É
uma vergonha que estejam em Portugal uns funcionários de quinta linha do FMI e
do Banco Mundial a estudar com o Governo a chamada reforma do Estado que, na
linguagem patética do primeiro-ministro, consistiria numa refundação do
memorando assinado com a Troika. Não se pode admitir que sejam estrangeiros,
alguns dos quais oriundos de países não europeus, e que nada conhecem do nosso
país, da nossa cultura, da nossa história recente e dos anseios das nossas gentes,
a quererem-nos impor reformas que abalariam as estruturas do nosso Estado e que
destruiriam muitas conquistas sociais, pelas quais muitos portugueses lutaram
desde o 25 de Abril de 1974. Para além de vergonhosa, esta atitude do desgraçado
governo que nos governa é, como lhe chamou Francisco Louçã, uma humilhação
nacional.
E
quem pode travar esta humilhação, antes que o povo se sinta traído, se farte, e
comece a fazer asneiras? Será, naturalmente, o Presidente da República. Mas
onde está Cavaco Silva que ninguém sabe dele? Como diz hoje Vasco Pulido
Valente no seu artigo “Opinião” no jornal Público: “Portugal elegeu um senhor magrinho para resolver os sarilhos da pátria
e, agora que precisa dele, ele não está cá”.
Triste
sorte a nossa: estamos a ser governados por um bando de talibãs neoliberais que
para tomarem o poder nos enganaram, e que agora descobrimos que temos um Chefe
de Estado “ausente” que, como também diz VPV, deve estar em Belém a olhar para o Tejo e a contar navios.
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