Não
há um só português que não saiba que a regra base da governação deste governo neoliberal
que nos governa, é cortar nas despesas e aumentar os impostos. E os cortes nas
despesas são feitos duma maneira cega, quase sempre sem critério. É preciso
cortar nas despesas com o Serviço Nacional de Saúde? Pois corte-se o valor que
for necessário cortar, custe o que custar. É preciso cortar nas despesas com os
transportes públicos? Pois corte-se. Despeça-se pessoal, diminuam-lhes os
ordenados (mas não os dos administradores), suprimam carreiras, diminuam o
número de viagens diárias, encurtem os trajectos, custe o que custar. E os
cidadãos? Bem, os cidadãos que se lixem (dirá naturalmente o primeiro
ministro)!
Vem
isto a propósito da política que está a ser seguida pelos STCP - Serviço de
Transportes Colectivos do Porto - nos últimos tempos. Suprimem carreiras,
diminuem o número de viagens diárias, aumentando o tempo de frequência entre
cada uma, e agora até alteram os percursos, tornando-os mais curtos. Mas pior,
algumas alterações dos percursos prejudicam a ligação entre os diversos tipos
de transporte. Por exemplo: algumas linhas, como a do 202 e do 501, deixam de
passar pela estação do Metro da Casa da Música, uma das estações mais centrais
que tem, entre outras coisas, uma loja Andante e boas condições de mobilidade
para deficientes.
Quer
dizer: incentivam-se os cidadãos a utilizarem os transportes públicos e depois,
para lá de lhes aumentarem os preços das viagens, diminuem-lhes as comodidades.
E tudo em nome da suprema doutrina do corta …, custe o que custar. E as comodidades
dos cidadãos? Ora, que se lixem!
3 comentários:
Cá para mim, o melhor era acabar com os transportes públicos. Andar a pé faz bem à saúde, dizem os entendidos. E se as distâncias forem grandes, aluga-se um táxi, ou assim.
Ó 4-pereiró, há muito que o "S" de STCP deixou de ser Serviço. Agora é Sociedade. Dantes era, de facto, serviço, agora é uma sociedade e, como tal, não poder dar prejuizo. Só que o sócio maioritário esquece-se de pôr lá o cacau necessário.
Tem toda a razão´. Agora é Sociedade, embora de um só sócio que, por sinal, não anda de autocarro, mas sim em grandes carrões.
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