terça-feira, 5 de outubro de 2010

Mário Nogueira vs Jerónimo de Sousa

Hoje, dia da celebração do centenário da proclamação da República, foram inaugurados em cem escolas públicas novos edifícios ou edifícios renovados e equipados para que o ensino atinja uma melhor qualidade e recupere do atraso de muitos anos. Pretendeu o Governo com esta iniciativa homenagear os primeiros governantes republicanos que iniciaram um programa de ensino para todos, com todas as dificuldades inerentes às adversidades da época. Não esqueçamos que a percentagem de analfabetos rondava os setenta por cento.
Solicitado a dar uma opinião sobre esta iniciativa, Mário Nogueira - o sindicalista chefe da FENPROF, desvalorizou-a, dizendo que o Governo estava a fazer propaganda com algo que tinha sido feito com dinheiros comunitários e esforço das autarquias. Para ele não há qualquer mérito do Governo e deu a entender que a iniciativa, de um modo geral, nada traz de melhor para o ensino. Comecei por achar estranho que um professor não ficasse satisfeito com a melhoria da qualidade do ensino, mas depois pensei que era natural, pois Mário Nogueira já não dá aulas há muitos anos. Já não conhece as escolas. Como se costuma dizer já não lhes sente o cheiro. Porém, depois de o ouvir vi num canal televisivo uma entrevista rápida ao seu camarada Secretário Geral Jerónimo de Sousa, que emitiu a mesma opinião, chegando a pronunciar muitos dos mesmos termos e palavras. Foi então que pensei: pois é, Mário Nogueira tinha que dar a opinião oficial do partido, ou seja, seguir as instruções da cassete elaborada, para o efeito, pelo grupo executivo do seu comité central. Daí ter a mesma opinião do seu Querido Líder. É a vida!

2 comentários:

500 disse...

O Mário Nogueira, depois de ter conseguido o que queria da actual ministra da Educação, anda afastado das lides. Porém, não podia perder uma oportunidade destas para, também ele, debitar o dicurso aprovado no Comité Central para a ocasião. Nada de novo.

D"SUL disse...

Quando se vê Fidel de Castro dizer que Cuba tem de despedir 500 mil funcionários do Estado, é um novo Muro de Berlim que está a ruir.
Um abraço.