Já sabemos que o Partido Comunista e o Bloco de Esquerda são partidos de contestação e de protesto, pois sabem que não é nada provável que cheguem ao poder por muitos e bons anos. Por isso, não surpreende que aproveitem todas as situações para contrariarem algumas medidas importantes do Governo, mesmo que com isso possam ocasionar mais despesa do Estado do que aquela que foi prevista no Orçamento. Agora que o PSD se coligue com eles por motivos meramente demagógicos, contrariando até princípios que defendeu no passado, não é admissível.
Hoje, a coligação PCP/BE/PSD aprovou no Parlamento a cessação da entrada em vigor do diploma do Governo sobre a reorganização curricular do ensino básico. Tal medida desta controversa coligação vai trazer como consequência mais despesa para o Ministério da Educação do que aquela que está orçamentada. Então que coerência tem o PSD com esta posição, quando se farta de acusar o Governo de não conseguir cortar na despesa pública? Mas pior, os tempos da Área Projecto e Estudo Acompanhado foram introduzidos no curriculo do ensino básico, em 2001, pelo segundo Governo de António Guterres. Na altura o PSD não concordou com estas opções, porque desviavam os alunos das aprendizagens centrais. E agora, porque não quiz que acabassem?
Até o eurodeputado Paulo Rangel, antigo líder parlamentar e membro destacado do partido, criticou o comportamento do PSD nesta matéria. A ansiedade de chegar ao poder é tanta , que lhe falta o juízo.
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