Todos os principais meios de Comunicação Social, com mais incidência na imprensa, apresentaram os seus Ranking das escolas, feitos com base nos resultados das provas nacionais de exame. É tempo, como disse o líder de uma das Associações de Directores de Escola, de se mudar a linguagem e começar a falar-se de ranking dos resultados dos exames nacionais e não de ranking das escolas. As escolas com melhores resultados não são necessariamente as melhores, embora uma má escola não possa, obviamente, ter bons resultados . O Jornal Público de hoje traz uma entrevista ao holandês Gert Biesta, professor universitário no Reino Unido, que questiona se este tipo de rankings avaliam aquilo que é realmente importante e conclui que "uma boa educação é muito mais do que bons resultados nos exames". Uma rápida análise dos rankings publicados mostra-nos que as escolas com os melhores resultados, quer públicas quer privadas, estão instaladas nas áreas metropolitanas das grandes cidades. E que nestas as escolas com piores resultados estão próximas das zonas residenciais com mais problemas sociais. Não por acaso. Um dos factores fundamentais do sucesso escolar está nas famílias. Conheço escolas que trabalham bem, são frequentadas por alunos que obtêm bons resultados, mas são também frequentadas por alunos cujas famílias são completamente desestruturadas e muitas vezes à beira da pobreza. É claro que nestas escolas as médias dos exames têm que ser muito mais baixas do que nas outras. Mas conheço, pessoalmente, muitos jovens que fizeram o seu percurso escolar nelas, entraram em universidades públicas, licenciaram-se, alguns doutoraram-se e hoje são profissionais de sucesso. Por isso, olhar para os rankings das escolas como listas que as ordenam das melhores para as piores é uma falácia.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário