sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

O FMI não governa Portugal


Estou farto de ouvir e de ler notícias que dão a ideia de que estamos a ser governados pelo FMI e não por um governo cuja legitimidade resultou de eleições livres e democráticas,  sobretudo a partir do dia em que foi tornada pública aquela farsa da proposta para a reforma do Estado, que não é mais do que uma proposta para destruição do Estado Social. Até aqui dava a ideia que estávamos a ser governados pela Troika, mas agora já nem da dita se fala, mas tão só de um dos seus três elementos - o FMI. Ouvem-se e leem-se notícias como: “O Governo vai propor ao FMI que aceite que…, ou FMI quer casais taxados em IRS de forma separada”, etc., etc. É verdade que o FMI faz parte da Troika que nos está a dar ajuda financeira. Mas não nos dá dinheiro. Empresta-nos dinheiro, e a um juro altíssimo, praticamente usurário. Quer dizer, então, que o FMI não está a fazer-nos um favor, mas sim a fazer um negócio. E altamente lucrativo. Portanto, pode admitir-se que proponha medidas, mas não que as imponha. Até porque noutros países intervencionados, as propostas do FMI, postas em prática, revelaram-se um desastre. Que o diga a Argentina.
Mas, infelizmente, o nosso Governo que é cego, surdo e mudo, sabe que a política do FMI serve como uma luva para levar a cabo a senda da política neoliberal a que tanto aspira. Se o país e os portugueses empobrecem, pouco importa. Que se lixem os portugueses!

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