quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

EFEMÉRIDES



Neste dia, em 1916, morre, assassinado, Grirori Rasputin, místico e político russo, protegido e mentor da czarina Alexandra

domingo, 28 de dezembro de 2014

MEMÓRIAS


Neste dia, em 1888, nasce Friedrich W. Murnau, realizador alemão 


e...




...em 1937,  morre Maurice Ravel, compositor francês (aqui, o bailado de Jorge Donn, no filme de Claude Lelouche "Les uns et les autres")


sábado, 27 de dezembro de 2014

EFEMÉRIDES


Neste dia, em 1948, nasce Gérard Depardieu, actor francês

MEMÓRIAS


Neste dia, em 1901, nasce Marlene Dietrich, actriz alemã, "O Anjo Azul"...

e



...em 1977, morre Howard Hawks, realizador norte-americano

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

BES

Goldman Sachs admite avançar para tribunais contra Banco de Portugal por causa do BES

Instituição americana queixa-se de dívida que tinha do BES não ter sido transferida para o Novo Banco.

E quem vai ser o "sortudo" a indemnizar o GS, hein? Adivinhou: os mesmo de sempre, eu e você. 

TRADIÇÕES

É da tradição que (E)Sporting tenha problemas pelo Natal. Este ano é o sai/não sai do treinador, depois de o Bruno Carvalho se dizer e desdizer. Percebo: o presidente queria o treinador fora, este diz que está bem e que se recomenda e não havendo cacau fica tudo como dantes, quartel etc. e tal.
Certo é que o SCP ainda está em três frentes e nada está,definitivamente, perdido. Por que o Carvalho não vai uma volta ao bilhar grande? Isto digo eu, que não gosto de lagartos.

A CAMPANHA ELEITORAL JÁ COMEÇOU?

Ontem à noite, dia de Natal, aparece-me na pantalha doméstica a cara do Passos Coelho, de ar compenetrado e bandeira na lapela. Como só de o ver, ainda que no pequeno ecrã, me provoca urticária, mudei de canal, até porque, sabia de certeza certa, que nada de útil e aderente à realidade iria ouvir.
Porém, não tivesse havido um milagre não visto em directo, dei hoje uma vista de olhos pelos jornais e lá li que o sujeito vê céu limpo e Sol radioso onde eu apenas vejo nuvens assim para o negro e ameaças de tormenta.
Daí, concluí que a maratona das próximas legislativas já arrancou e o láparo tem esperanças de ser o primeiro a chegar à meta, fazendo melhor tempo que o Carlos Lopes Assim poderá acontecer se continuarmos a fazer como o macaco, que tapa os olhos e os ouvidos e cala a boca, adormecendo ao som do fatídico do canto da sereia. 

CONTRIBUTOS EXTERNOS

É o Natal - em Portugal

Por Antunes Ferreira


Sempre pensei que este país se transformara numa anedota negra que nunca se poderia agravar. Porém, agravou-se. Substancialmente. Ainda que no final do episódio a GNR tenha feito marcha-atrás (a ocorrência decorreu numa auto-estrada…) na decisão inicial, ou Portugal é um hospital psiquiátrico, vulgo manicómio – e parece que é – ou como diziam Camilo de Oliveira e Ivone Silva num programa dos anos oitenta na televisão, “está tudo grosso, está tudo grosso”. E como ainda estamos em território de Boas Festas em que não se deve trabalhar, recorro à transcrição de diversos meios da comunicação social. E além disso sempre fui muito preguiçoso…

“Um ambulância, afecta ao INEM, transportava pela A8 uma doente com 80 anos, assinalando que seguia em marcha de emergência. Mas o estado de saúde da idosa agravou-se e os bombeiros tiveram de parar, na berma, para proceder às manobras de reanimação. Porém a senhora veio a falecer.
Os bombeiros de Óbidos, alegando que não podem transportar cadáveres em ambulâncias, tiveram de parar na A8 devido ao falecimento da doente que levavam numa viatura do INEM. Chamaram a GNR, como dita o protocolo (…)
A GNR multou os Bombeiros de Óbidos por terem parado uma ambulância, em marcha de socorro, na berma da Autoestrada 8 (A8). A notícia foi avançada pelo Correio da Manhã e confirmada posteriormente pela TSF e pela SIC, que registaram declarações do comandante dos bombeiros.
O que mais desagradou aos ‘soldados da paz’ nem foi o valor da multa (120 euros, paga no imediato pelo condutor), mas o facto de terem sido os próprios bombeiros a chamar as autoridades ao local” Entretanto (…)O médico do INEM a atestou o óbito no local. Foi então que os bombeiros alertaram as autoridades, alegando que não podem, por lei, transportar cadáveres.
Quando uma patrulha do destacamento de trânsito da GNR de Torres Vedras chegou, instruiu o condutor para movimentar a ambulância, lembrando que é proibido parar na berma de uma auto-estrada. Os bombeiros contrapuseram que não podiam prosseguir a marcha com um cadáver a bordo, o que levou os militares a passar o auto de contra ordenação, multando o condutor em 120 euros.
“Quando me acordaram, cerca das 4h00 da manhã, pensei que era um pesadelo e ainda agora me custa a acreditar que isto tenha acontecido”, desabafou o comandante dos Bombeiros de Óbidos, Carlos Silva, em declarações ao Público. O oficial garantiu que entrou em contacto com os responsáveis do INEM para garantir “que o bombeiro que conduzia a ambulância não seja prejudicado por fazer serviço voluntário e por cumprir a lei”.
Devido à contra ordenação, o condutor está em risco de perder a carta de condução. Carlos Silva frisou ainda que, numa altura em que os bombeiros aguardavam pela chegada das autoridades, uma viatura da concessionária da autoestrada passou pelo local e permaneceu para dar apoio, tendo reforçado a sinalização.

Da parte da GNR, o gabinete de relações públicas do Comando Geral sustentou, em declarações à TSF, que a patrulha apenas cumpriu a lei, tendo procurado salvaguardar a segurança pública ao instruir a ambulância do INEM para prosseguir a marcha até ao ramal mais próximo, onde poderia encostar na berma.
De acordo com o major Marco Cruz, o facto do incidente ter ocorrido de madrugada não atenua os riscos nem “molda” a legislação. A GNR actuou como entidade fiscalizadora e se os Bombeiros de Óbidos quiserem reclamar, segundo o major, devem recorrer à entidade administrativa: a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária.
Mas, eis que se dá uma volta de 360º. Para que se tente compreender este imbróglio – se é que ele é entendível – recorro de novo à comunicação social. Talvez porque quinta-feira foi o dia de Natal, a reviravolta da Guarda Republicana bem podia ser considerada um presente próprio da época… Mas não é caso para brincadeiras, muito menos de ofertas.
“A multa aplicada aos bombeiros de Óbidos por terem parado uma ambulância na Autoestrada 8 (A8, que liga Lisboa a Leiria) para socorrer uma doente, que acabou por morrer, vai ser retirada. divulgou a GNR. O expediente vai ser arquivado, por se ter verificado não existir infracção”, esclarece a Guarda num comunicado sobre a situação que envolveu uma patrulha de trânsito e uma ambulância dos Bombeiros Voluntários de Óbidos.

O caso deu origem a exposições da corporação para os ministérios da Saúde e da Administração Interna e para o Serviço Nacional de Protecção Civil, «solicitando que o valor da multa [pago na hora pelo motorista da ambulância] fosse devolvido e para que a infracção fosse retirada da carta do bombeiro», explicou Carlos Silva.

A corporação ainda não recebeu resposta às exposições, mas a GNR recuou na posição inicial depois de “terem sido realizadas averiguações internas e ponderada toda a informação disponível sobre as circunstâncias que levaram ao levantamento de um auto de contra-ordenação”, refere o comunicado que conclui não ter sido praticada qualquer infracção, pelo que o caso será arquivado.”
Correu por aí um dito jocoso próprio de outra época que não esta, mais precisamente o Entrudo. “É Carnaval, ninguém leva a mal” Mas agora é a das Festas natalícias. E agora então, numa apropriação imprópria, deixo um outro slogan: “É o Natal – em Portugal”


MEMÓRIAS


Neste dia, em 2001, morre Nigel Hawthorne, actor britânico, o Sir Humphrey da série 
"Sim, Senhor Mimistro"

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

A ESTÁTUA E AS PROTUBERÂNCIAS

Cristiano Ronaldo posa ao lado de estátua em sua homenagem na Ilha da Madeira




As protuberâncias da estátua estão a levantar celeuma....

CÃO, O AMIGO DO HOMEM


Cão seguindo a ambulância onde é transportado o dono, um sem-abrigo, no Brasil

MEMÓRIAS


Neste dia, em 1899, nasce Humphrey Bogart, actor norte-americano, 
e,




em 1977, morre Charles Chaplin, actor e realizador britânico

EFEMÉRIDES

Há cerca de 2015 anos (ignora-se a data exacta), nasceu em Belém  (Judeia,então uma província romana. na actual Palestina), uma criança, a quem foi posto o nome Jesus, oriundo de Nazaré, que haveria de mudar o mundo.

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

NATAL



Desejo a todos com muita amizade

O PAPA FRANCISCO

Depois do discurso de Natal do Papa Francisco, os cardeais, bispos, monsenhores e demais dignitários presentes não ficaram com as orelhas a ferver? Que me apercebesse, apenas um cardeal tentou timidamente aplaudir o discurso.
Um dia destes vamos ser surpreendidos com uma indisposição fatal ou com uma queda inopinada mortal de Francisco...
Francisco que se cuide.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

domingo, 21 de dezembro de 2014

MEMÓRIAS



Neste dia, em 1925, estreia o filme "O Couraçado Potenkim", do russo Serguei Eisentein

sábado, 20 de dezembro de 2014

ANTUNES FERREIRA



















Fotos da apresentação , no Porto, do livro do Henrique Antunes Ferreira, "Crónicas das Minhas Teclas", que vale a pena ler

LIDO



OPINIÃO

"Só vejo aldrabões à nossa volta"

O processo dos submarinos pode não permitir a criminalização dos responsáveis, mas não pode deixar de exigir que pelo menos se puna quem permitiu os desmandos que estão patentes na frase dos Espírito Santo.




A frase foi dita por Ricardo Salgado numa reunião “familiar” para distribuir os despojos do negócio dos submarinos. A audição das gravações dessa reunião, que a TVI tornou possível, apesar da ameaça de processos, permitiu-nos ouvir os representantes dos diferentes clãs da família Espírito Santo a fazerem essa distribuição ao vivo. Salgado fala com uma voz pausada e de autoridade, os outros fazem perguntas concretas sobre a parte que lhes coube. Com a maior das calmas, sem sequer qualquer visível entusiasmo pelo que cada um ia receber — um milhão de euros, que deixariam qualquer mortal feliz —, percebe-se como era habitual lidarem com milhões e milhões, os que eram deles e os que não eram.
Só queriam explicações sobre por que é que não era mais, sabendo que outros tinham ficado pelo caminho, nos intermediários de baixo e no “alguém” que não é nomeado. A voz da ganância perguntava: “como é que aqueles três tipos receberam 15 milhões” e eles só cinco? Quando as perguntas começaram a querer ir mais longe, Salgado manda que não "[remexessem] mais no assunto”.
E saindo dali, da sala sumptuosa de madeiras vagamente cheirando a fragâncias naturais, o que é da natureza das boas madeiras, do couro nobre das cadeiras, dos cristais dos copos de água e dos quadros naturalistas nas paredes, dedicaram-se à esforçada tarefa de manter o seu milhão bem longe dos impostos fora de Portugal, e só o “importaram” quando o Governo permitiu o chamado "Regime Excepcional de Regularização Tributária" (RERT). O dinheiro, algum dinheiro, voltou, e foi um segundo excelente negócio, visto que pela fuga ao fisco pagaram menos impostos do que todos nós pagamos. Menos? Muito menos. Este regime do RERT foi um excepcional presente governamental para os Espírito Santo e para todos os que estiveram envolvidos nestes negócios.
De onde veio o dinheiro? Do bolso dos portugueses, os tais que estavam a “viver acima das suas posses” e que o pagaram quando compraram os submarinos mais caros devido ao rastro de corrupção que eles deixaram atrás. Sabem quando estas frases foram ditas? Há um ano, em Novembro de 2013, estavam os portugueses no seu quinto ano de empobrecimento.
A frase, pausada e grave de Ricardo Salgado merece ser ouvida na sua integralidade, visto que ela representa para todos nós uma vergonha colectiva pela impunidade dos nomeados – o autor da frase, os recebedores dos milhões, os “tipos” que ficaram com os 15 milhões, e o “alguém” – nesta semana em que o processo dos submarinos foi arquivado:
“E vocês têm todo o direito de perguntar: mas como é que aqueles três tipos receberam 15 milhões? A informação que temos é que há uma parte que não é para eles. Não sei se é ou não é. Como hoje em dia só vejo aldrabões à nossa volta... Os tipos garantem que há uma parte que teve de ser entregue a alguém em determinado dia.”  
Sim, os distintos membros do conselho superior do GES, tinham todo o “direito de perguntar” como é que “aqueles três tipos” receberam o que receberam, como nós temos todo o direito de perguntar como é que, com o arquivamento da investigação judicial, todos ficaram impunes dos seus crimes, porque estes “prescreveram”. Mas, mesmo que não seja possível perseguir na Justiça esses crimes, que estão escritos a néon nos céus de Portugal na frase de Ricardo Salgado, será que não é possível outro tipo de sanções?
Não é preciso ir mais longe do que ler o despacho de arquivamento do Ministério Público, para que se compreenda que em termos de responsabilidade, em particular de responsabilidade política, as investigações apontaram para ilegalidades, mesmo que precisem que a “prática de ilegalidade não tem, necessariamente, de configurar a prática de crime”. Muito bem, deixemos de falar em crime, passemos a falar de responsabilidades, porque, se o crime já não pode ser perseguido, pelo menos podemos exigir que um governo e políticos decentes exijam uma sanção pelas responsabilidades, por aquilo que custou muitos milhões aos portugueses.
Aliás, se há matéria que, se os portugueses conhecessem em detalhe, ainda endureceriam muito mais a sua crítica aos desmandos do poder, é a longa saga das compras de material militar e das chamadas “contrapartidas”, um dos negócios mais fraudulentos das últimas décadas. Juntem-no, se fazem favor, às PPP, porque são da mesma natureza: contratos leoninos, com cláusulas ficcionais, que estavam lá para aumentar o preço a pagar pelo Estado por aquilo que comprava e que ninguém contava vir a cumprir.
A coisa era tão escandalosa e o terreno tão pantanoso que mesmo os distintos membros do conselho superior do GES são aconselhados por Ricardo Salgado a não se meterem nestes negócios, “porque eles estavam-se a preparar para fazer o mesmo com carros blindados”. E na sala ouviu-se “e em metralhadoras e fragatas”. Quem conheça as encomendas previstas de material militar da última década, sabe muito bem do que eles estavam a falar.

Público de hoje

MEMÓRIAS


Neste dia, em 2008, morre Robert Mulligan, realizador norte-americano

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

COMOVENTE

Cavaco pede que valores do Natal se prolonguem o ano inteiro

por LusaHoje19 comentários
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Imagem do vídeoFotografia © DR
O Presidente da República pediu hoje aos portugueses que vão mais longe na celebração do Natal e tornem permanentes valores como a concórdia e a solidariedade, dando especial atenção "aos mais frágeis e vulneráveis" o ano inteiro.

DN online

Comoventes, estas mensagens do Venerável Chefe de Estado e de sua mulher

CONTRIBUTOS EXTERNOS


O país dos quatro Fs

Por Antunes Ferreira

Em quadra festiva não vou falar do caso BES, de Sócrates, dos submarinos arquivados, da renovação da dívida, nem dessa pequenas coisas que, na verdade, não passam de peanuts. Hoje, antes que me esqueça, tenho obrigatoriamente de desejar a todos os que (ainda) me lêem um Feliz (???) Natal e um Ano Novo muito próspero (???) Recordam-se, certamente, que era a fórmula usada pelos carteiros, guardas-nocturnos, lavadores de rua e outros, na esperança de que os felizes contemplados lhes retribuíssem com umas c’roas.
Eram escritos em cartões de visita, mais propriamente cartolinas, com um canto dobrado, assim â maneira dos outros e continham a calina afirmação “o carteiro da zona `desejam a Vossa Excelência um Feliz Natal e um Ano Novo próspero”. Onde se lê arteiro leiam-se os mais que emparceiravam com o sujeito que entregava de porta em porta cartas, bilhetes postais, avisos de encomendas chegadas à estação, nos tempos em que os CTT não tinham sido  privatizados.
Mas essas figuras típicas de Lisboa saíram do prazo de validade e as cartolinas seguiram-lhes as pegadas. Era ainda a quadra em que se ia comprar o peru ou a fêmea ali junto ao jardim zoológico onde uns senhores munidos das respectivas os traziam em bandos. Balanças não havia o bicho era sopesado à mão, ó freguês o animal é bom e saudável e ao preço que está é mais uma oferta do que uma compra. Discutir-se o preço? Poucas vezes, em Natal ninguém levava a mal, o que também se dizia pelo carnaval.
Em casa embebeda-se o prestes a ser sacrificado, enquanto se iam fritando os coscorões, as filhoses e os sonhos de abóbora. E o desgraçado que já não se tinha nas patas aguardava pacientemente a guilhotina, que, afinal era um facalhão bem afiado. Claro que o assassínio (que em casa não era um genocídio, mas contando as inúmeras casas em que o sacrifício ocorria bem o podia ser). E era depenado e etc.   
O presépio já tinha sido armado, com os três reis magos, os pastores com as suas ovelhas, mais figuras alusivas, alguns tinham pequenas igrejas e ribeiras de espelho com as correspondentes pontinhas e no cimo da choupana a estrela anunciava ecce homo. Contava o meu padrinho e tio Armando que era um iconoclasta assumido: “quando o Baltazar, o Gaspar e o Melchior chegaram ao presépio e viram o menino ladeado por uma vaca e um burro, comentaram:”e é isto a companhia de Jesus?” Os jesuítas até hoje não muito à bola com o dito.
Vejam lá como chegámos à bola. Que é o hoje o leitmotiv desta crónica: o Benfica foi eliminado da Taça de Portugal pelo Braga e no estádio da Luz, o que para quase todos os comentadores e analistas futebolísticos que enxameiam as televisões “foi um facto histórico”… Assim sendo ou não, o acontecimento motivou parangonas nos jornais desportivos, nas televisões, nas rádios e até na Internet, e os quotidianos (que cada vez mais são como os perus…) deram-lhe citações graúdas nas suas primeiras páginas!
Na outra senhora dizia-se que Portugal era o país dos três Fs: Fátima, Futebol e Fado; e continua a ser nos dias de hoje, mesmo depois do 25 de Abril (supostamente conhecido). Fátima continua a registar milhares de peregrinos e até inspira o sôr Silva, com a dona Maria a servir de intermediária. O Fado já é considerado Património Imaterial da Humanidade, o que diz tudo. Por isso o Carlos do Carmo chegou às alturas com apenas um senão: em Belém, o sôr Silva (já citado) vira-lhes as costas porque não gosta dele: é muito à esquerda…
Finalmente, temos o Futebol, onde o Melhor do Mundo é português e chama-se Cristiano Ronaldo, ao invés dos longos tempos salazarentos era o falecido Eusébio e o José Mourinho é muito melhor do que o Otto Glória. A equipa nacional já não joga com bola quadrada e vai fazendo  uns brilharetes nos intervalos das asneiras, ainda que estas sejam cada vez menores.
Porém o “facto histórico” aconteceu na quinta-feira passado tendo por local do crime a “Catedral da Luz”. Com Jesus a lamentar a ausência do Sílvio, do Luisão e outros. Os encarnados (que assim ficaram denominados porque na era do Salazar não podiam ser chamados vermelhos por causa dos comunistas) carpiram mágoas tsunâmica: “Estamos lixados - ou vocábulo similar -, já perdemos a Europa, agora a Taça de Portugal. Que mais nos poderá acontecer, ainda que estejamos em primeiros na Liga e com seis pontos de vantagem sobre os dragões? 

E porque estive relembrando os tempos da ditadura, não liguei peva aos “acontecimentos irrelevantes” que enunciei logo no início do escrito, vem-me agora mesmo à boca a afirmação que então corria: “quem não é benfiquista não é bom chefe de família”. Pois é, o país dos três Fs que agora são quatro porque há que lhes acrescentar… e Fo…rnicados.

MEMÓRIAS


Neste dia, em 1996, morre Marcello Mastroianni, actor italiano

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

CONTRIBUTOS EXTERNOS

ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO

                                                                                     Gil Monteiro*

Fomos criados para viver em comunidade. Somos seres gregários, em que a sobrevivência individual é rara, mas sempre auxiliada por outros elementos da natureza, nem que seja só o murmúrio de uma queda de água ou o rugido de uma fera, para lá dos canais de isolamento! Claro, passa a expressar apenas esses e outros sons, deixando de falar ou articular palavras. Isolar pessoas (os mais velhos) é acelerar a sua morte. Daí a necessidade das “conversas chatas” dos idosos e os excessos de comunicação digital dos jovens. Quase meninos, andam com telemóvel na mão e auscultadores nos ouvidos.
Resta às pessoas caseiras a televisão e os animais para quebrarem um pouco os isolamentos! Ia dizer, mesmo com empregada(o) domiciliária(o) – quem os pode ter! – as plantas das janelas ou cultivadas nas marquises são meios ótimos para passar o tempo e ter salsa fresca para os cozinhados!
Criado em aldeia transmontana, onde as casas de lavradores tinham o seu cão e gatos vários, de entrada e saída de casa livre, apenas impedidos, tapando o buraco próprio, quando o porco morto secava pendurado numa trave do telhado da lareira. Tive, pois, mais contactos com os cães, chegando a ter um só meu, enquanto fui para a quinta de Provesende, para poder frequentar a 2ª classe, devido à Regente Escolar de Roalde ter emigrado para o Brasil! Os gatos são mais fofos e ariscos. Era raro encontrar um que pedisse colo ou desse colo. Estar no escano da cozinha não era com eles, estavam receosos do excesso de calor ou de apanhar pingos de água quente. Quando escolhi um bonito, todo pretinho, levei-o, metido num saco, no cavalo a caminho da quinta, na passagem pelos povoados, berrava, berrava!...
 – Levas aí um gato roubado! – Ouvia à volta do cavalo.
Aberto o saco, na grande cozinha lajeada da quinta, deu um salto, fugindo para a zona de salas, quartos e jardim. Adeus, gato! Não foi mais visto, nem sentido...

Passados meses, no regresso do caminho da Escola, vindo pela mata de pinheiros, tinha à espera o velho caseiro, Balhestra (!). Esbaforido, só conseguia balbuciar:
 – Ó menino, ó menino, venha ver o que apareceu na cozinha!...
Corri. A Maria Soqueira, de mãos postas, apontou um canto da cozinha, dizendo: “estão ali dois gatinhos pequeninos”!... Esperámos: surgiu outro filhote na boca de um bichano preto!
Seria o meu gato preto uma gata?!...
Sobreviveu no monte, mas não deixou de defender a prosperidade da sua comunidade.
As minhas cabacinhas, cultivadas na horta, ficaram mais bonitas, deixaram de ser atacadas por ratos! Pena não servirem para o vinho precioso, só utilizadas para vinho de consumo e aguapé doce das borras do vinho do Porto, depois de levado, em carros de bois, para os barcos rabelos, atracados no Pinhão.
Temos, no Porto, uma cadela arraçada de nobre espécie, salva da morte, em cruzamento de muito trânsito, onde foi abandonada, com coleira e trela. É muito irrequieta, mas muito meiga. Tem o condão de me obrigar a vir à rua passear ou fazer novos amigos. Quando a conversa estica, senta-se, cheia de paciência no passeio da rua; quando o telefone fixo toca, faz ai, ai, ai até ser atendido; não ladra e os moradores gostam dela...


Porto, 10 de dezembro de 2014
                                                                                        *José Gil Correia Monteiro
                                                                                       jose.gcmonteiro@gmail.com




MEMÓRIAS



Neste dia, em 1770, nasce Ludwig van Bethoven, compositor alemão

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

MEMÓRIAS


Neste dia, em 1944, morre Glenn Miller, músico, compositor e chefe de orquestra norte-americano

sábado, 13 de dezembro de 2014

CONTRIBUTOS EXTERNOS

Coelho no País das Maravilhas


 «“Alice no País das Maravilhas” da autoria de Charles Lutwidge Dodgson foi publicada  em 4 de Julho de 1865.O seu pseudónimo de Lewis Carroll ficou para a História. É uma das obras mais célebres do género literário nonsense. O livro conta a história de uma menina chamada Alice que cai numa toca de coelho que a transporta para um lugar fantástico povoado por criaturas peculiares e antropomórficas, revelando uma lógica do absurda característica dos sonhos
(Wikipédia)
Por Antunes Ferreira

Passos Coelho é o heterónimo da  Alice no País das Maravilhas. As palavras dele no último debate quinzenal no Parlamento são de outra galáxia, o que pode significar que o “nosso chefe” continua nas nuvens. Recordo-me da classificação das nuvens quanto ao aspecto delas, que me foi ensinada pela minha professora da quarta classe (ainda a havia e duraria ao longo dos anos) a Dona Clélia Marques directora e proprietária da Escola Mouzinho da Silveira. Não garanto a exactidão dos nomes mas eram mais ou menos assim: Cumuliformes e cumulonimbiformes são nuvens de desenvolvimento vertical, em grande extensão; surgem isoladas; dão origem a precipitação forte, em pancadas e localizadas.
Coelho optou pelo balanço da situação económica do país para iniciar a sua intervenção e a dado momento afirmou que para 2015 existe “uma perspectiva mais positiva e esperançosa para todos os portugueses”. E garantiu que a recuperação da economia portuguesa está a ser feita de forma “sustentável e saudável, quer do lado da procura interna, quer o do investimento!”. As oposições – não há só uma - saltaram à estacada, aproveitando o jargão usado pelo primeiro-ministro “Quem não se lixou, deste feita, foi o mexilhão”.
Para Coelho, os portugueses estão (quase) a entrar no País das Maravilhas. Salvaguardou obviamente as desigualdades na população e o desemprego, ainda que de forma reticente. Se não o fizesse, do descalabro passava à anedota (que é). Admitiu que os “portugueses ainda passam sérias dificuldades”. Mas, logo de seguida disse que via ainda “uma trajectória de desendividamento progressivo” e o emprego “a crescer de uma forma muito sustentada”, apesar de admitir “níveis muito elevados” de desemprego. Em que ficamos? Deixe-se de tretas e de contradições senhor Coelho: o desemprego está a diminuir ou está a aumentar?
Quando a privatização da TAP veio à baila, Coelho teve uma afirmação de se lhe tirar o chapéu, uma dicotomia falaciosa. Evidentemente usando termos correctos politicamente reafirmou que a transportadora aérea nacional era uma espécie de tudo ou nada; se é privada safamo-nos; se não é estamos tramados… Isto porque a famigerada Troika quando lhe mandou privatizar a TAP sabia que sem ela os valores da receita das privatizações iam por água abaixo. Ou viver sem a TAP, ou morrer com ela…
Mas no jantar de Natal da distrital do PS/Porto, António Costa referiu-se aos vários "momentos de fantasia" que Pedro Passos Coelho teve, nesta sexta-feira, no debate quinzenal na Assembleia da República, considerando que o primeiro destes relacionou-se com a privatização da TAP. "Ao contrário do que disse o primeiro-ministro, o que estava no memorando de entendimento com a Troika não era a previsão de uma privatização a 100% da TAP. Não, o que estava no memorando de entendimento era que a TAP só seria privatizada parcialmente e nunca na sua totalidade",
Na opinião do secretário-geral do PS, era tarde para evocar o memorando de entendimento, porque este também dizia que a meta prevista para as privatizações era de 5,5 mil milhões de euros e que, "neste momento, o Estado já privatizou mais de 8 mil milhões de euros, bastante mais do que era a meta prevista no memorando". Donde, e ainda segundo Costa, "não é necessário privatizar a TAP, porque o objectivo aí previsto já foi alcançado e, por isso, o melhor que tem a fazer é não vender a TAP e manter esse activo estratégico para o país", declarou.
Ainda segundo António Costa, houve um segundo "momento de fantasia" do debate parlamentar de ontem: foi quando o primeiro-ministro anunciou que Portugal está a recuperar de forma "sustentada e saudável". E acrescentou que "a dívida, ao longo destes anos, aumentou 54 mil milhões de euros, 30 pontos percentuais. Ou seja, temos hoje uma dívida ainda maior do que a dívida alta que já tínhamos quando este Governo iniciou funções. Onde é que está a sustentabilidade que o Governo vê neste processo?”
 Por estes apontamentos colhidos da comunicação social faço uma pergunto que creio ser razoável: digam-me, por favor, se Coelho vive ou não vive no País das Maravilhas. Para mim, vive; mas sem o relógio.

A expressão utilizada por Passos no fim-de-semana passado foi aproveitada pela oposição que criticou o discurso “esperançoso” do governo no debate quinzenal
No último debate quinzenal deste ano, o primeiro-ministro escolheu o balanço da situação económica do país para a sua intervenção e concluiu que para 20115 existe “uma perspectiva mais positiva e esperançosa para todos os portugueses”. E garantiu que a recuperação da economia portuguesa está a ser feita de forma “sustentável e saudável, quer do lado da procura interna, quero do investimento!”. Mas na oposição os ataques foram quase em uníssono, aproveitando uma expressão recentemente usada por Passos: “Quem se lixou foi mesmo o mexilhão.”
O chefe do executivo voltou aos quinzenais dois meses depois (estes debates foram interrompidos devidos aos trabalhos sobre o Orçamento do Estado para o próximo ano) e repetiu que os últimos dados do Banco de Portugal e do INE mostram que se “mantém a tendência de crescimento”, argumentando que o investimento feito até aqui está a ser dirigido para “o sector transaccionável e não está a ser transformado em betão ou colocado na economia protegida”. Além disso, Passos vê ainda “uma trajectória de desendividamento progressivo” e o emprego “a crescer de uma forma muito sustentada”, apesar de admitir “níveis muito elevados” de desemprego.
Um balanço contrariado pela oposição. Pelo PS, Ferro Rodrigues foi o primeiro a contestá-lo, recorrendo ao que Passos disse nos últimos dias - “desta vez quem se lixou não foi o mexilhão”. O adágio, explicou Passos no debate, foi usado “para dizer que nesta crise todos fomos chamados a contribuir”. Mas Ferro enumerou os efeitos com os cortes em subsídios sociais, “o desemprego de longa duração”, o aumento de trabalhadores precários, “os desempregados que emigraram” para concluir de forma repetida: “Na sua linguagem marítima trata-se de mexilhão ou lagosta, senhor primeiro-ministro?”
Para o líder parlamentar socialista, a análise de Passos teve um “registo de negação, irrealismo e de efabulação”. E acrescentou que o governo está “em trânsito de uma estratégia neoliberal, para uma estratégia neopopulista”, ouvindo Passos atirar de volta: “Não arrancámos com neoliberalismo, mas com o Memorando de entendimento negociado pelo PS.”
Mas no PCP, Jerónimo de Sousa também atacou Passos pelo mesmo flanco, atirando à “insensibilidade social” do governo: “Quem era pobre, pobre ficou e quem se lixou foram os que não sendo pobres, passaram a ser?
É destes que fala senhor primeiro-ministro?“. E o líder comunista ainda se indignou com a análise económica deixada pelo chefe do executivo: “Não venha com o argumento que estamos melhor que a Grécia, até pode dizer que estamos melhor que o Biafra, mas é isso que o consola, senhor primeiro-ministro?”.  E Passos defendeu-se garantindo não estar a ignorar os “portugueses que ainda passam sérias dificuldades”.
Já Catarina Martins, do Bloco de Esquerda, aproveitou a expressão mais repetida neste debate quinzenal para acusar o executivo de favorecer os poderosos. “Quando estão em causa os novos donos disto tudo, abandona logo o mexilhão”, acusou a deputada bloquista.