Hoje li em vários sítios um comunicado da CP-Comboios de Portugal, informando os seus clientes que nos dias 14, 15 e 16 deste mês (de Segunda a Quarta-feira) a circulação vai ser afectada, devido à greve dos maquinistas.
Lá vão os maquinistas dizer que tudo fizeram para não recorrerem à greve, mas porque a CP não os ouviu, não os aumentou (coitadinhos, ganham três ou quatro salários mínimos), não quer pagar horas extraordinárias enquanto almoçam, lancham ou jantam, não quer pagar os domingos a dobrar e dar folga de dois dias, pagar prémios por não faltarem ao trabalho, etc, etc ... A CP é que tem a culpa; eles não têm, porque a greve é um direito dos trabalhadores!
Claro que a greve é um direito dos trabalhadores, mas deve ser usada como último recurso e em situações em que os direitos e as liberdades estejam em perigo, e não " a torto e a direito". Muito menos deve ser usada numa altura em que se exigem enormes sacrifícios a todos os portugueses, muitos dos quais nem dinheiro têm para comer. Mas este dito direito dos trabalhadores não é de todos, mas só de alguns: trabalhadores da Função Pública de um modo geral, incluindo médicos, enfermeiros, professores; trabalhadores das empresas públicas de transportes; trabalhadores de outras empresas públicas ou participadas pelo estado; e pouco mais. Os outros trabalhadores, sobretudo os das pequenas empresas, não fazem greve, se não perdem o emprego. Quer porque o seu contrato é precário, quer porque têm consciência que uma greve iria colocar a empresa em dificuldade e causar o seu encerramento. Ah! e ainda são eles os cidadãos que mais transtornos sentem com as greves dos outros. Por isso, a greve não é para todos!
1 comentário:
Mas a CP não tem registado sistematicamnete gordos lucros? E a época não vai em alta para a actividade? Então bem pode pagar um pouco mais, que o pessoal está ganhando pouco, ainda que um pouco pior está quem não tem nen consegue encontrar trabalho.
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