Fiquei
perplexo quando li o título de uma notícia no Diário de Notícias on-line :” UGT
diz que Troika rejeitou 18 dias de indemnização”. Mas ainda mais perplexo
fiquei quando li o desenvolvimento da notícia. Fiquei a saber que os ministros
governam de acordo com o que a Troika lhes manda fazer. Só assim se compreende
que o ministro Álvaro a tenha consultado sobre o número de dias de compensação
por despedimento a considerar no processo de revisão da legislação laboral. O
ministro propôs 18; a Troika disse 12 e foram 12 os dias que o Governo,
obedientemente, considerou na proposta de lei que entregou no Parlamento.
Pois
bem, mas afinal quem governa; o governo ou a Troika? Se é a Troika, então o governo
tem que lhe ceder o lugar de parceiro da Concertação Social. E o facto de a
Troika representar quem nos empresta dinheiro para enfrentarmos a crise
financeira, não lhe dá o direito de nos tratar como se fossemos uma colónia,
sem qualquer autonomia para tomar decisões. E o memorando, que há muito tempo, pouco
tem a ver com o que foi negociado, não pode servir de pretexto para Portugal
seguir caminhos que não foram sufragados pelos portugueses. Eu, como todos os
restantes portugueses, não votei na troika.
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