Acabámos de viver a época mais festiva de cada ano –
Natal e Ano Novo. E em praticamente todos os países do mundo, sobretudo no
chamado mundo ocidental, os governantes – Chefes de Estado e Chefes de Governo –
aproveitam a quadra para falarem aos seus concidadãos. Portugal não é excepção
e por isso lá temos as mensagens de Natal e de Ano Novo feitas, respectivamente,
pelo primeiro-ministro e pelo Presidente da República. Assim, Passos Coelho
falou no dia 25 de Dezembro e Cavaco Silva no dia 1 de Janeiro. Não ouvi Passos
Coelho, porque, como já referi várias vezes, não tenho paciência para o aturar
e, sobretudo, para ver aquela cara de safado que ele põe quando anuncia mais
austeridade e quer convencer-nos que está a olhar pele nossa vida. Mas ouvi
Cavaco Silva e confesso que tive de fazer um enorme esforço para não gritar
alguns palavrões pouco próprios para quem não estava sozinho. Entretanto vi e
ouvi em vários serviços noticiosos passagens da mensagem do primeiro-ministro e
alguns comentários à mesma.
Das duas coisas, concluo que aqueles tipos não falaram
do país real, mas do país que eles imaginam governar. Por isso lá veio a ladainha
dos sinais de recuperação. Como? O desemprego baixou porque todos os meses
emigram milhares de portugueses, muitos dos quais jovens e com formação
superior. A economia subiu duas décimas porque graças ao Tribunal Constitucional
os trabalhadores receberam subsídios de férias e de Natal, o que fez aumentar a
procura interna.
Não há dúvidas: Passos Coelho mente descaradamente
para continuar a levar avante a sua cruzada de empobrecimento do país; e Cavaco
Silva quer que os políticos, do governo e da oposição, se entendam para não ter
chatices. O que ele quer é dar uns bons passeios com a sua Maria e continuar em
Belém a olhar para o Tejo para ver passar navios. E que fazem os portugueses? Como
bom povo pacífico que é, vai encolhendo os ombros. Até quando?
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