Já ninguém tem dúvidas que o PPD, sobretudo este PPD
de Passos Coelho, atropela, quando lhe convém, os princípios mais elementares
do relacionamento com as outras forças políticas, sejam elas outros partidos ou
parceiros sociais. E que quando precisa de pôr em prática qualquer ideia
cretina serve-se da sua “Jota” para a anunciar. No final da semana passada
esqueceu-se, ou talvez não, que não tem maioria absoluta no Parlamento, o que o
obrigou a fazer uma coligação com o CDS/PP. É verdade que o CDS/PP, sobretudo
Paulo Portas, vai “engolindo sapos vivos”, como contrapartida de continuar
sentado à mesa do poder. Mas a desconsideração tem limites. Se não tem para
Portas, tem para outros dirigentes e deputados daquele partido.
Foi uma vergonha o que se passou no Parlamento com a
proposta da realização dum referendo sobre adopção e co-adopção por casais
homossexuais. Sem darem “cavaco” ao parceiro da coligação levaram avante a
proposta de referendo, como que a desafia-los a tomarem uma posição. Os
deputados do CDS/PP responderam que o assunto não é deles e por isso não iam
decidir nada; iam abster-se. E assim fizeram. Mas pior, muito pior, foi o terem
submetido os seus deputados à disciplina partidária, “obrigando-os” a votar a
favor, sabendo que alguns deles, em consciência, votariam contra – um atentado
à dignidade da pessoa e ao cargo de deputado da nação.
Entretanto, foram muitas as críticas feitas ao PPD por
esta acção política, nomeadamente da parte de algumas figuras ditas notáveis do
partido, entre as quais Marques Mendes que a classificou entre outras coisas de
golpada. Também se gerou polémica dentro do grupo parlamentar, com muitos deputados
a mostrarem publicamente o seu descontentamento, anunciando declaração de voto.
Enfim; é o PPD no seu “melhor”.
1 comentário:
O líder da JSD (que idade tem o rapaz?) ainda vai ser primeiro-ministro, está visto.
As declarações de voto dos psd não me convencem. Faltaram-lhes tomates.
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