Nunca entendi porque é que tem de haver cerimónia oficial de abertura do ano judicial. E menos ainda porque razão esta cerimónia se realiza já o ano vai adiantado, como a deste ano que decorreu hoje, já na segunda metade do terceiro mês. Segundo ouvi ao líder do sindicato dos funcionários judiciais, esta cerimónia de abertura não serve para nada, a não ser para que se juntem pessoas que pouco ou nada percebem de justiça, para que se façam alguns discursos de circunstância e no fim "bebam vinho do Porto e comam um croquete".
Felizmente que desde que há Marinho Pinto as coisas não são tanto assim. Com a frontalidade e o seu estilo habitual, o bastonário da Ordem dos Advogados diz o que está mal na justiça e, ao contrário de outros, que apontam a falta de estruturas e de pessoal como a causa de todos os males, Marinho Pinto arrasa os magistrados, sobretudo os juízes, a quem acusou de fazerem ataques a orgãos de soberania, a não respeitarem a autoridade do presidente do Supremo Tribunal e a quererem um certo mediatismo. Mas, infelizmente, é o único a pôr o dedo na ferida. Os outros que falam ..., é só retórica. Mais dois ou três como ele e as coisas de certo que, pelo menos, começariam a mudar. Que pena!
1 comentário:
Discordo de quase tudo, mas centro-me num ponto: o respeito devido ao Presidente do STJ. É certo que o cargo devia, por si só, incutir respeito. Todavia, não é menos certo que, para ocupar o cargo, se devia ter um perfil respeitável. E não digo só pessoalmente respeitável, porque eu não tenho razão alguma para não ter Noronha do Nascimento na conta de pessoa respeitável. Digo, também, profissionalmente respeitável. O Presidente do STJ não pode ser só um juiz. Tem que ser um juiz de reconhecido mérito, um jurista absolutamente excepcional, digno de figurar em qualquer lista das maiores eminências jurídicas da sua geração. Tem que ser um verdadeiro Conselheiro. Ora, eu pergunto-me: que dotes excepcionais de jurista possui Noronha do Nascimento? De que doutrina ou jurisprudência marcantes é autor?
A verdade é que, se quisermos ser objectivos, ele chegou onde chegou por via da gestão das suas relações corporativas e não pelo seu mérito como jurista. Não pode queixar-se de não ser respeitado na função.
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