Tenho muito respeito por esses artistas do espectáculo conhecidos por palhaços. Mas não me ocorre usar outro termo mais adequado para as ditas manifestações que pretendem ser de revolta pelas novas regras que o Governo definiu para apoio financeiro às escolas de ensino privado com contrato de associação. O Estado deve canalizar todo o dinheiro destinado à educação para melhorar o ensino público, e não para financiar os negócios do ensino particular. E quando por insuficiência da cobertura da rede de ensino público o Estado recorre aos serviços de escolas particulares, paga-lhes esse serviço por um preço justo. Se o prestador do serviço não concorda com o preço, não o contrata. Agora o que não se pode admitir são espectáculos demagógicos, que utilizam jovens, para defender interesses privados cujos interessados querem que sejam financiados com os impostos dos outros cidadãos. E o ridículo (ou se quisermos a palhaçada) é tanta, que vai ao ponto de se verem cartazes e pais a dizerem que têm o direito de escolher a escola dos filhos. Pois têm; ninguém lhes tira esse direito. Mas para o exercerem, recorrendo ao ensino privado, pagam a sua escolha. Porque razão eu e outros cidadãos hão-de comparticipar no pagamento de um colégio para que o seu menino ou a sua menina tenha, para lá das respectivas aulas curriculares, aulas de equitação ou de golfe! Peçam uma ajudinha ao cidadão Cavaco Silva que, enquanto candidato às eleições presidenciais, os apoiou.
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