Num dos debates televisivos da pré-campanha, Cavaco Silva acusou a actual Administração do BPN de não ter sido capaz de recuperar o banco do enorme "buraco" financeiro ocasionado pela gestão da anterior Administração. E até, servindo-se da mais primária demagogia professoral, comparou o insucesso daquela gestão com o sucesso da recuperação de bancos ingleses, também nacionalizados. Comparação absurda, atendendo às diferenças entre os dois mercados financeiros e, sobretudo, à natureza do bancos. O BPN nasceu da ganância de gente bem ligada à política (e a Cavaco Silva) que quizeram ganhar muito dinheiro e rapidamente.
É evidente que esta acusação de Cavaco Silva foi muito criticada, até mesmo por pessoas da sua candidatura. E criou uma polémica.
Questionado a comentar estas críticas, Cavaco Silva, como de costume, mandou as culpas para os outros. Segundo ele, foi mal interpretado no que disse; mais, "houve uma deturpação" da sua resposta a uma pergunta que lhe foi feita num debate. Mais uma vez ..., a culpa da polémica não foi dele.
Mas pior; para que não se pensasse que estava a atacar amigos, apontou na direcção do Governo e toca a dizer que a diferença estava no facto de as administrações nomeadas em Inglaterra eram profissionais e a tempo inteiro e a nomeada para o BPN era uma administração em part-time. Ora, já veio a Administração da Caixa Geral de Depósitos, entidade a quem o Estado entregou a gestão do BPN, após a nacionalização, explicar que quatro dos sete administradores o são a tempo inteiro. E perante isto há que questionar: o que pretende Cavaco Silva? Diz que a anterior gestão é caso de justiça, mas nunca lhe ouvi criticar os seus amigos. Porquê? Merecemos uma explicação.
1 comentário:
Claro que o que o cavalheiro pretende é desviar as atenções da culpabilidade dos seus amigos do BPN, que lhe terão permitido embolsar uma razoáveis mais-valias.
Enviar um comentário