No
dia 1 de Maio, para além dos desfiles e dos discursos dos líderes sindicais (e
das palavras de ocasião de alguns líderes políticos que aparecem para se
mostrarem), torna-se urgente que se aproveite a data e o que ela tem de
importante para os trabalhadores para se fazer uma grande reflexão sobre o movimento
sindical. É um dado adquirido que o movimento sindical, de um modo geral, vem
perdendo força e importância no mundo laboral. Se não, vejamos: O número de
trabalhadores sindicalizados é cada vez menor. À excepção de sectores como a
Banca, Transportes Públicos, Professores, Saúde (médicos e enfermeiros) e
outros (poucos, do Estado) a percentagem de trabalhadores sindicalizados ronda
os 10% (dez por cento!). E de quem é
a culpa, dos trabalhadores ou dos sindicatos? Dos trabalhadores não é com
certeza, mas dos sindicatos ou, mais propriamente, das centrais sindicais, para
quem tais trabalhadores não interessam porque não têm poder reivindicativo.
Quantos trabalhadores do comércio e serviços (incluindo turismo e outros), aderem
às greves gerais? E de muitas indústrias, incluindo a da construção civil, a
não ser que tenham salários em atraso? Normalmente não aderem, ou aderem
poucos. Mas provavelmente tais trabalhadores precisam de mais apoios dos
sindicatos e das centrais sindicais, sobretudo UGT, já que CGTP, depois da saída
de Carvalho da Silva, voltou a ser cada vez mais correia de transmissão do PCP.
Está
na hora de reflectir. Numa sociedade democrática justa, não há trabalhadores de
primeira e trabalhadores de segunda. Sei que não é fácil, numa altura de grande
desemprego, com patrões a quem só interessa trabalho barato em detrimento de
trabalho qualificado. Mas é preciso tentar.
Faço
um apelo à UGT: Mãos à Obra!
2 comentários:
Ó 4-pereiró, tenho dúvidas que o Carlos Silva vá mudar o discurso e a prática. O sindicalismo, hoje, interessa apenas aos dirigentes que se eternizam nos cargos. E se vão embora são contratados como "conselheiros".
Tem razão, tem!
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