Economia, do Emprego e de muitas outras coisas, como da asneira, é um pândego. De vez em quando lembra-se de anunciar uma ideia esdrúxula para pôr em prática , que até parace estar a brincar connosco. Às vezes dou-lhe um desconto, porque penso que o homem está fora, muito fora da realidade do país de que é super-ministro.

Entre muitas outras coisas que hoje nos anunciou, relacionadas com o desemprego, veio informar-nos que cada desempregado vai ter um "gestor de carreira". Quando ouvi isto pela primeira vez, pensei que tinha ouvido mal. Mas após ouvir mais vezes, incluindo pela voz do próprio ministro, desabafei: Já não tenho pachorra..., quantos mais disparates terei que ouvir a este tipo? Gestor de carreira para um desempregado, para gerir o quê? Até hoje só conhecia gestores de carreira para artistas de cinema, de teatro e até de circo, e sobretudo para jogadores de futebol. Por isso, comecei logo a imaginar ver o Jorge Mendes, o José Veiga, o Paulo Barbosa e outros, à porta dos Centros de Emprego a propor contratos de agenciamento aos muitos milhares de desempregados. Não esqueçamos que estes gestores de carreira, normalmente apelidados de empresários, têm muita experiência em arranjar emprego a muitos futebolistas. E bons empregos, como sabemos, com óptimos ordenados. Ah, e estão credenciados pela FIFA.

RIGOR MATEMÁTICO

Leio no Público de hoje (página 2) que "em 2010, a RTP empregava cerca de 2412 profissionais".
Seriam 2411 e meia empregada de limpeza ou 2413 menos um porteiro de folga?

DEMAGOGIAS

Os subsídios de renda para os políticos que desempenhem funções permanentes na capital e aí ou nas cercanias não tenham residência, justa a todos os títulos, já conduziu à demagogia. Agora, é o ministro Aguiar Hífen Branco que, por solidariedade (!), abdica de tal subsídio. Eu, que tinha sido sondado para para chefe de gabinete do adjunto do um um secretario de Estado ( já não me recordo qual), terei que declinar o honroso convite.
Faxefavor de não me fazer rir.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Tanto chinfrim, porquê?

Acalmado o chinfrim que algumas personalidades da Direita fizeram, em consequência das críticas que o nosso venerando Chefe de Estado fez às medidas que o Governo PPD/CDS pretende introduzir no Orçamento do Estado, nomeadamente aquelas que S Exa considera violadoras da equidade fiscal, como o tirar os subsídios de férias e de Natal aos funcionários públicos e aos reformados e não àqueles que recebem rendimentos das actividades privadas, é altura de lhes perguntar:

Não foram todos apoiantes de Cavaco Silva, muitos deles elementos preponderantes nos seus órgãos da candidatura - Comissão de Honra ou Comissão Política? Não o conheciam bem? Não sabem que Cavaco Silva põe sempre os seus interesses pessoais e políticos à frente de todos os outros interesses? Não sabem que Cavaco estava mortinho por mandar "uma latada no Passos da jota" que o enfrentou nos órgãos do PPD? Ora, Cavaco Silva sabe, como todos nós sabemos, que tais medidas vão trazer uma grande recessão económica e, sobretudo, vão aumentar o desemprego, empobrecer muitos portugueses e colocar muitas famílias à beira da miséria, e ele não quer ficar ligado a estes dramas. Cavaco Silva também sabe, como todos nós, que vai haver muita contestação nas ruas e não quer ver cartazes e caricatuas suas que o apontem como um dos responsáveis. Ele quer estar em casa, ao lado da sua Maria, a ver as reportagens das manifestações e rir a bom rir das menções desagradáveis ao Passos Coelho e dizer bem alto: "Eu bem avisei!"

Ah, espero que Cavaco Silva, em coerência com o seu pensamento (será?), vete a lei do Orçamento se forem avante estas medidas, muito embora saiba que o teria obrigatoriamente de promulgar uma vez votado de novo por mairia absoluta no Parlamento. Mas, mantinha a sua posição. Caso contrário temos o direito de pensar que "é só fumaça"

CONTRIBUTOS PARA A CRISE - 2

José Cesário, a contragosto, suponho, lá abdicou também do subsídio de renda de casa. Mais um contributo para a crise.
Esperam-se mais gestos altruístas. Talvez o dr. Mota Amaral, homem estimável, pudesse abdicar das benesses que a senhora presidente da AR lhe atribuiu.

CONTRIBUTOS PARA A CRISE


Dezenas de emails recebidos contavam-me que o senhor cuja foto se vê acima gozava dos seus rendimentos num resort, de que era proprietário, em Cabo Verde.
Mentira, o senhor anda por aí, já que, segundo o DN online, até vem dizer que, sem prejuízo de poder abdicar de alguma das benesses legais de que beneficia, o seu grande contributo é criar trabalho nas suas empresas. E a mais não é obrigado. Ou será? Talvez explicar melhor a aposição da sua assinatura em documentos de certos negócios da SLN/BPN, por exemplo. Documentos que, terá dito, não leu!...

domingo, 23 de outubro de 2011

MAIS UMA PENALIZAÇÃO

Os trabalhadores da função pública vão ser ainda mais penalizados por via da retenção mensal do IRS. A tabela de retenções tem em conta o rendimento anual de 14 meses; como aqueles trabalhadores apenas vão receber 12 meses, descontarão mais do que o devido, ainda que no ano seguinte possam ver devolvida a diferença. Só que, entretanto, foram forçados a emprestar ao Estado, sem juros, uma parte do seu rendimento.
Ou será que o ministro Gaspar vai elaborar uma tabela diferente para a função pública? Mais um saque à falsa fé e uma trapalhada. E ficaremos por aqui? Além do corte do cabelo, também querem tirar-nos o couro?

IMPRENSA E POLÍTICA

O DN denunciou o caso de diversos políticos que recebem subsídio de residência, sendo que dois deles têm casa nos arredores de Lisboa, como é o caso do ministro Miguel Macedo que tem residência legal em Algés, onde se recolhe durante a semana. Num primeiro momento, o ministro afirmou que não abdicava de uma benesse a que legalmente tinha direito. Deve ter metido a mão na consciência e concluído que se tal subsídio era legal também era de moralidade duvidosa, mormente num momento em que só falta tirar os olhos aos cidadãos, e vai abdicar da benesse.
Este é um exemplo de como as ditaduras não permitem uma imprensa livre.
Não tivesse o DN denunciado o caso e tudo continuava a correr às mil maravilhas para um sujeito que deveria ter um comportamento exemplar, exemplar no sentido de dar o exemplo.
Espera-se que outros casos de idêntico calibre venham a público e muitos dos políticos da nossa praça tenham vergonha na cara e não nos insultem nem nos comam por lorpas.

sábado, 22 de outubro de 2011

MUDANÇAS

O clima está em fase de mudanças, desde o Minho ao Algarve. Ventania, frio e até algum gelo estão anunciados para os próximos tempos. Parece que desde Massamá até à região da Casa da Coelha os ventos gélidos se irão fazer sentir. Tempos difíceis, já que o aquecimento vai ficar mais caro e as pensões de reforma vão ser cortadas, mesmo para a dona Maria. Como equilibrar/minimizar os efeitos deste clima?

UM BOM EXEMPLO

O carro oficial (um BMW) do presidente da Câmara de Torres Novas pifou e vai para a sucata. Vai ser adquirido um usado, já que o presidente diz que se sentiria desconfortável, em época de crise, a 'passear-se' num automóvel novo em folha. Gesto demagógico? Pois que seja. Aplausos para o presidente da Câmara de Torres Novas.

LIDO - 2

"Nem o pior governo socialista nem um governo de Alberto João Jardim conseguiriam fazer tanto mal em tão pouco tempo! Nunca a riqueza do país havia sido sugada assim pelo Estado."
(...)"Ele [Cavaco Silva], que, numa década irrepetível de abundância de dinheiros europeus, conseguiu governar com défices de 6 e 7%, ele que acrescentou os funcionários públicos e tornou a Segurança Social insustentável, veio agora revoltar-se contra o governo que ajudou a instalar, porque ousaram tocar na sua pensão de funcionário público e na da sua mulher"

Miguel Sousa Tavares, in Expreso de hoje

LIDO

"C0mo se vê, Pedro Passos Coelho escusa de de cansar na sua simpática procura da «origem» e dos «culpados» da crise. Basta que se meta no carro e pergunte em Belém pelo sr. Presidente da República, se ele não andar ocupado a tratar do monstro, com quem na aparência se reconciliou. Afinal de contas, por feio e repugnante que pareça, o monstro é filho dele. Muito dele."

Vasco Pulido Valente, in Público de hoje.

E esta? Que grande exemplo!

Miguel Macedo, ministro da Adminitração Interna recebe, pelos vistos, todos os meses um subsídio de 1400 euros como subsídio de alojamento, apesar de ter um apartamento nos arredores de Lisboa, onde reside durante toda a semana. Então, que moralidade é esta? A austeridade é só para os outros portugueses? Mas, atenção: tratar-se à apenas de uma "fuga à austeridade"? Ora, sabe-se que este ministro é o único que apresenta duas moradas na sua declaração de rendimentos. Como se admite que alguém viva ao mesmo tempo em duas cidades que distam entre elas mais de 300 quilómetros?

Mas, sobretudo, que exemplo dá o ministro aos seus concidadãos?

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Mário Soares e Adriano Moreira

Màrio Soares e Adriano Moreira foram os convidados de uma conferência levada a cabo anteontem à noite pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, a que assisti, e cujo título era:"Novos para digmas para pedir a mudança". Considerados por muita gente como dois dos senadores da República, quer pelo prestígio político que adquiriram, quer pela lucidez que demonstram, apesar da avançada idade que têm, prenderam a atenção das muitas pessoas que assistiram ao debate, um pouquinho mais do que meio milhar. Muito bom se pensarmos que tinha a concorrência de um jogo de futebol para a Liga dos Campeões, em que intervinha o F C Porto.

Apesar destes dois políticos serem de áreas políticas diferentes - Mário Soares da Esquerda, Adriano Moreira da Direita, estiveram muitas vezes de acordo. Ambos discordam das medidas anunciadas pelo Governo para combater o défice das contas públicas e controlar a dívida, que no seu entender vai aumentar, e muito, a pobreza em Portugal. Ambos fizeram críticas muito duras a Angela Merkel a Nicolas Sarkozy pela forma como estão a conduzir o projecto europeu, em completo desrespeito por todos os tratados. Ambos acham que só uma Europa forte e unida pode fazer frente ao ataque especulativo dos chamados mercados financeiros sobre as dívidas soberanas, em especial as dos países com mais dificuldades financeiras. Mário Soares foi mais incisivo e mais directo nas críticas à actual política dos "cortes violentos" que infernizam a vida dos portugueses. E, depois de manifestar que está de acordo com as críticas do Presidente da República no que respeita à equidade fiscal dos cortes dos subsídios de Natal e de férias, questionou se o limite dos sacrifícios pedidos aos pensionistas não foi há muito ultrapassado.



PASSOU-SE

"Passos 'conta' com corte nos salários dos privados", leio no DN online.
A eventual diminuição de salários vai relançar a economia?
Este homem passou-se!

LIDO

"A eleição do dr. Cavaco para Presidente da República foi uma das maiores desgraças que sucederam a Portugal e aos portugueses desde 2006. Mas foi pior que uma desgraça, foi um erro."

A verrina de Vasco Pulido Valente, in Público de hoje.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

EXECUÇÕES

A pena de morte é uma barbaridade que não deveria ser tolerada.

Sou contra as execuções sob qualquer pretexto, "legais" que sejam.

Kahdafi, que não me merecia qualquer simpatia, deixou de servir e foi hoje executado a sangue frio.

Não creio que o mundo tenha ficado melhor e mais seguro.

BOLAS À TRAVE

Pode dizer-se que a jornada europeia de futebol não correu mal de todo para os clubes portugueses. Assim, o Benfica e o Sporting ganharam em casa, o Braga empatou fora e o Porto, o patinho feio, empatou em casa contra um clube até agora pouco credenciado. Está tudo em aberto, como dizem os experts do pontapé na bola.

OE E EQUIDADE

Cavaco Silva diz, com razão, que tem que haver equidade na distribuição de sacrifícios. De facto, porquê sobrecarregar os trabalhadores do Estado (e os pensionistas) e não os da actividade privada? Porque ficam de fora outros rendimentos que não os do trabalho? A razão é que, para a redução do défice, é necessário cortar nas despesas do Estado e não tanto aumentar as receitas. Os cortes, necessários, deveriam, porém, ocorrer noutras áreas da despesa que não nos encargos com pessoal (ou reformas). Só que isso revela-se muito mais moroso, ainda que os actuais governantes há muito "soubessem" onde cortar, que nunca seria no 13.º mês ou no subsídio de férias (Passos Coelho não se cansou de o afirmar). E se tentassem renogociar os limites do défice e da dívida, de forma mais suave? O exemplo da Grécia não basta, ainda que estes se tenham comportado de modo calaceiro? O que vai acontecer à economia, que se sabe ir entrar em recessão por uns anos, não permitindo sair do buraco que continua, com as políticas anunciadas, a ser cada vez mais fundo?
Depois do "aviso" do PR, será de esperar que o OE seja revisto na sua quase totalidade, uma vez que não resolve nenhum dos nossos problemas, só os agrava.
Espero, também, que o PS, de uma vez por todas, mostre as suas cartas e vá a jogo.

E AGORA?






Cavaco Silva não está de acordo com o OE para 2012, pelo menos no tocante aos cortes não equitativos no rendimento. Está apenas a demarcar-se (a tirar o cavalo da chuva?) ou a enviar um sério aviso a Passos Coelho?

Entretanto, o conselheiro de Estado Vítor Bento parece discordar de Cavaco. Como vai ser na próxima reunião do Conselho de Estado?








(boneco roubado à Caixa dos Pregos, com a devida vénia)

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O Homem que disse a verdade!

VENERANDOS



O IVA

Em teoria, há muito que, em conversa com amigos, defendo que os consumidores poderiam deduzir, em sede de IRS, uma percentagem do IVA que suportam ao longo do ano. Bem sei que a tarefa administrativa seria demasiado pesada e quase impraticável. Contudo, dado que o problema foi agora aflorado, talvez fosse possível pô-lo em prática, pelo menos nalgumas actividades/ramos de negócio onde a fuga ao imposto é mais notória.
Funcionaria assim: o consumidor fornece o seu número de contribuinte ao vendedor/prestador do serviço e este emite a factura; o "sistema" regista a venda do bem ou serviço na "conta" do fornecedor bem como o IVA suportado pelo cliente na conta deste. No final do período respectivo o fisco conhece o IVA a cobrar ao fornecedor e no apuramento do IRS a percentagem do IVA a devolver ao contribuinte. Este, se quiser, pode confirmar, se guardar (!) todas as facturas.

Acabaria a fuga ao fisco? Nem por isso, mas poderia atenuá-la grandemente.
Imagine-se:
Vou jantar com a família e o custo da refeição é

Custos do serviço..............50
Margem bruta...................15
Total sem IVA...................65
IVA...................................15
Total a pagar.....................80

O lucro bruto do restaurante é de 15.

"Sem factura são 70", dizem-me (sou cliente assíduo e não trabalho no fisco nem na ASAE)

Poupo já 10, ou contabilizo 15 nas minhas contas com o fisco?
Se aceitar a proposta, o restaurante tem o mesmo lucro bruto de 15 acrescido de um lucro líquido de 5.
Como dizia o outro, é só fazer as contas.

Mas talvez fose de equacionar a hipótese, ainda que a médio prazo.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

O CORTE NAS GORDURAS

Passos Coelho e os seus conselheiros azucrinaram-nos com as gorduras do Estado, nunca explicitadas, que era urgente cortar para salvação do País. Chegado ao poder, PC concretiza o corte de tais gorduras, gorduras que agora se descobre, residiam nos trabalhadores da função pública, que ganham um balúrdio e passam a vida de baixa ou no café da esquina, e nos reformados ( uns malandros que nada fazem e em nada contribuem para o bem-estar da comunidade, salvo levarem os netos ao infantário), desde que não sejam antigos políticos, que esses sacrificaram-se muito pela pátria, nem a quem tenha trabalhado para além dos limites humanamente admissíveis e, por isso, possa acumular 2, 3 ou mais pensões. Justamente!
Os trabalhadores das empresas privadas também vão contribuir um pouco para o corte das gorduras e, assim, lá temos o corticeiro Amorim a 'despegar' mais tarde meia hora.

O BANCO CENTRAL EUROPEU PARA NÃO INICIADOS

O BCE explicado aos não iniciados (como eu), conforme email recebido

- O Que é o BCE?
- O BCE é o banco central dos Estados da UE que pertencem à zona euro, como é o caso de Portugal.

- E donde veio o dinheiro do BCE?
- O dinheiro do BCE, ou seja o capital social, é dinheiro de nós todos, cidadãos da UE, na proporção da riqueza de cada país. Assim, à Alemanha correspondeu 20% do total. Os 17 países da UE que aderiram ao euro entraram no conjunto com 70% do capital social e os restantes 10 dos 27 Estados da UE contribuiram com 30%.
- E é muito, esse dinheiro?

- O capital social era 5,8 mil milhões de euros, mas no fim do ano passado foi decidido fazer o 1º aumento de capital desde que há cerca de 12 anos o BCE foi criado, em três fases. No fim de 2010, no fim de 2011 e no fim de 2012 até elevar a 10,6 mil milhões o capital do banco.
- Então, se o BCE é o banco destes Estados pode emprestar dinheiro a Portugal, ou não? Como qualquer banco pode emprestar dinheiro a um ou outro dos seus accionistas.
- Não, não pode.
- Porquê?!

- Porquê? Porque... porque, bem... são as regras.
- Então, a quem pode o BCE emprestar dinheiro?
- A outros bancos, a bancos alemães, bancos franceses ou portugueses.
- Ah percebo, então Portugal, ou a Alemanha, quando precisa de dinheiro emprestado não vai ao BCE, vai aos outros bancos que por sua vez vão ao BCE
- Pois.
- Mas para quê complicar? Não era melhor Portugal ou a Grécia ou a Alemanha irem directamente ao BCE?
- Bom... sim.... quer dizer... em certo sentido... mas assim os banqueiros não ganhavam nada nesse negócio!
- Agora não percebi!!.

- Sim, os bancos precisam de ganhar alguma coisinha. O BCE de Maio a Dezembro de 2010 emprestou cerca de 72 mil milhões de euros a países do euro, a chamada dívida soberana, através de um conjunto de bancos, a 1%, e esse conjunto de bancos emprestaram ao Estado português e a outros Estados a 6 ou 7%.
- Mas isso assim é um "negócio da China"! Só para irem a Bruxelas buscar o dinheiro!
- Não têm sequer de se deslocar a Bruxelas. A sede do BCE é na Alemanha, em Frankfurt. Neste exemplo, ganharam com o empréstimo a Portugal uns 3 ou 4 mil milhões de euros.
- Isso é um verdadeiro roubo... com esse dinheiro escusava-se até de cortar nas pensões, no subsídio de desemprego ou de nos tirarem parte do 13º mês.

- As pessoas têm de perceber que os bancos têm de ganhar bem, senão como é que podiam pagar os dividendos aos accionistas e aqueles ordenados aos administradores que são gente muito especializada.
- Mas quem é que manda no BCE e permite um escândalo destes?
- Mandam os governos dos países da zona euro. A Alemanha em primeiro lugar que é o país mais rico, a França, Portugal e os outros países.
- Então, os Governos dão o nosso dinheiro ao BCE para eles emprestarem aos bancos a 1%, para depois estes emprestarem a 5 e a 7% aos Governos que são donos do BCE?

- Bom, não é bem assim. Como a Alemanha é rica e pode pagar bem as dívidas, os bancos levam só uns 3%. A nós ou à Grécia ou à Irlanda que estamos de corda na garganta e a quem é mais arriscado emprestar, é que levam juros a 6%, a 7 ou mais.
Então nós somos os donos do dinheiro e não podemos pedir ao nosso próprio banco!...

- Nós, qual nós?! O país, Portugal ou a Alemanha, não é só composto por gente vulgar como nós. Não se queira comparar um borra-botas qualquer que ganha 400 ou 600 euros por mês ou um calaceiro que anda para aí desempregado, com um grande accionista que recebe 5 ou 10 milhões de dividendos por ano, ou com um administrador duma grande empresa ou de um banco que ganha, com os prémios a que tem direito, uns 50, 100, ou 200 mil euros por mês. Não se pode comparar.
- Mas, e os nossos Governos aceitam uma coisa dessas?

- Os nossos Governos... Por um lado, são, na maior parte, amigos dos banqueiros ou estão à espera dos seus favores, de um empregozito razoável quando lhes faltarem os votos.
- Mas então eles não estão lá eleitos por nós?

- Em certo sentido, sim, é claro, mas depois.... quem tem a massa é quem manda. É o que se vê nesta actual crise mundial, a maior de há um século para cá.
- Essa coisa a que chamam sistema financeiro transformou o mundo da finança num casino mundial, como os casinos nunca tinham visto nem suspeitavam, e levou os EUA e a Europa à beira da ruína. É claro, essas pessoas importantes levaram o dinheiro para casa e deixaram a gente como nós, que tinha metido o dinheiro nos bancos e nos fundos, a ver navios. Os governos, então, nos EUA e na Europa, para evitar a ruína dos bancos tiveram de repor o dinheiro.
- E onde o foram buscar?
- Onde havia de ser!? Aos impostos, aos ordenados, às pensões. De onde havia de vir o dinheiro do Estado?...
- Mas meteram os responsáveis na cadeia?
- Na cadeia? Que disparate! Então, se eles é que fizeram a coisa, engenharias financeiras sofisticadíssimas, só eles é que sabem aplicar o remédio, só eles é que podem arrumar a casa. É claro que alguns mais comprometidos, como Raymond McDaniel, que era o presidente da Moody's, uma dessas agências de rating que classificaram a credibilidade de Portugal para pagar a dívida como lixo e atiraram com o país ao tapete, foram... passados à reforma. Como McDaniel é uma pessoa importante, levou uma indemnização de 10 milhões de dólares a que tinha direito.
- E então como é? Comemos e calamos?
- Isso já não é comigo, eu só estou a explicar...

AS VACAS DO SR. SILVA

Esta foi recebida por email.


"Algumas das reminiscências da minha escola primária têm a ver com vacas. Porque a D.ª Albertina, a professora, uma mulher escalavrada e seca, mais mirrada que uva-passa, tinha um inexplicável fascínio por vacas. Primavera e vacas. De forma que, ora mandava fazer redacções sobre a primavera, ora se fixava na temática da vaca. A vaca era, assim, um a...ssunto predilecto e de desenvolvimento obrigatório, o que, pela sua recorrência, se tornava insuportavelmente repetitivo. Um dia, o Zeca da Maria "gorda", farto de escrever que a vaca era um mamífero vertebrado, quadrúpede ruminante e muito amigo do homem a quem ajudava no trabalho e a quem fornecia leite e carne, blá, blá, blá, decidiu, num verdadeiro impulso de rebelião criativa, explicar a coisa de outra forma. E, se bem me lembro ainda, escreveu mais ou menos isto: "A vaca, tal como alguns homens, tem quatro patas, duas à frente, duas atrás, duas à direita e duas à esquerda. A vaca é um animal cercado de pêlos por todos os lados, ao contrário da península que só não é cercada por um. O rabo da vaca não lhe serve para extrair o leite, mas para enxotar as moscas e espalhar a bosta. Na cabeça, a vaca tem dois cornos pequenos e lá dentro tem mioleira, que o meu pai diz que faz muito bem à inteligência e, por não comer mioleira, é que o padre é burro como um tamanco. Diz o meu pai e eu concordo, porque, na doutrina, me obriga a saber umas merdas de que não percebo nada como as bem-aventuranças. A vaca dá leite por fora e carne por dentro, embora agora as vacas já não façam tanta falta, porque foi descoberto o leite em pó. A vaca é um animal triste todo o ano, excepto no dia em que vai ao boi, disse-me o pai do Valdemar "pauzinho", que é dono do boi onde vão todas as vacas da freguesia. Um dia perguntei ao meu pai o que era isso da vaca ir ao boi e levei logo um estalo no focinho. O meu pai também diz que a mulher do regedor é uma vaca e eu também não entendi. Mas, escarmentado, já nem lhe perguntei se ela também ia ao boi." Foi assim. Escusado será dizer que a D.ª Albertina, pouco dada a brincadeiras criativas, afinfou no pobre do Zeca um enxerto de porrada a sério. Mas acabou definitivamente com a vaca como tema de redacção. Recordei-me desta história da D.ª Albertina e da vaca do Zeca da Maria "gorda", ao ler que Cavaco Silva, presidente da República desta vacaria indígena, em visita oficial ao Açores, saiu-se a certa altura com esta pérola vacum: "Ontem eu reparava no sorriso das vacas, estavam satisfeitíssimas olhando o pasto que começava a ficar verdejante"! Este homem, que se deixou rodear, no governo, pelo que viria a ser a maior corja de gatunos que Portugal politicamente produziu; este homem, inculto e ignorante, cuja cabeça é comparada metaforicamente ao sexo dos anjos; este político manhoso que sentiu necessidade de afirmar publicamente que tem de nascer duas vezes quem seja mais honesto que ele; este "cagarola" que foi humilhado por João Jardim e ficou calado; este homem que, desgraçadamente, foi eleito presidente da República de Portugal, no momento em que a miséria e a fome grassam pelo país, em que o desemprego se torna incontrolável, em que os pobres são miseravelmente espoliados a cada dia que passa, este homem, dizia, não tem mais nada para nos mostrar senão o fascínio pelo "sorriso das vacas", satisfeitíssimas olhando o pasto que começava a ficar verdejante"! Satisfeitíssimas, as vacas?! Logo agora, em tempos de inseminação artificial, em que as desgraçadas já nem sequer dispõem da felicidade de "ir ao boi", ao menos uma vez cada ano! Noticiava há dias o Expresso que, há mais ou menos um ano e aquando de uma visita a uma exploração agrícola no âmbito do Roteiro da Juventude, Cavaco se confessou "surpreendidíssimo por ver que as vacas, umas atrás das outras, se encostavam ao robô e se sentiam deliciadas enquanto ele, durante seis ou sete minutos, realizava a ordenha"! Como se fosse possível alguma vaca poder sentir-se deliciada ao passar seis ou sete minutos com um robô a espremer-lhe as tetas!! Não sei se o fascínio de Cavaco por vacas terá ou não uma explicação freudiana. É possível. Porque este homem deve julgar-se o capataz de uma imensa vacaria, metáfora de um país chamado Portugal, onde há meia-dúzia de "vacas sagradas", essas sim com direito a atendimento personalizado pelo "boi", enquanto as outras são inexoravelmente"ordenhadas"! Sugadas sem piedade, até que das tetas não escorra mais nada e delas não reste senão peles penduradas, mirradas e sem proveito. A este "Américo Tomás do século XXI" chamou um dia João Jardim, o "sr. Silva". Depreciativamente, conforme entendimento generalizado. Creio que não. Porque este homem deveria ser simplesmente "o Silva". O Silva das vacas. Presidente da República de Portugal. Desgraçadamente."


Luís Manuel Cunha in Jornal de Barcelos de 05 de Outubro de 2011.


segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Olhó Buraco (ao segundo 32)

Continuo a ver o PS calado de mais

Nos últimos dias ouvimos e vimos alguns porta-vozes do PS justificarem um certo silêncio do partido, relativamente às medidas anunciadas na passada quinta-feira pelo primeiro-ministro, com o facto de não conherem em concreto a proposta do Orçamento. Ora, tal documento foi hoje entregue pelo Governo na Assembleia da República. Por isso, espero que o PS o leia rápido e comece finalmente a tomar uma posição, que só pode ser a de completa discordância com muitos dos conteúdos do mesmo. Repito mais uma vez: O Partido Socialista não pode deixar a oposição ao Governo entregue ao Patido Comunista e ao Bloco de Esquerda. Não tem que ficar refém do chamado memorando da troika.

A ENTREVISTA

A entrevista do ministro Gaspar à RTP foi uma fraude. Para além de perguntas que ficaram por fazer, nomeadamente a origem do "colossal desvio", que continua por explicar, e não ser confrontado com o plano para buraco da Madeira nem com o novo buraco do BPN, o ministro fez um discurso redondo e redundante, refugiando-se no acordo com a troika (que não pode ser, como não é, uma vaca sagrada), fugindo a algumas perguntas (veja-se o caso dos reformados da função pública em contraponto aos da Segurança Social). Por outro lado, não deu resposta à questão primordial que é a do crescimento económico. Vai ser a meia hora a mais de trabalho na actividade privada que vai resolver o problema?
Espero que o ministro Gaspar, aquando da discussã do OE na AR, explique melhor as medidas e os resultados esperados.

Até me deu o sono!

Nem sei como classificar a entrevista do ministro das Finanças. Quis explicar o que não é explicável. Vezes sem conta, começava a resposta(?) à pergunta do entrevistador dizendo: Repare que..., e depois, parecia entupido e arrastava-a, chegando ao ponto de dizer: o que eu penso que você me queria perguntar, era... Bom, mais uma vez ficamos no limbo, no que diz respeito à explicação dos célebres buracos que têm servido de desculpa para a tomada destas medidas duríssimas para os portugueses. E quanto à equidade da distrubuição dos sacrifícios, estamos confessados! É preciso ter lata quando, perante factos que o jornalista lhe apresentava que eram a prova de que os sacrifícios afectavam muito mais os funcionários públicos e os reformados do que os trabalhadores das empresas privadas, o ministro refutava dizendo que as medidas estão a ser tomadas tendo em conta os mais desfavorecidos. Demagogia barata. Na parte final da entrevista já me faltava a paciência para o ouvir. E como ele fala tão "devagarinho" e muito baixinho, até me deu o sono. Eu que até tinha tomado um café bem forte!

Mentiroso,eu? O Best Of

Quem será o próximo Capelão?

Mentiroso, eu?

sábado, 15 de outubro de 2011

O Ranking das escolas

Todos os principais meios de Comunicação Social, com mais incidência na imprensa, apresentaram os seus Ranking das escolas, feitos com base nos resultados das provas nacionais de exame. É tempo, como disse o líder de uma das Associações de Directores de Escola, de se mudar a linguagem e começar a falar-se de ranking dos resultados dos exames nacionais e não de ranking das escolas. As escolas com melhores resultados não são necessariamente as melhores, embora uma má escola não possa, obviamente, ter bons resultados . O Jornal Público de hoje traz uma entrevista ao holandês Gert Biesta, professor universitário no Reino Unido, que questiona se este tipo de rankings avaliam aquilo que é realmente importante e conclui que "uma boa educação é muito mais do que bons resultados nos exames". Uma rápida análise dos rankings publicados mostra-nos que as escolas com os melhores resultados, quer públicas quer privadas, estão instaladas nas áreas metropolitanas das grandes cidades. E que nestas as escolas com piores resultados estão próximas das zonas residenciais com mais problemas sociais. Não por acaso. Um dos factores fundamentais do sucesso escolar está nas famílias. Conheço escolas que trabalham bem, são frequentadas por alunos que obtêm bons resultados, mas são também frequentadas por alunos cujas famílias são completamente desestruturadas e muitas vezes à beira da pobreza. É claro que nestas escolas as médias dos exames têm que ser muito mais baixas do que nas outras. Mas conheço, pessoalmente, muitos jovens que fizeram o seu percurso escolar nelas, entraram em universidades públicas, licenciaram-se, alguns doutoraram-se e hoje são profissionais de sucesso. Por isso, olhar para os rankings das escolas como listas que as ordenam das melhores para as piores é uma falácia.

NOVO AUTARCA MODELO

Luís Filipe Menezes acha bem que tenha sido cancelada (a mando governo!), a inauguração oficial (que se previa sem pompa nem circunstâcia) do último troço da Linha Amarela do metro Porto, em Vila Nova de Gaia. A concordância do autarca radica na época de austeridade em que nos encontramos. Será que a Metro do Porto se esqueceu de convidar os membros do governo, primeiro-ministro incluído?
Contudo, a austeridade não impede que o ministro Mota Soares se desloque a Ponte do Lima para entregar 11 - onze - chaves de novas habitações.
Por outro lado, Menezes afirmou que é o único autarca que "tem as mãos lavadas" quanto aos custos do metro. Pode deduzir-se que os restantes autarcas, antigos ou actuais, têm as mãos sujas. Quanto sujas?
Acresce que Menezes responsabiliza o antigo governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, pelo corte do subsídio de Natal aos funcionários públicos, pois não se apercebeu das maningâcias de Oliveira e Costa e seus amigos do BPN.
Para sua erudição, visite o andar modelo, perdão, ouça e aprecie o autarca modelo de nova geração.

O PS tem que cerrar fileiras. O PS deve votar contra o Orçamento

O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho fartou-se de mentir aos portugueses e, irresponsavelmente, continua a mentir. Enquanto líder do maior partido da Oposição, reprovou o PEC IV porque tal plano ia pôr em prática medidas muito penelizadoras para os portugueses e causaria retracção da nossa economia. Na altura das negociações para a viabilização do Orçamento para 2011, Passos Coelho pediu desculpa aos portugueses por aceitar ligeiro aumento de impostos, já que tinha opinado ser contra qualquer aumento dos mesmos. Mexer no subsídio de Natal, nunca, Credo...; Agora Governo, já decidiu cortar-nos metede do subsídio de Natal deste ano, todo o subsídio dos anos de 2012 e 2013 e todo o subsídio de férias dos mesmos anos. Ah, sempre mostrou estar a par de toda a situação e gabava-se de ter pronta uma lista das gorduras do Estado a cortar e, por isso, não percebia o porquê do então governo não o fazer de imediato!

Quinta-feira, com enorme lata e descaramento, mas com um semblante que mais parecia ter-lhe morrido alguém de família, veio anunciar aos portugueses medidas duríssimas que, como disse o Bispo D. Januário Torgal Ferreira vão fazer com que muitos passem a ser escravos. São medidas que vão muito para lá do acordo celebrado com a Troika e que estão em discordância com a opinião Presidente da República e de alguns sectores do PPD e da Direita como, pasme-se, a baronesa Ferreira Leite. A recessão económica vai ser brutal, a miséria vai generalizar-se.

E o PS, o que vai fazer o PS? Não pode ficar calado. Tem que cerrar fileiras contra esta loucura, contra este atentado à dignidade de milhões de portugueses. O PS não tem que estar amarrado ao acordado com a Troika, se a prática dessas medidas mostram que são eradas, mas muito mais desamarrado está na medida em que as propostas do Governo vão muito para lá delas. Então, o PS não pode hesitar. O PS tem que votar contra o Orçamento e explicar aos portugueses o porquê da sua opção de voto. O PS não pode deixar a oposição ao Governo nas mãos do PCP e do Bloco de Esquerda. António José Seguro tem que mostrar que tem coragem para lutar ao lado dos portugueses contra este enorme ataque do neo-liberalismo. Se não tem, então dê lugar a outro. Sei, e tenho a certeza, que há socialistas com estofo e coragem para isso.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O BURACO, MAIS UMA VEZ

O governo continua a não responder, preto no branco, sobre a origem do "colossal desvio". Onde e a quanto ascendem as parcelas do desvio? Temos o direito de saber e o governo o dever de informar, sem margem para dúvidas . Não basta atirar um qualquer número para o ar, sem especificação quantitativa e temporal, deixando apenas subentendido que a culpa é do anterior governo. Que seja, mas diga-se abertamente onde e quanto. Até para memória futura, se for o caso.

Bispo arrasa medidas do Governo

Em entrevista dada hoje à RTP o Bispo das Forças Armadas, D. Januário Torgal Ferreira, arrasa as medidas anunciadas pelo Governo, a quem acusa de falta de lucidez e de aventireirismo e fica-se por um "nim", quando a jornalista lhe pergunta directamente se acha que o primeiro-ministro é um aventureiro. Chega mesmo a dizer que a classe média em Portugal e os mais desfavorecidos "vão ser perfeitamente esmagados" e transformados em perfeitos escravos. Faz analogia do sofrimento a que alguns portugueses vão estar sujeitos com os sofrimeiros que outros no passado sofreram na PIDE. Para ele Sá Carneiro, se fose vivo, caía para o lado ao tomar conhecimento das medidas anunciadas. Termina com um aviso muito sério:"Eu não sei se não estaremos a caminhar para o Apocalipse Now da Grécia".

Uma entrevista a rever no site da RTP - www.rtp.pt.

E QUEM AUTORIZOU?

Um médico do SNS do Algarve, chefe de serviços e dedicação exclusiva, tem um vencimento de 5 000 euros/mês. Nada a objectar, ainda que seja um vencimento de se lhe tirar a bata. Só não entendo é como "leva" para casa mais de 60 000 euros/mês!
E quem autoriza uma "cena" destas? E quantos casos mais haverá por aí?
Os ministros Macedo e Gaspar têm que explicar a 'coisa', ainda que a culpa possa não ser sua.

ATÉ A ÁGUA!

A água engarrafada - um bem supérfluo, de luxo, como é sabido - vai passar a pagar, e bem, IVA à taxa de 23%, tal como o whisky.

O BURACO

As brutais medidas anunciadas por Passos Coelho não vão, no meu ponto de vista, resolver qualquer problema dos vários em que o país se encontra. Temo, até, que venham a agravar a situação.


O défice e a dívida portuguesas são de natureza estrutural e não conjuntural, pelo que medidas avulsas, limitadas no tempo, sem outro tipo de medidas de fundo, não vão ao cerne da questão e não resolvem problema nenhum. Apenas o adiam, com custos acrescidos.


O corte no rendimento bruto dos funcionários públicos e nas pensões de reforma e o aumento da taxa de IVA em diversos bens e serviços, diminuindo drasticamente o rendimento disponível, vão conduzir a uma diminuição do consumo, tendo como efeito imediato a diminuição da cobrança de IRS e de IVA (e em relação a este a fuga ao seu pagamento tenderá a aumentar) e a curto prazo à diminuição da produção e ao aumento do desemprego, com o consequente aumento das prestações sociais. Isto é: podem diminuir as receitas e aumentar os encargos. Tudo isto conducente à recessão da economia mais grave do que a admitida.


Acresce que sendo algumas das medidas anunciadas (subsídios de férias e de 13.º mês) válidas apenas para os próximos 2 anos, serão repostas em 2014. Que orçamento vai conseguir acomodar essa reposição? Ou o défice volta a disparar e voltamos à estaca zero, ou, pior ainda, a uma estaca enterrada e provavelmente podre?

Sem medidas que relancem a economia (que não vejo anunciadas - por onde anda o ministro?), que cortem, em definitivo, as tão apregoadas gorduras do Estado, receio que daqui a 2 anos estejamos ainda pior que hoje.

Veremos o que resulta da discussão do OE na AR, mas não se me afigura que haja coelhos escondidos na cartola. O governo não os terá e as oposições, mormente o PS, que está encolhido, com um líder de ocasião, não se mostra capaz de adiantar seja o que for.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

E agora Senhor Presidente?

O Senhor Presidente da República quando "abraçou" a cruzada anti-Sócrates disse: Há limites para os sacrifícios dos portugueses. E agora Senhor Presidente, não tem nada para dizer?

Que sorte!

Quem tem sorte é Américo Amorim. Vai continuar a não pagar impostos sobre os lucros dos seus ganhos financeiros, a não pagar qualquer imposto sobre o seu património e..., ainda mais sorte: apesar da idade não está reformado e, embora sendo um trabalhador assalariado, não é funcionário público!

Tenho pena deles!

Não era bonito ter pena de mim. Seria uma forma de narcisismo. Tenho sim pena do Mira Amaral e de outros como ele que, por trabalharem meia dúzia de anos aqui, meia dúzia de anos ali, meia dúzia de anos acolá, têm três ou quatro reformas maiores que a minha (e, palavra de honra; só tenho uma). Coitados o que eles vão perder!...

QUE DIZ CAVACO?

Em tempos, Cavaco tinha como primeira preocupação derrubar o governo do Pinto de Sousa com argumentos do tipo de que estava a ser ultrapasasado o limite da carga fiscal para o comum dos contribuintes. Que diz agora o mesmo (?) Cavaco, quando se avizinha a ultrapassagem, em grande velocidade, de tal limite? Acha bem ou nem por isso? Diga coisas, homem. O pessoal tem muito gosto em ouvi-lo.

MÚSICOS

"Músico": que tem muita lábia (dos dicionários).


Passos Coelho, para além de, dizem, ser um cultor do solfejo, é um bom músico. E conhece a escala toda, de baixo para cima e cima para baixo, incluindo tempos, pausas e compassos, mínimas e semi-mínimas, colcheias e semi-colcheias, fusas e semi-fusas, andamentos allegro, vivacci e and so on. Só que, parece-me, fenece-lhe a qualidade de bom orquestrador. Irá aprender. Só que, entretanto, receio ficar surdo.

A GRÉCIA MELHOR QUE PORTUGAL

Sim, a Grécia, graças ao Fernando 'Santinhos', está melhor que Portugal. Já está no Euro 2012 e Portugal ainda tem que disputar o play off com a Bósnia. Quem diria? Papandreou/Fernando Santos melhor que P. Coelho/P. Bento, vejam só!

MAS ONDE...

...está, afinal, o fdp do buraco que o governo vem brandindo há meses? De uma vez por todas, digam, por favor, onde está o fdp de tal buraco, porra.

Quantas vezes o primeiro-ministro mentiu aos portugueses?

Durante a pré-campanha e a campanha eleitoral o primeiro ministro disse aos portugueses que se fosse governo não iria justificar as medidas que eventualmente viesse a tomar com a má governação anterior. Também disse que não aumentava impostos, nem nos privava dos subsídios de férias e de Natal. Já primeiro-ministro, veio dizer aos portugueses que um buraco feito pelos outros o obrigava a cortar-nos metade do subsídio de Natal. Isto evitaria ter de tomar mais tarde outras medidas adicionais mais penalizadoras que, ainda por cima, não nos permitissem crescer economicamente. Os que acreditaram nele (eu não, o homem nunca me enganou) pensaram: terei um Natal melhor em 2012! Hoje, veio dizer que há mais buracos, claro está, culpa dos outros que já foram embora há mais de três meses, e que portanto em 2012 muitos de nós não só não vamos ter Natal, como também não vamos poder ir gozar férias. E o que se seguirá, mais buracos e a seguir salários e/ou pensões mês sim, mês não? Esperemos que que o primeiro-ministro não nos venha dizer que nos mentiu outra vez.

BEM ME PARECIA...

...que Isaltino ainda tinha um coelho, pelo menos, debaixo da cartola. Há ainda uns quantos recursos em curso e outros que podem vir a ser apresentados. 2013 está já aí, ao virar da esquina. Haja deus!

ATÉ QUE ENFIM!...

...Até que enfim o governo consegue cortar nas gorduras do Estado: nos salários, nas pensões, nos subsídios de férias e de Natal, no aumento dos dias de trabalho útil e no aumento do horário de trabalho diário, entre outros de igual calibre.
Como é que ninguém se tinha ainda lembrado disto?
E o Álvaro, que ainda não ouvi, que diz? Subscreve ou regressa ao Canadá a leccionar as suas brilhantes teóricas aulas a que ninguém de bom senso deve assistir?
Quando fechamos, definitivamente, para obras ou desistimos e declaramos, cada um por si, insolvência e dizemos "não pagamos"?
Quando dizemos que já basta, que há outro tipo de medidas e que é tempo de outros actores serem chamados ao palco para mostrarem a sua capacidade de players? Ou vamos, todos, ter o destino do cavalo do inglês?


"É a hora", dizia o poeta.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

NÃO POSSO ACREDITAR...

...que Isaltino Morais esteja a 10 dias de ser detido para cumprir a pena de prisão a que se encontra condenado! Não posso acreditar que os seus advogados não descubram uma qualquer vírgula fora do sítio que impeça tal desaforo. Haja esperança.

CONCORDÂNCIAS

Pela primeira vez, que me tenha apercebido, Cavaco Silva concorda comigo quando afirma, num discurso em Florença, que a França e a Alemanha (ainda) não são os donos da UE.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

O IVA NA RESTAURAÇÃO

Ao que se lê por aí, é previsível o aumento do IVA na restauração, que não na hotelaria (os turistas só dormem, não se alimentam?), para 23%. Os empresários do ramo falam em dezenas de milhares de empresas a fechar e em despedimentos da ordem dos 120 000 trabalhadores. Os números poderam pecar por exagerados (que sei eu?), mas quem se mantiver vai enriquecer um pouco mais e mais depressa. Nada de novo, é das regras. Se hoje em dia raro é o restaurante que emite factura-recibo (o seu pedido é acatado com visível desagrado), no futuro vai ser mais um ver se te avias. No final (ou logo no início) da refeição, pedida a conta, vamos ouvir: "com ou sem factura?".

A JUSTIÇA, SEMPRE

Relata o Público de hoje que, só em 2009, 1489 pessoas já condenadas viram os respectivos processos prescritos. É um ver se te avias...

UMA ANEDOTA DE VEZ EM QUANDO

Para desanuviar, uma anedota.
"CNE vai investigar alegado (sublinhado meu, já que AJJ referiu que isso é normal) transporte ilegal de eleitores" na Madeira, leio no Expresso online.

Futebol a nossa selecção

Já toda a gente, sobretudo a Comunicação Social, cantava vitória. Era quase um caso adquirido: Portugal seria apurado para o Europeu. Até... podiamos perder, Já que... a Holanda ganharia na Suécia.

Pois é, as outras equipas também têm valor. Podem não ter manequins nem candidatos a candidato a melhor jogador do mundo, mas têm jogadores com humildade a jogar, sobretudo uns com os outros, pois para eles o futebol é um jogo colectivo.

Perdemos, e bem, por 2 - 1. E este resultado escasso é lisonjeiro para a selecção portuguesa.

O nosso seleccionador deve ter em conta que um defesa é: 1º. para defender; 2º. se for lateral é melhor se for rápido e ataque bem.

Tenhamos fé no sorteio dos playoff. Oxalá estejamos no Europeu.

Futebol a nossa selecção ao intervalo

Num jogo importante para a qualificação ao próximo Europeu a selecção portuguesa está a perder na Dinamarca por 1 - 0. E diga-se em abono da verdade que o resultado é justíssimo, pois exceptuando um remate fraquinho de Cristiano Ronaldo, nada mais foi feito pelos jogadores portugueses que pudesse resultar num golo. A Dinamarca, além do golo que obteve, já criou outras situações difíceis em lances de "bola parada" e até marcou um golo que o árbitro italiano invalidou, em meu entender bem, mas que um árbitro inglês não invalidaria.

A meu ver há alguns senãos na nossa selecção, como os laterais, pedem atacar bem mas defendem mal e o nosso ponta de lança Postiga joga meio acordado, meio a dormir. Reparem: o Sporting só começou a marcar golos e a ganhar quando o mandou embora. Coincidência ou talvez não?

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

O ESTADO DA UNIÃO (?) EUROPEIA

Não me apercebi de que o Tratado de Lisboa tenha sido revogado ou sequer revisto ou alterado. Nos últimos tempos não tenho lido nem ouvido nada sobre decisões da Comissão Europeia, ainda que de vez em quando apareça, fugazmente, o ainda seu presidente, sr. José Barroso a dizer umas larachas sem significado nem alcance. De igual modo, também desapareceu o Conselho Europeu e nem o seu presidente, sr. Rompuy, é avistado. O que assisto é a notícias de reuniões entre o sr. Sarkozy e a sra. Merkel em que, dizem,vão tratar ou já trataram dos nossos, da UE, problemas. E os restantes primeiros-ministros e/ou chefes de Estado foram eliminados do elenco e varridos do palco sem terem aberto a boca? Mas não estava anunciada nos cartazes a sua presença na "peça"? E nem sequer protestaram?

Será que já começou a contestação social?

Hoje foram noticiadas algumas acções de grupos de pessoas, que indiciam mais do que o simples acto e direito de manifestação, embora em todas elas não tenha havido qualquer indício de violência.

Um grupo de sindicalistas do sector dos transportes ocupou as instalações do Ministério da Economia em Lisboa porque queriam que o ministro os esclarecesse, "cara a cara", sobre as medidas que integram o Plano Estratégico de Transportes que já anunciou. Só sairam depois de terem acordado uma reunião com o ministro.

Um grupo de cidadãos ocupou hoje uma área da Loja do Cidadão, em Viseu, junto às instalações da Via Verde. Protestavam contra a introdução de portagens nas SCUTs e prometeram outras formas de luta, mais durinhas, para manifestarem o seu grande descontentamento. Prometeram não dar tréguas.

Depois de se ter ouvido falar em levantamentos de rancho desde a semana passada, o que é uma situação grave, hoje cerca de sessenta elementos do Corpo de Intervenção da PSP concentraram-se hoje junto às instalações, na Ajuda. Protestavam contra o corte do subsídio de serviço nas férias e nas baixas médicas, passando a ser pago apenas pelos dias de trabalho efectivo.

Será isto um pronuncio de que já começou a contestação social? Se for, então adivinham-se dias difíceis já que, quanto a medidas de combate ao endividamento e outras, "a procissão ainda vai no adro".

E AGORA, DR. JARDIM?

Alberto João Jardim ganhou, perdendo.
Obteve a maioria absoluta com os votos de 28% dos madeirenses. Isto é, 72% dos eleitores não se revêem na sua governação.
Vai ter um parlamento menos obediente, com sistemáticas críticas à esquerda e à direita e que irá procurar fazer-lhe a vida negra.
Contudo, depois de ouvir o discurso, bastante trapalhão, da vitória, fico com a sensação que AJJ não vai tréguas ao governo da República, de que se distanciou. Não quer nem vai assumir o buraco financeiro da Região. Ora, nem o governo nem a troika deixarão de impor nova disciplina na governação da Madeira, com os consequentes custos para os seus habitantes. E sem dinheiro e, provavelmente com alguma contestação, como vai AJJ poder governar?
Palpita-me que antes que seja decorrido um ano Jardim desiste. Se assim for, sai sem glória, mau grado o seu longo consulado.

domingo, 9 de outubro de 2011

E O VENCEDOR É....

...Alberto João Jardim, como se esperava e se impunha.
Na Madeira, a tradição ainda é o que era.
40% dos eleitores não quiseram (ou não puderam, por falta de transporte "oficial") ir votar.
O CDS, obtendo um bom resultado, não alcançou o objectivo, que era forçar uma coligação com o PSD-M, sem AJJ.
Do PS é melhor não falar, tal o desastre. Seguro, pouco seguro, veio (tardiamente) mandar uns bitaites cujo alcance não atingi.
Passos Coelho (ainda?) não se pronunciou sobre a coisa e receio que tenha dificuldade em emitir opinião.

Quem deve ir dormir muito mal esta noite é o ministro Gaspar, que tem que inventar uma qualquer solução para tapar o colossal buraco do Alberto João, que não vai querer contribuir nem com uma pá que seja.

sábado, 8 de outubro de 2011

Ministro, ou bloguer?

O Álvaro, nosso putativo ministro da Economia, está outra vez na crista da onda das notícias. Desta vez, não por andar desaparecido, como quase sempre, mas porque pela sua falta de jeito para a política foi para uma audição parlamentar na Assembleia da República discutir o Plano Estratégico dos Transportes, sem que previamente o tenha dado a conhecer aos deputados da respectiva comissão parlamentar, para que estes pudessem preparar a discussão do documento. O resultado foi que a audição foi uma autêntica encenação, com interpelações e contra-interprelações com os ânimos bastante exaltados. Vi, no Canal Parlamento, uns minutos desta reunião. Confrangedor, não me ocorre outro termo. O Presidente da Comissão e o deputado Pedro Pinto, ambos do PPD, intervinham de forma acalorada, mas completamente incomodados com a situação. E quem é o culpado dela, é o Álvaro? Acho que não. O culpado é quem quis fazer dum bloguer, ministro da Economia do Governo de Portugal.

Há coisas que não se dizem, nem a brincar...

O Bastonário da Ordem dos Médicos afirmou, em tom irónico, que o Estado devia incitar os cidadãos a fumar uma vez que o tabaco é bom para as contas públicas, pois os custos do Serviço Nacional de Saúde com os fumadores rondam os mil milhões de euros, enquanto os impostos sobre o tabaco chegam aos mil e quinhentos milhões. Ora, parce-me grave que aquele que representa os médicos em Portugal, que juraram cuidar da saúde dos portugueses, desde logo alertando-os dos malefícios de certos comportamentos, não deve brincar com coisas sérias. Mas, ainda pior, a brincadeira do senhor Bastonário foi ao ponto de dizer que os fumadores ajudam as Finanças porque morrendo, em média, oito anos mais cedo, vão receber menos oito anos de reformas. Resta-me, esperar que este senhor seja tão bom médico quanto é bom a dizer asneiras.

NOTÍCIAS DA SEMANA

O "pessoal" do BCP, objecto de sanções por parte do Banco de Portugal, foi ilibado, pelo tribunal, de qualquer irregularidade, já que as provas apresentadas por Joe Berardo foram obtidas ilicitamente, violando o sigilo bancário. Pois.

Diz o Público que há suspeitas de que foram roubados, das instalações da PJ, dados do BPN e do BPP. A direcção da PJ tem que começar a pensar contratar seguranças que possam assegurar a segurança das suas instalações, não?

O "pessoal" do mega-negócio Portucale também não vai ser incomodado, salvo uns rapazes do CDS que se divertiram a emitir recibos em nomes improváveis como o do Jacinto Leite Capelo Rego (leia-se em português do Brasil), do Domingos Passos Dias Aguiar Mota ou da Maria Gustava dos Prazeres e Morais.

O Presidente da República descobriu que a situação económica e financeira de Portugal também é devida à crise internacional e não apenas à má governação do Sócrates. E incita os portugueses a trabalharem e popuparem mais, para se vencer as previsões negativas do Banco de Portugal. O BP tem que contratar alguém que puxe para cima o astral dos portugueses, está visto. Ah!, Cavaco parece ter descoberto, também, que há 'aqui' um problema económico e não apenas financeiro. Tem que reler as sebentas por que estudavam os seus alunos.

O ministro Álvaro vai a uma comissão parlamentar mostrar um powerpoint sobre transportes, como se de uma aula para caloiros se tratasse. Também ele descobriu que todas as SCUT têm que ser pagas e não apenas as do Norte. E que, afinal, o célebre TGV deve ser de prestação alta e não de alta prestação como queria o Pinto de Sousa. Julgo que o Álvaro vai regressar brevemente ao Canadá, onde os seus powerpoints são, dizem, muito apreciados.

O ministro Gaspar ainda não explicou, sem margem para dúvidas, o colossal desvio, anunciado pelo seu chefe, e de quando dele teve conhecimento.

Se mantiver a 'dranquilidade', a selecção de futebol pode ir ao Euro-2012, depois da suada vitória de ontem sobre a rapaziada da Islândia.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

SONDAGENS

Uma sondagem realizada na Madeira põe em crise a maioria de Jardim nas próximas eleições regionais, colocando, por outro lado, o CDS em 2.º lugar.
Más notícias para Jardim. E para mim, também.
Está aberta uma coligação PSD/CDS, sem Jardim, como Portas gostaria e anseia.
Por mim, já agora, preferia Jardim com maioria, a tentar governar com os bolsos rotos (a estória dos bandidos cubanos cont'nentais apenas faria ricochete no seu próprio partido) e com os seus compinchas a debandar.
Em última análise, lastimo a sorte dos nossos compatriotas da Madeira. Contudo, também têm que fazer o acto de contrição e arcar com as suas próprias responsabilidades. Em que outra região do mundo em que é suposto existir democracia se elege sistematicamente, anos a fio, a mesma figura? Há muito que não há almoços grátis.

AINDA O 5 DE OUTUBRO

Como escrevi em comentário ao post anterior, não vi nada sobre a comemoração do 5 de Outubro, pelo que me socorri dos jornais de hoje para saber como foi.
A primeira impressão foi a de que o dicurso de Cavaco Silva mereceu um quase unanimismo, o que me deixou intrigado. Fui lendo e nada vi de novo e, muito menos de relevante. Os chavões habituais, tipo "eu bem avisei, mas ninguém quis saber" (não foi ele um dos porteiros da troika?), "andámos anos a viver acima das nossas possibilidades" (ele, não, que vai aos Açores com um séquito pessoal com 30 elementos, incluindo camareiro e 2 fotógrafos oficiais), "vêm aí novos sacrifícios, dos quais ninguém está dispensado"(incluindo, creio, os seus amigos do BPN e os empreendedores do BPP), "há que trabalhar mais e melhor" (onde o emprego?), "há que poupar mais" (sem emprego, com salários em atraso, com imposto de diversa natureza a esmagrem quem aufere salário ou pensão modestos, quem pode poupar? Talvez uma pequena elite, que foge para os off shores). Que não estamos imunes a um segundo resgate (é já um convite expresso?)!!!, etc., etc. E sobre a banca, a economia real, o investimento, a criação de emprego, que disse? Como criar riqueza que permita o serviço da dívida e uma melhoria das condições de vida dos cidadãos? Disco gasto e riscado.
Retive, como resumo, a frase in fine do artigo de Fernado Santos, director-adjunto do JN de hoje, : "...e nas quais [comemorações] o presidente da República, Cavaco Silva, voltou a não expiar os seus pecados do passado e preferiu um truque à Octávio Machado: eu avisei e vocês sabem do que estou a falar..".
Um discurso, mesmo do PR, vale o que vale, mas assim não vamos lá. Sorte malvada, como diria um amigo.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

5 de Outubro - Dia da Repúlica

Celebra-se hoje o 101º. aniversário da Implantação da República em Portugal.

As comemorações oficiais decorreram, como é habitual, nos Paços do Concelho da Câmara Municipal de Lisboa, local onde foi solenemente proclamada.

Acompanhei a cerimónia desta celebração de hoje pela RTP e ouvi atentamente os três discursos que foram feitos: O discurso da jovem Ana Lídia, que há um ano ganhou com aquele texto o concurso do Centenário da República; o discurso de António Costa, Presidente da Câmara Municipal de Lisoa; e o discurso de S Exa O Venerando Chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva. Não foi esta a Ordem dos discursos, mas é esta a minha ordem de qualidade dos mesmos.

Gostei do discurso da jovem Ana Lídia que realçou os valores republicanos e recordou alguns dos nomes importantes de lutadores pela República, a quem apelidou de intelectuais livres e pensadores. Gostei que tivesse citado os nomes de Guerra Junqueiro, António Sérgio e João de Barros. E, sobretudo, gostei que tivesse convidado os jovens a abraçar os ideais republicanos. Bravo Ana Lídia.

Gostei, também, do discurso de António Costa, que não deixou de se referir aos tempos difíceis que passamos e, com subtileza, referiu a importância que a primeira Repúlica deu ao Ensino, como uma das molas impulsionadoras do progresso do País, para chamar a atenção da importância que teve a Parque Escolar na requalificação das escolas. Espero que o Ministro Crato o tenha ouvido com atenção.

Finalmente o discurso do Venerando Chefe de Estado. De um modo geral não gostei do discurso e, sobretudo, do modo como o disse. Parecia que estava completamente desanimado, abatido. No decurso do mesmo parou duas vezes para beber água. Ora o Presidente tem, mesmo nos momentos difíceis, dar alento aos seus concidadãos, não tem? Apenas gostei quando disse que o mau desempenho das economias desenvolvidas irá reflectir-se inevitavelmente em Portugal e apelou à Europa que é necessário tornar-se coesa e solidária nos bons e nos maus momentos. Todo o resto, foram os lugares comuns do costume.

Ah, não vi Portas. Está cada vez mais a ser "chutado para canto".

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Corta-se na "pensãozita" do "Zé pagode", mas paga-se a nove médicos que não trabalham

Isto só em Portugal! O Estado português contratou nove médicos da Costa Rica para que o Centro de Saúde de Torres Novas tivesse os médicos de que necessita para servir os seus utentes. Os nove médicos, creio que devidamente diplomados pelas autoridades académicas competentes daquele país, estão em Portugal, devidamente instalados como foi acordado no contrato, mas não podem exercer medicina, pasme-se, "por razões apenas burocráticas devido à falta do documento de reciprocidade". Pelos vistos a Ordem dos Médicos para permitir que os médicos costa-riquenhos possam exercer em Portugal a sua profissão, exige a entrega de um documento de reciprocidade que permita aos médicos portugueses exercer medicina na Costa Rica. Acrescente-se, entretanto, que não os há naquele país nem haverá, de certo, nos próximos tempos. Ah, quer dizer que há portugueses que não têm médico de família nem serviços médicos com qualidade, por razões burocráticas. Neste caso, não é por falta de médicos, já que há nove prontinhos a tratar da saúde desses portugueses mas, como dizer ..., é por birra. E o ministro Macedo não faz nada? Então o homem corta..., corta..., corta na qualidade dos serviços, aumenta..., aumenta..., aumenta as taxas moderadoras, e paga a nove médicos que estão em casa "a morrer de tédio"? Afinal somos um país rico. Por isso, não cortem mais nas pensãozita do "Zé pagode".

DISCURSOS E ANIVERSÁRIOS

Parece que o senhor Presidente da República vai falar amanhã ao País. De viva voz e não através do facebook.
Se for um discurso circunstancial sobre o 5 de Outubro, dispenso. Tenho programado ouvir outro tipo de oradores. Espero mais. Dirá porque não baixaram os juros da dívida pública, apesar da sua eleição à primeira volta? Falará sobre a Madeira e a dívida sonegada? Ou sobre a vergonhosa campanha eleitoral de Jardim com três inaugurações diárias?
Ansioso, aguardo.

sábado, 1 de outubro de 2011

E se fosse um cidadão comum (desconhecido)?

Foram notícia de primeira página e de abertura de telejornais, a detenção na Quinta-feira e a libertação na Sexta de Isaltino Morais. Se o tribunal que o mandou prender, menos de vinte e quatro horas depois o mandou libertar, é porque chegou à conclusão que errou quanto à decisão de o mandar prender. E um erro destes é grave, pois trata-se de privar alguém da sua liberdade. Tão grave que o Conselho Superior de Magistratura vai determinar a abertura de um processo de averiguações. Ora, Isaltino Morais é uma figura pública. É há vários anos presidente da Câmara de Oeiras, foi considerado um autarca modelo do PPD, e até (meu Deus!) já foi ministro! Torna-se assim pertinente perguntar: E se fosse um cidadão comum (um qualquer desconhecido), o que faria a justiça, incluindo o próprio CSM. Se calhar não fazia nada. Que (In)justiça!