Não
tenho paciência para ouvir o ministro Gaspar. Não suporto o cinismo com que ele
fala, aquele tom de voz e aquele sorrisinho que eu classifico como os do
verdadeiro sacana. Por isso, propositadamente, não vi ou ouvi a conferência de
imprensa.
Parece
que a determinada altura uma jornalista o interpelou chamando-lhe “sr
primeiro-ministro”. É verdade que Louçã Gaspar não é, de facto, o
primeiro-ministro, mas é ele, de facto, que manda nos outros ministros e
ministérios e na política do Governo. Não nos podemos esquecer do célebre
episódio entre ele e o ministro Álvaro, em que, após Álvaro ter insistido que
era preciso investir no crescimento económico, já depois de Gaspar lhe ter dito
“não há dinheiro”, se virou para ele e lhe perguntou em tom sarcástico: “Qual
destas três palavras não entendeu?”
Pois
bem, Gaspar é mesmo para a Troika e, porque não dizê-lo, para os outros ministros,
para os jornalistas, para os líderes das bancadas dos partidos do PPD e do CDS,
e até para a senhora Merkel e o senhor Wolfgang Schauble, o verdadeiro líder e
ideólogo da política do governo. Para estes, Passos Coelho não passa de um bom
rapaz, mas com um perfil de político medíocre.
Eu
até suspeito que, no seu íntimo, Loução Gaspar se esteja sempre a lembrar de um
professor universitário que foi chamado para a pasta das Finanças também num
momento difícil para as contas públicas, que geriu o ministério com mão de
ferro e, mais tarde, se tornou no homem todo poderoso de Portugal. Seu nome:
António de Oliveira Salazar. Só que os tempos são outros e a História não se
repete. Felizmente, digo eu.
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