Como escrevi em comentário ao post anterior, não vi nada sobre a comemoração do 5 de Outubro, pelo que me socorri dos jornais de hoje para saber como foi.
A primeira impressão foi a de que o dicurso de Cavaco Silva mereceu um quase unanimismo, o que me deixou intrigado. Fui lendo e nada vi de novo e, muito menos de relevante. Os chavões habituais, tipo "eu bem avisei, mas ninguém quis saber" (não foi ele um dos porteiros da troika?), "andámos anos a viver acima das nossas possibilidades" (ele, não, que vai aos Açores com um séquito pessoal com 30 elementos, incluindo camareiro e 2 fotógrafos oficiais), "vêm aí novos sacrifícios, dos quais ninguém está dispensado"(incluindo, creio, os seus amigos do BPN e os empreendedores do BPP), "há que trabalhar mais e melhor" (onde o emprego?), "há que poupar mais" (sem emprego, com salários em atraso, com imposto de diversa natureza a esmagrem quem aufere salário ou pensão modestos, quem pode poupar? Talvez uma pequena elite, que foge para os off shores). Que não estamos imunes a um segundo resgate (é já um convite expresso?)!!!, etc., etc. E sobre a banca, a economia real, o investimento, a criação de emprego, que disse? Como criar riqueza que permita o serviço da dívida e uma melhoria das condições de vida dos cidadãos? Disco gasto e riscado.
Retive, como resumo, a frase in fine do artigo de Fernado Santos, director-adjunto do JN de hoje, : "...e nas quais [comemorações] o presidente da República, Cavaco Silva, voltou a não expiar os seus pecados do passado e preferiu um truque à Octávio Machado: eu avisei e vocês sabem do que estou a falar..".
Um discurso, mesmo do PR, vale o que vale, mas assim não vamos lá. Sorte malvada, como diria um amigo.
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1 comentário:
Os madeirenses elegem o Jardim; nós elegemos o Cavaco. Bem feito! Quem bem faz a cama...
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