Tenho
criticado algumas vezes a liderança de António José Seguro e, consequentemente,
o tipo de oposição a que os dirigentes do PS chamam de “oposição responsável”,
mas que em meu entender é uma oposição pouco combativa e incapaz de se libertar
do estigma de ter negociado e assinado um memorando com a Troika, entretanto
muito alterado pelo actual governo, que o tornou num autêntico programa de
governação neoliberal que está a destruir a classe média e a mandar muitos
portugueses para a miséria. E mais frouxo seria ainda o combate político se não
fossem as intervenções no Parlamento ou fora dele de alguns deputados mais
jovens, mas muito competentes, como Pedro Marques, João Galamba, Pedro Nuno
Santos e Fernando Medina. Por isso não admira que, segundo sondagens recentes,
mais de oitenta por cento dos portugueses diz não gostar do Governo mas o PS,
embora sendo o partido mais votado, tem uma votação pouco superior aos trinta
por cento.
António
José Seguro, convencido que está próximo o momento em que o poder lhe vai cair
no colo, para lá de começar a pedir maioria absoluta, anuncia que o PS vai “antecipar
o calendário”. Esqueceu-se que, ao dizer isto, se estava a pôr a jeito para que
a oposição interna começasse a pedir a antecipação do Congresso (faz parte do
calendário, não faz?). E começa a falar-se numa mudança de liderança,
encabeçada por António Costa.
Ora,
eu que não sendo militante - sou um cidadão sempre muito próximo do partido,
até gostava de ver o PS liderado por outro líder (e porque não António Costa?),
mas parece-me que neste momento os portugueses, que estão ansiosos por uma
alternativa forte e credível, preferem ver o PS unido e não dividido. Por isso
espero que António José Seguro se imponha como um verdadeiro líder e resolva
rapidamente a situação, sem medo de perder o lugar. Desta vez não dá para ficar calado!
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