Já
nada espanta nas atitudes deste governo. Hoje, em vários órgãos de Comunicação
Social, pudemos ouvir o Presidente da Comissão Europeia, o português Durão Barroso,
dizer que não vai haver atraso no envio para
Portugal da nova tranche do empréstimo relativo à ajuda financeira acordada com
a Troika, da qual a Comissão Europeia faz parte, juntamente com o Banco Central
Europeu e o Fundo Monetário Internacional. E Justificou dizendo que o governo
português já tinha informado a Comissão das medidas que ia tomar em
substituição daquela ideia maluca (este qualificativo ele não disse) da
diminuição da TSU para as empresas e o aumento da mesma para os trabalhadores.
Mas
quais medidas? Pergunto eu, perguntam todos os outros cidadãos e perguntam
todos os partidos da Oposição com assento parlamentar. Alguém as conhece? Não,
ninguém as conhece. E isto é grave, porque Portugal é um Estado de Direito
democrático em que, em termos constitucionais, o Governo dimana do Parlamento,
que lhe aprova o programa de governação, que fiscaliza a sua actividade e pode
originar a sua queda. Ora, a ser verdade que o Governo (se calhar só o Coelho e
o Gaspar) já decidiu quais as novas medidas de austeridade a que vai obrigar os
portugueses, não as deu a conhecer ao Parlamento e as comunicou à Troika,
estamos perante uma ofensa grave e inqualificável ao povo soberano, o que não é
tolerável.
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