Cavaco Silva diz, com razão, que tem que haver equidade na distribuição de sacrifícios. De facto, porquê sobrecarregar os trabalhadores do Estado (e os pensionistas) e não os da actividade privada? Porque ficam de fora outros rendimentos que não os do trabalho? A razão é que, para a redução do défice, é necessário cortar nas despesas do Estado e não tanto aumentar as receitas. Os cortes, necessários, deveriam, porém, ocorrer noutras áreas da despesa que não nos encargos com pessoal (ou reformas). Só que isso revela-se muito mais moroso, ainda que os actuais governantes há muito "soubessem" onde cortar, que nunca seria no 13.º mês ou no subsídio de férias (Passos Coelho não se cansou de o afirmar). E se tentassem renogociar os limites do défice e da dívida, de forma mais suave? O exemplo da Grécia não basta, ainda que estes se tenham comportado de modo calaceiro? O que vai acontecer à economia, que se sabe ir entrar em recessão por uns anos, não permitindo sair do buraco que continua, com as políticas anunciadas, a ser cada vez mais fundo?
Depois do "aviso" do PR, será de esperar que o OE seja revisto na sua quase totalidade, uma vez que não resolve nenhum dos nossos problemas, só os agrava.
Espero, também, que o PS, de uma vez por todas, mostre as suas cartas e vá a jogo.
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