sexta-feira, 30 de março de 2012

Um verdadeiro altruísta!

No debate quinzenal de hoje na Assembleia da República, alguns partidos da Oposição trouxeram à discussão a privatização do BPN, banco que após a nacionalização tem sugado ao Estado (e por arrastamento aos contribuintes) uns milhares de milhões de euros. Dizem os entendidos à volta de oito mil milhões. Ora, como sabíamos, e hoje ficámos com a certeza, o BPN foi vendido ao BIC - banco cujo capital é maioritariamente angolano, gerido em Portugal pelo ex-ministro de Cavaco Silva, Mira Amaral (muito conhecido ultimamente por ser uma espécie de rei das reformas) por quarenta milhões de euros, um valor praticamente simbólico tendo em conta o valor que o Estado português já teve que injectar nele. Por isso, muita gente diz que o BPN foi vendido ao "preço da uva mijona". Entretanto hoje, em entrevista que vi no Telejornal da RTP, Mira Amaral chega a dizer que, nesta altura, o banco já não vale aquele valor, pelo que o negócio já não lhes é muito favorável. É praticamente um favor ao Estado, mas fazem-no, porque são homens de palavra. Fiquei comovido. Este Mira Amaral é um verdadeiro altruísta. Vejam lá meus caros concidadãos o que lhe vamos ficar a dever. E ainda há quem não goste do homem. Que ingratidão!

MILLÔR FERNANDES

Morreu há dias Millôr Fernandes, grande humorista brasileiro que "conheci" há muitos anos no extinto Diário Popular. Circula por aí um texto que alguns atribuem à sua autoria e outros tantos atribuem a um outro autor. Seja ou não Millôr o autor, aí vai o texto, que tem variantes e que apenas deve ser lido por maiores de idade e de ouvidos surdos.








Por Millôr Fernandes ou Pedro Ivo Resende (?)



Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo fazendo sua língua.
"Pra caralho", por exemplo. Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que "Pra caralho"? "Pra caralho" tende ao infinito, é quase uma expressão matemática. A Via-Láctea tem estrelas pra caralho, o Sol é quente pra caralho, o universo é antigo pra caralho, eu gosto de cerveja pra caralho, entende?
No gênero do "Pra caralho", mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso "Nem fodendo!". O "Não, não e não''! e tampouco o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade ''Não, absolutamente não!'' o substituem. O "Nem fodendo" é irretorquível, e liquida o assunto. Te libera, com a consciência tranqüila, para outras atividades de maior interesse em sua vida. Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral? Não perca tempo nem paciência. Solte logo um definitivo "Marquinhos, presta atenção, filho querido, NEM FODENDO!". O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Lupicínio.
Por sua vez, o "porra nenhuma!" atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional. Como comentar a bravata daquele chefe idiota senão com um "é PhD porra nenhuma!", ou "ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!". O "porranenhuma", como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha. São dessa mesma gênese os clássicos "aspone", "chepone", "repone" e, mais recentemente, o "prepone" - presidente de porra nenhuma.
Há outros palavrões igualmente clássicos. Pense na sonoridade de um "Puta-que-pariu!", ou seu correlato "Puta-que-o-pariu!", falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba...Diante de uma notícia irritante qualquer um "puta-que-o-pariu!" dito assim te coloca outra vez em seu eixo. Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça.
E o que dizer de nosso famoso "vai tomar no cu!"? E sua maravilhosa e reforçadora derivação "vai tomar no olho do seu cu!". Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: "Chega! Vai tomar no olho do seu cu!". Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima. Desabotoa a camisa e saia à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios.
E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: "Fodeu!". E sua derivação mais avassaladora ainda: "Fodeu de vez!". Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação? Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e autodefesa. Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar: O que você fala? "Fodeu de vez!".
Sem contar que o nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de "foda-se!" que ela fala. Existe algo mais libertário do que o conceito do ''foda-se!"? O "foda-se!" aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas. Me liberta.". Não quer sair comigo? Então foda-se!". "Vai querer decidir essa merda sozinho(a) mesmo? Então foda-se!".
O direito ao ''foda-se!" deveria estar assegurado na Constituição Federal. Liberdade, igualdade, fraternidade e FODA-SE.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Uma vergonha!

Segundo um relatório da Organização Mundial de Saúde, amplamente divulgado, Portugal é o nono país da Europa com maior consumo de álcool. E se pensarmos que é um dos países com mais abstémios, conluímos que os portugueses que bebem bebidas alcoólicas, bebem realmente muito. Esta grande "proeza" traz-nos muitos problemas, não só os problemas directos para a saúde dos que bebem em excesso (uma percentagem significativa de doenças cancerosas está relecionada com o álcool), como problemas relacionados com a redução das capacidades, que causam muitos dos acidentes rodoviários e de trabaho, e ainda os relacionados com maus comportamentos, o que sucede em muitas festas entre os jovens. Ora, os valores de ingestão de bebidas alcoólicas são muito altos em festas, sobretudo nocturnas. Muitas vezes é visto como sendo da tradição que nos dias das "Queimas das Fitas" dos estudantes universitários sejam vários os que têm de ser socorridos pelo INEM e levados para os hospitais para serem tratados. Por mim, acho que é uma vergonha. Chocou-me ver, ainda agora, a propósito daquele estudante de 17 anos que morreu em Espanha, o que se passa nas festas(?) daqueles dias e a forma como os jovens se auto elogiam do que fazem. É preciso tomar medidas, e rápidamente!

terça-feira, 27 de março de 2012

BOLAS À TRAVE

... E o Braga vai à frente, no campeonato. Quem diria?
... E o Benfica perde na Luz contra o Chelsea, por 1-0, penso que injustamente. Vai ser difícil, muito difícil inverter o resultado. Pode ser que o mestre da táctica consiga dar a volta.

CRÓNICAS

Mais uma croniqueta do Zé Gil


ANDAR AO RESPIGO


Muito antes de poder apreciar a célebre pintura de Millt (1857), As respigadeiras, onde se observam camponesas pobres na recolha de espigas de trigo, após a colheita realizada, já tinha o vício de andar ao rebusco das castanhas, azeitonas, do cornecho (cornelho) das espigas do centeio e, principalmente, ao respigo nas vinhas vindimadas, apesar de ainda ter cachos pendurados em casa, e na ramada do prédio, podendo continuar a colher as uvas pela janela do quarto!
O mais difícil era ter pouca força para abrir a janela de guilhotina, ter de enxotar as abelhas a libarem os sucos refinados, para apanhar os cachos fora de época, enquanto os moços amigos não tinham esse privilégio. Não podendo dar a todos uvas da minha parreira, íamos ao respigo! A vinha do Vale da Trave era a primeira escolhida, antes que o pastor das Fragas, Zé Manuel Beiço Rachado, fosse autorizado a enfiar lá as cabras, a comerem a viçosa e abundante folhagem.
Andar no respigo requer argúcia: vistoriar bem as videiras mais frondosas, onde os pequenos cachos não eram tão procurados, devido às distracções da vindima; nas bordaduras das vinhas na sombra do arvoredo, e não só, as videiras eram raquíticas que quase não davam fruto, ou por esparsas escapavam à apanha; os rapazes das cestas e apanha dos bagos eram coniventes nos esquecimentos! Bem respigadas as nossas vinhas passávamos às dos vizinhos mais ricos, pois as dos remediados nem davam para o desougo, quanto mais encher um boné! A vinha mais lucrativa era a vinha grande dos Roseiras (Maria de Belém estava para nascer)! Como fazia parte de outras, era contratada uma roga, orientada pelo rogador de Ludares, de sacho na mão, a comandar o rancho. Duas vindimadoras, uma de cada lado do bardo, interessadas, em encher as cestas rápidas, desprezavam as videiras dispersas e raquíticas, que podiam não ter cachos. Pois eram essas as fornecedoras das uvas de respigo finas e doce do “Verão de S. Martinho”! Na divisão da colheita faziam um lote especial, fora de outros cachos ou outoniços maduros.
No fim-de-semana fui a Soutelo do Douro. Estava longe de pensar em ir ao respigo, mas...
Quando subia do Pinhão para S. João da Pesqueira, reparei nos vinhedos bem diferentes dos outros anos: os deslumbrantes matizados das folhas era diferente! As videiras pareciam meio secas ou “alampanhadas” pelo fogo. Como ainda não era o tempo da apanha da azeitona nas bordaduras, as fogueiras não seriam a causa. Os tons abundantes e variegados da folhagem, tão apreciados pelos turistas, pareciam murchos, nos socalcos antigos e ainda resistentes, e nas encostas serpenteadas de patamares, alinhados como curvas de nível, em símbolo topográfico do Douro do Património Mundial.
Fui ver de perto uma vinha de eleição. Felizmente, mercê do bom desempenho agrícola, a precoce queda da folha não era grande, com a vantagem de se detectarem melhor os pequenos cachos não colhidos. Começou, assim, o meu respigo... Duplo prazer: voltar a ser menino e comer uvas frescas e super doces. Foi do ano especial – informou o João!
O Carlos, surpreso, agora que ninguém procura um respigo e ficam vinhas por vindimar, regressou por uma vinha, onde, deixou um valado de uvas de mesa a colher mais tarde. Os cachos retirados juntaram-se aos respigados e aos dióspiros, para serem comidos no Porto, cidade que deu o nome ao vinho fino ou generoso do Douro.


Porto, 30 de Novembro de 2011

José Gil Correia Monteiro

segunda-feira, 26 de março de 2012

Poupar, poupar, como Salazar poupou ...

Álvaro, o ministro faz de conta da Economia é hoje em dia um dos mais acérrimos inimigos do PS. Mal lhe põem um microfone em frente à boca desata logo a bater neste partido da oposição. De tal modo se entusiasma que muitas vezes só diz disparates.

No fim do congresso do PPD, lá vinha o Álvaro todo eufórico aos cumprimentos e aos beijinhos como se estivesse a festejar um qualquer êxito da sua governação. Puseram-lhe um microfone à frente e ..., zás, toca a atacar o PS. Que o PS tinha gasto muito dinheiro, nomeadamente com as parcerias público-privadas, mas que este governo tinha tomado as devidas providências, acabando com muitas delas e renegociando outras ..., para poupar. Quer dizer: Parou e desinterssou-se de muitos investimentos porque era preciso poupar. Quando ouvi isto, lembrei-me que Salazar quando chegou ao Governo de Portugal a regra era: Poupar. O que era preciso era dinheiro e ouro nos cofres do Banco de Portugal. Ouro que, como sabemos, vinha da África do Sul como contrapartida da ida de moçambicanos para as minas daquele país. Uma espécie de pagamento pelo trabalho de escravos. É verdade, Salazar poupou, mas deixou um país que em termos de desenvolvimento estava perto dos países do terceiro mundo: Muitos analfabetos, muitas terras do interior sem energia eléctrica, muitas casas sem esgotos ligados a redes de saneamento, escassos cuidados de saúde (só os ricos tinham razoáveis cuidados de saúde nas clínicas privadas ou nos "quartos particulares" dos hospitais públicos), ensino só para alguns, etc, etc. Um atraso que, apesar do muito que foi feito, ainda precisa de mais outros quase quarenta anos para ser recuperado. Mas, pelos vistos o Portugal do Estado Novo é o sonho de país que o Álvaro quer. Mas, Dr. Álvaro: o senhor nem para ministro de Salazar servia, sabe porquê? Porque fala muito e acerta pouco. E já agora, por graça: também, porque não anda de chapéu, pois não?

Veio tarde e ainda "muito baixinho"

Nesta sua ideia de fazer "oposição responsável" (que eu confesso não saber o que é) o PS e os seus actuais dirigentes não responderam, ou responderam quase envergonhados, às acusações dos sindicalistas dos Juízes, às acusações de Cavaco Silva (o Presidente de alguns portugueses) a Sócrates, com intenção de prejudicar o partido, e às acusações de Nuno Crato, ministro da Educação (e do ensino privado) sobre a Parque Escolar, o que até era fácil dado o relatório recente da Inspecção Geral de Finanças. Tarde e, como se costuma dizer, a más horas, lá veio agora uma crítica às mentirosas acusações de Crato feitas por Renato Sampaio, deputado pelo círculo do Porto, que com outros deputados visitou hoje a Escola Rodrigues de Freitas, cujas obras de requalificação no âmbito do programa de modernização foram inauguradas em Setembro de 2008. Mas mesmo esta resposta de Renato Sampaio a Crato, que mentiu no Parlamento, foi feita ainda "muito baixinho". Porquê, de que tem medo o PS? Porque opta agora pela tal oposição responsável, mas quase silenciosa, em vez de o fazer de uma forma mais enérgica? O PS é desde a sua génese um partido de combate. Combateu pela liberdade, pela democracia e contra todo o tipo de autoritarismo antes e depois do 25 de Abril. É do PS combativo que o povo espera que surja de novo.

domingo, 25 de março de 2012

Social democracia à portuguesa; o que é?

Neste Congresso do PPD, que foi "um congresso vazio de conteúdos" como alguém disse, aconteceram coisas esquisitas. Vasco Pulido Valente no "Opinião" de hoje no Jornal Público fala em ..."irredimível vacuidade do exercício" e em "horas sem fim as galinhas cacarejam e a capoeira bate palmas por nada e para nada". Mas há duas coisas das quais não posso deixar de falar.

A primeira diz respeito à triste figura dos congressistas, incluindo o Presidente da Mesa e os outros elementos da mesma, em virtude duma daquelas "ideias malucas" (para não lhes chamar outra coisa) da Jota PPD. Propuseram os rapazes que todos os órgãos dirigentes do Partido fossem eleitos em eleições directas e não em Congresso. A proposta foi aceite, foi votada e aprovada por maioria. Então, a partir dali, pouco mais haveria a fazer do que ouvir o tal cacarejo das galinhas de que falou Vasco Pulido Valente, e o parido iria funcionar durante algum tempo, com líder eleito, mas a dirigir o partido sozinho sem qualquer outro órgão directivo, até que se realizassem as tais eleições. Resultado: a votação "não valeu" (como nas brincadeiras dos miúdos) e toca a votar outra vez. E em segunda votação a "ideia maluca" não passou.

A segunda coisa que quero referir, diz respeito a uma parte engraçada do novo programa(?) apresentado ao congresso, como um programa moderno e cheio de outros adjectivos. Nele se proclama que a doutrina do PPD é a "social democracia à portuguesa". Ora, eu já conhecia o cozido à portuguesa, o arroz à portuguesa, os caracóis à portuguesa e outras coisas mais. Nunca tinha ouvido falar, nem eu, nem ninguém, de social democracia à portuguesa que, em meu entender, atendendo às sucessivas governações do PPD, se devia chamar neoliberalismo à portuguesa.

Estes tipos são uns pândegos, não são? Só podem!

PSD

Decorreu este fim de semana mais um congresso - o XXXIV, é obra ! - do PSD. E novidades novas, há?

sábado, 24 de março de 2012

Estranha ideia tem Portas sobre nomeações para gestores de empresas tuteladas pelo Estado

Correu nos meios da Informação que o ex-ministro das Finanças Teixeira dos Santos teria sido apontado pela Caixa Geral de Depósitos para Administrador da PT. A ser verdade eu, tal como Marcelo Rebelo de Sousa, consideraria estranhíssima tal nomeação. Mas, enfim, da política e dos políticos já tudo é de esperar. Bom, parece no entanto que esta proposta merecia o aval de Victor Gaspar, ministro das Finanças e à qual Pedro Passos Coelho não se opunha. Só que esta ideia criou muito desconforto no governo e mereceu forte oposição liderada por Paulo Portas. Este teria dito mesmo ao primeiro-ministro que nomear Teixeira dos Santos, que foi ministro dos governos de José Sócrates, para aquele cargo, era dar um prémio à política do anterior governo. Dar um prémio? É esta a ideia que Portas tem para as nomeações por parte do Estado (directamente ou não) de pessoas que vão ocupar lugares cimeiros de Empresas por ele tuteledas, no todo ou em parte? Então as pessoas não são escolhidas pela sua competência, mas sim para lhes dar prémios ou lhes pagar favores políticos? Ah, agora compreendo as nomeações de Celeste Cardona. Mas devo confessar: Vindo de Paulo Portas não me admiro.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Lágrimas de crocodilo

Vêm agora O Mininistério da Administração Interna e a PSP, através dos seus comandos, verter lágrimas de crocodilo e dizer que lamentam os incidentes ocorridos e que a Inspecção-Geral da Administração Interna vai abrir um processo de averiguações. Quer dizer: Fizeram constar que as polícias iam estar alerta e preparadas para actuar em caso de alterações da Ordem Pública, o que foi considerado pelos Sindicatos, e não só, como uma ameaça àqueles que tecionavam aderir à greve. Acicataram os ânimos e agora vêm lamentar o ocorrido e até se dizem indignados com o sucedido. Que descaramento!

A Greve Geral(?) e a má actuação da polícia


Para que não haja dúvidas, quero esclarecer que não concordei com a greve geral de ontem, tal como não concordei com todas as outras que foram feitas, porque acho que com elas os mais prejudicados são todos aqueles trabalhadores que trabalham no sector privado (sobretudo nas pequenas empresas) não financeiro ou dos transportes. A greve é um direito consagrado na Constituição, e bem, mas que deve ser usado em caso extremo e não banalizado. Mas, por ser um direito, cada trabalhador é livre de o utilizar ou não. Quer dizer: Quando há greve, quem quer aderir a ela, adere, quem não quer fazer greve, tem todo o direito a trabalhar. Por isso, não pode acontecer que grevistas, se ponham a obstruir o caminho a camiões para recolha de lixo ou a autocarros de transportes colectivos cujos motoristas, por razões que só a eles dizem respeito, e que toda a gente tem que respeitar, não aderiram à greve.
É evidente que se houver violações à ordem pública a polícia tem que impor a autoridade do Estado. Mas deve fazê-lo, de forma enérgica se necessário for, mas sem recorrer a meios e atitudes completamente desproporcionais e que se tornam em autênticos actos de agressão, incluindo a repórteres, mesmo após terem invocado a sua condição e sem que tenham feito qualquer gesto agressivo. Correm vídeos no You Tube e em outros sites da internet em que se vêm agentes policiais a actuarem como se estivessem completamente transtornados e sedentos de vingança. Marinho Pinto, bastonário da Ordem dos Advogados, disse que a polícia actuou com os mesmos tiques dos tempos da ditadura. Ora, eu acho que actuou muito pior. Não é admissível num Estado de Direito e leva-nos a pensar: Como actuará a polícia se a indignação dos portugueses os levar a fazer protestos do tipo dos que aconteceram na Grécia; corre-os aos tiros?
Reprovo também a maneira ligeira e despropositada como uma sub-comissária justificou a actuação da polícia. Os seus argumentos levam-nos a pensar que os agentes, tendo sido agredidos, quizeram fazer justiça pelas suas próprias mãos.
Já agora: Espero uma tomada de posição das organizações sindicais da PSP.

quarta-feira, 21 de março de 2012

POEMINHA

E como hoje é Dia da Poesia, aí vai mais uma poeminha do Zé Gil


FIM DO CAMINHO

É melhor no começar ou no acabar?
Nascemos chorando
Acalmamos mamando
Com o seio materno vamos crescendo.
Gatinhar é impulso
Primeiro caminho feito.
Subir descer
É treino para andar correndo.
Vem a autonomia, rumo por perto,
A tenacidade aplana o resto.
Nas veredas apertadas, fazemos pausa
E questionamos a causa:
Encontro para mãos dadas.
Os filhos, outros caminhos
De pavimentos aplanados
Paredes construídas
Existências conseguidas.
Subir o monte vem a fadiga
Assim, o dever obriga.
Horizonte mostra: Obrigação cumprida.
O último alor não causa ferida!
Porto, 26 / 1 / 12 José Gil

terça-feira, 20 de março de 2012

NÃO PODE OU NÃO QUER?

Passos Coelho diz que o governo nada pode fazer para evitar a sistemática subida do preço dos combustíveis. Não pode, não quer ou o ministro Gaspar não deixa? Qual o peso do ISP e do IVA no custo da gasolina e do gasóleo? 50% neste e cerca de 60% naquela. E se a carga fiscal diminuisse, não seria uma boa ideia? Porventura, o Gaspar ficava a ganhar. E uma conversinha de pé-de-orelha com as gasolineiras não seria aconselhável? Por que raio é que "os grandes" não participam no aperto de cinto e só a arraia miúda há-de arcar com a "despesa"? O cavalo irá morrer quando estiver quase habituado a não ter ração?

Ao que chegamos!



Hoje de manhã, no programa informativo “Bom Dia Portugal” da RTP 1, vi uma notícia, com reportagem em directo à porta de um Centro de Saúde de Felgueiras, que me preocupou e preocupa muitíssimo. Àquela hora havia uma “fila” de pessoas à espera de se inscreverem para uma consulta “de recurso”. Eram utentes daquela unidade de saúde que não têm médico atribuído (médico de família) e que, necessitando de uma consulta, têm que se inscrever para serem atendidos por um outro qualquer médico do centro. Só que são tantos os utentes sem médico atribuído que as solicitações diárias àquele tipo de consultas são muito superiores ao número de consultas estipulado para se efectuarem. Então, quem quer mesmo ser atendido tem que procurar chegar primeiro para tomar vez. Só que, para as consultas de hoje o primeiro foi tomar vez às 11 da noite de ontem. E, claro está, como o Centro está fechado a sala de espera é a rua, ao frio e, se chover, à chuva. Na reportagem via-se uma senhora resguardada com um cobertor. Isto é uma vergonha! Se há falta de médicos no Centro de Saúde de Felgueiras é preciso arranjá-los. Portugueses, ou estrangeiros, cujo sucesso é visível em muitas terras do interior.
Que raio de país é este cujo Governo corta cegamente nas despesas no SNS, para poupar e diminuir o défice, e se dispõe a entregar dinheiro (milhares de milhões de euros) de “mão beijada” à Lusoponte de Ferreira do Amaral e à EDP de António Mexia? Estou preocupado. Estamos a andar para trás. Em termos de condições de vida afastamo-nos da Europa e aproximamo-nos de África. Agora entendo que Passos Coelho tenha dito que seria o primeiro-ministro mais africano de sempre!


MAIS POESIA, DO ZÉ GIL

Porque hoje começa a Primavera, aí vai



P R I M A V E R A

Haverá um primado?!
Sim. Está na incorporação.
Ou será um achado?
Fases são estações
Maiores ou mais audazes
Tempo em secções.
Clima temperado tem quarto:
Primavera e verão - nascem e morre a vida;
Outono e inverno - sobrevivência ativa!
Primavera dos ninhos e flores
Época de despertar amores.
Os anos vividos
São primaveras narradas
Praia de verão, neve de inverno
Vinhas de outono vindimadas.
Sol de inverno encantador
Primavera prenhe de amor!

Porto, 12/3/12
José Gil

domingo, 18 de março de 2012

ANDAM A BRINCAR COM O PAGODE

..excepções, adaptações, abonos suplementares e o mais que se verá.
Note-se ainda que o despacho tem efeitos a partir de 20 de Junho de 2011, mas apenas foi publicado em 19 de Janeiro de 2012.
Vale tudo. Vale tudo?

sábado, 17 de março de 2012

Onde anda o PS?

Onde anda o PS, é mesmo a pergunta que apetece fazer, tendo em conta que o Partido esteve praticamente ausente do debate político, como maior partido da Oposição, nos últimos dias da semana passada e na semana que agora acaba. É verdade que António José Seguro andou preocupado com o interior do país e com a saúde dos portugueses, questionando principalmente o grande aumento da mortalidade na população idosa, mas perdeu uma enorme oportunidade de fazer uma oposição enérgica e mostrar aos portugueses que vai lutar a seu lado contra esta política do governo ultra liberal que prefere não atacar os grandes lucros da EDP (e os prémios do Mexia) a baixar para os consumidores (sobretudo para o Povo) o preço da energia eléctrica.
Para além de não ter feito grandes reparos ao golpe financeiro tentado pela Lusoponte de Ferreira do Amaral, o PS não fez oposição como devia ao denunciar dois casos políticos graves:
- A saída do ex-Secretário de Estado da Energia, Henrique Gomes, que ousou enfrentar a EDP;
- E o golpe palaciano que o ministro da Educação, Nuno Crato, planeou para afastar a anterior Administração da empresa Parque Escolar.
Quanto à saída de Henrique Gomes, o PS muito pouco disse, deixando passar a oportunidade de desmascarar a vergonhosa vassalagem a António Mexia que, nas questões energéticas, se julga a segunda figura do Governo, sendo que a primeira é Victor Gaspar. Passos Coelho, primeiro ministro, porta-se como se fosse o último.
Quanto ao golpe palaciano do ministro Nuno Crato. Praticamente passou despercebido. Quando há dias foi ao Parlamento, Nuno Crato fez acusações graves à gestão da Parque Escolar, acusando aquela empresa de ter gasto na construção, reconstrução e recuperação de escolas, mais de 400% do valor inicialmente orçamentado. Promoveu a polémica, fomentou os comentários mais intratáveis que podemos imaginar, o que levou a que a anterior Administração se sentisse atingida na sua dignidade e se demitisse. Veio agora a saber-se por um último relatório que, havendo desvios de custos, é certo, nada foram parecidos com os que o ministro “denunciou”. Mais, sobre certos aspectos, aquela Administração até recebeu referências elogiosas. Que concluir disto? Só pode ser, que o ministro quis arranjar um motivo para substituir a gestão da Parque Escolar. Uma vergonha! E o PS, o que fez, sabendo até que Nuno Crato tudo fará para dar a machadada na Escola Pública? De visível, nada. Não pode ser



quinta-feira, 15 de março de 2012

GANDA SPORTING!

E assim, os Leões eliminaram os milionários do Manchester City, vingando o FCPorto.


quarta-feira, 14 de março de 2012

ECOLOGIA

Aí vai mais um artigo no Amigo Zé Gil


E C O L O G I A

Quando ouço dizer: “Terra há só uma”, apanho um clique, como se fosse o primeiro toque do telemóvel ao começo do dia! A imensidão do globo terrestre é tida por tal monta que o individual perdeu sentido.
Nas aulas do 1º ano do liceu, aprendi as provas de esfericidade da Terra (!) Haveria quem não acreditasse?! Nem todos viram o horizonte, à volta dos montes ou do mar, a terminar em círculo? Os cumes dos montes da Tenaria de Roalde já tinham dado a prova, assim como o ter contemplado a abóbada celeste, nas noites cálidas de verão, ao ir ouvir a onomatopeia dos grilos nas lameiras! Mas, foi muito bom saber pelo ilustre Professor, Dr. Catarino Nunes, na aula, falar sobre o Sabrosense, Fernão de Magalhães – ainda retenho as peripécias da primeira viagem de circum-navegação. Agora, acrescento: só um português era capaz de tanta coragem e saber!
A prova do horizonte visual era a melhor, mais lógica do que a de ver a lua redonda e, por analogia, saber a forma da terra, ou observar fotografias tiradas por telescópio.
O perscrutar o horizonte ficou para sempre decalcado no espírito. Nas tardes outonais dos domingos, continuo a ir à Foz do Douro mirar a superfície, entre a Terra e o Mar (outros têm o mesmo vício). Ver os barcos, que partem ou passam, é assistir a um filme realista, com algumas personagens dedicadas aos desportos náuticos! As idas, quase obrigatórias, com familiares aos Shoppings e a falta de estacionamento automóvel à beira-mar fazem perder o hábito.
Examinar a Terra é lindo! Se é amada, mais amada fica. Saber que está a ficar doente, e em causa a extinção da vida humana, provoca arrepios – o planeta azul pode ficar negro! Os vários tipos de poluição, cada vez mais abundantes e ferozes, veja-se as centrais nucleares e os milhões de velhas pilhas elétricas, lixo dos computadores, e tantas outras máquinas, vão matar a Terra. E o dióxido de carbono? E as chuvas ácidas? E os lixos domésticos? E os rios e mares poluídos? Até já consta que os gelos da Gronelândia começam a estar contaminados!
Ouvi pela manhã na TSF que os agricultores alentejanos lamentam a falta de chuva, desde o mês de novembro até janeiro, e a afirmar:
– As searas só aguentam mais uma semana ou duas, sem chuvas;
– Já estamos a alimentar os ovinos e bovinos a fardos de palha!
As varas de porcos, procurando as bolotas e fossando as partes subterrâneas das plantas, vão sobrevivendo...


É preciso, é urgente mudar os hábitos de vida. Não podemos continuar a produzir quilos e quilos de detritos por dia, principalmente, os não recicláveis. As lixeiras apropriadas não deixam de ser um perigo para as águas subterrâneas, origem das nascentes e subsistência dos seres vivos. Os contendores, da minha rua portuense, ainda não conseguiram escoar os materiais das Festas Natalícias, onde se vê as árvores do Natal e bugigangas chinesas!
Só a educação, a vigilância, apoio financeiro e empenhamento dos cidadãos de todos os povos, poderão impedir a catástrofe do Planeta Azul. Se os cuidados continuados prolongam a vida dos idosos, todos os cuidados são poucos para impedir a morte da origem de toda a vida.
Os animais, e até as plantas, praticam a preservação do meio ambiente: os coelhos bravos depositam as caganitas em locais certos e apropriados (tourais); os hipopótamos, ao estercar, com movimentos rápidos da pequena cauda, impedem a poluição do rio, e pulverizam adubo para as plantas aquáticas, de que se alimentam; uma cadela rafeira, recolhida por abandono, quando liberta o intestino, na relva dos jardins, com ação rápidos das patas traseiras, tenta cobrir ou enterrar o cocó, antes de poder ser recolhido para o saco plástico, fornecido (nem sempre) pela Câmara do Porto.


Porto, 10 de janeiro de 2012


* José Gil Correia Monteiro
(jose.gcmonteiro@gmail.com)

terça-feira, 13 de março de 2012

OS SUÍÇOS E AS FÉRIAS

Por referendo (eles resolvem tudo, ou quase, por referendo!), os suíços rejeitaram o aumento das férias de 4 para 6 semanas. Espertos, os suíços!
Olha se fosse por cá!

O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

Depois de Vasco da Graça Moura o ter feito no CCB, um juiz de Viana do Castelo proibiu o uso do Novo Acordo Ortográfico por, diz, não ser aplicável aos tribunais (o que aparentemente é verdadeiro), além de permitir interpretações dúbias dos articulados e das sentenças, o que é contra os princípios elementares do direito.
E agora?
Por mim, mandava o Acordo à malvas.

POESIA DO ZÉ GIL

Aí vai mais um poeminha do Zé Gil


Magia

Ter dois amores
É melhor que ter um
O conjunto é vazio
Se não temos nenhum.
Um e um não são dois
Depende da ordenação.
Serão onze?
É fruto da intenção.
Quando a alma o deseja
O número pode ser qualquer
Basta que nos contactos
Seja banido o alugar.

Porto, 19/3/84
José Gil

Primeiro a EDP, ou melhor o Mexia. E o povo? Bem, o Povo que se lixe!

Aí está a primeira baixa no Governo neo-liberal que (des)governa Portugal: Henrique Gomes, secretário de Estado da Energia. E, claro, sai, como sempre saem todos, alegando motivos pessoais e familiares. Mas sabe-se que bateu com a porta porque há vários meses queria rever os subsídios pagos pelo Estado às empresas produtoras de energia eléctrica, sobretudo à EDP. Pretendia também aplicar uma taxa a este sector electroprodutor, o que iria atenuar o valor da tarifa da energia eléctrica. Pensava o Secretário de Estado Henrique Gomes que fazia parte de um governo de tendência social-democrata e que por isso, uma vez que as medidas a tomar seriam sempre em benefício do consumidor, sem prejuízo de os produtores continuarem a ter lucros bastante elevados, não teria quaisquer problemas. Quanta ingenuidade! Nem se deu conta que as principais figuras (ou figurões?) do governo a que pertencia se põem de cócoras perante as grandes empresas e os grandes grupos económicos. Nunca os grandes barões do empresariado português tiveram tanto poder. Nem nos tempos de Salazar e Caetano um qualquer Mexia empurrava para a porta da rua um qualquer membro do governo.
Moral desta história: Para Henrique Gomes, primeiro estava o consumidor. Mas para Passos Coelho, Álvaro Santos Pereira e, de certeza, para o Relvas, primeiro está a EDP, ou melhor, primeiro está o Mexia. E o Povo? O Povo pouco importa, que se lixe! Ora façam contas: Se baixarem os lucros da EDP, baixam o prémio ao Mexia. E se baixam o prémio ao Mexia, como é que o homem vai pagar, como o outro, as suas despesas? Ah, e tudo isto com o aplauso dos chineses das três gargantas e, não podia esquecê-lo, do Catroga, esse mesmo, o dos pintelhos. Pobre Povo!

segunda-feira, 12 de março de 2012

São piores, muito piores, que os piores políticos

A Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), organismo que organiza e gere as principais competições de futebol em Portugal, reuniu hoje a sua Assembeia Geral. Foram tomadas decisões que provam a baixa qualidade dos principais dirigentes. São piores, mesmo muito piores, que os piores políticos. Os clubes, na sua maioria, estão falidos. Muitos deles gastam o décuplo das receias que conseguem gerar, o que os leva a endividarem-se cada vez mais. Na maior parte dos jogos em que não entram Porto, Benfica ou Sporting, as bancadas dos estádios ficam vazias. Pois bem, a lógica seria diminuir o número de clubes. Mas a lógica foi "mandada às malvas" pelos dirigentes dos clubes pequenos e decidiram aumentá-los. Até ver, pois tudo isto é passível de impugnação pelos clubes, e não só, que não concordaram. Ao Estado não compete intervir no movimento associativo, como é o caso, mas não pode cruzar os braços e assobiar para o tecto. Pode e deve, pelo menos obrigá-los a cumprir as obrigações fiscais e fechar-lhes a torneira quanto a perdão de dívidas ou atribuição de subsídios, mesmo através das autarquias. Era o que faltava. Muitos portugueses a passar privações com a crise e o Estado a "sustentar pançudos"!

O Presidente que divide em vez de unir

Abriu muita polémica o prefácio do último livro da Presidência da República sobre o último roteiro do Presidente. Resolveu Cavaco Silva, de uma forma que já apelidei de cobardia política, desancar em José Sócrates, o anterior primeiro-ministro, acusando-o de deslealdade, histórica, pelo facto de não lhe ter dado conhecimento do PEC IV. Bom, foram-lhe feitas várias críticas relativamente ao conteúdo e à oportunidade do prefácio, mas foi sobretudo o facto de o mesmo dividir os portugueses, numa altura de profunda crise económico-financeira e social, quando toda a gente diz que o principal papel do Chefe de Estado deveria ser o de tudo fazer para os manter unidos.

Hoje, numa qualquer visita que Cavaco Silva fez a instalações da Marinha, foi abordado por jornalistas no sentido de comentar as críticas de que foi alvo. Cavaco, em vez de se conter, para que este assunto morresse cedo, fez o contrário, atiçou mais o fogo e até pediu aos portugueses para lerem o prefácio (se calhar para que possa vender uns livritos), invocando até o artº. 201 da Constituição, o que nos obriga a perguntar: Então, porque não demitiu José Sócrates, teve medo de quê?

Ah, sou de certeza um dos muitos portugueses que não vão ler o dito documento. Entre outras coisas porque não acredito que tenha sido Cavaco a escrevê-lo. As ideias, não tenho dúvida, são realmente dele. Exprimem o ódio, o rancor e o desejo de vingança para com alguém que de uma maneira ou de outra o enfrentou. Mas, quem não sabe quantos cantos têm "Os Lusíadas", não tem conhecimentos de Português, nem estrutura, para escrever mais do que uma cartita.

sábado, 10 de março de 2012

NÃO HÁ PUDOR

A senhora Ana Manso, como presidente do conselho de administração da Unidade Local de Saúde da Guarda, teve por bem nomear o senhor seu marido, Francisco Manso, para o cargo de auditor interno da dita Unidade Local. O ministro Paulo Macedo franziu o sobrolho pelo notório assalto ao pote, pelo que a senhora Manso teve que desnomear o marido, 48 hora depois de o ter nomeado.
O assalto ao pote é à luz do dia, sem qualquer espécie de pudor. E a senhora Manso continuará mansamente no seu cargo?

sexta-feira, 9 de março de 2012

HÁ HORAS PARA TUDO


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P'ra sorrir









(Recebida por email)

POESIA DO ZÉ GIL

E para amenizar o clima, uma poesia do Zé Gil



A FIGUEIRA

Será árvore maldita?
Nunca o quis crer.
É antes bendita:
Os frutos dá a comer.
Bons filhos boa - cepa.
Todo o fruto flor tem.
Não devemos ir na treta,
Pois flores escondidas contém.
A figueira tem mistério
Por ser agreste e recatada.
Na Palestina teve império
Sem ela Judas era nada!
As flores estão alojadas
No interior do figo.
Antes de fecundadas
Ninguém as leva consigo.


Porto, 25/10/10
J. Gil

Um ajuste de contas cheio de ódio e rancor

Já não é a primeira vez que Cavaco Silva, em intervenções orais ou escritas, mostra todo o ódio e rancor que tem por aqueles que ele considera serem seus adversários políticos. E normalmente fá-lo à posteriori e quando se lembra de fazer um ajuste de contas nas costas de alguém que não enfrentou cara a cara e na altura própria, por falta de coragem ou por sua conveniência política. Foi isto mesmo que ele fez agora num qualquer prefácio de um livro que não é mais do que um conjunto de maus discursos que proferiu no primeiro ano do seu segundo mandato.

Resolveu Cavaco Silva prestar contas com José Sócrates numa altura em que o ex-primeiro ministro está fora do país e, portanto, com poucas possibilidades de lhe responder à letra. É quanto a mim um acto de grande cobardia política e só mostra no seu conteúdo que Cavaco nunca se preocupou com Portugal e com os portugueses mas, tão só, com a sua carreira política. Pergunto: Porquê, face ao que disse, não demitiu Cavaco o primeiro ministro em 2010? Porquê foi assinando os sucessivos PEC's sem grandes reparos, ou sem mostrar publicamente, através de mensagens ao parlamento, o quanto discordava deles e porque discordava? A resposta honesta, se a der, só poderá ser: Porque se tomasse qualquer posição daquelas poderiam surgir consequências prejudiciais à sua reeleição. Estamos entendidos!

São estes casos "rasteiros" (não me ocorre outro qualificativo) que me levam a dizer que, embora tenha o maior respeito pelo órgão Presidente da República, não tenho nenhum, mas mesmo nenhum respeito por Aníbal Cavaco Silva. Não tenho eu nem muitos outros portugueses. E, por isso, é que uns milhares deles pediram, até de forma institucional, que renuncie ao cargo.

Conclusão final: Já não temos um Presidente de todos os portugueses!

CAVACO SILVA - II

Nenhum Presidente da República da época democrática teve o consenso unânime (passe a redundância) dos portugueses, o que é normal e saudável. Todos tiveram altos e baixos nos seus mandatos e foram criticados por muitas das posições políticas que tomaram ou tiverem que tomar. É das regras da democracia.
Mas nenhum deles, até hoje, tinha passado pela vergonha de saber que umas dezenas de milhares de cidadãos entregaram na AR uma petição para que o actual PR seja demitido. Embora o gesto não tenha consequências, fica o amargo de boca.
Será que tal abaixo-assinado foi promovido pelo Sócrates, razão pela qual é, agora, objecto de bicadas por parte de Cavaco? Ou enganaram-no, e Sócrates não tem nada a ver com o assunto, entretido que anda nos estudos filosóficos?

CAVACO SILVA

As memórias políticas costumam ser dadas à estampa anos após o termo da actividade política. Cavaco, aproveitando a publicação de mais um dos seus Roteiros ( o primeiro do 2.º mandato), manda umas farpas no antigo primeiro-ministro José Sócates. Supondo que se justificam, serão oportunas? E qual o objectivo, neste momento? Estará a querer limpar alguma nódoa que já tem nas calças ou estará a precaver-se contra tal acidente? E as bicadas agora vindas a lume vão ajudar o quê e a quem? Vão distender o clima político ou, pelo contrário, vão criar mais fricção? O que quer Cavaco? Quer desviar a atenção para as gafes e deslizes de que tem sido protogonista nos últimos tempos? Não creio. O objectivo deverá ser outro. O actual inquilino do palácio de Belém não me oferece a mínina confiança deste as nunca explicadas falsas escutas .

quarta-feira, 7 de março de 2012

Já nem sequer há vergonha!

É isso mesmo. Estes governantes já perderam a vergonha! Todos nós já sabemos que o Governo, interpretando o memorando assinado com a Troika de uma forma ainda mais radical do que a forma com que os radicais islâmicos interpretam o Alcorão, tem como objectivo supremo reduzir o défice das contas públicas, custe o que custar. Então, fá-lo da maneira mais fácil e mais cega: Corta nas remunerações e subsídios dos funcionários públicos e dos reformados, corta nas prestações sociais, corta ou diminui drasticamente os benefícios sociais e fiscais (sobretudo à classe média baixa) e aumenta impostos e taxas, seja no litoral e no interior. E ..., se não chegar ..., corta mais.

Mas, entretanto, dá 4,4 milhões de euros "de mão beijada" à Lusoponte do ex-ministro das Obras Públicas (e da propaganda) de Cavaco Silva, Ferreira do Amaral, como compensação acordada pelo facto de ..., (este ano) ter cobrado as portagens no mês de Agosto. Quer dizer, numa altura em que aumenta todos os dias o número de portugueses que entram na pobreza, o Governo contribui, com o dinheiro de todos nós, para engordar os cofres e consequentemente os lucros da Lusoponte. Ah, mas há mais. Hoje no Parlamento o primeiro-ministro, questionado pelos partidos da oposição sobre este escândalo, meteu "os pés pelas mãos" para justificar este presentinho ao Ferreira do Amaral. Já nem sequer há vergonha!

POESIA DO ZÉ GIL

Então, cá vai um poeminha do Zé Gil



ALEGRIA TRISTE

Chorar, chorar, chorar...
É válvula de escape
Cume de stressar.
Chorar a rir dá prazer:
O corpo abala
E perde a fala!
Lágrimas são sentimentos,
Sonhos perdidos
Até voltar os sorrisos.
Ato de nascer: choramos
A força de viver
Alegria pró falecer.
Passar ao etéreo
Devia ser cantado
Mágico e bailado!

Porto, 15/2/12
José Gil

terça-feira, 6 de março de 2012

MIGUEL RELVAS PROMOVIDO?

O ministro Miguel Relvas foi promovido dentro do governo ou foi nomeado porta-voz oficial de Passos Coelho? E porquê pergunto eu isto? Porque ouvi M. Relvas afirmar que "o ministro da Economia não está a prazo"! Se ele o garante é porque dispõe de informação privilegiada ou do poder de decidir quem é quem dentro do governo. Em qualquer das hipóteses não fico sossegado.

segunda-feira, 5 de março de 2012

CRÓNICAS E ESTÓRIAS DO ZÉ GIL

A CORTIÇA
Gil Monteiro *

Creio, sempre o pensei, que temos uma forte idiossincrasia, e grande capacidade de trabalho e inovação. Somos um povo, sem qualquer prosápia, de indivíduos espertos, e desembaraçados, para não dizer desenrascados, dos melhores do Mundo, ainda que pela matreirice!
Porquê o nosso atraso ancestral?! O que têm a mais os povos mais evoluídos?
Foi devido ao fraco índice de escolaridade. Desde as lutas liberais, passando por cinquenta anos de obscurantismo quando, para reduzir o crónico défice financeiro, foram mandadas encerrar escolas do Magistério Primário! O analfabetismo permanente e as estruturas obsoletas não deixaram seguir o progresso.
Os emigrantes forçados (para Angola era preciso uma carta de chamada!) serviram como mão-de-obra barata no Brasil e, mais tarde, em França e Alemanha, onde “abriram os olhos” e criaram fortunas, hoje publicitadas.
Quando, na Europa dos anos sessenta, a Inglaterra tinha uma cobertura de mais de 50% de crianças no ensino infantil, em Portugal, o Estado nem educadoras ainda formava. Era graças às ações religiosas e ao ensino particular que eram dados os primeiros passos, competindo às professoras do Primário a inspeção das poucas educadoras dessas instituições. Só agora temos pleno ensino e licenciados empurrados para emigração!
Soube ontem, que uma eng.ª florestal, licenciada na Utad, e desempregada, foi escolhida para um posto de trabalho na Suécia. O marido, fator dos tempos (!), pediu o divórcio, sem o mais pequeno drama ou problema.
O Douro vinhateiro ainda tem manchas de sobreiros e azinheiras. Foi graças a uma prancha de cortiça duriense que aprendi a nadar, na represa do rio Corgo da Timpeira, enquanto aluno do liceu de Vila Real.
Dá para acreditar?! Fiquei cheio de vaidade ao assistir pela TV às primeiras reportagens sobre as novas utilizações da cortiça: grande criatividade, inovação; êxitos na exportação; desde guarda-chuvas ou malas chiques de senhora! Agora, vi mais: transformada para complementos de jóias e objectos de arte. Os famosos designers lusos descobriram na cortiça o eldorado da criatividade. Quando da utilização para rolhas, tarros, pavimentos e isolamentos, estava longe o poder ser material das naves espaciais!
Na Instrução Primária, ficava ancho quando o professor Matos, em Provesende, falava das produções agrícolas, e afirmava:
– Portugal é o 4º produtor mundial de azeite e o 1º na cortiça.
Tenho reparado na moda dos sapatos de senhora serem cada vez mais altos, graça à cortiça na planta do pé. Será que a moda pega?
Foi com Amália que decorei o fado Ai Mouraria, cantado por um ceguinho e a letra lida em folheto (ainda soletrava!). Em Roalde, não havia um rádio, tinha apenas uma grafonola de agulhas de aço e 7 discos, um meio partido, mas aproveitado nas espiras centrais!
Quando vi no cinema D. Dinis de Vila Real a fadista Amália Rodrigues, na fita Capas Negras, fiquei deslumbrado com a sua “boca de sapo” e a estatura alta. Era uma Diva. Mas, ao saber, mais tarde, que os usos dos vestidos compridos eram para encobrirem os sapatos com palmilhas de cortiça que a tornavam mais alta, ficou perdoada e mais venerada como cantora e compositora de bonitos e vibrantes fados que deu “cartas ao Mundo”...

Porto, 22 de fevereiro de 2012

*José Gil Correia Monteiro
jose.gcmonteiro@gmail.com

Começou a"a novela"!

Começou a novela: "O Álvaro sai, ou o Álvaro fica"?

Que o ministro Álvaro Santos Pereira foi esvaziado e desautorizado pelo primeiro-ministro no que diz respeito às suas funções, já não há dúvidas. Não é por acaso que até o ex-sindicalista e agora grande patrão António Saraiva veio em seu socorro, opinando, entre outras coisas, que as verbas do QREN têm que ser geridas pelo ministério da Economia. Não há comentador que se preze que não tenha já opinado sobre este "romance". E todos os partidos da Oposição fazem comentários trocistas sobre a situação. Francisco Louçã, o primo do Gaspar, apelidou o Ministério da Economia de "guichet para falências". Ainda hoje a Comunicação Social fez marcação cerrada ao bom do Álvaro, após saberem de uma reunião de duas horas com o primeiro-ministro.

Será que já se fazem apostas de como acaba a "novela"? Se calhar...

domingo, 4 de março de 2012

"Um verbo de encher"

Aqui há tempos foi noticiado que o ministro das Finanças, Vitor Gaspar, tinha falado de forma arrogante, e até um pouco mal criada, num Conselho de Ministros com o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, sem que o primeiro-ministro o tenha chamado à atenção. Bom, passados alguns, poucos, dias o próprio chefe de Governo começou a esvaziar aquele ministério, criando comissões para acompanhamento de algumas actividades, como sucedeu, por exemplo, com a criada para gerir o dossier das SCUTes, liderada por António Borges. Para além disso, ao ministro Álvaro foram tirados a liderança da Concertação Social, a responsabilidade e coordenação do grupo de trabalho destinado a combater o desemprego jovem e, suprema humilhação, a responsabilidade da gestão dos fundos comunitários do QREN. Na prática, o Álvaro não pode gastar um cêntimo sem autorização do Gaspar. Então, pergunta-se: Para que serve este ministro das Finanças?A resposta é fácil: Serve para nada. É um autêntico "verbo de encher". E pior do que isso, é não ter a dignidade de se demitir.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Cooperativa de quê?

Já conheci e já ouvi falar em cooperativas de várias actividades: De cooperativas agrícolas (de vinicultores, de produtores de cereais, etc), de cooperativas de habitação, de cooperativas de ensino, de cooperativas ligadas a actividades culturais e outras. Nunca tinha ouvido falar de cooperativa de ... putas, perdão, de cooperativa de prostitutas ou, como agora se diz, de cooperativa de trabalhadoras do sexo.

É verdade, duas organizações ligadas a apoios sociais querem criar em Lisboa, concretamente na Mouraria, uma "safe house" (nome bonito) a ser gerida por uma cooperativa de prostitutas. Os putativos criadores justificam a ideia com o facto de uma casa deste tipo permitir a prática de sexo seguro e sem lenocínio ( incluindo azeiteiros) e tirar as "trabalhadoras" das ruas. Mas já há quem se manifeste contra, alegando mesmo que não há enquadramento legal que permita criar uma cooperativa destas. Que pena! como funcionaria a cooperativa? Ah, e seria obrigada a emitir facturas para pagar impostos?