Em
2005, a Assembleia da República aprovou por larga maioria uma lei que limita
(ou limitava?) a três os mandatos dos presidentes dos órgãos executivos das
autarquias locais – presidente da câmara municipal e presidente da junta de
freguesia. Entretanto o PPD, cujo líder parlamentar da altura – Paulo Rangel –
foi um grande entusiasta da lei, mandou-a parcialmente às urtigas, quanto mais
não seja para que esta direcção, e sobretudo Passos Coelho, possa mostrar o
quanto ficou agradecido a alguns dos chamados dinossauros, candidatando-os nas
autarquias do lado. Ou seja, o que é preciso é ganhar eleições a qualquer
preço, mesmo que se neguem alguns princípios éticos defendidos no passado. Que
oportunistas!
Mas,
há melhor. Um “artista” que termina o terceiro mandato e que, pelos vistos, não
tem concelho ao lado para mudar de cadeirão, arranjou uma maneira de continuar a sentar o rabo no cadeirão onde se vem sentado há anos. Como? Quem desta vez é o
candidato, ou melhor a candidata, a presidente da respectiva câmara é a mulher.
Ele, o artista, faz parte da lista em segundo lugar. Quer dizer: Depois de
eleita (pelo PPD, claro, e com hipóteses de ganhar), e após a posse, seguir-se-á
a renúncia ao cargo. E quem a substitui?..., o marido – o tal artista. Que
vergonha! Como é que isto é possível num Estado de Direito? Ainda tenho esperança
que um qualquer tribunal o considere impossibilitado de assumir o cargo.
Ao
que chega o apego ao poder. Que mais nos irá acontecer!
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