As
eleições autárquicas do próximo Domingo, ficam marcadas pela participação significativa
de candidatos ditos independentes. E chamo-lhes “ditos independentes” porque de
independentes têm muito pouco ou quase nada, já que quase todos são dissidentes
de um partido com quem entraram em rota de colisão por não serem eles o
candidato. Mesmo Rui Moreira, candidato à Câmara do Porto, não é de todo independente,
pois candidatou-se sabendo que o CDS e um movimento de notáveis do PPD nunca
apoiariam Menezes e, pelo contrário, tudo fariam para que este não fosse
eleito.
Das
muitas candidaturas dos tais ditos independentes, quero referir-me em
particular a duas delas – a de Guilherme Pinto em Matosinhos e a de Élio Maia
em Aveiro – actuais Presidentes das Câmaras, respectivamente pelo PS e pelo
PPD, partidos que não os recandidataram, apesar de não estarem abrangidos pela
lei de limitação de mandatos e estarem bem conceituados junto dos seus munícipes,
de tal modo que a reeleição estava praticamente assegurada. Então a de
Guilherme Pinto pelo PS seria por resultado esmagador. Mas em ambos os casos os
partidos mandaram às malvas princípios éticos da democracia – recandidatar quem,
podendo candidatar-se, está a exercer com algum êxito determinado cargo e, por
isso, tem grandes hipóteses de voltar a ser eleito (não é assim com os
Presidentes dos Estados Unidos?) – para pagarem favores a homens do aparelho
que ajudou a eleger o chefe. Oxalá não se arrependam!
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