No habitual comício de Verão (ou rentrée política ) do CDS/PP, Paulo Portas, com aquele ar solene a que já nos habituou, anunciou propostas. E entre as que anunciou, uma tinha que dizer respeito à segurança, é claro. Segurança, ou melhor ainda insegurança, é uma matéria que dá pano para mangas para demagogia. Por isso, Paulo Portas lá comunicou que o seu partido vai propor a realização de um referendo sobre a lei da execução de penas, recentemente promulgada pelo Presidente da República. Para lá deste referendo, destinado ao fracasso, Paulo Portas também quer julgamentos rápidos (em quarenta e oito horas) para delinquentes apanhados em flagrante e restringir a liberdade condicional (lá chegará a pena de morte!...). Como disse Marinho e Pinto, Bastonário da Ordem dos Advogados, esta proposta é totalmente absurda e demagógica. Mas é mais; para além de demagógica é oportunista. Paulo Portas sabe bem que quando cheira a poder no PSD, o CDS/PP começa logo a perder eleitorado. E se ao cheiro de poder se juntar o facto de o PSD ter neste momento uma equipa dirigente toda voltada para a direita neo-liberal (mandou às malvas a social democracia), mais votos o PP perde. Então a Paulo Portas não resta outro remédio se não recorrer à demagogia falando de temas muito caros para os cidadãos, como leis pretensamente imorais, aumento de impostos, subsídios à preguiça e, claro está, a insegurança (os bandidos safam-se e as vítimas sofrem).
Portas, serve-se da demagogia para sobreviver.
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