Todos os portugueses sabiam que Cavaco Silva iria recandidatar-se ao cargo de Presidente da República. Já o sabiam praticamente há cinco anos depois de ter tomado posse. Só não sabiam, ao contrário de Marcelo Rebelo de Sousa, quando e onde formalizaria a nova candidatura. Já o fez hoje e, por isso, acabou o tabu. Aliás, Cavaco Silva sempre que tem de tomar uma decisão política importante, cria um tabu, mesmo que o resultado do tabu seja mais que previsível, como o era o caso da recandidatura, pois já há vários meses (eu diria bem próximo de um ano) que a sua campanha eleitoral tinha começado, com aquelas lindas visitas pela província.
É claro que se recandidata por imperativo nacional e outras tretas. Só não explicou o caso das escutas em Belém, nem o porquê de ter aceite as queixinhas dos magistrados do Ministério Público. Ah, também, no seu balanço do actual mandato, não disse porque razão ouve e vê os sindicalistas dos juizes e dos Procuradores a difamarem o poder político e nada faz.
Enfim, então a partir de agora, para não perder apoios é que vai ser assobiar para o ar.
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