Confesso
que não me lembro de umas eleições presidenciais que mostrassem, como estas
mostram, a menos de um mês do acto eleitoral e a menos de uma semana do início
da campanha, tanta indiferença por parte dos cidadãos em geral. E porquê, se
está em causa eleger a primeira figura da República, aquele (ou aquela) que é o
garante do bom funcionamento das instituições do Estado de Direito Democrático
e que tem como incumbência defender, cumprir e fazer cumprir a Constituição.
Não é para o Presidente da República que os cidadãos se viram em caso de crise
e de quem esperam intervenção firme e isenta acompanhada de palavras de
conforto e ânimo? Então, porquê esta falta de interesse dos cidadãos, e não só?
É
verdade que Cavaco Silva tem sido como Presidente um enorme falhanço. Mas, não
é tudo. Há por parte dos principais partidos políticos, sobretudo PS e PPD, um
alheamento táctico destas eleições, sobretudo por desentendimentos internos ou,
melhor dizendo, para calar os barões. Não foi isto que sucedeu no PS? Claro que
foi. Um grupo de barões achou que uma figura independente como Sampaio da Nóvoa
não devia ter o apoio do partido e logo o fizeram constar com estrondo, mesmo
sabendo que o líder António Costa encarava esta hipótese, após as legislativas.
Foi assim, que os seguristas, sempre sedentos de vingança, lançaram para a
fogueira Maria de Belém Roseira. E…, como esta é do partido e até já foi
Presidente, logo apareceram outros barões, até aí calados, a darem-lhe apoio.
Nem deram conta que Marcelo lhes deu um enorme agradecimento!
Quanto
ao PPD e já agora ao CDS (com Portas ou sem Portas) apoiam, ou melhor, sugerem
apoio a Marcelo. Que grande sapo vivo tiveram que engolir!!
É
pena que alguns responsáveis políticos se sirvam de eleições tão importantes
para confrontos pessoais.
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