Morreu José Torres, um dos futebolistas mais carismáticos do Benfica e da Selecção Nacional (também jogou no Setúbal e no Estoril). Foi um dos elementos mais preponderantes da chamada equipa dos "magriços", a qual causou o maior espanto, pela positiva, no Campeonato do Mundo de 1966 que decorreu na Inglaterra, que foi a campeã. Sendo um atleta de eleição, José Torres foi sempre um jogador humilde, leal, solidário, defensor dos valores do bom desportista. Foi sobretudo um homem bom e, por isso, Portugal inteiro apelidou-o de "O Bom Gigante".
José Torres foi seleccionador nacional aquando da fase de apuramento para o campeonato do mundo de 1986 no México, e na fase final para a qual se qualificou. Ficou célebre a frase: "deixem-me sonhar", quando só uma vitória na Alemanha nos dava a qualificação. E o sonho tornou-se realidade! Portugal esteve no México, mas ... tudo correu mal, com o caso da célebre revolta de Saltillo. Torres foi quem mais sofreu com aqueles tristes episódios. Praticamente acabou aí a sua carreira de treinador. Hoje, numa reportagem sobre o seu funeral, ouvi o seu colega e amigo António Simões, referir com alguma revolta que ontem, no jogo Portugal-Chipre, ao mesmo tempo que José Torres era lembrado numa pequena homenagem que consistiu no cumprimento de um minuto de silêncio e no uso de uma fita preta no braço dos jogadores, estava sentado no banco dos suplentes quem, também presente em Saltilho foi talvez o grande responsável pela sua saída sem glória do cargo de seleccionador. Esse responsável é Amândio de Carvalho, dirigente que está na Federação desde 1982, e que nunca foi responsabilizado por nada. E continua nas confusões, já que é um dos responsáveis por esta polémica com Carlos Queirós. Até quando?
Sem comentários:
Enviar um comentário