Já nos habituámos a ver num dia de greve, seja em que sector for, grande disparidade na percentagem de adesão dita pelas estruturas representativas dos trabalhadores e as estruturas representativas do patronato ou, se quizermos ser mais rigorosos, dos empregadores. Hoje foi dia de greve na Função Pública. Ora, os sindicatos do sector dizem que a percentagem de adesão foi de 60%, enquanto o Governo informou que a adesão não foi além de 2,77%. Uma diferença de 57,23%. Como é possível? Quem fala verdade ou, se quisermos, quem está mais próximo da realidade? Há, no entanto, dados que nos permitem dizer que a adesão devia ter sido baixa, já que não causou grandes transtornos nos diversos serviços do Estado. Por exemplo: os sindicatos esperavam que fossem afectados, por falta de funcionários não docentes, os exames de aferição de Língua Portuguesa que hoje decorreram nas escolas. Ora, verificou-se que dos cerca de 273 mil alunos objecto deste exame, só 270 não o puderam fazê-lo. O mesmo aconteceu em muitos centros de saúde, onde decorreram com muita normalidade as consultas programadas. Dá ideia, então, que esta greve foi um flop. Por isso, não consigo entender o contentamento dos líderes sindicais.
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