Em Portugal é muito difícil proceder a reformas em qualquer dos sectores do Estado. E muito mais difícil se torna quando o Governo que as quer pôr em prática apenas é sustentado por uma maioria relativa na Assembleia da República.
Vem isto a propósito de uma medida tomada pelo Governo em Fevereiro e que possibilita a alunos maiores de quinze anos transitar do oitavo ano para o décimo, se entretanto, com a devida autorização dos pais, se auto-proposerem a exames do nono ano e forem aprovados. Vêm agora (e só agora porquê?) os partidos da oposição e a comunicação social, vociferar contra esta medida, apelidando-a de facilitismo. Ora, esta medida, ao contrário do que parece, não é inovadora, pois já existiu em tempos. Eu diria que a conheço há mais de cinquenta anos. Foi graças a ela que muitos cidadãos que não tiveram oportunidade de estudar no devido tempo, acabaram por tirar um curso superior (alguns até chegaram a doutoramentos) e depois ocuparem lugares de relevo na nossa sociedade. É claro que lá tinham que aparecer os interesses corporativos que, eles sim, tratam destas coisas duma forma cega. Ou então não confiam uns nos outros e acham que o trabalho daqueles que avaliam os alunos que se propõem a exame não é séria, será?
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