Mais um contributo do Henrique Antunes Ferreira, regressado que está das Índias.
As voltas de
um documento
Por Antunes Ferreira
Nesta semana, depois de ter voltado de
Goa, um tema muito quente fez uma vez mais com que a confrontação entre o
(des)Governo e os partidos que o apoiam (mais o PR…) e o PS se tornasse uma
arma de arremesso por parte dos ditos sociais-democratas e centristas e de
contra ataque sustentado do Partido Socialista. Foi ela a apresentação das
medidas económicas e financeiras elaboradas por um conjunto de 12 “sábios”
economistas e juristas liderado por Mário Centeno.
Os laranjas decidiram entender que essas
medidas levariam o país à bancarrota, por serem inexequíveis, pois se elas
viessem a ser aplicadas ia por água abaixo tudo que o (des)Governo fizera para
salvar Portugal, mesmo contra a vontade dele. E o inefável vice-presidente do PSD, Marco António Costa veio mesmo
“decretar” que as medidas do PS deviam
ser “auditadas” pelo Parlamento. De topete a afirmação. Onde se vira tal
despautério? Só podia ter partido duma tal cabeça.
Marco apresentou ao PS, melhor, ao grupo
de economistas e juristas mandatados pelo partido do largo do Rato que
elaborara “uma década para Portugal 29
perguntas destinadas segundo o PSD a aclarar pontos do documento que não tinham
ficado muito bem apresentados. Era de novo mais uma tentativa de procurar algo
que não existia no programa apadrinhado pelos socialistas. O que não esperava o
PSD era a prontidão das respostas.
Elas chegaram
num documento que tem mais de 20 páginas, Ponto por ponto, os economistas representando o
PS explicam as ideias do documento. Tendo por base o cenário da Comissão
Europeia, os economistas e juristas adiantaram que a sustentabilidade das
pensões passa pela unificação das condições de cálculo das pensões para todos
os pensionistas.
Entre gráficos e relatórios matemáticos, as dúvidas do PSD mereceram as respostas dos especialistas que trabalharam no documento para o partido Socialista. Segundo os mesmos técnicos, a redução da TSU gerará "melhores pensões" e o fim da sobretaxa criará 15 mil empregos. Até à data em que escrevo este texto não apareceu nenhuma contra-resposta do PSD. A situação pode considerar-se as voltas e reviravoltas de um documento: este.
Entre gráficos e relatórios matemáticos, as dúvidas do PSD mereceram as respostas dos especialistas que trabalharam no documento para o partido Socialista. Segundo os mesmos técnicos, a redução da TSU gerará "melhores pensões" e o fim da sobretaxa criará 15 mil empregos. Até à data em que escrevo este texto não apareceu nenhuma contra-resposta do PSD. A situação pode considerar-se as voltas e reviravoltas de um documento: este.
Entretanto, Coelho afirmou que o país
está a fazer um caminho de recuperação "muito sensível", embora a
economia deva crescer este ano 1,6%, e advertiu que não devem ser dados
"passos maiores" do que a perna.
Expressão que demonstrou mais uma vez que no domínio da língua portuguesa, pelo
menos, ele próprio é uma autoridade. Dar passos maiores do que a perna terá
algum significado? Ou será mais um anacronismo em que Passos é habitual?
A
campanha eleitoral – que nem os mais ingénuos duvidam que já tenha começado –
ainda não saiu do adro – mas já está em ebulição. O (des)Governo já veio
informar que a coligação se manterá para as legislativas de Outubro e que até a
candidatura às presidenciais não está fora de questão. É um esforço que PSD e
CDS fazem quase em desespero perante a possibilidade dos socialistas ganharem
as eleições.
Para Francisco Assis ”(…) O que perturba o PSD é a sua incapacidade de
compreender o verdadeiro alcance da inovadora metodologia agora utilizada pelo
Partido Socialista. Tal não é de estranhar, já que a história das últimas
décadas daquele partido é caracterizada pela dupla e contraditória adesão a
soluções de liderança ora pretensiosamente tecnocráticas, ora ostensivamente
alheias a qualquer preocupação de estudo rigoroso e fundamentação séria dos
programas apresentados ao país. Só assim se percebe esta estapafúrdia
insistência em querer auditar em lugar de querer debater. No fundo é ainda um
substrato mental antipolítico que influência o comportamento da coligação
governamental. “
Por
seu turno, o secretário-geral do PS, durante o jantar comemorativo do 1º de
Maio para o largo do Rato apelou aos militantes socialistas para que se mobilizassem
e reanimassem "o espírito" das eleições primárias internas de Setembro,
considerando essencial que uma vitória do seu partido ofereça também condições
de governabilidade. António Costa deixou um apelo aos militantes
socialistas: "Nas eleições primárias mobilizámos mais de 150 mil
portugueses que se inscreveram como simpatizantes. "Temos de reanimar,
chamá-los de novo e alargar o leque de simpatizantes", disse. Costa foi a
seguir directo quanto aos objectivos eleitorais do PS: "Temos de mobilizar
o país para podermos ganhar [as eleições] e em condições de podermos
governar", declarou.
Os dados já estão lançados e o caminho até Outubro antevê-se
que irá decorrer em tempo de procela. Se a coligação (des)governamental atingir
o objectivo que persegue, a reeleição, tudo mudará para continuar na mesma.
Para o PS é necessária uma nova política, o que estará ao seu alcance: Mas
eleições são…eleições e só depois de contados os votos se saberá o resultado
delas.
No entretanto o PCP, O BE e os Verdes continuam a bater
forte e consecutivamente nos socialistas ao mesmo tempo que desancam no
(des)Governo. É caso para dizer que têm um pé num lado e outro no outro lado.
Uma perfeita demonstração de que no aproveitar é que está o ganho.
1 comentário:
Quanto a mim, o PS não devia dar explicações, até porque aquilo não é uma Bíblia e os seus autores não são apóstolos(Costa dixit) e marquinho que fosse ver se chovia para os lados de Valongo ou de V.N. de Gaia.
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