O
Governo anunciou com pompa e circunstância que vai dar aos contribuintes um
incentivo fiscal, permitindo-lhes deduzir no IRS 5% do valor do IRS pago nas
facturas referentes a compras de bens ou de serviços de reparação automóvel,
alojamento, restauração e cabeleireiros (e/ou barbeiros, creio eu), até ao
limite de 250 euros. Claro que para gozar deste magnífico benefício o cidadão
terá sempre que pedir as respectivas facturas referentes à compra efectuada. No
fundo o que o Estado pretende é pôr os cidadãos a colaborar no combate à evasão
fiscal, dando-lhes umas migalhitas. Se não vejamos: de cada vez que um cidadão
vai tomar um café, beber uma cervejita, comer um pastel de nata, cortar o
cabelo e reparar o automóvel, vai precisar de pedir uma factura. No fim do ano
vai juntar mais de mil facturas. Por outro lado, só nessas coisitas o cidadão
tem que gastar mais de 22.000 euros ! Como o salário médio ronda os 16.000
euros anuais, não será difícil estimar-se que para cafés, bolinhos etc, os
cidadãos não poderão gastar mais do que 3.000 euros (e já vai comer mal!).
Enfim,
perante tão ridículo incentivo, o cidadão acha que não é fiscal dos impostos e,
por isso, vai mandá-lo às malvas e continuar a marimbar-se para as facturas.
Por
isso, podemos dizer alto e bom som: Que
grande incentivo!
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