terça-feira, 27 de novembro de 2012

E agora, Dr. Cavaco?


Foi hoje aprovado na Assembleia da República, com os votos dos deputados da coligação que apoia o governo (com excepção de um deputado do CDS eleito pela Madeira), o Orçamento do Estado para o ano de 2013. É considerado por muita gente especializada na matéria, entre os quais vários professores de economia e finanças, como um orçamento inexequível e cujas consequências serão arrasadoras para a economia do país. Portugal e os portugueses, sobretudo os da classe média, vão empobrecer
Pois bem, se muitos dos deputados que votaram a aprovação do orçamento violaram a sua consciência por razões de disciplina partidária (um louvor ao deputado Rui Barreto do CDS que votou contra), o Presidente da República, Dr. Cavaco, não precisa de violar a sua. Todos sabemos que Cavaco Silva se fartou de fazer reparos a muitas medidas agora impostas no orçamento e várias vezes disse que o povo não aguentava mais austeridade. Ora, embora aprovado no Parlamento, o orçamento só se poderá considerar válido após a promulgação do mesmo pelo Presidente, que tem o poder de o mandar para o Tribunal Constitucional, pedindo-lhe que se pronuncie sobre eventuais inconstitucionalidades que o mesmo possa conter. Caso contrário, se não o fizer, o Presidente trai as expectativas da maioria dos portugueses. Portanto, Dr. Cavaco: Agora é a altura própria para agir. E, desta vez, não pode assobiar para o tecto, como tantas vezes tem feito.

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