terça-feira, 18 de setembro de 2012

Chantagem intolerável


A Comissão Europeia, através do porta-voz do comissário Olli Rehn, já veio fazer chantagem sobre os portugueses, dizendo que a continuação da ajuda externa a Portugal está dependente do cumprimento das reformas acordadas no memorando de entendimento e das sucessivas revisões ao mesmo, incluindo a mais recente, feita agora aquando da quinta avaliação. Ora, esta posição da Comissão Europeia é intolerável, pois naturalmente estão bem informados e sabem, agora, que estas últimas medidas anunciadas pelo Governo e mais propriamente a da TSU, para além de levantarem dúvidas de constitucionalidade, são rejeitadas pelo país e até dentro da própria coligação. Por outro lado, a Comissão sabe que o memorando inicial, aquele que levou ao contrato de ajuda externa com a Troika  de que faz parte, foi assinado pelos três maiores partidos portugueses e teve o acordo dos parceiros sociais à excepção da CGTP, ou seja, teve o acordo de representantes políticos e sociais de praticamente 80% dos portugueses. Agora, sucede o contrário. Então a Comissão Europeia, ou se quisermos à Troika, terá de concluir que Passos Coelho desta vez usurpou das suas competências (ou se quisermos, abusou dos poderes que tem). Por isso, só tem que o contactar, pedir-lhe que vá ter com eles para lhes explicar o porquê da sua descabida atitude e dizer-lhe que, a exemplo do seu antepassado Egas Moniz, leve uma corda ao pescoço. Mas que, desta vez, não leve a mulher e as filhas, pois elas não têm culpa da sua arrogância, da sua teimosia ou, se quisermos, da sua burrice.  

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