Eu
já tinha prometido a mim mesmo pouco ou nada comentar sobre o Orçamento, uma
vez que, tirando um ou outro talibã neoliberal que provavelmente lê a mesma
cartilha do ministro Gaspar (estou a lembrar-me daquele comentador Camilo Lourenço
que algumas vezes vejo logo de manhã no “Bom Dia Portugal” da RTP), várias
personalidades das áreas políticas da Esquerda e da Direita, muitas das quais
ocuparam cargos de relevância política no nosso país, já lhe chamaram tudo: Assalto,
roubo, terramoto, septicémia, etc, etc.
Mas há coisas às quais não me posso calar.
A
primeira é à actuação de Victor Gaspar. Não respeita nada nem ninguém. Com um
cinismo, que eu só sei qualificar de sacana, afronta e falta ao respeito aos
cidadãos, parecendo elogiá-los (melhor povo do mundo), mas espezinhando-os
através do enorme agravamento dos impostos, afronta os deputados, mandando-lhes
o recado de que “têm que aprovar o que ele quer” (esquecendo-se que é ele que
depende do Parlamento), afronta o CDS – o partido minoritário da coligação – e
sobretudo o seu líder Paulo Portas e, para cúmulo, falta ao respeito ao
Presidente da República dando a entender que pouco lhe interessa as opiniões de
Cavaco Silva, nomeadamente o que este escreve no Fecebook . Não pode ser. Alguém tem que o meter na ordem.
A
segunda coisa que quero realçar é a cobardia de muitos deputados do PPD, que se
mantêm calados como se tivessem uma mordaça na boca. Ponham os olhos nos
deputados Ingleses do partido Conservador que são os primeiros a chamar à
atenção do seu líder e primeiro-ministro que não pode governar com a regra do “quero
posso e mando”.
Finalmente
quero comentar o comportamento do Presidente da República, perguntando: Onde
está ele? Porque não fala aos portugueses? Numa altura de profunda crise, à
beira de confrontação social, em que os cidadãos pouco ou nada acreditam nas
instituições e que já perderam a esperança, o Presidente da República, em vez
de se lhes dirigir através dos principais meios de Comunicação Social,
manda-lhes recados pelo Facebook. Simplesmente
deplorável.
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