terça-feira, 24 de julho de 2012

Ser ou não ser barrigudo; ou pançudo?


Ontem, no mesmo jantar de convivas em que entusiasmado chegou a dizer: “que se lixem as eleições”, Passos Coelho sossegou as suas hostes quanto à sua saúde. Referiu que há quem comente que ele está mais magro, que anda abatido porque se calhar alguma coisa corre pior do que aquilo que ele estava à espera. Mas não, disse Passos Coelho. Está bem, muito bem de saúde. Está mais magro é certo, já que tem feito dieta porque não quer ficar barrigudo. Ora, o primeiro-ministro podia ter usado o mesmo tipo de linguagem que empregou para se referir às eleições e dizer que não quer ficar pançudo ou, melhor ainda, usando uma linguagem mais rasteira, que não quer que lhe cresça o bandulho.
Mas se Passos Coelho emagrece para, segundo ele, melhorar a sua imagem, muitos portugueses emagrecem porque já começam a passar fome em consequência dos cortes que têm sofrido nos seus rendimentos do trabalho, nas suas reformas e nos subsídios sociais, e porque vêm aumentar os impostos indirectos, o valor das taxas moderadoras, os preços dos medicamentos e os preços de muitos bens de consumo diário necessários para poderem sobreviver. Estes, senhor primeiro-ministro, não estão minimamente preocupados que a pança lhes cresça, pelo menos enquanto o senhor não mudar de política ou, empregando linguagem mais popular, não der corda aos sapatos.   

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