«(...) Nesse futuro imperscrutável, o FMI pode dizer que a austeridade não funciona mas é para continuar porque sim. O PR pode dizer que a austeridade nos matará a todos mas é para continuar para evitar uma crise política. O PS pode dizer que esta austeridade é insuportável e que um dia vai fazer uma birra, olá se vai!... Nesse futuro insondável e irracional nem a lei da gravitação universal permite fazer previsões. O poder político já não atrai, mas repele. O Govern não quer o poder e a oposição também não, o PR ainda menos. Ou talvez não, não se percebe. E o Parlamento só passa espectáculos de circo, com Luís Montenegro, esplenderoso no seu dólmen vermelho e dragonas douradas, gordo como uma rã que quer ser tão gorda como um boi, a rir de satisfação em cima do seu elefante, enquanto Assunção Esteves, alheada do mundo, linda com a sua sombrinha nova, faz piruetas sobre o arame.
Neste mundo futuro é impossível perceber se os impostos vão deixar dinheiro suficiente às familias para elas comerem e poderem continuar a pagar impostos ou se Vítor Gaspar é mesmo o escorpião da fábula e nos vai obrigar a beber até à última gota a curva de Laffer (não é Laughter?) desatando a rir no fim, quando desaparecer numa nuvem de fumo verde e todos percebermos enfim que ele é o Joker do Batman, o psicopata apaixonado por charadas.
Neste futuro imperscrutável há umas escassíssimas certezas, que qualquer cartomante de feira pode garantir: os offshores vão continuar a mandar, o PSD e o CDS a obedecer, Seguro não saberá o que pensar e Relvas vai-se safar. (...)»
José Vítor Malheiros, in Público de hoje
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