António Simões foi um dos melhores jogadores do futebol português - do Benfica e da Selecção Nacional. Quem da minha geração não se lembra das suas jogadas pela ala esquerda e dos excelentes cruzamentos que depois fazia para Torres e Eusébio, que muitas vezes resultavam em golos. Mas, acabada a carreira de jogador (com muitos títulos e, de certeza, com muitas mais vitórias do que derrrotas), não se conhecem outros sucessos de António Simões, nem como treinador, nem como dirigente. Como treinador, penso que andou pelo futebol feminino, onde nada ganhou, e tem sido adjunto, sem qualquer relevo, de treinadores próximos de Carlos Queirós, de outros ligados a este e do próprio Queirós. Não tem curriculum. Como dirigente, foi director desportivo do Benfica no tempo de Vale e Azevedo, com os resultados que se conhecem. Portanto devia ter mais cuidado com a língua quando fala de dirigentes e de treinadores, sobretudo daqueles que têm grandes sucessos nas suas carreiras.
Ontem, num programa desportivo da RTP-N, António Simões, criticou dirigentes desportivos, políticos e o treinador Scolari. Como qualquer cidadão português, António Simões é livre de exprimir o seu pensamento e criticar, não ofendendo, quem quer que seja dentro do que a lei permite. O que não deve é dizer disparates. Pode criticar Laurentino Dias à vontade, mas dizer que o Estado nunca se intrometeu como agora nas questoes do Futebol é disparate, sim. Ó António Simões, você não se lembra que o seu amigo Eusébio não pôde fazer o contrato da vida dele com o Inter de Milão porque o Governo da época, então chefiado por Salazar, não deixou? Mas digo mais: atendendo ao estado de ilegalidade em que a Federação se encontra, não basta ao Governo tirar-lhe o estatuto de instituição de utilidade pública, deve mesmo intervir para que a lei seja cumprida.
Outra coisa: atacar Scolari como atacou por não ter sido Campeão da Europa em 2004, fica-lhe mal. António Simões como treinador nada ganhou. Scolari foi só Campeão do Mundo. E dizer que com ele não teria havido toda aquela euforia quando a selecção se deslocou do centro de estágio de Alcochete para o estádio da Luz, para o jogo da final, porque ele, António Simões, não deixava, é ridículo. Quem é António Simões para não deixar que o povo se manifeste? Foi um bom jogador, dos melhores de sempre, mas foi só isso!
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