Um jornal diário divulgou os rendimentos de Fernando Nobre, relativos ao ano de 2010. Pelos vistos o casal Nobre recebeu, naquele ano, só da AMI 73.170 euros que divididos por 14 meses (os 12 do calendário, mais subsídio de férias e subsídio de Natal) dá um rendimento mensal de 5.226 euros, ou seja, segundo Diogo Leite Campos vice-presidente do PSD, um rendimento próprio de pessoas da classe média baixa.
Bem, penso que só ingénuos poderiam acreditar que Fernando Nobre não era remunerado pelo seu trabalho naquela ONG. É evidente que a AMI é uma organização de nível internacional com grande actividade e, por isso, tem que ser gerida com grande profissionalismo. Logo, os seus servidores, incluindo os seus administradores, têm que ser bem remunerados, e ainda bem. Nada tenho contra isso nem estou surpreendido. Agora, o que me surpreende é que Fernando Nobre se surpreenda com a notícia. Não foi ele candidato anti-partidos à presidência da República, dizendo-se moralmente superior aos outros por nunca ter ocupado um cargo político-partidário? Então agora, qual vira casacas, não deu o dito por não dito e, dizendo-se de esquerda (deixa-me rir ...), aceitou ser cabeça de lista do partido actualmente mais à direita na condição de ser eleito segunda figura do estado? Não o avisaram que a sua ambição desmesurada 0 tornou alvo da comunicação social, sobretudo dos chamados jornalistas de sarjeta? Então está surpreendido porquê?
3 comentários:
E pouco mais de cinco mil euros é isso um rendimento elevado, para duas pessoas com as funções e responsabilidades que têm? Retirem o IRS e vejam quanto fica. Somos uma cambada de invejosos.
Luísa, o problema não é esse. O problema é que o Senhor Nobre não se apresentou nunca como um profissional da AMI, mas como o campeão do voluntariado e da solidariedade a favor dos mais desfavorecidos. A solidariedade remunerada é uma profissão. As pessoas não se devem achar especiais nem particularmente boazinhas por exercerem tal actividade remunerada. Fernando Nobre acha e acha mais: acha que lhe devemos estar infinitamente gratos pela profissão que tem.
Podendo parecer contraditório, subscrevo os comentários anteriores.
Se bem entendi, o dr. Nobre não gostou de ver na praça pública parte dos seus rendimentos, por ainda não ter - porque o não podia ter feito - entregue a sua declaração de rendimentos.
O dr. Nobre, que não anda aqui há dois dias, devia saber que se quer jogar tem que conhecer as "regras" e para isso basta-lhe ler alguns jornais que publicam segredos supostamente mais bem guardados. Ou a sua suposta santa ingenuidade levá-lo-ia a crer que estava acima dos demais jogadores?
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