quinta-feira, 1 de novembro de 2012

O desgraçado Orçamento


Com os votos da maioria (menos um deputado) foi ontem aprovada, na globalidade, a desgraçada proposta do Orçamento do Estado para 2013. E o meu adjectivo de desgraçada é bem mais suave do que outros que já a qualificaram, muitos dos quais ocuparam cargos preponderantes nos partidos da maioria e em governos anteriores apoiados pela mesma. E se é verdade que os deputados, em matérias essenciais, estão obrigados à disciplina partidária, também o é que não devem, mesmo nessas matérias, violentarem a sua consciência. Ora, vimos, ouvimos e apercebemo-nos que muitos deputados em muito pouco estavam de acordo com os princípios deste orçamento e alguns mostraram-no, por assim dizer, publicamente. E não foram só deputados do CDS. Por exemplo: Miguel Frasquilho, que já foi Secretário de Estado num governo de coligação PPD/CDS, fartou-se de mostrar o seu descontentamento. Poderá dizer que votou a aprovação por disciplina partidária, mas não me consta que tenha feito declaração de voto esclarecendo que só por isso (disciplina partidária) o fez. Mas muito pior do que ele foi aquela cambada de deputados do CDS, incluindo também na cambada o malabarista do seu líder – Paulo Portas. Até parecia que tinham sido os mentores do orçamento. Que regozijo o deles! Provavelmente já fazem parte do grupo de talibãs da irmandade do “Gaspassos” (do Gaspar mais o Passos). Que coerência a destes sacripantas!
Mas é justo salientar a atitude do deputado Rui Barreto do CDS – Madeira que, mesmo com a ameaça de expulsão do partido, votou contra a orientação pantomineira do partido e do seu líder Portas.

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