segunda-feira, 10 de setembro de 2012

O Sr Seguro falou, mas.... tarde


Já passavam quase 48 horas da comunicação de Pedro Passos Coelho, sobre as novas medidas de austeridade, quando, finalmente, o líder do maior partido da Oposição resolveu comentá-las publicamente. É certo que António José Seguro poderá dizer que o PS já tinha tomado posição através do líder da sua bancada parlamentar, Carlos Zorrinho. Mas sendo o PS o partido que alterna o poder com o PPD, era o seu líder que tinha obrigação de as vir comentar, atendendo até ao facto de terem sido anunciadas pelo primeiro-ministro e de serem medidas que vão afectar, no mau sentido, as vidas de milhões de portugueses. Não estou a imaginar Mário Soares, António Guterres e José Sócrates (os três que foram líderes no Governo e na Oposição) a encomendarem o “sermão” a um outro qualquer dirigente.
De qualquer modo, António José Seguro lá veio dizer que o PS “não pode pactuar”, que já “é tempo de separar as águas de um modo mais claro” e deu a entender que, nestas circunstâncias, o PS deverá votar contra o Orçamento (ainda há dúvidas?). Mas fê-lo de modo muito soft. Até parecia que estava com receio de proferir certas palavras. Ora, um governo que, desde há algum tempo, vem tomando medidas cretinas que estão a mandar muitos portugueses para a pobreza, não pode ser combatido com falinhas mansas. Tem que ser combatido com energia e sem rodeios. E, Sr Seguro: já é tempo do PS anunciar “alto e bom som” que já não se revê no memorando e que a sua acção política não mais o terá em conta, pois já foram tomadas muitas medidas que nada têm a ver com as que foram acordadas
Muitos portugueses esperam do PS uma oposição mais agressiva e muito mais combativa. Se estes dirigentes, incluindo o Secretário Geral, querem continuar com a mesma atitude a que chamam de “oposição responsável”, porque não sabem, não têm feitio ou querem fazer outra, então, por favor, deem o lugar a outros. Não faltam no partido jovens militantes capazes de combaterem o neoliberalismo cruel de Passos Coelho, Gaspar & outros. Querem que eu refira alguns? Pois lá vai: Pedro Nuno Santos, Pedro Marques, Fernando Medina e João Galamba. Não refiro Isabel Moreira, porque não é militante do partido. Mas…, tenho cá a impressão que António José Seguro não gosta muito deles, pois não?  

1 comentário:

500 disse...

Isto não vai com paninhos quentes e hesitações. Admito que Seguro não abra o jogo todo até ao Orçamento para 2013, mas são horas de ser mais assertivo ou então, adeus.