sexta-feira, 1 de maio de 2015

CONTRIBUTOS EXTERNOS



Mais um contributo do Henrique Antunes Ferreira, regressado que está das Índias.


As voltas de um documento

Por Antunes Ferreira
Nesta semana, depois de ter voltado de Goa, um tema muito quente fez uma vez mais com que a confrontação entre o (des)Governo e os partidos que o apoiam (mais o PR…) e o PS se tornasse uma arma de arremesso por parte dos ditos sociais-democratas e centristas e de contra ataque sustentado do Partido Socialista. Foi ela a apresentação das medidas económicas e financeiras elaboradas por um conjunto de 12 “sábios” economistas e juristas liderado por Mário Centeno.
Os laranjas decidiram entender que essas medidas levariam o país à bancarrota, por serem inexequíveis, pois se elas viessem a ser aplicadas ia por água abaixo tudo que o (des)Governo fizera para salvar Portugal, mesmo contra a vontade dele. E o inefável vice-presidente  do PSD, Marco António Costa veio mesmo “decretar”  que as medidas do PS deviam ser “auditadas” pelo Parlamento. De topete a afirmação. Onde se vira tal despautério? Só podia ter partido duma tal cabeça.
Marco apresentou ao PS, melhor, ao grupo de economistas e juristas mandatados pelo partido do largo do Rato que elaborara  “uma década para Portugal 29 perguntas destinadas segundo o PSD a aclarar pontos do documento que não tinham ficado muito bem apresentados. Era de novo mais uma tentativa de procurar algo que não existia no programa apadrinhado pelos socialistas. O que não esperava o PSD era a prontidão das respostas.
 Elas chegaram num documento que tem mais de 20 páginas,  Ponto por ponto, os economistas representando o PS explicam as ideias do documento. Tendo por base o cenário da Comissão Europeia, os economistas e juristas adiantaram que a sustentabilidade das pensões passa pela unificação das condições de cálculo das pensões para todos os pensionistas.

Entre gráficos e relatórios matemáticos, as dúvidas do PSD mereceram as respostas dos especialistas que trabalharam no documento para o partido Socialista. Segundo os mesmos técnicos, a redução da TSU gerará "melhores pensões" e o fim da sobretaxa criará 15 mil empregos. Até à data em que escrevo este texto não apareceu nenhuma contra-resposta do PSD. A situação pode considerar-se as voltas e reviravoltas de um documento: este.

Entretanto, Coelho afirmou que o país está a fazer um caminho de recuperação "muito sensível", embora a economia deva crescer este ano 1,6%, e advertiu que não devem ser dados "passos maiores" do que a perna. Expressão que demonstrou mais uma vez que no domínio da língua portuguesa, pelo menos, ele próprio é uma autoridade. Dar passos maiores do que a perna terá algum significado? Ou será mais um anacronismo em que Passos é habitual?

A campanha eleitoral – que nem os mais ingénuos duvidam que já tenha começado – ainda não saiu do adro – mas já está em ebulição. O (des)Governo já veio informar que a coligação se manterá para as legislativas de Outubro e que até a candidatura às presidenciais não está fora de questão. É um esforço que PSD e CDS fazem quase em desespero perante a possibilidade dos socialistas ganharem as eleições.

Para Francisco Assis http://s.publico.pt/espanha/1694176 http://s.publico.pt/governo/1694176”(…) O que perturba o PSD é a sua incapacidade de compreender o verdadeiro alcance da inovadora metodologia agora utilizada pelo Partido Socialista. Tal não é de estranhar, já que a história das últimas décadas daquele partido é caracterizada pela dupla e contraditória adesão a soluções de liderança ora pretensiosamente tecnocráticas, ora ostensivamente alheias a qualquer preocupação de estudo rigoroso e fundamentação séria dos programas apresentados ao país. Só assim se percebe esta estapafúrdia insistência em querer auditar em lugar de querer debater. No fundo é ainda um substrato mental antipolítico que influência o comportamento da coligação governamental. http://s.publico.pt/ps/1694176 http://s.publico.pt/eleicoes/1694176

Por seu turno, o secretário-geral do PS, durante o jantar comemorativo do 1º de Maio para o largo do Rato apelou aos militantes socialistas para que se mobilizassem e reanimassem "o espírito" das eleições primárias internas de Setembro, considerando essencial que uma vitória do seu partido ofereça também condições de governabilidade. António Costa deixou um apelo aos militantes socialistas: "Nas eleições primárias mobilizámos mais de 150 mil portugueses que se inscreveram como simpatizantes. "Temos de reanimar, chamá-los de novo e alargar o leque de simpatizantes", disse. Costa foi a seguir directo quanto aos objectivos eleitorais do PS: "Temos de mobilizar o país para podermos ganhar [as eleições] e em condições de podermos governar", declarou.


Os dados já estão lançados e o caminho até Outubro antevê-se que irá decorrer em tempo de procela. Se a coligação (des)governamental atingir o objectivo que persegue, a reeleição, tudo mudará para continuar na mesma. Para o PS é necessária uma nova política, o que estará ao seu alcance: Mas eleições são…eleições e só depois de contados os votos se saberá o resultado delas.

No entretanto o PCP, O BE e os Verdes continuam a bater forte e consecutivamente nos socialistas ao mesmo tempo que desancam no (des)Governo. É caso para dizer que têm um pé num lado e outro no outro lado. Uma perfeita demonstração de que no aproveitar é que está o ganho.

 http://s.publico.pt/uniao-europeia/1694176 http://s.publico.pt/divida-publica/1694176 http://s.publico.pt/lisboa/1694176 http://s.publico.pt/antonio-costa/1694176 http://s.publico.pt/politica/1694176 http://s.publico.pt/comissao-europeia-1029/1694176 http://s.publico.pt/empresas-publicas/1694176 http://s.publico.pt/partidos-e-movimentos/1694176

1 comentário:

500 disse...

Quanto a mim, o PS não devia dar explicações, até porque aquilo não é uma Bíblia e os seus autores não são apóstolos(Costa dixit) e marquinho que fosse ver se chovia para os lados de Valongo ou de V.N. de Gaia.