Com base numa denúncia feita por um ex-autarca do CDS/PP, cuja elaboração foi feita após uma reunião dele com um inspector ou ex-inspector da Polícia Judiciária, nasceu o chamado caso Freeport, com o objectivo imediato de se fazerem insinuações sobre alegados actos de corrupção ou de conivência deles por parte do ex-ministro do ambiente José Sócrates, que no acto da denúncia era líder do PS e apontado como mais que provável primeiro-ministro após o acto eleitoral que ia decorrer. Logo aí começaram os boatos e as insinuações de alguma comunicação social que não gosta de Sócrates, segundo eles de acordo com as "fontes" que ninguém sabe quem são nem sequer se existem. Tudo sempre feito tendo em conta o tal "dever de informar".
Foram lançadas para a praça pública as mais diversas insinuações sobre Sócrates e a sua família, chegando-se ao ponto de terem ido atrás de um primo até aos confins do inferno. Abriram-se telejornais e encheram-se páginas de alguns jornais com as notícias mais cretinas que se possa imaginar.
Verifica-se agora, que o proceso está concluído, que nem Sócrates nem qualquer familiar seu é acusado de alguma coisa. E, pior, um conceituado magistrado do Ministério Público foi castigado, acusado de exercer pressão sobre os detentores do processo, após audiência do Presidente da República com sindicalistas.
Sócrates foi julgado na praça pública, apelidado de tudo o que se possa imaginar, e ... afinal verifica-se que as insinuações e as notícias que o relacionavam com o caso eram falsas.
Quem responde agora por tanta mentira, por tanta falsidade? Os jornalistas? Claro que não. Foram as fontes e o (sagrado) dever de informar.
É este o Estado de Direito em que vivemos.
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