terça-feira, 7 de janeiro de 2014

As mensagens

Acabámos de viver a época mais festiva de cada ano – Natal e Ano Novo. E em praticamente todos os países do mundo, sobretudo no chamado mundo ocidental, os governantes – Chefes de Estado e Chefes de Governo – aproveitam a quadra para falarem aos seus concidadãos. Portugal não é excepção e por isso lá temos as mensagens de Natal e de Ano Novo feitas, respectivamente, pelo primeiro-ministro e pelo Presidente da República. Assim, Passos Coelho falou no dia 25 de Dezembro e Cavaco Silva no dia 1 de Janeiro. Não ouvi Passos Coelho, porque, como já referi várias vezes, não tenho paciência para o aturar e, sobretudo, para ver aquela cara de safado que ele põe quando anuncia mais austeridade e quer convencer-nos que está a olhar pele nossa vida. Mas ouvi Cavaco Silva e confesso que tive de fazer um enorme esforço para não gritar alguns palavrões pouco próprios para quem não estava sozinho. Entretanto vi e ouvi em vários serviços noticiosos passagens da mensagem do primeiro-ministro e alguns comentários à mesma.
Das duas coisas, concluo que aqueles tipos não falaram do país real, mas do país que eles imaginam governar. Por isso lá veio a ladainha dos sinais de recuperação. Como? O desemprego baixou porque todos os meses emigram milhares de portugueses, muitos dos quais jovens e com formação superior. A economia subiu duas décimas porque graças ao Tribunal Constitucional os trabalhadores receberam subsídios de férias e de Natal, o que fez aumentar a procura interna.
Não há dúvidas: Passos Coelho mente descaradamente para continuar a levar avante a sua cruzada de empobrecimento do país; e Cavaco Silva quer que os políticos, do governo e da oposição, se entendam para não ter chatices. O que ele quer é dar uns bons passeios com a sua Maria e continuar em Belém a olhar para o Tejo para ver passar navios. E que fazem os portugueses? Como bom povo pacífico que é, vai encolhendo os ombros. Até quando?   


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