Ontem,
no mesmo jantar de convivas em que entusiasmado chegou a dizer: “que se lixem
as eleições”, Passos Coelho sossegou as suas hostes quanto à sua saúde. Referiu
que há quem comente que ele está mais magro, que anda abatido porque se calhar
alguma coisa corre pior do que aquilo que ele estava à espera. Mas não, disse
Passos Coelho. Está bem, muito bem de saúde. Está mais magro é certo, já que
tem feito dieta porque não quer ficar barrigudo. Ora, o primeiro-ministro podia
ter usado o mesmo tipo de linguagem que empregou para se referir às eleições e dizer
que não quer ficar pançudo ou, melhor ainda, usando uma linguagem mais
rasteira, que não quer que lhe cresça o bandulho.
Mas
se Passos Coelho emagrece para, segundo ele, melhorar a sua imagem, muitos
portugueses emagrecem porque já começam a passar fome em consequência dos
cortes que têm sofrido nos seus rendimentos do trabalho, nas suas reformas e
nos subsídios sociais, e porque vêm aumentar os impostos indirectos, o valor
das taxas moderadoras, os preços dos medicamentos e os preços de muitos bens de
consumo diário necessários para poderem sobreviver. Estes, senhor
primeiro-ministro, não estão minimamente preocupados que a pança lhes cresça,
pelo menos enquanto o senhor não mudar de política ou, empregando linguagem
mais popular, não der corda aos sapatos.
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